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O que é o amor? Esta questão importunou filósofos e pensadores por séculos, mas isso até meados do século XX quando o psicólogo norte-americano Harry Harlow decidiu levar a questão a sério para poder finalmente responder a esta pergunta. Ao invés de perder tempo filosofando ele decidiu usar a ciência como ferramenta e decidiu trabalhar com o tipo de amor mais forte que conhecia, aquele que une mãe e filho. Então ele começou a realizar experimentos nos laboratórios da Universidade de Wisconsin–Madison, com macacos rhesus bebês e em com suas mães para descobrir a verdadeira natureza do amor. O que poderia ser mais nobre do que isso? Estudar o amor usando animais fofinhos! Isso não parece algo digno de alguém que entraria em uma lista de gênios do mal. A não ser que você fizesse as experiências do jeito que Harlow fez.
Merda! Qual foi mesmo o título que demos para ele neste artigo?
Basicamente o que Harlow fazia era remover os bebês de suas mães e as substituia por mães falsas de pelúcia ou de arame que lhes dava de comer, ou não, dependendo do grupo de controle a que os bebês pertencessem. Por fim, fazia os bebês escolher entre as mães. (As de arame que lhes dava de comer e as de pelúcia que ofereciam conforto, mas não alimento).
A Loucura do Dr. Harlow:
O Dr. Harlow montou entre outras coisas bizarras um “Cavalete do Estupro” em seu laboratório. Cavalete de Estupro era a maneira que ele chamava a máquina que usava para forçar os macacos a se acasalarem. Qualquer outro cientísta poderia chamar o “Cavalete do Estupro” de “Câmara de Estímulo Sexual” ou “A Copuladora” ou qualquer coisa do gênero, mas diferente de muitas pessoas hoje em dia, Harlow não era chegado a usar eufenismos para fazer com que as pessoas que acompanhassem seus estudos se sentissem melhor sobre aquilo que ele fazia. E isso era um problema, porque ele decidiu logo de cara que a melhor maneira de descobrir qual a verdadeira natureza do amor era torturar bebês macacos. Se você acha que “torturar” é uma palavra muito forte então saiba que ele tinha outros aparelhos com nomes engraçadinhos em seu laboratório, um deles era a “donzela de ferro”.
Mas espere, as coisas ficam mais bizarras!
Uma de suas experiências mais controversas envolvia um dispositivo chamado o “Poço do Desespero”. Nos desenhos animados esse provavelmente seri ao nome do lugar onde Esqueleto enviaria o He-Man para finalmente conquistar o Castelo de Greyskull, mas na vida real esse era o lugar onde um bebê macaco era colocado. Era uma câmara pequena e isolada e o animal fofinho permanecia preso lá por períodos que chegavam a mais de um ano , sem nenhum contato com nenhuma criatura viva. Sua nutrição era fornecida para que o animal não morresse, mas mesmo suas necessidades eram limpas sem nenhuma forma de contato direto. Como resultado o macaco se tornava uma criatura extremamente perturbada e psicótica que nunca conseguia se recuperar. Se acha que estamos exagerando veja um trecho de um de seus relatórios padrões:
“Nenhum macaco morreu durante o isolamento. Quando inicialmente removido do isolamento total, entrentanto, eles usualmente indicaram um estado de choque emocional, caracterizado pelo autismo e catatonia. Um dos macacos isolados por três meses se recusou a comer depois de liberto e morreu em 5 dias. A autópsia atribuiu o óbito a anorexia emocional. Os efeitos do isolamento total foram tão devastadores e debilitantes que concluimos que um isolamento completo de 12 meses não produziria nenhum prejuizo complementar. Essa conclusão mostrou-se falsa. 12 meses de isolamento quase obliterarão os animais socialmente.”
– Harlow HF, Dodsworth RO, Harlow MK. “Total social isolation in monkeys,” Proc Natl Acad Sci U S A. 1965
Alguns pesquisadores indicam os experimentos de Harlow como um dos fatores que levou ao nascimento do movimento de liberação animal nos Estados Unidos e depois no mundo.
Então podemos assumir que quando chegou o momento de Harlow apresentar suas descobertas ele deve ter resumido seus estudos da seguinte maneira: “O que é amor? Bem… você sabe aquele sentimento que você desenvolve quando passa um ano trancado em um lugar bem apertado depois de ser arrancado de sua mãe, e sem contato com ninguém? Amor é justamente o contrário disso.”
Alimente sua alma com mais:
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