Este texto foi lambido por 233 almas esse mês
Como nós sabemos? Porque nós pensamos e acreditamos o que pensamos e acreditamos? Como nós determinamos o que é verdade e o que é fato? Porque as pessoas acreditam até nas mais bizarras noções? Porque as pessoas, especialmente cientistas e padres do “establishment”, deliberadamente se recusam a aprender lições básicas para a sobrevivência e a felicidade? Como pode as pessoas acreditarem fanaticamente de maneiras tão diferentes e opostas? Porque os cérebros são equipados, programados ou condicionados a executar tantas diferentes funções? Porque as mentes funcionam da forma que funcionam?
O Deus #3 é o semanticista. No princípio era a Palavra — o Terceiro Deus. O que cria novas palavras e usa palavras para pintar novas imagens torna-se a Divindade do Pensamento. A Terceira Habilidade de Deus é a semântica. Essas questões que ainda permanecem não respondidas depois de 3.000 anos de filosofia Oriental-Ocidental refletem a natureza primitiva e primata de nossa espécie. Muitas religiões incluem uma teoria epistemológica de verdade- fato. A maioria afirma que a verdade foi revelada de uma vez por todas por uma Divindade inacessível na forma de Escritos Sagrados. E a maioria das religiões nomeia sacerdotes — uma casta de advogados-escrivões — que arbitrariamente, interpretam e reforçam, com violência, as Verdades Divinas reveladas nas Biblias, Corões e Torás em culturas onde as verdades-fatos são amarradas a dogmas religiosos, assim, a ciência então decai, a investigação prática enfraquece e o pensar é subordinado à crença submissiva.
Mas outra vez, nós vemos que algumas religiões Orientais, Zen, por exemplo, e algumas filosofias Ocidentais — particularmente a semântica — têm entendido a diferença crucial entre o mapa e o território, entre a avalanche de dados crus processados pelo cérebro e as piedosas poucas abstrações que nós costumamos rotular como realidade. Mais recentemente, lingüistas, psicólogos cognitivos e etologistas produziram dados que nos ajudam a entender como a função cognitiva emerge nas espécies e em humanos individuais.
INTELIGÊNCIA EVOLUCIONÁRIA
Por volta dos 6 anos de idade no ser humano — e por volta de 25 milhões de anos na idade de nossa espécie — a Inteligência Evolucionária prepara a ativação dos lóbulos frontais. Apenas quando nossos primeiros ancestrais aprenderam a andar em dois pés, então liberando suas bocas para sinais orais, os novos circuitos manuais e da laringe puderam emergir.
Obviamente as pessoas nascem com cérebros diferentes. Um fator chave na evolução da inteligência é a socialização. Divisão de labor. Gaia trabalha com essas cargas de genes, que produzem castas especializadas, indivíduos geneticamente equipados para executar as diferentes funções que contribuem para as várias necessidades do grupo. Sociobiólogos ruminaram obsessivamente para explicar o altruísmo em animais sociais. Porque um pássaro dá um sinal de
alarme quando o Falcão é avistado? Isso parece violar o princípio do “gene egoísta” da seleção natural. Por dar atenção a si mesmo, o “chorão” do rebanho ameaça seu próprio futuro reprodutivo.
Uma possível resposta — àquela da diferença inata da casta — tem até então iludido os etologistas. Alguns pássaros são equipados geneticamente com sistemas nervosos aparelhados para esquadrinhar inquietamente e a reagir mais rapidamente a sinais de alarme. Outros pássaros são geneticamente-calibrados para abrigar e selecionar comida mais cuidadosamente ou apenas planar e seguir como sempre, assim adicionando massa populacional em números abundantes à carga
genética. Seguramente uma observação simples e comum da hereditariedade humana nos mostra que cérebros geniais podem emergir da mente mais normal e lenta.
CASTAS CEREBRAIS
Um grupo de humanos requer uma variedade de castas cerebrais para executar as ações altamente especializadas e complexas necessárias para manter a união coletiva. As pessoas nascem com mentes diferentes, equipadas com cérebros desenhados para serem melhores em certas funções mentais. Nossas mentas são “feitas” por nós no momento da concepção. Os métodos educacionais massivos do século XX desastrosamente assumiram que a educação da Liga de Hera para todos era o objetivo neurológico de uma sociedade democrática ou até socialista.
A educação em massa não funcionou, Milhões de “Josés” hoje se vêem na faculdade, ainda incapazes de ler, porque a maioria dos cérebros de hoje não são desenhados para processar símbolos abstratos rapidamente, prazerosamente e obsessivamente. Provavelmente não mais de 10% dos cérebros americanos são equipados para lidar confortavelmente com símbolos, isto é, ler e escrever. A maioria das pessoas legalmente alfabetizadas lê apenas quando necessário, e ainda com desconforto. Muitos dos não-leitores altamente bem sucedidos aprenderam na moda dos papagaios a reconhecer e repetir habitualmente combinações de símbolos. Mas eles são incapazes de produzir comunicação pessoal verbal original. A habilidade de escrever não pode ser ensinada. Aqueles que são chamados de “escritores” ou “literários” devem fazer parte de uma casta pequena e especial, necessária para prover funções específicas na multidão social. Meu Deus, se todos fossem “escritores literários” não sobraria ninguém para administrar a loja.
PENSAMENTO FIXADO PRECOCEMENTE
Então a genética e a sociobiologia nos dão uma resposta básica para a questão: Como nossas mentes são feitas? A resposta secundária para a questão epistemológica é lingüístico-neurológica. Cada criança — e carga genética — é permanentemente “fixada” em um estilo lingüístico e mental de pensar, durante o período crítico, quando os circuitos lingüísticos do cérebro estão sendo ativados. A criança de 6 anos e meio “imprime” os sistemas de sinais e atitudes que vão impingir em seu sistema nervoso. O nível de complexidade mental da casa, vizinhança e Zeitgeist* cultural determinam a textura da mentalidade.
Muitos Newtons e Einsteins viveram e morreram em culturas burras que não podiam prover o cérebro vulnerável com o nível de complexidade simbólica requerida. Professores — um aspecto crítico do “ambiente mental” — são, com certeza, eles mesmos membros de uma casta mental, agentes genéticos cruciais desenhados para perpetuar inquestionavelmente a cultura. Sua função é a de insinuar, de maneira habitual, os símbolos e modos de pensar da sociedade. Eles são bem sucedidos com a grande maioria dos estudantes, esses criados para a performance de não pensar. Mas professores frequentemente têm problemas com jovens membros da casta dos “pensantes”, neuralmente equipados para inventar e originar abstrações. É suficiente apenas que essa casta seja exposta às técnicas simbólicas atuais. Eles são equipados para realmente entender os símbolos, podendo assim aperfeiçoá-los.
Um professor americano é colocado frente ao problema de transmitir os métodos de manipulação simbólica para pelo menos 8 modelos cerebrais, cada um equipado para pensar de uma maneira muito diferente dos outros. A confusão entre essas castas especializadas, cada uma operando sob a ilusão de ser a “melhor”, é a história da filosofia.
É a grande revelação semântica de Sapir, Whorf, Chomsky, Korzybski, Wittgenstein, que os simbólos definem um nível especial de realidade própria, separados das realidades que eles ingenuamente assumem representar. No começo era a palavra. Isso define o Deus “Semanticista”.
Timothy Leary
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.