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Sagrado Feminino

A Máscara da Medusa

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Por Asenath Mason,
Excerto de Lilith: Dark Feminine Archetype

Como personagem mitológico, Medusa é conhecida na tradição grega antiga como uma das Górgonas, três irmãs monstruosas cujos cabelos eram feitos de serpentes vivas e venenosas. Além dos cabelos de serpentes, as Górgonas eram famosas por seu rosto horrível que transformava em pedra todos que as contemplavam. A partir dos mitos, aprendemos que, embora suas duas irmãs fossem imortais, Medusa não era, e acabou sendo morta pelo herói Perseu e sua cabeça foi dada à deusa Atena para colocar em seu escudo. Desde então, a cabeça da Medusa tornou-se símbolo de algo hediondo e aterrorizante, deixando um grande campo de interpretação, desde questões pessoais e pesadelos até disfunções sexuais e medo das mulheres. Vamos dar uma olhada em algumas dessas teorias neste artigo e elas também serão usadas como base para um ritual aqui apresentado.

Você pode se perguntar o que Medusa tem a ver com Lilith e por que ela está incluída nesta antologia. Na verdade, este ensaio não é sobre a Medusa como personagem mitológico, mas sobre as qualidades que ela representa como corporificação do Feminino Obscuro. O olhar aterrorizante e o corpo reptiliano com cabelos de serpentes são atributos de muitas deusas, e Lilith é definitivamente uma delas. Quando entramos nos labirintos assustadoramente belos de seu jardim astral em Gamaliel, no lado obscuro da Árvore Cabalística, a rainha do reino muitas vezes nos recebe em sua forma ofidiana/draconiana, com olhos reptilianos, língua de serpente e serpentes venenosas em vez de cabelos. Seu veneno escorre de suas línguas para o cálice que ela segura – o sagrado e profano graal que traz iluminação e liberdade para a Iniciada que participa de seus mistérios e morte e sofrimento para aquelas que rejeitam os frutos de sua alquimia obscura. Ela é tanto a Prostituta, incorporando o aspecto sexual do Feminino Obscuro, quanto a Bruxa da Noite, envenenando sonhos e trazendo terrores noturnos na forma de um monstro aterrorizante. Sua manifestação depende de questões pessoais de cada praticante que entra em seu reino, e algumas a verão em toda sua beleza, enquanto outras enfrentarão a face hedionda da morte. As mesmas características ambivalentes são encontradas na Medusa como símbolo. Por um lado, estamos lidando aqui com um monstro hediondo com corpo de serpente e qualidades venenosas. Seu sangue derramado no deserto dá origem a víboras venenosas, e ela é a mãe de criaturas semelhantes a dragões com uma cauda com cabeça de serpente. Por outro lado, existem mitos em que Medusa é descrita como uma donzela de beleza arrebatadora cujo sangue cai sobre as algas que formam os belos corais do Mar Vermelho. A lenda diz que ela foi estuprada por Poseidon no templo de Atena, e foi a deusa enfurecida que transformou Medusa em um monstro. O mito descreve sua punição como “bem merecida”, embora em nossos tempos possamos nos perguntar se essa era realmente a “justiça” que ela merecia. Em ambos os casos, a partir desse momento ela se tornou o terror do mundo antigo, e mesmo quando sua cabeça foi cortada, ela não perdeu seu poder. Pelo contrário, ela só cresceu em força depois disso, e a ideia de um poder aterrorizante contido na máscara de Medusa ainda está presente no mundo moderno. Basta olhar para todas as estátuas, máscaras e representações da Medusa, ou apenas sua cabeça – a face da morte, que faz parte do nosso mundo desde os tempos antigos. Podemos encontrar essas representações em moedas antigas, em esculturas e arquitetura contemporâneas, pinturas, amuletos mágicos, joias, espelhos e estatuetas vendidas em lojas de decoração moderna. Ela era e ainda é uma imagem poderosa do Feminino Obscuro.

Nos tempos modernos, muitas interpretações do simbolismo da Medusa vêm de Sigmund Freud e estão ligadas à noção de sexualidade. Segundo ele, a decapitação é uma metáfora da castração, e o terror da Medusa é o medo de ser dominado por uma mulher. O olhar aterrorizante do monstro nesta interpretação representa a visão dos genitais femininos, e os cabelos de serpentes simbolizam os pelos pubianos. Ele explica isso observando que nenhum dos mitos menciona qualquer mulher transformada em pedra pela Medusa, o que implica que o poder da donzela-serpente afeta apenas os homens, estando assim ligado à ideia de impulsos sexuais proibidos. A interpretação de Freud foi citada em várias fontes e acabou se desenvolvendo no conceito do feminino aterrorizante, abrangendo uma ampla gama de qualidades, da raiva feminina à metáfora do ciclo sexual feminino. Erich Neumann, por exemplo, afirmou que o olhar petrificante da Medusa pertencia à Terrível Grande Deusa, e ser transformado em pedra era uma metáfora para morrer: “pois estar rígido é estar morto”. Isso segue a teoria de Freud de que a máscara da Medusa representa os genitais dentados (vagina dentata, isto é, a vagina dentada) da Grande Mãe, mas também expande o conceito do mero medo da castração ao medo da própria morte.

Existem também teorias que ligam a máscara da Medusa a outros aspectos da sexualidade feminina. De acordo com Robert Graves, as três Górgonas eram representantes da Deusa da Lua Tríplice, as guardiãs mascaradas e protetoras de seus mistérios. O fato de Medusa ser a única das três irmãs que era mortal sugere sua conexão com o aspecto obscuro do fechamento do ciclo lunar, tanto em relação à lua quanto como alegoria do ciclo mensal feminino, mas também como símbolo de morte que acaba com a vida neste mundo. Nesse sentido, Medusa pode ser vista como o lado obscuro da Grande Deusa, tipificando tudo o que está relacionado com escuridão, morte, encerramento, enterro, renovação, lua obscura, etc. Ela é a destruidora e a anciã, a ceifadora que corta o fio da vida e joga a Iniciada no submundo para que possamos enfrentar nosso lado obscuro e encontrar força e sabedoria nesta provação. É também com isso que trabalharemos neste ritual.

A representação simbólica dos poderes da Medusa é a máscara de uma face feminina coroada de serpentes. Demetra George escreve no livro Mistérios da Lua Negra que a máscara de Górgona era usada nos tempos antigos por certas tribos femininas. Elas retratavam uma face com olhos brilhantes, dentes com presas e língua saliente, como nas imagens da deusa hindu Kali. Elas eram geralmente de cor vermelha, representando o sangue mensal feminino, e usadas em cerimônias da Grande Mãe, que incluíam adivinhação, cura e mistérios sexuais associados à morte e ao renascimento. A máscara feminina com cabelos de serpentes simbolizava a sabedoria feminina em relação à morte, mas também tipificava os mistérios do ciclo feminino, sexo e fertilidade. Certas tribos primitivas acreditavam que o olhar de uma mulher menstruada poderia transformar um homem em pedra, mas também se pensava que o sangue mensal tinha qualidades curativas e rejuvenescedoras – daí a ambivalência do simbolismo da Medusa. A máscara de Górgona também era usada por sacerdotisas em certos ritos sexuais para simbolizar que elas agiam não como indivíduas, mas como representantes da Grande Deusa, que transmitia suas bênçãos de cura e regeneração através de relações rituais. Uma ambivalência semelhante mostrando a conexão entre sexo e morte é característica de Lilith e sua alquimia sexual, especialmente os mistérios ligados ao sangue, à magia lunar e aos ritos de transformação que pertencem ao domínio de Gamaliel.

O significado do mito de Perseu e Medusa carrega a mesma ambivalência. Por um lado, mostra a conquista patriarcal do antigo matriarcado, a matança e domação da Mãe Terrível. Também se refere à transformação e amadurecimento do princípio masculino – de um jovem herói a um forte e poderoso guerreiro que conquista e depois domina o feminino. Por outro lado, a decapitação não tira o poder da deusa dos cabelos de serpentes, mas a torna imortal e eterna, transformando-a tanto em emblema de terror quanto em símbolo de proteção, pois a máscara de Medusa também era usada em escudos, armaduras e amuletos que deveriam proteger aqueles que os usavam do mal e garantir a vitória. Portanto, a abordagem adequada não deve ser a dominação, mas a compreensão, a aceitação e a integração. Por isso o mito da Medusa foi tão popular na psicanálise. Freud e seus seguidores afirmaram que um jovem dominado pela percepção de sua mãe como forte e dominante desenvolve gradualmente o medo de mulheres poderosas, especialmente no sentido sexual, e depois o projeta em suas parceiras. Assim, ele pode optar por permanecer paralisado pelo medo e “transformado em pedra” (impotente ou totalmente dependente de sua parceira) ou pode lutar e se tornar violento em relação às mulheres na tentativa de dominá-las, e às vezes é ambos, manifestando-se de forma passiva. Uma mulher pode então aparecer em sua percepção como a mítica Medusa – uma mulher irada, mortal, ameaçando sua independência e potência sexual. De acordo com Demetra George, isso é resultado de ter sido criada em uma cultura patriarcal que não honra ou tenta entender a sexualidade de uma mulher e, portanto, a torna demoníaca. O rosto de Medusa reflete sua raiva pelas maneiras pelas quais a mentalidade patriarcal violou, dessexualizou e desempoderou o feminino, transformando-a em um monstro malévolo. Se você conhece o mito de Lilith, pode perceber que o destino dela não foi muito diferente. Do belo arquétipo do feminino e a primeira mulher ela se tornou uma vampira sexual, rainha dos demônios e mãe das abominações – uma súcuba que torna os homens impotentes e suga sua energia vital em uma relação forçada contra sua vontade.

Em um sentido mais geral, o “aspecto Medusa” do Feminino Obscuro representa o medo do irracional e o pavor da destruição ou aniquilação por forças inconscientes – daí a imagem de muitas deusas obscuras como monstros devoradores. Medusa é uma delas, Lilith é outra, mas também existem outras personagens femininas nas mitologias do mundo retratadas dessa forma, como a Kali hindu, por exemplo, que é uma terrível deusa do tempo e uma força que devora tudo, pessoas, deuses, e demônios igualmente. Essa qualidade devoradora é representativa do útero feminino, que é ao mesmo tempo um lugar de nascimento e criação e um túmulo onde o corpo se decompõe e é reabsorvido na terra de onde nasceu. Essa interpretação também é paralela ao simbolismo da caverna como conceito feminino, daí a conexão com Lilith e sua “caverna” mística, onde a Iniciada inicia sua jornada no caminho do Lado Noturno, o caminho que a cada passo nos leva mais fundo em nosso submundo pessoal. Eu escrevi sobre isso na antologia Tree of Qliphoth (A Árvore das Qliphoth). O submundo neste sentido é tanto uma tumba quanto o ventre/útero da Grande Mãe, que tem aspectos de vida e morte. É um vaso que ativamente engole, devora, rasga e mata, mas ao mesmo tempo dá origem a toda a vida. Toda a vida nasce no ventre da Grande Deusa e volta para lá no momento da morte, quando o corpo mortal volta a fazer parte da terra. Simbolicamente, ações como descer ao submundo, enfrentar a “Medusa”, entrar na caverna de Lilith, etc., representam a união com o Divino Feminino, a força que atrai e puxa para si todos os seres vivos. Vista dessa perspectiva, Medusa com seu rosto hediondo, olhar mortal e cabelos de serpentes enfatiza o caráter terrível do Feminino Obscuro, o lado aterrorizante da Grande Mãe que engole as almas através dos mistérios da morte e da provação do submundo. Ela é a devoradora de almas, a senhora da tumba, o ventre do dragão que engole o sol todas as noites no oeste, a destruidora ao entardecer e o vaso da destruição.

Nesse sentido trabalharemos com o arquétipo da Medusa no ritual a seguir. Confrontada, abraçada e absorvida, ela não é mais um monstro aterrorizante, mas sua máscara representa o poder da criação, destruição e regeneração. São qualidades que pertencem ao domínio do feminino e estão ligadas à sexualidade feminina. Portanto, trabalharemos aqui com a Anima, o Feminino Obscuro, a fonte de energia feminina dentro de nós. Não importa se você é homem ou mulher – essa força existe em cada ser humano. Se você é uma praticante do sexo feminino, trabalhar com o arquétipo da Medusa pode ajudá-la a perceber e reivindicar seus poderes internos, especialmente aqueles relacionados à sexualidade, autoconfiança, força pessoal e conexão com a “deusa interior”. Os praticantes do sexo masculino podem lucrar com este trabalho se quiserem entender e desenvolver sua conexão com o Feminino Obscuro, tanto no sentido interior quanto em relação às suas relações com as mulheres. Será especialmente útil se você tiver problemas com mulheres fortes e dominantes, seja no aspecto sexual ou em situações do seu dia-a-dia.

A máscara da Medusa significa poder, força interior e energia. A serpente em si é um símbolo que oferece muitas interpretações, mas na magia draconiana ela representa a força Kundalini, a Serpente de Fogo que fica enrolada na base da coluna, fornecendo o potencial de todo poder e toda evolução. Quando a Força da Serpente é ativada, ela sobe pela coluna vertebral, limpando e ativando os chakras e, eventualmente, leva à iluminação e à consciência superior. O mesmo motivo é encontrado no mito da Medusa – quando seus cabelos se transformam em serpentes, isso representa o surgimento da Força da Serpente, despertando nosso potencial interior e abrindo caminho para poderes subconscientes que normalmente são inacessíveis à nossa mente consciente. Isso também é o que os cabelos de serpentes de Lilith como a rainha de Gamaliel representam. Como Medusa, que vive em uma caverna entre o mundo dos homens e o reino dos deuses, Lilith em seu aspecto de Gamaliel conecta o mundo físico com o plano astral – o limiar que só pode ser cruzado se despertarmos a Força da Serpente interior. Trabalhar com esse arquétipo é, portanto, despertar esse poder dentro da praticante, confrontando e abraçando esse aspecto fascinante, embora aterrorizante, do Feminino Obscuro.

Invocação do Arquétipo:

Prepare o seu espaço ritual conforme achar adequado para este trabalho. No altar coloque a máscara da Medusa. Você pode fazer com papel ou outro material de sua preferência. Deve ser uma máscara de tamanho normal que você possa colocar no rosto durante o trabalho. Imagens e estátuas da Medusa podem servir de inspiração, mas você pode torná-la tão bonita ou aterrorizante quanto quiser. As cores que você deve usar para isso são vermelho e preto. As praticantes do sexo feminino podem usar seu sangue menstrual misturado com tinta e, se você for homem, talvez possa obter sangue menstrual de sua parceira. Outra opção é simplesmente pintar o rosto à imagem da Medusa – se preferir, sinta-se à vontade para fazer isso ao invés de criar uma máscara.

Quando a máscara estiver pronta, coloque-a no altar entre duas velas: preta e vermelha. A vela preta simboliza os mistérios da morte representados pelo arquétipo. O vermelho representa o sangue menstrual, a feminilidade e os aspectos sexuais desta gnose. Você também pode decorar o altar colocando oferendas – flores secas, vinho tinto simbolizando o sangue da Deusa Lunar, cristais de obsidiana, crânios e ossos e outras oferendas associadas às deusas da lua obscura. Você pode realmente realizar este ritual no momento da lua obscura para fortalecer o aspecto lunar deste trabalho. Você também pode optar por se concentrar apenas na máscara, sem outras decorações – essa escolha é inteiramente sua. Queime algum incenso, se desejar, como Sangue de Dragão ou Sândalo (especialmente o vermelho é útil neste trabalho), mas isso não é absolutamente necessário. Por fim, prepare um espelho – pode ser um espelho preto ou normal. Ambos funcionarão bem para este ritual.

Sente-se em uma posição confortável e coloque a máscara e o espelho à sua frente. Durante todo o trabalho você deve ficar de frente para o oeste – esta é a porta de entrada para a morte, o submundo, e também representa a caverna da Medusa (ou Lilith) na borda do mundo. Olhe para a máscara, concentrando-se em seu simbolismo e, ao mesmo tempo, entoe as seguintes palavras:

Deusa-serpente, rainha da lua obscura,
Abra para mim os portais do submundo da minha alma,
Deixe-me contemplar as profundezas do meu ser,
E conduza-me da fraqueza à força,
Do medo à coragem,
E da confusão à clareza.
Medusa-Lilith, rainha dos cabelo de serpentes, eu te chamo esta noite!
Venha para mim!
Eu te chamo pelo poder do meu sangue,
A chave para toda a vida e toda a criação,
E em nome da Grande Mãe!
Ho Ophis Ho Archaios,
Ho Drakon Ho Megas!

Sinta-se à vontade para personalizar essas palavras, se desejar, ou substituí-las por algo mais curto. Em seguida, coloque a máscara no rosto e comece a se olhar no espelho. Você deve ver seu reflexo nele, e se você usar um espelho preto, você deve ver a sombra que você projeta sobre a superfície, então você pode colocar algumas velas atrás de você para tornar isso possível. Enquanto olha para o espelho, veja e sinta como a máscara se torna parte de você e você e a deusa de cabelos de serpente se fundem em um só ser. Continue fazendo isso até sentir que está totalmente integrada ao arquétipo. Você pode então ver a máscara como parte integrante de si mesma, perceber que ela ganha vida ou simplesmente prestar atenção em como seu corpo astral se transforma na forma da deusa.

Em seguida, feche os olhos e continue a meditação na escuridão. Agora, em vez do espelho, olhe para sua escuridão interior. Visualize a deusa dos cabelos de serpentes com o olhar mortal à sua frente, ou imagine-se em sua forma e abra-se para quaisquer pensamentos, visões, emoções e sentimentos que possam vir a você neste momento.

Se você é um praticante do sexo masculino, pense em sua atitude em relação às mulheres fortes – poderosas, autoconfiantes, sexualmente assertivas e que aceitam o que querem e quando querem. Você se sente inseguro na presença deles, especialmente em relação à sua potência sexual ou “masculinidade”? Elas o deixam com raiva ou desencadeiam ações violentas contra elas? Ou talvez você ame a companhia delas? O que o arquétipo da Medusa significa para você? Concentre-se em sua máscara da morte, a cor vermelha representando o sangue menstrual, as serpentes simbólicas do poder e da sexualidade feminina, seu olhar mortal e toda a história que fundamenta o arquétipo. Você pode se surpreender com o que pode descobrir sobre si mesmo através deste trabalho.

Se você é mulher, pense em sua força e fraqueza. O arquétipo da Medusa é um símbolo de poder, mas esse poder é apenas superficial. É uma máscara que colocamos em nossos rostos para nos proteger de sermos feridas e abusadas, para esconder nossa vulnerabilidade e parecer inacessíveis aos outros. É isso que significa a feiura da máscara. Supõe-se que ela repele em vez de atrair, e somente aquelas que integraram totalmente o arquétipo em sua mente consciente podem ver a verdadeira beleza e o poder por trás dela. A deusa dos cabelos de serpentes pode guiá-la para a fonte de sua insegurança, feridas que foram causadas por seus relacionamentos até agora, sua fraqueza e falta de autoestima, e ela lhe mostrará como transformar a feiura em beleza e a vulnerabilidade em força. Pense no que vem à sua mente quando você assume a máscara. É o poder enraizado em sua autoestima e seu senso de feminilidade, ou é uma imagem irada que você apenas assume para esconder o que está por trás disso? Você se sente insegura em expressar seu poder pessoal, especialmente sua sexualidade? O arquétipo da Medusa desencadeia uma sensação de força e autorrealização ou talvez você não possa se identificar com ele? Abra-se para o que quer que venha a você nesta meditação.

Este é um processo pessoal, portanto, leve o tempo que precisar para este trabalho. O sinal de que o processo de integração do arquétipo começou geralmente é quando você deixa de ter associações negativas com a máscara de Medusa e começa a mudar da face hedionda da morte para a bela imagem de uma poderosa deusa representando a força e a sexualidade feminina. Muitos sentimentos íntimos podem vir a você através deste trabalho – deixe acontecer. Quando você se sentir pronta para terminar a meditação, agradeça à deusa por sua orientação com algumas palavras pessoais e encerre o trabalho. Repita-o quantas vezes precisar para despertar completamente e integrar o poder da deusa dos cabelos de serpentes.

Texto enviado por Ícaro Aron Soares.


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