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Peruibe : Origem , Lendas e Contos

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Peruibe : Origem , Lendas e Contos

Peruíbe é uma Cidade Turistica do litoral sul, pelas belas praias limpas não poluídas, com ar ozonizado, como pelos seus rios, cachoeiras, e montanhas ainda não explorados. Peruíbe está situada no litoral centro-sul com suas praias de 328 km2, possuindo 32 km. de praias, com altitude 1,80 m. do nível do mar e montanhas de até 800 m. de altitude. A população de Peruíbe é de 50 mil habitantes fixos, tendo a população flutuante ultrapassada as 200 mil.

O município está ligado a todo o país e exterior através do telefone, telex e correio. Está ligado ainda a todo o País pox rodovia e ferrovia. O município limita-se a oeste com Itariri e Pedro de Toledo, ao sul com Iguape e Itariri, ao norte com Itanhaém e ao leste com o Oceano Atlântico. Distando da capital do Estado de São Paulo 152 km. pela Rodovia dos Imigrantes e 170 km pela Rodovia Régis Bittencourt. Comemora-se o aniversário de emancipação a 18 de fevereiro, dia da cidade de Peruíbe, sendo que a empresa de ônibus Breda, e a Viação Nove de Julho, fazem a ligação com a capital.

Vamos iniciar nossa narrativa, voltando ao distante passado, em idiograma, escrita hieroglífica, encontrada no Brasil, temos a região de Peruíbe mencionada. Conta a tradução que esta foi a “Região dos Davánas”, em tempos remotos teria existido uma cidade próspera e resplandecente que se chamava Davana (Alegria). Vários arquivos secretos contam a história que estas terras de Peruíbe, a milhares de anos, foram as primeiras a secar neste planeta. Quando a maior parte do Globo estava coberto pelas águas mornas e pelos pântanos cheios de. lama, onde cresciam as algas azuis e líquens, Peruíbe, região alta, já estava habitável. Por isso os vários nomes: Davanas, Tapirema, Aldeia de São João, nomes que em certas épocas dominaram esta região.

Viajando através dos tempos idos, vamos reconstruir as origens desta terra de Peruíbe. A região de Peruíbe já era conhecida em Portugal, no ano de 1.494 quando foi feito o TRATADO DE TORDESILHAS, isso aconteceu na cidade espanhola de Valadolid, que se situava às margens do Rio Duero, ocorreu este fato entre Espanha e Portugal.

Desde 1.492 as expedições espanholas avançavam pelo continente da América do Sul. Quando o Rei de Portugal, D. Alfonso V e o Rei de Espanha, D.. Fernando, conseguiram a licença do Papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia) a Bula da autorização para dividir as terras recém-descobertas da América do Sul, TRATADO DE TORDESILHAS, fixou as linhas divisórias ou MERIDIONAIS, fixando limites que separava a demarcação das duas colônias, a da Espanha e de Portugal, para a paz dos dois países.

Com a linha divisória feita, surgiu o MARCO POSSESSÓRIO que caía, em 1.494, nas terras de Peruíbe ou Tapirema. Desde aquele tempo esta região figurava nos MAPAS DOS NAVEGADORES. Com a chegada do Almirante Pedro Alvares Cabral em 1.500 foi levantada a primeira construção possessória.

O marco defensor de limites de Portugal contra o avanço espanhol coube à região de Peruíbe. Figurou desde 1.494 como LINHA DIVISÓRIA — MARCO POSSESSÓRIA. Com o passar dos anos esta linha divisória foi afastada até Iguape, depois, em sucessivas guerras, os portugueses expulsaram os espanhóis até o Rio Grande do Sul, onde permanece até os dias atuais.

Se Peruíbe nos tempos antigos serviu como linha divisória, entre Portugal e Espanha, isso demonstra que estas terras são as mais antigas, ocupadas e conhecidas, nas histórias da colonização do Brasil. Lógico que aqueles que traçaram a linha divisória e demarcaram o MARCO POSSESSIVO, não conheciam esta região pessoalmente, mas assim mesmo Peruíbe figurou nos mapas dos navegadores antigos como ponto limítrofe.

Logo que chegaram os milicianos portugueses iniciaram uma rústica fortaleza, ponto de defesa. Embora só constasse nos mapas dos navegantes antigos, em seu tempo, Peruíbe foi um lugar importante onde iniciou-se a colonização. Peruíbe tem seu .começo ligado aos portugueses, desde 1.505, quando aqui colocaram a primeira guarnição militar e começaram as construções em São Vicente. Peruíbe estava ligada à capitania daquele tempo e foi considerada, até 1.530, região agreste e selvagem, cheia de índios. As nossas praias consideradas benfazejas chamava-se naquele tempo Tapirema, “Palmeira ou País das Palmeiras”.

Vários aventureiros aportavam, desde piratas, todos vinham em busca de ouro e pedras preciosas, que podiam encontrar na região. Em 1.532, um judeu, novo cristão, chamado Pero Correia e seu companheiro também judeu cristão, Fernão Morais, vindos de Algarve, Portugal, integrando a comitiva de Martim Afonso, inicia-ram comércio com ouro. Suas expedições naqueles tempos eram famosas, pois eles capturavam índios e os vendiam como escravos. O comércio de escravos e do ouro, extraídos das montanhas além da Serra dos Itatins, deu muito lucro, navios isolados aportavam em Peruíbe e Guaraú, eram carregados de mercadorias que transportavam para a Europa. Foram os mais ricos daquele tempo, suas fortunas eram enormes, mas muito odiados pelos índios, que várias vezes tentaram matá-los.

Parece que nessa época, o antigo forte português estava abandonado, a milícia passou para Cananéia. Tudo leva a crer que foram os habitantes de São Vivente, junto com algum padre, que ampliaram a construção acrescentando uma capela e depósito de mercadorias. Os índios, em 1.530, tinham-se tornado ferozes, havia tribos indígenas que viviam entre a Serra e o Litoral: os Carijós, Caiumas, Tapanhumas, Misomonius, Guayanazes, Tamoios, Tupis Guaranis. Com a chegada dos Padres jesuítas, em 1.549, iniciou-se a verdadeira vida colonial. Aqui vieram, além dos portugueses, várias famílias de refugiados italianos vindos de Veneza. Chegaram em três navios dos irmãos Adorno, em Santos. Eram venezianos que tiveram de fugir quando seu pai o Doge foi morto. Os filhos se salvaram vindo com navios carregados de mercadorias para cá. O padre Leonardo Nunes, em 1.549, começou a primeira vila, com várias famílias. Ele fez a reforma do antigo forte, construindo escolas e capela mais ampliada. Deu-lhe o nome de Colégio de São João Batista, lá estudaram os filhos de índios, dos portugueses e outros que residiam perto do mar.

A povoação mista; pescava e cultivava a terra mantendo escasso comércio. Em 1.550 estavam bem adiantadas as obras do Colégio, já funcionava a escola, onde se ensinava a religião, a leitura, a escrita e aritmética. Com a chegada de José de Anchieta, em 1.553, o Colégio já abrigava os MISSIONÁRIOS que ampliavam o ensino religioso em Peruíbe e o trabalho de catequese estendeu-se até Iguape e Cananéia. Contam os historiadores que Leonardo Nunes era um varão de grandes virtudes, cheio de afeto humano, homem valente, pobre e humilde, mas muito prudente, sendo grande pacifista dotado de espírito zeloso, mas sempre apressado. Ele corria de um lugar a outro, sem se importar com a chuva ou o frio. Os índios vendo-o locomover-se tão rápido, o apelidaram de ABAREBEBÊ, que queria dizer “padre que voa”, ou seja “Irmão do Vento”.

Temos citações registradas nas crônicas da Companhia de Jesus, Lisboa 1.865, páginas 39-42, registrado por Simão de Vasconcelos. O padre Leonardo Nunes entrou para a Companhia de Jesus em 6 de fevereiro de 1.549, neste ano veio para o Brasil, desembarcando em São Vicente, de onde passou para Peruíbe. Quando ingressou na ordem ele já era sacerdote consagrado e digno de exercer seu ministério de evange!izador. Em 1.553 ele deixa o Colégio de Rio João Batista em Peruíbe e segue para o norte em busca de novos missionários que chegavam de Portugal.

Em seguida retorna a São Vicente em companhia de Pero Correa, dono do navio que fazia o percurso de navegação até a Bahia, trazendo o futuro padre Anchieta. Em janeiro de 1.554 sobem a Serra do Mar juntos, deixando o Colégio entregue a missionários. Lá no planalto, com licença do superior padre Manoel da Nóbrega iniciaram o primeiro povoado, de São Paulo. Retorna ao litoral e em 15 de junho de 1.554 embarca para o norte. Mas, durante a viagem, uma forte tempestade arremessa o navio ao fundo do mar, onde morreram todos os viajantes.

Assim desapareceu em 30 de junho de 1.554 o Abarebebê dos nossos índios, um grande humanista, até hoje lembrado. Deixando a semente da civilização pacífica, temos em Peruíbe as ruínas deste colégio fortaleza, que pode ser visitado a qualquer hora, atestando as origens primitivas do Marco Possessório.

Das ruínas de Abarebebê, homenagem ao padre voador, continuaremos a narrativa. Pero Correia e seus companheiros viviam em busca de índios, atravessaram as matas e foram obstáculos a toda e qualquer paz entre as muitas tribos indígenas. Por sua culpa, os índios viviam em guerra constante, todo o trabalho do pacificador Leonardo Nunes pouco valeu, ele fez todo o possível para regenerar e trazer para a Igreja o rico negociante Pero Correia, mas ele, em 1.553, após a aparição de Nossa Senhora nas matas do Guaraú, durante a caçada humana, converteu-se e depos as armas.

Começou a colaborar pacificamente com os missionários catequistas, ajudando-os a divulgar o Cristianismo entre os índios. Porque ele conhecia vários dialetos indígenas, foi intérprete em muitas ocasiões, ofereceu seus barcos e ajuda financeira para os missionários, que assim puderam ampliar o seu trabalho até o Paraná, construindo igrejas e escolas, avançando pelo sertão, aumentando as povoações. Vamos lembrar que Pero Correia, após haver trabalhado na evangelização, morreu crivado de flexas, nas terias de Iguape, pelos índios Guayanazes, que não esqueceram a perseguição e as capturas dos seus irmãos. Nesta época termina a colonização portuguesa de Peruibe.
Do aldeamento de São João Batista, passou a chamar-se PERUIBE, nome de origem tupi-guarani, que dizem significar CAÇÃO BRAVO, hoje divulgado como TUBARÃO. Surgiu uma nova estirpe, os CAIÇARAS, ligando em casamento os estrangeiros e os índios. Não se sabe ao certo quando foi abando-nado o Colégio São João Batista, os levantes de índios entre as tribos inimigas, deu motivo de fuga. O cacique Tanigua, com suas gentes convertidas, defendeu por certo tempo o Colégio, mas eles também tiveram que se retirar; os Guayanazes vindos pela serra de Cubatão atacaram o aldeamento dos pacíficos Carijós, que tiveram de fugir mata adentro em busca de refúgio.
Os aventureiros exploraram a Serra dos Itatins, tirando ouro e pedras preciosas que enviavam para a Europa. Peruíbe ficou muito tempo abandonada sem referências certas. Entregue a aventureiros, exploradores e até a piratas e traficantes de escravos negros, trazidos da Africa. Usaram as praias do Guaraú, como local de desembarque clandestino para as suas mercadorias, que levavam em canoas pelos rios e picadas na mata, até as fazendas e até São Paulo, onde vendiam por preços altíssimos. Passou o tempo, no começo deste século tudo foi encampado pelo Governo do Estado e pela direção federal, o município recebeu doação do Estado, tendo-se então retomado o progresso de Peruíbe, cresceu, tornou-se município como uma cidade próspera e bem administrada, passou a estância balneária, uma das mais famosas cidades do Litoral Sul, por possuir o ar purificante, com clima ozonífero. O ozônio natural é gás incolor, descoberto em 1.780. Este gás sobe da nossa montanha todas as manhãs em forma de neblina branca, parece ligeira névoa, fortificando seus moradores, dando bem estar a todo o corpo.

Todos nós conhecemos esta cidade hospitaleira, alegre, feliz. Peruíbe é um recanto risonho e uma cidade encravada entre montanhas majestosas, banhadas pelo sol. Uma destas montanhas produz a leve e suave energia chamada ozônio. A montanha misteriosa tem diversos nomes, os antigos caiçaras chamavam-na de “Morro do Inácio”, foi conhecida bastante tempo com esse nome. Hoje ela pertence à “Serra dos Itatins” e é uma das atrações de Peruibe. Como a montanha é um vulcão extinto, dela surge nova energia especial, o ozona. Esta energia surge de diversos lugares, pelas frestas e galerias ocultas, aparece uma branca nuvem de neblina, que desce devagar sobre a cidade, envolvendo todos os seus mora-dores, espargindo energia ozônica suavemente. Esta neblina espessa e branca é um dos grandes benefícios de Peruíbe; uma saudável e impercepítivel cura de muitos males.

Por essa razão os antigos selvícolas deram-lhe o nome de Itatins, “Morada dos Deuses” em tradução atual. As tribos antigas conheciam a neblina ozonífera e julgavam que somente os DEUSES poderiam produzir esta energia revigorante tão útil ao homem, assim os nossos antepassados criaram a crença dos “Deuses” benfazejos, habitando a montanha, mantendo-se ocultos e invisíveis.

Já em distante passado, os seres usavam a “Lama Negra” encontrada na beira do Rio Negro, também dormiam nas areias da praia nas noites de lua cheia, recebendo forças telúricas, refletidas pela lua durante a noite, e vibrações vitalizantes durante o dia. Hoje a nossa majestosa montanha, silenciosamente envia todos os dias a neblina branca, leve como um gás vivificante, imperceptível fonte de energia, vital, oculta.

A montanha ou a “morada dos deuses” é ainda uma misteriosa atração. Não é possível explicar a atração que exerce, a montanha em si é uma sólida formação rochosa coberta de vegetação, mas as suas pedras têm uma estranha e atraente vibração, um poder atrativo, aconchegante receptividade. Os nossos antepassados de Peruíbe diziam que as suas pedras eram sagradas e produziam diversos fenômenos de cura corporal.

Peruibe é uma cidade encantada, que recebe todos os dias a reconstituinte e reformadora orgânica neblina ozonífera, tudo isto faz da cidade um centro de rejuvenescimento, processando-se a reforma celular, surgindo uma vitalizante tonificação através do ar que respiramos.

Este é o grande segredo da montanha, que com o ar ozonizado cria um desprendimento amoroso, um desejo de viver uma vida mais útil e produtiva, inspirando ternura afetiva e predispondo à meditação. Ainda temos muitos outros lugares desconhecidos além de Peruíbe, lugares onde outrora viveram povos. Ainda paira no ar um mistério oculto, algo ainda não desvendado. Por isso temos muita coisa a pesquisar, colher lendas, histórias do passado, buscar vestígios das antigas civilizações. Hoje a cidade de Peruíbe é hospitaleira, alegre e feliz, florescendo na sombra da “Montanha Misteriosa”.Conhecemos muitas lendas de lugares diferentes, locais misteriosos, mas deles falaremos em outra ocasião.

A Perta de Pedra

Dizem que Peruíbe é diferente, ela tem seu passado, suas lendas, que são variações de verdade e mistérios, condicionados na alma popular. Fiz muitas pesquisas entre o povo regional e apresento as lendas e contos pitorescos. Chamam de porta de pedra, um local não distante do centro. Ela se encontra num dos flancos da Serra dos Itatins, no caminhe que vai para o Guaraú.

A denominação vem da aparência natural de uma porta oriental, ladeada por saliências mais escuras, que chamam de cobra, ou arco escuro. Situa-se na encosta da montanha, num grande paredão maciço de rocha, que faz parte do flanco da montanha. Este local é pouco perceptível, assim de relance, mas aqueles que viajam para o Guaraú, lentamente logo a percebem.

Fica na margem da estrada, um pouco antes da prainha, entre as matas. Para verificar sua existência é fácil encontrar a porta. Sobre ela contam-se misteriosos casos, lenda que os antigos veneram. Toda a parede rochosa é sólida, firme, dura, mas se batermos no local da porta com uma pedra, ela ressoa por dentro um som oco. Atrás desta porta deve haver alguma coisa, pois ela mostra-se oca e vazia.

Vamos reconstruir o mundo lendário, retirar do espírito imaginário dos antigos moradores os acontecimentos da alma primitiva dos CAIÇARAS, pois eles realmente acreditam no que afirmam ou contam suas impressões do que teriam visto são verdadeiras para os antigos, haviam lugares sagrados, visitados pelas almas dos antepassados. Cachoeiras, onde vivem seres misteriosos, fantasmas dos antigos portugueses, que em certas noites de lua cheia voltam a visitar os locais onde teriam vivido.

Sabemos que desde a chegada dos portugueses, estes teriam vivido esquecidos e anônimos na orla marítima, caçando e pescando. Peruíbe já foi terra dos garimpeiros. Aventureiros percorreram a Serra dos Itatins em busca de ouro e outras pedras tidas como valiosas. Parece que o Guaraú guarda ainda os gritos dos escravos índios subjugados, negros trazidos pelos navios vindos da África. Estes foram desembarcados clandestinamente nas praias do Guaraú, depois levados e vendidos pelos traficantes como mercadoria. Muitas fortunas foram feitas à custa desta mercadoria, pois os índios, valentes guerreiros, não se deixaram subjugar sem luta, eles fugiam na primeira oportunidade mata a dentro e atacavam às escondidas os seus perseguidores. Já os passivos negros da África rendiam-se mais aos mercadores.

A porta é um desafio à imaginação, pois há várias cogitações, talvez exista uma caverna atrás da “porta” ou algum corredor que entre dentro da montanha, realmente existe esta “porta” e sobre ela contam-se várias lendas ou contos, todos obtidos sempre dos caiçaras antigos. Dizem os primitivos Peruibenses que nos tempos antigos não haviam estradas, andava-se pelas picadas, mas abaixo da atual estrada, viam, ao passar no local da porta atual, que estava aberta em certas noites, que saia fumaça e fogo. Um dia repentinamente ela amanheceu fechada, parecia que fora soldada por uma energia estranha. Nunca mais foi vista aberta, a porta é apenas lembranças e contos pitorescos. Até hoje vários moradores do Guaraú consideram o local sagrado, eles dizem que dentro da montanha há vida especial, com moradores invisíveis, que protegem Peruíbe.

A crença é um fenômeno que não tem explicação, surge a idéia e propaga-se, a montanha é conhecida pelos selvícolas até mesmo hindus, que já vieram estudá-la pois a consideram sagrada, vários mestres gurus estiveram explorando, subindo pelas pedras em busca de sua misteriosa atração, seu poder mágico onde simplesmente pedras irradiam energia.

Nós, os moradores, conhecemos a montanha da Serra dos Itatins, atraente, expelindo ozônio, o gás incolor, descoberto em 1.785, é uma forma de oxigênio, que consiste de moléculas e átomos e tem cheiro característico.A montanha tem certa magia, ela saúda silenciosa, protetora, encantada.

Sabemos que cada região da terra tem seus mistérios, resguardados entre o povo, pois aqui temos nossos contos regionais, entre outros a PORTA DE PEDRA esperando o dia de ser aberta. Passamos várias versões interessantes, acredita-se que o contorno da PORTA se parece com uma COBRA GIGANTE impressa na parede rochosa. A esta COBRA atribuem poder energético, que ela é GUARDIÃ DA FELICIDADE, por trazer bem estar a quem a acariciar. Antigamente as pessoas vinham de longe para ACARICIAR SETE VEZES o corpo da montanha. Com isso atraíam a felicidade e prosperidade e todos os bons propósitos da vida.

Outra versão interessante me contaram. Se uma pessoa passar sozinha em frente .da PORTA, à meia-noite, em certas noites, verá um vulto gigante branco saindo pela “porta”, atravessando a pedra. Este vulto, dizem os que viram, é de um homem alto vestido de branco, com feições belas, louro, de luz suave como o luar. Que ele costuma ficar no meio da estrada, observando o céu, os arredores e o mar, ele passa depois novamente pela porta, suavemente sem fazer barulho, e lentamente. Por isso este misterioso ser é considerado o protetor e guardião de Peruíbe.

Afirmam que muitas pessoas já o viram e que sua presença traz sorte. As aparições são tidas como sagradas. Outros viram vários destes gigantes louros andando pelas matas da montanha, procurando alguma coisa silenciosamente, Com diversos encontros que tiveram, os moradores deduziram que deve existir algum segredo nesta região.

A terceira versão também é interessante: contam os conta-dores de causos que a cobra é sinal de que no local tenha havido ou tenha ainda pedras preciosas.Quem observa verá que de um lado da cobra, a cabeça, e do outro, o fim da cauda, que no local onde se encontra a cabeça da cobra há uma jazida de pedras escondida nas profundezas da rocha.

Como relatos locais são interessantes, pois os espíritos curiosos dos caiçaras, em si são aventureiros, com aparições e encontros misteriosos, seres luminosos, gigantes louros, deram motivos à criação de lendas. Sabemos que, contos populares, todos têm lendas e são de origem mística, pois em todas as lendas há algo de verdade escondida, as lendas são a parte da história.

Se acreditam no secreto protetor de Peruíbe e em outros fenômenos estranhos, isso quer dizer que o “Espírito Aventureiro” dos antepassados ainda revive nesta região.

A Perta de Pedra e Serpente

Contam os ideogramas, e os cantos entre os selvícolas, que a porta e a serpente têm profundos significados.

Dizem que são símbolos deixados pelos extra-terrestres que habitaram esta região de Peruíbe há muitos milhares de anos atrás. Parece que a nossa porta ostenta um dos mais antigos símbolos do continente sul-americano. Os relatos antigos revelam que muitos anos atrás chegaram naves vindas de outros planetas, cultivaram a terra usando máquinas.

Quando chegaram usaram pedras nas suas construções e as cortavam como tábuas, tinham um chefe, e este chamava-se JURAPARA, e que usava um emblema no peito, que era o desenho de uma cobra negra, símbolo trazido do seu planeta. Também esta COBRA NEGRA estava desenhada nos lados das naves redondas prateadas. Os extraterrestres iniciaram uma cidade com ruas largas, além do mar, e tiveram grande prosperidade, tinham grandes pirâmides de vidro, que geravam luz e energia, e todos viviam felizes até que começou a tremer a terra, e vários vulcões entraram em atividade, com fogo repentino foi destruída a bela cidade de Davana nestas regiões. Os senhores do espaço partiram levando seus aparelhos prateados carregados de sementes e plantas cultiva-das, assim como vieram, do mesmo modo partiram, deixando em várias pedras a SERPENTE gravada, seu símbolo espacial, COBRA NEGRA representa entre os selvícolas GÊNIOS SUPERIORES, seres que desceram do céu trazendo energias novas e grande saber, onde construíram a luz, as faixas luminosas coloridas que se cruzavam no ar. Até hoje várias tribos, selvícolas, ainda veneram a chegada dos extraterrestres.

Contando a sua permanência neste local há muitos anos atrás e que a serpente ainda está viva, a SERPENTE LUMINOSA (eletricidade) ainda está viva.

A SERPENTE NEGRA é o símbolo do chefe colonizador JURAPARA, que com o tempo passou a chamar-se JURUPARI, gênio protetor, celebrando-se festas entre as tribos, onde apenas HOMENS tomam parte, em honra de JURUPARI invocam espíritos dos antigos cobras luminosos, que atravessam o céu em seus pássaros prateados. Aqui, este símbolo está impresso na porta de pedra, recordando que uma vez no passado, seres de outro planeta colonizaram estas terras, milhares de anos atrás e que tiveram uma grande cidade.

A porta de pedra está ladeada pelo símbolo do grande chefe JURAPARA, comandante espacial, por isso inspira mistérios variados. Peruíbe, atualmente, ostenta o símbolo do antigo chefe extraterrestre, convocando os descendentes destas antigas colônias a recordar os primitivos colonizadores. Os amigos das estrelas talvez nos visitarão um dia, periodicamente são vistas bolas de fogo, estrelas que não são estrelas, pois elas se fecham e aparecem mais adiante. Temos visto descer na montanha, aparelhos redondos prateados, pedras ficam paradas no ar, acima de um metro e rolam pelas estradas solitárias assustando os poucos moradores que as encontraram.

Criaturas brancas luminosas saindo pela porta de pedra à noite, passeando pela estrada deserta e estrias coloridas no mar.Tudo isso atesta que temos outros seres desconhecidos entre nós, e que a terra tem muitos extraterrestres visitando-a ou até residindo.O símbolo da “cobra negra” realmente está gravado na parede rochosa da nossa montanha e a ela atribuindo PROTEÇÃO invisível deste local.

O GÊNIO PROTETOR antigo deixou a sua marca gravada na porta de pedra. A nossa montanha chamavam de MORADA DOS DEUSES, terra repleta de energias renovadoras, energias misteriosas, que estão em cada pedra da montanha, mais um conto pitoresco, que é diferente das outras lendas. Por isso Peruíbe é misteriosa e feliz.

 

Lendas do Guaraú

As praias do Guaraú, outrora, foram o palco de muitas tragédias e mortes, seu comércio duvidoso, o contrabando e embarque de índios nos navios que iam à Europa junto com o ouro, e deu grandes lucros, até piratas estiveram trazendo mercadorias, eles escolhiam as praias desertas, pois traziam sempre gente, que matavam e enterravam, por isso, são vários fantasmas que assombram em noite de lua cheia.

Segundo os caiçaras, perto de uma pedra grande, no caminho que vai à praia, aparece um CAVALHEIRO DE ARMADURA.

Debaixo de uma árvore, perto do Rio Guaraú, aparece um ser, vestido à moda de 1.500, com gola e punhos de renda, com enorme chapéu, em certo trecho da praia — dizem os caiçaras — depois da meia-noite vê-se uma BATALHA, que tem de um lado os portugueses, e do outro espanhóis de roupa negra, lutando com espadas. Aqueles que viram esta cena, consideram’ ter havido cenas de sangue. Estes locais são tidos como morada de almas penadas e que são lugares malignos, neles teriam sido praticados assassinatos.

Todo conto popular torna-se lenda, mas o que realmente apresentam estes locais é um magnetismo nefasto, uma irradiação natural, como todos os campos de batalha, por a força telúrica da noite mantém as imagens impressas nas camadas do solo que resguarda os acontecimentos. Por isso temos casas malditas e outras têm presas dentro delas um mal-estar, todas elas foram impregnadas de energia negativa ou de medo e terror. Todo o passado de um lugar fica dentro da onda magnética dos acontecimentos, bons ou maus, de sofrimento e de angústia.

Por isso temos casas alegres e casas tristes, lugares desagradáveis e outros encantadores, é a impressão que perdura. Sabemos que fantasmas são espíritos errantes, que se apegam aos lugares e ficam presos, dentro das imagens telúricas do magnetismo terrestre.Se nós examinarmos caso a caso, temos a certeza que realmente algo aconteceu nos referidos locais, as imagens são ligadas ao solo e são verdadeiras.Vamos recordar os acontecimentos que os caiçaras contaram. Dizem que perto da praia do Arpoador, no Guaraú, encontra-se uma montanha, esta realmente existe, eu a vi, pois é difícil chegar-se a ela, há muitas terras alagadas ao redor e muitas cobras.

Nesta montanha, de um lado do rochedo, na altura de 20 m, estão encrustadas duas GRANDES ARGOLAS, parecem de cobre, o local é distante da praia, elas ficam no alto, impossível alcançá-las. Desde muito tempo atrás já se falava destas estranhas ARGOLAS que estão encravadas na parede lisa e alta, não é somente fantasia, pois elas existem mesmo, mas o conceito popular tem várias explicações. Uns dizem que elas teriam servido antigamente para amarrar barcos piratas e que o mar teria se afastado.

Por se encontrarem longe da mata, pode ser que o mar afastou-se realmente, e que o lugar estava submerso. Outros mais entendidos afirmam que as ARGOLAS são muito antigas, que elas vêm de um passado muito remoto, que elas teriam sido deixadas pelos fenícios antigos que aqui estiveram. Pode ser , pois os fenicios ,grandes navegadores , talvez tenham aportado nas praias do atual Guaraú , eles conheciam toda a costa maritima , segundo o mapa do comandante Piri Reis , navegador turco fenício.
Lendas do Guaraú

A magia lendária encobre a verdade, pois nós temos nos limites do Rio Guaraú, jazidas de SAMBAQUIS e ossos petrificados, além de oito mil anos na região de Oitinga grande, pertencendo ao Município de Peruíbe.

Foram encontrados nos SAMBAQUIS ossos petrificados, em meio a monte de conchas, por isso temos certeza que esta terra já foi habitada há milhares de anos. Os nossos cientistas atestam a cidade da época de mais de oito mil anos, então estamos renovando uma antiga civilização.

Parece que as terras de Peruíbe estão voltando a civilização, depois de ter ficado muitos anos parada e selvagem.Falaremos mais das nossas ARGOLAS; representam lendas e contos. Sabemos que estas duas ARGOLAS talvez sejam de bronze, pois desafiam ainda o tempo, as chuvas.

Se foram os piratas que as encravaram no bloco de rocha sólida, ou teria isso sido feito pelos fenícios, que amarravam seus barcos geralmente em argolas cravadas na rocha, tudo é apenas indagação. Mas, a mais interessante lenda vem dos relatos de nossos caiçaras que residem nas proximidades desta montanha.

Contaram-me que a montanha seria um esconderijo secreto de seres estranhos, no local onde se encontram as argolas periodicamente a montanha abre-se e dela sai silenciosamente um enorme PÁSSARO DE METAL, refulgente, de prata e negro luminoso.Este engenho misterioso alça seu vôo a grandes altitudes é desaparece pelos lados de Una e Bogoça. (ou Pocoçá)

Ele é silencioso e rápido, alguns viram chegar e entrar nova-mente pela abertura das argolas e a montanha fecha-se de novo, e volta à primitiva posição. Perguntei aos que me afirmavam esta fantástica proeza se eles realmente presenciaram a saída e a entrada deste GRANDE PÁSSARO MISTERIOSO. Todos afirmaram que o viram e que ele está dentro da montanha, escondido. Parece um conto pitoresco da região, mas as ARGOLAS permanecem indecifráveis, desafiando a curiosidade geral.

Eu soube por um cidadão que vieram da Espanha, examinar o local, dois arqueólogos, e que teriam encontrado um pergaminho com desenhos muito antigos. Neste pergaminho, destacava-se a montanha com as DUAS ARGOLAS, bem destacadas e a altura do paredão rochoso talvez seja um MARCO indicador de algum esconderijo secreto onde os antigos extra-terrenos, ou fenícios teriam escondido algo.

Contos, lendas, suposições, tudo é pitoresco. Temos uma Dama de Parnapoã, no Guaraú, que é tida como um ser benfazejo. Além da Praia do Arpoador inicia-se no caminho, uma picada pela mata que leva a uma outra praia belíssima, Parnapoã, onde os pescadores e turistas gostam de ir para pescar e tomar banho, o caminho é uma vereda estreita no meio de altas árvores antigas.No meio do caminho, ao lado esquerdo, há uma cachoeira pequena, silenciosa, que tem a água fresca e gelada.

Muitos moradores e pescadores locais que pararam no meio do caminho, atestam que viram a aparição de dia, quando surgiu de repente entre as. arvores uma .bela jovem, de cabelos compridos, loiros enfeitados com flores brancas, usando vestido longo, rodado, enfeitado de rendas e todo branco esvoaçante. Ela surge silenciosamente, fica parada olhando para as pessoas calmamente.

Os caiçaras gostam de encontrá-la, pois acreditam que ela trás felicidade para quem chega a vê-la, nem que seja de longe.Tentaram pegá-la, mas ela desaparece como nuvem entre as folhas verdes, nunca proferiu uma palavra, apenas fica parada, olhando, observando, não foge com a proximidade das pessoas, olha-as carinhosamente de longe.

Deram-lhe o nome de DAMA DE PARNAPOÃ, pois é uma das mais belas aparições que temos nas matas do Guaraú. Colhemos narrativas populares, que são a alma romântica da região, nascendo da tradição, tornando-se CULTURA REGIONAL.É uma amostra do espírito indomável, criativo, dos antigos DESBRAVADORES dos sertões, vindos dos aventureiros corajosos, estranhos pioneiros.

Não sei se dentro destes contos lendários há algo de verdade, isso fica por conta da imaginação de cada um.O povo que vive dentro das matas, por tradição, conserva acontecimentos que com o passar do tempo tornaram-se lendas, que são contadas em noites, ao redor do fogo, e passam de geração a geração.

 

Lendas do Una

Continuando os nossos contos vamos conhecer o que dizem os caiçaras do Una, um dos aldeamentos do Município de Peruíbe. Os antigos moradores desta região, que vivem há várias gerações nas matas, vendendo madeira e artigos de pesca para vários lugares. Estes contaram-me, depois de ter feito amizade com eles, pois são muito desconfiados das intenções dos estranhos. Só depois de conviver com eles é possível entendê-los.

Segundo contam os naturais do Una, existiu um local perto de uma cachoeira, bem escondido na mata da região pantanal. Quando se chega perto desta cachoeira e permanecendo quieto, apenas observando, aos poucos vão surgindo vozes que aparente-mente surgem dos rochedos. Houve-se conversa em idioma ininteligível, mas muito bem audível. Não se vê claramente, mas as vozes saem da cachoeira, várias vozes bem distintas, de variada sonoridade. Apresenta-se um alto paredão de rocha atrás da cachoeira, é de lá que saem estas vozes misteriosas. Nada é visível, apenas as vozes de pessoas conversando, dialogando em seu linguajar.

Em outro lugar, mais além nas margens do Rio Verde, quando anoitece, vê-se vultos altos, figuras vestidas de capacetes brancos e roupas flutuantes. Eles permanecem no ar conversando entre si, uma estranha linguagem. Foram vistos saindo e entrando através de uma parede enorme de rocha, eles andam por cima das águas do rio e no ar. As vezes ficam parados sobre o rio, rindo e con-versando em seu idioma.

Vários moradores os teriam visto, e foram vistos por eles. Quando isso acontece eles logo desaparecem, como tragados pelo ar. Como não podia deixar de ser, temos ainda outra versão mais romântica, lenda bela e inspiradora.Numa curva do Rio Verde, que é repleta de cachoeiras no seu trajeto, temos mais uma cachoeira atraente. Nela banham-se mulheres louras, lindas, de cabelos soltos compridos, cantando canções estranhas, em linguagem que ninguém conhece, felizes, brincando.

Mas se alguém se aproxima de repente, elas desaparecem atrás da cachoeira. isso quer dizer, atrás da queda d’água, entrando pelo paredão maciço da rocha.Os que tiveram a sorte de as ver. estiveram quietos, sentados entre a mata e puderam observá-las. Dizem que são muito lindas, mas arredias, desaparecem de repente.

Não sei se tudo isso é verdade, mas circula a lenda das mulheres louras da cachoeira, contada entre os caiçaras. Outros afirmam que em certas noites, em épocas incertas, saem do morro do Bogoça, na margem do Rio Iguape, BOLAS LUMINOSAS DE FOGO. Elas avançam para a região da Serra dos Itatins até Peruíbe, muito coloridas e luminosas. São as bolas misteriosas que são vistas também em Peruibe. Ninguém sabe ao certo o que elas significam e porque elas descem nas nossas montanhas . Não temos explicações para estes acontecimentos, mas que são verdadeiros isso sabemos , pois encontrei muita gente que já tinha visto as luzes coloridas e as bolas de fogo sobre a cidade e montanhas.

Lendas do Una

 

Os caiçaras contam que nas regiões do Una, no passado, foi extraído muito ouro e pedras preciosas, e que muitos não puderam levá-las e enterraram em locais desconhecidos.

Por isso a “Mãe do Ouro” viaja pelo céu em bolas de fogo protegendo o que resta do antigo garimpo, assustando os caiçaras. Tudo isso é relato de gente que vive dentro das matas, confinados em seu mundo particular fechado, em suas casinhas, vivem felizes pescando, plantando, alheios à civilização.

Dizem que na margem do Rio Iguape, do lado de Una, foi encontrada a estátua de Bom Jesus, que está na Matriz de Iguape. Até hoje a ela são atribuídas muitas curas, e que no local onde foi encontrada a estátua aparece de vez em quando um vulto branco, andando pela margem do rio. Por isso, acreditam que o Una está protegido pelo Bom Jesus de Una e Iguape. Muitos visitam o atual cemitério, que dizem tem sido o local exato onde se encontrou a imagem, na esperança de alcançar graças.

O povo tem sua crença, sua fé, isso mantém vivo o entusiasmo de viver, embora retirados de toda a civilização.

 

A Lenda de Iguape-Una

«Os Homens da Noite»

Conheci em viagem para Iguape, um prospectador de metais, pessoa que procura as jazidas de diversos minérios não explorados na Região de Iguape-Una.

Contou-me, que além das montanhas dos lado do Rio Iguape, temos lugares pouco conhecidos: entre os vales e montanhas da Juréia e Una, regiões ocultas entre a Serra de Itatins, misteriosas, não exploradas.

Pareceu-me, uma narrativa fantástica mas segundo me afirmou este Senhor, ele costuma adentrar-se em matas e vales desconhecidos, pois é o seu serviço costumeiro.

Certo dia ele e um ajudante, munidos de vários aparelhos, acamparam num lugar estranho: No meio da mata encontraram magnificas roças de milho, mandioca, batata-doce, abóboras e feijão, crescendo vistosos, roças limpas e bem tratadas.

Procuraram alguma residência, que atestasse a presença de pessoas ou alguma forma de animais, nada encontraram, nem um vestígio de casa, somente plantações silenciosas.

A noite estava chegando, começando a escurecer, os nossos amigos acamparam e acenderam fogo e buscaram, milho e batata-doce, assaram e comeram, a noite estava escura, mas ao rêdor do fogo sentiam-se protegidos e prepararam-se para passar a noite conversando.

Sem que percebessem, de repente, surgiram homens e mulheres com enchada na mão e começaram a roçar o mato nc escura. Trabalhavam como se fosse dia, conversando alegremente.

Intrigados, até assustados, foram verificar de perto o que acontecia, os trabalhadores receberam amavelmente, todos tipos caiçaras, contaram que eles eram “Gente da Noite” , viviam dentro da montanha e só saiam a noite para plantar e colher e ter seus roçados limpos. Durante o dia eles não podiam sair, a claridade do sol, era nefasta, queimava-os e cegava.

Lá pela madrugada, despediram-se sem revelar o seu domicílio, entraram todos no escuro dentro de um paredão alto de rocha calmamente desaparecendo.

De manhã, procuraram algum vestígios, tudo em vão, os estranhos misteriosos “Homens da Noite”, sumiram como tragados pela montanha, passaram o dia seguinte, dando voltas buscando alguma porta; nada nem um vestigio visível, os “misteriosos trabalhadores noturnos”, não querem que saibamos onde residem, não permitem que os conheçam de perto, são amáveis, cordiais, mas não desejam ter contato com ninguém.

Eles querem manter segredo sobre a sua vida oculta, nas paragens desconhecidas de Peruíbe. Mais uma estranha narrativa lendaria, para enfeitar a nossa Região.

 

Lendas do Paraíso, Oitinga

Descendo pelo Rio Guaraú na região de Oitinga Grande, ainda podem encontrar JAZIDAS DE SAMBAQUIS, ossadas petrificadas, de criaturas que viveram há milhões de anos atrás nesta região. Por curiosidade foi mandado analisar na Universidade de São Paulo, um destes ossos petrificados, e o resultado informava que o mesmo tinha aproximadamente oito mil anos ou mais.

Nesta região pouco conhecida, que pertence a Peruíbe, encontrei um contador de CAUSOS, e achei sua narrativa muito interessante. Diz o nosso amigo, antigamente, muitos e muitos anos atrás, existia uma tribo de selvícolas estranhos, eram índios altos; louros e diferentes. Que o seu pagé, chefe das crenças religiosas, contava que antigamente, não se lembra mais o tempo, chegaram gente alta e loira em seus passaros prateados, naves redondas, brilhantes. Trouxeram coisas nunca vistas, e que eles não sabiam falar idioma de índios.

Eles aprenderam a nosso língua e começaram a derrubar a mata, cultivar a lavoura e construir casas. Tudo florescia e tinha fartura, os recém-chegados ensinavam aos índios coisas muito boas, mostraram como construir barcos grandes, casas e outras coisas úteis, ficaram bastante tempo entre os índios, mas certo dia resolveram voltar para a sua terra.

Carregaram seus pássaros prateados com mudas e sementes e partiram.

Deixaram apenas alguns que se aparentaram com os índios locais. Tudo isso aconteceu antes de os portugueses terem chega-do, por isso eles conheceram índios louros.

Os antigos moradores das matas ainda se lembram dos índios loiros, muito quietos e valentes.

Por dedução lógica, surge a hipótese que estes estranhos habitantes, que vieram em pássaros prateados, talvez teriam sido extra-terrestres, que vieram colonizar a região há muito anos atrás.

 

Lendas do Paraíso, Oitinga

O que sabemos ao certo é que os SAMBAQUIS são lembranças dos povos desaparecidos. Poucos sabem que temos um TRIÂNGULO MAGNÉTICO, ligando invisivelmente a cidade de Peruíbe, Guaraú e Una, uma fusão termonuclear fraca, isso quer dizer que estamos sujeitos, além da Serra dos Itatins, a explosões magnéticas e vulcânicas. As terras litorâneas além da serra possuem energia ígnea oculta, ela beneficia as praias e as montanhas.

O solo deste TRIÂNGULO magnético tem irradiação benéfica, cada pedra guarda dentro de si calor e vida própria.

Ao terminar, vamos lembrar que existem outras lendas além destas, que já foram publicadas. A lenda dos vagalumes do Abarebebê, por Alceu Maynard, e a lenda de Ariri, a índia que salvou o padre Leonardo Nunes, o “Abarebebê”, o padre voador.

Conclusão

Hoje a cidade de Peruíbe é Estância Balneária, visitada por muita gente de outros países, que nos visitam nas férias. Com a história das origens e contos pitorescos, apresentamos o lado des-conhecido, as narrativas que nunca foram, publicadas, algo inédito, portanto. Peruíbe é diferente, tem atrações e beleza, tem praias e montanhas, passeios em terras naturais, sem presença da civilização, caiçaras que vivem do mar e da terra, a estes faço homenagem com divulgações dos seus causos e lendas. Aos outros eu recomendo aprenderem a voltar à natureza, ao solo produtivo de Peruíbe.

 

Bibliografia

Dicionário Enciclopédico — Koogam Larouse

Artigo Vagalumes de Abarebebé — Alceu Maynard Araújo Academia Paulista de História

Dicionário Prático Lelo

Revistas do Ateneu Paulista de História

História do Brasil — Pesquisas

Pesquisas do Conhecer

Contribuição do Indio na Obra Colonizadora do Brasil — Enzo Silveira

Companhia de Jesus por Padre Fernando Pedreira de Castro S. J. História dos Municípios Brasileiros

lgnácio Penteado da Silva Teles

Academia de tetras dos Municípios do Brasil — Pesquisas

Extraido do livreto Peruibe , Origens , Lendas e Contos de Maya Ekman — 1987


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