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Paulo Jacobina
À medida que se expande até o infinito, subdividindo-se infinitamente até a partícula elementar, o Absoluto dá origem aos infinitos planos de existência, do mais sutil ao mais bruto. Cada plano envolve, por sobreposição, o anterior, amalgamando-o em um processo de mútua influência e interpenetração, fazendo com que em cada plano menos sutil estejam concomitantemente todos os outros mais sutis.
Necessário destacar que, verdadeiramente, só existe o Plano de Existência, o Ádi, enquanto os infinitos planos, por serem transitórios, podem ou não existir, pois não passam de ilusões. Contudo, como as ilusões podem ser vivenciadas e, por isso, gerarem a energia necessária para deslocarem por ressonância o Eu na Consciência, elas também devem ser compreendidas.
Embora o número total de planos de existência seja infinito, o Eu, em seu atual estágio na Consciência, apenas consegue vislumbrar, em graus diferentes, três grandes planos existenciais: o Grande Plano Atman[1]; o Grande Plano Mental; e o Grande Plano Físico. Estes grandes planos de existência, assim como acontece com os demais, encontram-se sobrepostos e interpenetrados uns nos outros, e, assim como nos demais, exercendo influência sobre os outros e recebendo suas influências.
Cada Grande Plano pode ser subdividido, para fins de se facilitar a compreensão, em sete planos. Pelo Princípio de Correspondência, cada um dos sete planos integrantes de um Grande Plano, também pode ser subdividido em sete planos menores, e cada um deles em outros sete subplanos que se subdividem sucessiva e infinitamente.
O Eu, que se encontra encarnado neste planeta em decorrência do estado de Consciência no qual está, apenas consegue vislumbrar três grandes planos de existência. Vislumbrar porque, mesmo no Grande Plano Físico, o mais bruto dos três, o Eu ainda não consegue compreender a maioria das suas características, dos seus fenômenos, das suas aplicações, compreendendo ainda menos do Grande Plano Mental e, infimamente, o Grande Plano Atman.
Grande Plano Físico
O grande plano existencial mais bruto que o Eu vislumbra, que se encontra encarnado na Terra em decorrência do estágio de Consciência no qual se encontra, é o Grande Plano Físico, embora existam grandes planos existenciais mais brutos do que esse, mas ainda fora da compreensão do Eu.
O chamado Grande Plano Físico é aquele no qual acontecem todos os fenômenos relativos àquilo que existe e ao que não existe, isto é, é nele que acontecem as manifestações físicas e mentais, incluindo todas as formas do que se chama de energia e força.
Por englobar aquilo que se chama de energia, é no Grande Plano Físico que se encontra o que, ordinariamente, se chama de matéria. Tal fato ocorre porque a matéria nada mais é do que um estado condensado de energia. Assim, é possível subdividir o Grande Plano Físico em sete planos de acordo com a sua sutileza.
O primeiro é o Plano da Matéria (A), no qual se encontram os estados da matéria contidos nas formas sólidas, líquidas e gasosas. O segundo é o Plano da Matéria (B), onde se encontram estados mais sutis da matéria, como ocorre com o plasma e o superfluido. O terceiro é o Plano da Matéria (C), com estados ainda mais sutis e tênues. O quarto é chamado de Plano da Substância Etérea, no qual se encontra o que os antigos chamam de “éter” e alguns conhecem hoje como sendo a “matéria escura”. O subsequente é Plano da Energia (A), no qual se encontram as formas mais conhecidas de energia, como o calor, luz, magnetismo, a eletricidade, as forças de atração, coesão etc. No Plano de Energia (B) estão energias ainda mais sutis do que aquelas que se encontram no plano anterior, como a chamada “energia escura”. Enquanto as energias contidas no Plano de Energia (C) são tão sutis que apenas aquele que se encontra no subplano mais sutil do Plano da Mente Hominal consegue manipulá-las.
Grande Plano Mental
Enquanto o Grande Plano Físico envolve as manifestações energéticas, tanto no campo físico quanto no mental, o Grande Plano Mental abrange as formas-pensamento e, a espelho do que foi apresentado no Grande Plano Físico, também será dividido em sete planos, haja vista que é no Grande Plano Físico que acontecem os fenômenos causados pelas formas-pensamentos existentes no Grande Plano Mental.
É no Grande Plano Mental que se encontram as formas de tudo que existe e do que não existe. Tudo que pode ser concebido, só o pode porque no Grande Plano Mental existe uma forma-pensamento correspondente. Tais formas-pensamentos não dão forma apenas àquilo que se manifesta na matéria, mas a tudo que se manifesta no Grande Plano Físico, pois são essas formas-pensamento que causam os fenômenos existentes no Grande Plano Físico.
O Plano da Mente Mineral é o menos sutil dos planos que compõem o Grande Plano Mental e compreende o estágio no qual se encontra o grupo de unidades que anima as formas minerais: as formas-pensamento responsáveis por todos os elementos químicos. A esse grupo de unidade é dado, por alguns, o nome de Princípio Inteligente. Contudo, o que se chama de Princípio Inteligente não representa apenas o grupo de unidades que anima as formas minerais, mas também um conjunto mais extenso, que ainda envolve os grupos de unidades de estágios anteriores ao do reino mineral, bem como os que animam as formas vegetais e animais. Essas unidades são aglutinadas pela atuação unificadora do EU.
Em um estágio mais dissociativo, as unidades se unem em grupos para animar os minerais. Unindo-se mais, passam a animar os vegetais. Sob a ação do Eu, aglutinam-se mais um pouco e animam os animais. Até que sofrendo ainda mais a ação do Eu, alcançam o estágio para se tornarem aquilo que muitos conhecem como o “ser humano”. Este processo de aglutinação continua infinitamente, dando origem a formas cada vez mais complexas.
Após o Plano da Mente Mineral, encontra-se o Plano da Mente Elemental (A), que é aquele que, em caminho inverso ao do Eu, está sob forte influência do Agente Modelador e se encontra em um estágio intermediário de inteligência e compreensão entre a mente mineral e a mente vegetal. Aqui se encontram as formas menos complexas, que alguns conhecem como Elementais.
O terceiro plano integrante do Grande Plano Mental é o Plano da Mente Vegetal. Conforme exposto, reúne o grupo de unidades, que pela ação unificadora do Eu, já se encontram aptas a animar os seres integrantes do reino vegetal.
Após o Plano da Mente Vegetal, verifica-se o Plano da Mente Elemental (B) que, à semelhança do Plano da Mente Elemental (A), dispõe-se de forma intermediária entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano da Mente Animal. Contudo, diferentemente do que acontece no Plano da Mente Elemental (A), esse plano ainda não sofreu tanta ação do Agente Modelador e, por isso, possui estruturas mais complexas do que as existentes naquele plano.
O plano subsequente é o Plano da Mente Animal, sendo seguido pelo Plano da Mente Elemental (C), compreendendo estruturas ainda mais complexas das que existem no Plano da Mente Elemental (B), e se localizando entre o Plano da Mente Animal e o Plano da Mente Hominal.
Assim, como ocorre em todos os planos de existência, o Plano da Mente Hominal também pode ser subdividido em sete, compreendendo as manifestações da mentalidade que são comuns ao que se conhece como Homem. O que se pode chamar atualmente de homem médio se encontra no quarto subplano da Mente Hominal, enquanto poucos daqueles que estão encarnados ou encarnaram na Terra conseguiram cruzar para o quinto subplano e, infinitamente menor ainda, foram os que alcançaram o sexto e o sétimo subplano. Nesses dois últimos subplanos da Mente Hominal estão as formas-pensamento que se encontram em estágios muito mais complexos na Consciência.
Grande Plano Atman
Assim como o Grande Plano Físico é a manifestação do Grande Plano Mental, o Grande Plano Mental é a forma manifesta do Grande Plano Atman.
Por se encontrar em um Plano Existencial tão díspar, a compreensão do Grande Plano Atman é praticamente impossível pelo Eu, que se encontra encarnado na Terra em decorrência de seu estágio na Consciência, que apenas consegue vislumbrar alguns dos planos menores, que compõem o mais básico plano do Grande Plano Atman.
Mesmo assim, um dos atributos do Grande Plano Atman pode ser compreendido, qual seja, o de organizar e dar estrutura às formas-pensamentos do Grande Plano Mental e que se manifestam no Grande Plano Físico. São os elementos do Grande Plano Atman que dirigem as estruturas do Grande Plano Mental e do Físico, fazendo com que alguns, ao vislumbrarem um dos estados desse Grande Plano, o tomem como algo isolado e o chamem de Psiquismo Diretor.
O Psiquismo Diretor é um dos atributos do Grande Plano Atman. É ele o responsável por agregar formas-pensamento, dando origem tanto às formas que podem se manifestar no Grande Plano Físico, como, por exemplo, a capacidade de voar; quanto às formas que podem se manifestar no Grande Plano Mental, como as doutrinas filosóficas[2] que estabelecem modelos comportamentais[3].
No mais básico dos planos integrantes do Grande Plano Atman, encontra-se a essência daqueles que integram aquilo que, no Ocidente, se chama de Hierarquia Angélica, estando, no mais básico dos planos menores, aqueles que são chamados de Mestres e Adeptos[4]. Após a esse plano, estão aqueles que são considerados como Deuses.
Orbe ou Mundo de Existência
Orbe ou Mundo de Existência
Tendo em vista que os planos de existência se interpenetram, amalgamando-se uns com os outros, mas sempre levando em consideração os seus níveis de sutileza decorrentes da subdivisão do Absoluto, trechos mais ou menos sutis acabam se formando nos planos existenciais. A esse conjunto de trechos mais ou menos sutil[5], dá-se o nome de Orbe ou Mundo de Existência.
Assim como nos Planos de Existência que o formam e dão origem, o Orbe ou Mundo de Existência também pode ser subdividido infinitamente, de acordo com a sua região de sutileza, como se sucede numa paleta de tons de azul. Como ocorre nos Planos de Existência, a subdivisão do Orbe ou Mundo de Existência apenas se dá visando facilitar a compreensão do Eu, que se encontra encarnado neste planeta em virtude do seu estado de Consciência. A subdivisão do Orbe ou Mundo de Existência se dá nos chamados mundos existenciais.
Embora a ocorrência de mundos existenciais seja infinita e a análise possa ser realizada a partir de qualquer um deles, torna-se mais palatável iniciar o apontamento daquele de maior compreensão do Eu. Assim, o primeiro Mundo Existencial a ser apontado é o Mundo Material, que é aquele no qual se encontra aquilo que se chama vulgarmente de matéria. Obviamente, existem infinitos mundos existenciais mais brutos do que o Mundo Material, mas são dificilmente percebidos pelo Eu que está neste planeta. Este mesmo Eu, além de ainda se encontrar em um estágio de Consciência mais baixo, também está em um nível infinitamente mais sutil do que o desses mundos existenciais ainda mais brutos.
O mundo existencial mais sutil subsequente ao Mundo Material é o Mundo Energético. Este mundo existencial é visto, por alguns, como um mundo intermediário entre o Mundo Material e o Mundo Emocional. Isso ocorre pelo fato de o Mundo Energético possuir elementos existentes tanto no mundo Material, quanto no Emocional, e pelo fato de que alguns consideram o Mundo Energético, por sua composição, parte integrante do mundo físico, que seria a junção do Mundo Material e do Mundo Energético. Tal fenômeno é facilmente compreendido quando se sabe que a divisão de mundos existenciais é feita de forma artificial, pois todos se encontram interligados, e por isso, o limite entre um mundo existencial e outro pode ser deslocado de acordo com o estudo realizado.
Ponto que merece destaque é o de que o Eu, ao percorrer cada mundo existencial, necessita de um invólucro adaptado àquele mundo existencial, para que as experiências ali ocorridas possam gerar a ressonância necessária para o seu deslocamento na Consciência. Assim, o Eu, ao se encontrar no Mundo Material, faz uso de um Corpo Material, ao se encontrar no Mundo Energético, faz uso de um Corpo Energético e assim sucessivamente.
Ainda é importante ressaltar que ao se achar, por exemplo, no Mundo Material, em virtude das características dos mundos existenciais, o Eu, ao mesmo tempo, se encontra em mundos existenciais mais sutis do que aquele e, consequentemente, também possui os corpos necessários a cada um deles. Apenas ao se deslocar na Consciência de forma a não necessitar mais de experiências, por exemplo, no Mundo Material, o Eu deixa definitivamente de ter um invólucro material, pois só morre aquilo que nasce, a ponto de que, Aquele que vive, perpetua-se no infinito.
Retornando aos Mundos Existenciais e, então, ao Mundo Emocional, dispõe-se, em um nível mais sutil, o Mundo Mental Inferior. Assim como se verifica entre o Mundo Material e o Mundo Emocional, que possuem o Mundo Energético como “intermediário”, aqui também existe um mundo “intermediário” pouco conhecido pelos Homens que vagamente vislumbram a sua existência ao mencionar o chamado “cordão de ouro”.
Posteriormente ao Mundo Mental Inferior, encontram-se o Mundo Mental Superior; o Mundo Búdico; e o Mundo Átmico, também ocorrendo, entre cada um deles, um mundo existencial intermediário, de forma similar ao que acontece com o Mundo Energético. Além do Mundo Átmico existem infinitos mundos existenciais, mas fora do alcance da compreensão do Eu, que, em virtude do seu estágio de consciência, encontra-se encarnado na Terra, como o Mundo Anupádaka e o Ádi.
Reinos
Cada mundo existencial possui manifestações nos reinos existenciais, de forma a proporcionar as experiências necessárias para o deslocamento do Eu na Consciência. Embora haja infinitos reinos existenciais em cada mundo existencial, os de mais fácil compreensão ao Homem Médio são: o Reino Mineral, onde se experimenta a forma; o Vegetal, onde se experimenta a energia; o Animal, com o sentir; o Hominal, com o pensar; e o Angelical, com o Amor Ágape.
Pelo Princípio de Correspondência, o qual estabelece que “o que está em cima é como o que está embaixo, e o que está em baixo é como o que está em cima”, assim como existem Reinos Existenciais no Mundo Material, também existem Reinos Existenciais nos demais mundos existenciais. Desta forma, no Mundo Energético, também existe o que se pode chamar de Reino Mineral Energético, Vegetal Energético, Animal Energético e Hominal Energético. Em que pese a ocorrência de reinos existenciais nos demais mundos existenciais e a sua similaridade ao que acontece no Mundo Material, os Reinos Existenciais têm a mesma função, mas a sua composição ocorre de acordo com os elementos do mundo existencial no qual se manifestam.
Notas
[1] Assim como ocorre com o Absoluto, que pode ser chamado por muitos nomes sem deixar de ser o Absoluto, os nomes aqui adotados, como Atman, Consciência, Mental, Físico e Agente Modelador, apenas servem a um propósito: facilitar a compreensão do Eu. Tal fato se dá porque, por exemplo, o Grande Plano Atman pode ser chamado de Grande Plano Espiritual sem modificar a sua essência.
[2] Faz-se uso da palavra “filosofia” em seu sentido original, o de amor à Sabedoria, à Verdade, o qual implica uma ação que acarrete uma mudança de pensamento e comportamento, deixando o interesse das coisas dos sentidos, que são efêmeras e relacionadas à ilusão dos prazeres, e passando para o interesse das coisas nobres e autênticas, relacionadas com as suas essências.
[3] Tais modelos comportamentais estão presentes em todos os reinos. Os minerais possuem os seus padrões de comportamento, assim como os vegetais e os animais, sendo que, em alguns animais, o padrão de comportamento tem a sua manifestação mais evidente na adoção da formação de um bando, um cardume, uma manada etc, ao passo que, no reino hominal, os padrões de comportamento se estabelecem como culturas e doutrinas filosóficas e religiosas.
[4] Nesse plano menor também se encontram alguns dos que receberam o nome de Rishis.
[5] Ou mais ou menos sutis, dependendo de como se analisa.
Paulo Jacobina mantêm o canal Pedra de Afiar, voltado a filosofia e espiritualidade de uma forma prática e universalis
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