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Todos os assuntos sociais, bons ou ruins, são no fim dependentes do cérebro réptil do homem. O assim chamado Complexo-R é a região mais velha e mais primitiva de nossa massa cinzenta. É o centro de agressão/sobrevivência de nossa existência. As emoções básicas que nos governam como amor, ódio, medo, luxúria, e satisfação emanam deste primeiro estágio do cérebro. Por milhões de anos de evolução, camadas de raciocínio mais sofisticado foram sendo adicionadas a esta fundação – nossa capacidade intelectual para pensamento racional complexo que nos fez teoricamente mais inteligentes do que o resto do reino animal. Quando nós estamos descontrolados de raiva, significa que nosso cérebro réptil está anulando os componentes racionais do nosso cérebro. Se alguém diz que agiu com o coração em vez da cabeça. O que ele realmente quer dizer é que concedeu o controle às suas emoções primitivas (que têm origem no cérebro réptil), ao invés dos cálculos da parte racional do cérebro.
Enquanto as partes mais modernas e sofisticadas do cérebro conseguem fazer o complexo pensamento do dia-a-dia, ainda é a antiga parte réptil que nos governa. Políticos, pregadores, e homens que lidam com propaganda sabem disso, e sempre dirigem suas palavras para as nossas emoções, e não ao nosso intelecto, para comunicar a sua mensagem. A coisa assustadora sobre o cérebro réptil é que ele não tem nenhum conceito de bem ou mal. Ele simplesmente exige uma ação de algum tipo. Não tolerará ficar na inatividade. Se não puder achar uma saída para uma ação criativa, caminhará implacavelmente para uma ação destrutiva, e se nenhuma das alternativas for possível, então ele começa a buscar a autodestruição. Assim, a humanidade como um todo, bem como os indivíduos, oscilam entre a guerra e outros impulsos assassinos, e a edificação pacífica e a harmonia. Às vezes quando não há nenhuma saída perceptível para uma atividade construtiva, especialmente entre os jovens e os idosos, e uma forte consciência está bloqueando uma saída destrutiva, uma depressão severa tomará conta de quem estiver neste estado de inatividade, empurrando terrivelmente a vítima para o suicídio. Assim, a consciência pode manter uma pessoa pura e honesta. Contudo, sobre condições erradas pode também empurrar a pessoa para o limite.
Um clássico exemplo do cérebro réptil em ação pode ser visto no trabalho do homem mais vil de todos os homens vis do século 20: Adolph Hitler. No princípio, Hitler teve fortes impulsos criativos para ser um artista. Porém, quando aplicou isso às escolas de arte ele foi considerado não ter o talento básico para a sua aceitação (talvez mais porque ele não teve as conexões sociais certas). Os sonhos de Hitler foram esmagados. Durante os próximos anos ele vagou pelas ruas da Áustria e da Alemanha. A essa altura, Hitler era uma pessoa completamente destituída que, segundo alguns historiadores, fez pelo menos dezenove tentativas de suicídio. Em uma de suas tentativas quase bem-sucedida, ironicamente, ele foi salvo da autodestruição por membros de uma família de judeus. Eventualmente, como todos nós sabemos, estando bloqueado para propósitos positivos e tendo falhado no suicídio, Hitler descobriu o partido Nazista, e o cérebro réptil dele encontrou seu caminho em uma orgia destrutiva que afetou ele mesmo e cerca de 60.000.000 de outros da sua espécie, e deixou grande parte da Europa em cinzas. Tudo é impulsionado pelo cérebro réptil. Desde as glórias de nossos poetas e curandeiros até os criminosos e assassinos que aterrorizam nossas ruas e casas.
Se o cérebro réptil é o forno de nossas ações, então o hormônio masculino, a testosterona, é como gasolina nesse fogo. É por isso que durante os milênios o homem tem sido muito mais criativo e destrutivo do que as mulheres. (Me desculpem os grupos politicamente corretos) É claro que, como nós sabemos, os homens são fisicamente mais ativos quando o nível de testosterona deles atinge o ápice aos vinte anos. Assim, com o cérebro réptil deles incendiado pela testosterona trabalhando a todo vapor e desejando ação ao final da adolescência, guerreiros, atletas e membros de gangues alcançam o auge de sua letalidade nesta fase da vida.
Agora o ponto chave deste exercício é que o cérebro réptil não está a ponto de ceder o seu domínio sobre a humanidade em alguns milhões de anos, mesmo se nós pudéssemos sobreviver sem ele, o que é provavelmente uma impossibilidade. Em todo caso, é importante que em todos os nossos assuntos políticos e sociais, legisladores, administradores, homens de negócio e líderes religiosos, e o público em geral, estejam completamente conscientes de como o que eles pretendem poderia afetar o cérebro réptil. Essas ações criarão bolsões involuntários onde a ação positiva será bloqueada, conduzindo assim a uma cadeia inteira de forças destrutivas sendo liberadas? Ou elas permitirão atividades que, mesmo talvez não idealmente adaptadas a todo interesse, pelo menos minimizarão o potencial destrutivo? Para saber a solução, a pessoa tem que primeiro entender o problema. O cérebro réptil sempre foi a maldição e a salvação da humanidade. Contudo, tem sido ignorado a um grande risco.
Por James M. Ridgway Jr
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