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Guy Ben-Ary, O criador do Cérebro Artificial – Gênios do Mal (5 de 10)

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Guy Ben-Ary é um cientista-traço-artista nascido em Tel-Aviv, Israel que hoje trabalha em Nova York. Ele é formado pela Universidade de Columbia e se especializou em microscopia, em fotografia biologica e digital, em cultura e engenharia de tecidos e visualização artística dos dados biológicos. Não é bacana como é possível fazer o horror de qualquer coisa desaparecer simplesmente usando uma linguagem técnica?

Na verdade ele faz esculturas vivas.

A Loucura do Dr. Guy Ben-Ary

 

Vamos começar com seu envolvimento no Programa de Escultura de Tecidos, que cria objetos parcialmente orgânicos e parcialmente manufaturados que confundem a fronteira que separa a arte da ciência, sem contar a fronteira que separa o grotesco de um tapa na cara barbuda de Deus. Existe uma linha tênue que separa a Arte da Ciência, a Criatividade da Completa falta de Ética. Ben-Ari usou um apagador feito de puro horror e bizarrice para apagar essa linha.

Não existe ainda um nome satisfatório para descrever o que ele faz. Por ser um artista seus experimentos não precisam passar pelos rigorosos crivos dos comitês de ética que a academia desenvolveu e assim ele pode de fato fazer qualquer coisa. Nós não sabemos o que é isso, por exemplo, mas acredito que você não inspecionaria um vidro cheio disso enquanto estivesse comendo.

Mas isso é café pequeno comparado com os outros projetos de Guy. Ele é parte de uma equipe que está desenvolvendo a chamada Tela Viva, um cinema de maravilhas bio-bizarras microscópicas (palavras deles, não nossas) onde você pode observar “nano filmes’ projetados em telas vivas fabricadas de materiais adoráveis como córneas de ratos, sangue ou pele. É como se a tela pudesse sentir os carinhos feitos pelo pintor, não que ele se preocupe em ser muito carinhoso.

Essas telas vivas, que de fato possuem a habilidade de envelhecer e morrer e sentir dor, reagem de formas diferentes a cada projeção dos filmes, que são observados através de um projetor em forma de caixão, e isso deve servir para acabar com qualquer dúvida sobre o que esses caras tem de fato em mente.

Mas espere, as coisas ficam mais bizarras!

Guy Ben-Ary também faz parte do grupo principal por trás do projeto MEART que está trabalhando para criar a primeira entidade biomecânica possivelmente consciente. Eles cultivam células nervosas em um laboratório em Atlanta. Isso por si só parece ser bem trivial, mas espere par aouvir o resto. A equipe MEART conseguiu criar uma conexão entre esse cérebro que fizeram em casa e um braço mecânico na Austrália. Para termos certeza de que você está nos compreendendo e captando a estranheza da situação: neste exato momento há um braço robô na Austrália sendo controlado por uma rede composta por milhares de neurônios de ratos, que são o possível lar de uma consciência totalmente alienígena para nós. Capiche?

 

O cérebro cultivado está continuamente se expandindo, aprendendo novas coisas a cada dia que passa, da mesma forma que um cérebro real faz.  Em uma das experiências eles tiram a foto do rosto de uma pessoa e transformam a imagem em um padrão de sinais elétricos semelhante ao que seria produzido pelo cérebro de um rato. A rede de células neurais foi então alimentada com estes sinais por meio de eletrodos, usados para que os neurônios reajam e por meio de sua própria atividade elétrica acionem o braço robótico para que ele, por sua vez, expresse esse estímulo que vem do cérebro, na forma de um desenho por exemplo. Um computador compara a foto original com o desenho e cria um “mapa de erros”, o mapa retroalimenta a consciência de MEART e o ciclo se repete aumentando graudalmente a perfeição do traçado. Recentemente a equipe começou a criar sua própria coleção de imagens que os “artistas” estão chamando de “arte”.

Em uma declaração no site oficial do projeto Ben-Ary levanta algumas questões interessantes sobre sua criação: “No futuro vamos tratar estas sistemas como animais de estimação ou objetos? Computadores pifam, mas estamos criando uma máquina que pode morrer. ”

Nós da Morte Súbita Inc. resolvemos também lenvantar algumas questões: esse sistema está vivo? Possui consciência?  Quando será que ele perceberá que não passa de uma inteligência usando a internet para ocupar um braço mecânico? Quando ele vai aprender a controlar outras máquinas? E talvez a mais importante de todas: como nós matamos essa merda quando isso acontecer?


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