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A maioria das religiões pós-pagãs organizadas e civilizadas tem sido inspirada por Deus, o Moralista Ditador, que invariavelmente proscreveu, sob a dor da punição eterna, os prazeres da sensualidade, do erotismo, do individual — como oposição ao sacerdócio — da luxúria e da arte livre. Esses tabus são compreensíveis porque o povo que persegue o prazer tenderá a prestar menos atenção aos papéis de domesticação e auto-sacrifícios que beneficiam a sociedade.
O Deus #5 é o artista hedonista. O Quinto Deus é o diretor estético do mundo sensorial que alguém constrói e habita com felicidade extrema.
A Quinta Habilidade de Deus é o manuseio do seu próprio corpo. Monoteísmos centralizados
compreensivelmente denunciaram o paganismo. A frouxidão da natureza de adoração teve que serapertada para manter uma sociedade urbana pós-tribal. Os impérios Orientais e Médio-Orientais
reservaram a luxúria, a arte e a sensualidade para a aristocracia.
DEUS – O ARTISTA HEDONISTA
O conceito de Deus, o Hedonista, emergiu na Grécia nos séculos antes de Cristo. Aqui, as maravilhosas noções de individualidade e democracia afloraram pela primeira vez. Se o ser humano singular é a unidade da vida, então naturalmente o indivíduo vai desenvolver uma filosofia pessoal e selecionar seu próprio estilo de auto-recompensa.
A idéia de beleza, a adoração do corpo humano, sua vestimenta, nutrição, recreação, exibição e sua harmonia com ambientes estéticos duraram pelas hegemonias de Alexandre, Roma, do Catolicismo, apareceram de repente de forma magnífica no Renascimento, andaram na onda do Protestantismo e apareceram no século XX na forma do boêmio, o artista, divertidor, o designer, o(a) playboy-playgirl. Algumas religiões caprichosamente permitiram cultos que focassem na energia somática e na sensualidade sagrada. O Tantra — tanto Bengali como Tibetano, Zen, Judaico Hasidico, preservaram as noções da kundalini, consciência do cakra, erotismo-espiritual, exuberância absorta e estados místicos alterados. Mas o Hedonismo sempre foi facilmente restringido por estados religiosos centralizados e restritos a uma casta especializada de artistas geralmente padronizados e tolerados pelos soberanos. Isso funcionou bem. Os mestres precisavam dos esteticistas hedonistas para entreter e embelezar enquanto a grande massa do povo era mantida no asceticismo submissivo. As classes mais baixas e as minorias eram usualmente permitidas se pouparem da sensualidade indecente, rigorosamente condenada pelos burgueses moralistas.
No século XX, o conceito de indivíduo de repente se tornou popularizado e vulgarizado. Duas guerras mundiais moveram populações, reduzindo a influência da censura moral paroquial. Psicoanalistas introduziram a noção de auto- progresso. A explosão da cultura do vídeo/filme treinou o povo a ligar e sintonizar o entretenimento que desejassem. A mania do consumismo material dos anos 50 fortificou a idéia de que a pessoa trabalhadora estava titulada a escolher o que era bonito — isto é,coisas compráveis.
RESSURREIÇÃO DO CORPO
Nos anos 60, a tradição de 2.500 anos de auto-descoberta e auto- indulgência finalmente afloraram como um fenômeno massivo. A grande difusão do uso de drogas hedonistas levou à ressurreição do corpo. O consumismo sensual. A liberação sexual. Vestido erótico, dança, fala, impressão, filme, música.
Métodos de saúde holísticos. Dieta, jogging, a última moda. A pessoa trabalhadora descobriu que seu próprio corpo pertencia não ao estado ou ao moralista ou doutor autoritário, mas a ela mesma.
O uso continuamente expandido de drogas que “ativam” o cérebro nos anos 70 construiu o momentum hedonista por causa do fato neurológico óbvio de que as drogas “ligam” o corpo. Um dos horrores absortos da experiência de LSD é o confronto repentino com o seu próprio corpo. Você é jogado de catapulta dentro da matriz de quadrilhões de células enroscadas e sistemas de comunicação somáticos, varrido aos túneis e canais de suas próprias cachoeiras. Você tem visões de processos microscópicos, estranhos e padrões de tecido ondulatórios. Você é socado com a fantástica arte das lojas internas, contraindo-se de medo ou berrando de prazer no incessante empurrão, na batalha, e no transporte do maquinário biológico te absorvendo.
O PARAÍSO DENTRO DE SI
Aqui está a sabedoria antiga de gnósticos, hermetistas, Sufistas, Gurus Tantra, yogis e curadores ocultistas. Seu corpo é o espelho do macrocosmo, o reino do paraíso dentro de você. Tantras Tibetanos e Indianos, e workshops modernos de psicologia treinam os estudantes a prestar atenção nas energias e mensagens do corpo.
Por 1.981 o Americano inteligente estava começando a definir seu corpo como uma estação de recebimento complexa, um satélite de comunicação sagrado, um telescópio bípede, um mosaico de microfones de toque, cheiro, audição e paladar captando as vibrações de sistemas de energia planetários, uma retina em ABC mundial, um tímpano RCA, um “Cheira e Diz” Internacional, um laboratório consolidado de Comidas Gerais. O Deus do senso incomum.
Timothy Leary
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