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As mais deliciosas Falácias ocultistas

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Por Robson Belli

É praticamente impossível escapar de uma ou outra falácia em algum momento de nossa vida enquanto ocultista, contudo algumas pessoas exageram na falta de raciocínio logico e as comentem de maneira quase constante, vamos analisar alguns tipos mais comuns e genéricos de falácias ocultistas e expor a falha lógica por trás das mesmas.

Vamos analisar alguns tipos mais comuns e genéricos de falácias ocultistas, expondo a falha lógica por trás das mesmas e fornecendo exemplos onde ocultistas famosos cometeram esses erros ou erros similares.

Falácia do Espantalho Distorcer o argumento de alguém para poder atacá-lo mais facilmente. Exemplo: Depois que Paulo disse que devemos estudar astrologia de forma crítica e científica, Lucas respondeu dizendo que estava surpreso que Paulo queria banir completamente a astrologia, mesmo sabendo o quanto ela ajuda as pessoas a entenderem a si mesmas.

Análise: Lucas distorceu a argumentação de Paulo, que sugeriu uma abordagem crítica e científica, para uma posição extrema de querer banir a astrologia. Esse ataque à posição distorcida (espantalho) desvia do argumento real de Paulo, tornando mais fácil refutá-lo, mas sem responder à verdadeira proposição. Para contra-argumentar, devemos lembrar que o que Paulo realmente propôs foi um estudo crítico e científico da astrologia, o que não implica necessariamente sua proibição, mas sim uma análise objetiva e rigorosa.

Exemplo de ocultista famoso: Aleister Crowley, em algumas de suas obras, foi acusado de distorcer os ensinamentos de outros sistemas esotéricos, como a Golden Dawn, para criticar e promover seu próprio sistema de Thelema.

Declive Escorregadio Dizer que se deixarmos que A aconteça, então no final Z vai acabar acontecendo também, e portanto A não pode acontecer. Exemplo: Ana afirma que se começarmos a usar cristais para curas, em breve estaremos abandonando completamente a medicina moderna e voltando à idade das trevas.

Análise: Ana usa a falácia do declive escorregadio ao argumentar que o uso de cristais levará inevitavelmente à rejeição completa da medicina moderna, sem fornecer evidências para tal progressão inevitável. Para contra-argumentar, devemos focar na falta de conexão causal entre o uso de cristais e a total rejeição da medicina moderna. Usar cristais pode ser complementar e não exclui a utilização de tratamentos médicos convencionais.

Exemplo de ocultista famoso: Dion Fortune, em algumas de suas obras, sugeriu que a abertura a práticas esotéricas não-tradicionais poderia levar ao declínio da moralidade e da ordem social, sem evidências concretas para tal progressão.

Defesa Especial Mudar as definições prévias ou criar exceções quando seu argumento foi mostrado falso. Exemplo: Cláudia alegou que sua capacidade de prever o futuro com cartas de tarô é infalível; quando suas previsões foram testadas e falharam, Cláudia disse que as previsões só funcionam quando as energias astrológicas estão alinhadas.

Análise: Cláudia cria uma exceção especial quando seu argumento é refutado, ajustando as condições para que sua alegação não possa ser testada ou falsificada. Para contra-argumentar, devemos destacar que a eficácia de uma prática deve ser demonstrada de forma consistente e sob condições controladas, não apenas quando as condições são favoráveis ou arbitrariamente definidas.

Exemplo de ocultista famoso: Edgar Cayce, conhecido como o “Profeta Adormecido”, alegava que suas habilidades de clarividência e cura só funcionavam em estado de transe, dificultando a verificação objetiva e científica de suas alegações.

Falácia do Apostador Dizer que eventos reincidentes ocorrem em fenômenos estatisticamente independentes, como em giros de uma roleta. Exemplo: Roberto acreditava que, após tirar três cartas ruins do tarô em sequência, ele certamente tiraria uma carta boa na próxima leitura, pois “a sorte tinha que mudar”.

Análise: Roberto comete a falácia do apostador ao assumir que eventos independentes (tirar cartas do tarô) estão conectados de forma que a “sorte” deve mudar, ignorando que cada tirada é estatisticamente independente das anteriores. Para contra-argumentar, devemos enfatizar que cada leitura de tarô é um evento separado e a probabilidade não é afetada pelas leituras anteriores.

Exemplo de ocultista famoso: Em práticas adivinhatórias, muitos seguidores de Nostradamus interpretam suas profecias com a crença de que, após várias profecias falhadas, uma correta é inevitável, ignorando a independência dos eventos.

Falsa Dicotomia Apresentar dois estados alternativos como as únicas possibilidades para alguma coisa, quando, de fato, existem outras possibilidades. Exemplo: Durante um debate sobre a prática de magia, Mariana disse que ou você é um verdadeiro mago que segue todas as tradições à risca, ou é apenas um charlatão sem nenhum poder verdadeiro.

Análise: Mariana apresenta uma falsa dicotomia ao reduzir as opções a apenas duas extremas, ignorando outras possibilidades, como praticantes que podem usar tradições de forma flexível ou que têm abordagens diferentes da magia. Para contra-argumentar, devemos reconhecer a diversidade de práticas mágicas e a possibilidade de haver diferentes graus de fidelidade às tradições, sem comprometer a autenticidade ou eficácia.

Exemplo de ocultista famoso: Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã, frequentemente polarizou suas discussões entre o satanismo e as religiões tradicionais, desconsiderando outras formas de espiritualidade ou esoterismo que não se enquadravam em sua dicotomia.

Raciocínio Circular Apresentar um argumento circular em que a conclusão está incluída na premissa. Exemplo: A palavra de Mestre Zanoni é infalível e verdadeira. Sabemos disso porque Mestre Zanoni escreveu no seu livro sagrado que ele é infalível e verdadeiro.

Análise: Esse argumento é circular porque a conclusão (a infalibilidade de Mestre Zanoni) é usada como premissa para provar a própria conclusão. Para contra-argumentar, devemos apontar que a validação de uma alegação precisa de evidências externas e independentes, e não pode depender apenas da autoridade ou afirmação do próprio autor.

Exemplo de ocultista famoso: Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia, frequentemente usava seus próprios escritos e revelações espirituais como provas para suas alegações, resultando em um raciocínio circular que não permitia verificação independente.

Apelo à Popularidade Fazer um apelo à popularidade ou ao fato que muitas pessoas fazem alguma coisa, como uma tentativa de validação desta coisa. Exemplo: Para justificar a eficácia da cura energética, Marta argumentou que milhares de pessoas ao redor do mundo fazem sessões de Reiki e relatam melhorias em suas vidas, então deve funcionar de verdade.

Análise: Marta comete a falácia do apelo à popularidade ao usar a aceitação e uso generalizados como prova da eficácia do Reiki, sem fornecer evidências científicas ou objetivas que validem os resultados relatados. Para contra-argumentar, devemos ressaltar que a popularidade de uma prática não é evidência de sua eficácia; estudos rigorosos e verificáveis são necessários para comprovar seus benefícios.

Exemplo de ocultista famoso: Muitos seguidores de Franz Bardon, um ocultista tcheco, argumentam que suas práticas de magia são eficazes porque muitos praticantes ao redor do mundo relatam sucesso, sem fornecer evidências empíricas para suportar essas alegações.

Pergunta Maliciosa Fazer uma pergunta que tinha uma presunção embutida de forma que ela não pode ser respondida sem aparentar assumir algum tipo de culpa. Exemplo: Durante uma discussão sobre a legitimidade de um médium, Julia perguntou a Marcos se ele já tinha parado de enganar seus clientes com falsas comunicações espirituais.

Análise: Julia faz uma pergunta maliciosa, presumindo implicitamente que Marcos engana seus clientes. Isso força Marcos a admitir alguma culpa, independentemente da resposta, desviando do debate legítimo sobre a legitimidade das comunicações espirituais. Para contra-argumentar, devemos reformular a questão de maneira neutra, sem suposições embutidas, permitindo uma discussão justa e objetiva.

Exemplo de ocultista famoso: Em debates sobre a autenticidade dos fenômenos mediúnicos, figuras como James Van Praagh enfrentaram perguntas maliciosas que já pressupunham fraude, sem abordar as evidências ou experiências individuais.

Ad Hominem Atacar o caráter ou características pessoais do seu oponente com a intenção de enfraquecer seu argumento. Exemplo: Após Ricardo apresentar um argumento detalhado sobre a origem histórica do tarô, Marcelo questionou se deveríamos acreditar em alguém que foi expulso de uma ordem esotérica por comportamento antiético.

Análise: Marcelo ataca o caráter pessoal de Ricardo, em vez de refutar seu argumento sobre a origem do tarô. Esse ataque ad hominem desvia a atenção do debate intelectual para aspectos pessoais irrelevantes. Para contra-argumentar, devemos focar no mérito do argumento de Ricardo, independente de sua história pessoal, e analisar a validade das evidências apresentadas.

Exemplo de ocultista famoso: Aleister Crowley frequentemente foi alvo de ataques ad hominem devido ao seu estilo de vida controverso, que muitas vezes obscurecia a análise objetiva de suas contribuições esotéricas.

Falsa Causalidade Presumir que uma relação real ou aparente entre fatos significa que um é a causa do outro. Exemplo: Vendo que os níveis de felicidade de um grupo de pessoas aumentaram após iniciarem práticas meditativas, Sofia concluiu que a meditação é a causa direta de todas as melhorias em suas vidas.

Análise: Sofia comete a falácia de falsa causalidade ao assumir que a meditação é a causa direta dos níveis aumentados de felicidade, sem considerar outras possíveis causas ou variáveis que poderiam ter influenciado o resultado. Para contra-argumentar, devemos investigar se há uma relação de causa e efeito real e isolada, considerando outros fatores que possam ter contribuído para as melhorias observadas.

Exemplo de ocultista famoso: Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, às vezes correlacionava práticas espirituais específicas com resultados positivos sem fornecer evidências causais diretas, confiando em observações subjetivas.

Apelo à Natureza Argumentar que já que algo é “natural”, então é válido, justificado, inevitável, bom ou ideal. Exemplo: O terapeuta holístico defendia que apenas remédios naturais e ervas deveriam ser usados para tratar doenças, argumentando que tudo que é natural é melhor para o corpo do que qualquer medicamento sintético.

Análise: Esse argumento apela à natureza ao pressupor que tudo que é natural é automaticamente melhor e mais seguro, ignorando que muitos produtos naturais podem ser prejudiciais e que medicamentos sintéticos podem ser altamente eficazes e seguros. Para contra-argumentar, devemos enfatizar que a segurança e eficácia de um tratamento devem ser avaliadas com base em evidências científicas, independentemente de sua origem natural ou sintética.

Exemplo de ocultista famoso: Paracelso, um alquimista e médico do século XVI, muitas vezes defendia remédios naturais e métodos esotéricos sobre os tratamentos médicos convencionais de sua época, sem sempre fornecer evidências de eficácia comparável.

Apelo à Autoridade Dizer que já uma autoridade tem um determinado tipo de pensamento, então este pensamento deve ser verdadeiro. Exemplo: Incapaz de defender sua posição sobre a eficácia dos amuletos de proteção, João afirmou que deve ser verdade, pois um famoso ocultista também acredita nisso.

Análise: João comete a falácia do apelo à autoridade ao basear sua argumentação na crença de um famoso ocultista, em vez de fornecer evidências objetivas e verificáveis sobre a eficácia dos amuletos de proteção. Para contra-argumentar, devemos buscar evidências empíricas e científicas que possam apoiar ou refutar a eficácia dos amuletos, independentemente da autoridade que os endosse.

Exemplo de ocultista famoso: Muitas vezes, seguidores de Eliphas Levi, um renomado ocultista francês, aceitavam suas afirmações sobre a Cabala e a magia sem questionar, simplesmente devido à sua autoridade no campo esotérico.

Falácia Anedótica Utilizar uma experiência pessoal ou exemplo isolado ao invés de um argumento sólido ou evidência convincente. Exemplo: Maria disse que a acupuntura é definitivamente eficaz porque sua tia fez algumas sessões e se sentiu muito melhor depois.

Análise: Maria usa uma falácia anedótica ao basear sua conclusão na experiência isolada de sua tia, ignorando a necessidade de estudos abrangentes e evidências científicas para validar a eficácia da acupuntura. Para contra-argumentar, devemos destacar a importância de ensaios clínicos controlados e revisões sistemáticas para determinar a eficácia de tratamentos médicos.

Exemplo de ocultista famoso: Muitas alegações feitas por figuras como Edgar Cayce foram baseadas em relatos pessoais e experiências anedóticas de seus clientes, sem evidências científicas rigorosas para suportar suas afirmações.

Composição/Divisão Presumir que uma parte de alguma coisa precisa se aplicar ao todo, ou que o todo necessariamente deve aplicar-se às suas partes. Exemplo: Carlos argumentou que porque alguns médiuns são desonestos, toda a prática de mediunidade é uma fraude.

Análise: Carlos comete a falácia da composição ao generalizar a desonestidade de alguns médiuns para toda a prática de mediunidade, sem considerar que a desonestidade não é inerente à prática como um todo. Para contra-argumentar, devemos reconhecer que a desonestidade de alguns indivíduos não invalida a prática inteira e que cada caso deve ser avaliado de forma independente.

Exemplo de ocultista famoso: Arthur Edward Waite, criador do tarô Rider-Waite, criticou muitas formas de adivinhação, mas generalizar todas as práticas de adivinhação como fraudulentas devido a alguns casos de desonestidade seria um exemplo dessa falácia.

O Atirador do Texas Filtrar propositalmente um conjunto de dados para poder encaixá-lo em seu argumento, ou encontrar um padrão que se encaixa em uma presunção. Exemplo: Um astrólogo afirmou que seu horóscopo é preciso porque entre as 50 previsões que fez, cinco se concretizaram de forma impressionante.

Análise: O astrólogo comete a falácia do atirador do Texas ao selecionar apenas as previsões que se concretizaram e ignorar as que não se realizaram, criando uma falsa impressão de precisão e sucesso. Para contra-argumentar, devemos considerar todas as previsões feitas e avaliar a taxa de acerto em relação ao acaso, para determinar se há realmente alguma precisão estatisticamente significativa.

Exemplo de ocultista famoso: Numerologistas como Cheiro (William John Warner) muitas vezes apresentavam apenas suas previsões bem-sucedidas, omitindo as numerosas previsões que falharam, criando uma impressão enviesada de precisão.

Escocês de Verdade Fazer o que pode ser chamado de um apelo à pureza como uma forma de descartar críticas relevantes ou falhas em seu argumento. Exemplo: Rogério declarou que magos verdadeiros nunca cobram por seus serviços, e quando foi confrontado com exemplos de magos que cobram, ele respondeu que esses não são magos verdadeiros.

Análise: Rogério comete a falácia do escocês de verdade ao redefinir arbitrariamente o que é um “mago verdadeiro” para excluir qualquer exemplo que contradiga sua alegação, sem uma base lógica ou consistente. Para contra-argumentar, devemos reconhecer que práticas e definições podem variar, e a validade de um praticante não deve ser julgada por critérios arbitrários, mas sim pela eficácia e ética de sua prática.

Exemplo de ocultista famoso: Aleister Crowley muitas vezes desqualificava outros ocultistas e suas práticas como não sendo “verdadeiramente mágicas” se não correspondessem aos seus próprios padrões e crenças.

Ônus da Prova Dizer que o ônus da prova não está em quem está fazendo uma afirmação, mas sim em alguém que deve provar que essa afirmação não é verdadeira. Exemplo: Tiago afirmou que ele pode ver auras ao redor das pessoas e desafiou qualquer um a provar que ele não pode.

Análise: Tiago inverte o ônus da prova ao exigir que os outros provem que ele não pode ver auras, em vez de fornecer evidências para apoiar sua própria alegação. Para contra-argumentar, devemos enfatizar que quem faz uma afirmação extraordinária tem a responsabilidade de fornecer evidências para sustentá-la, e não o contrário.

Exemplo de ocultista famoso: Uri Geller, conhecido por suas supostas habilidades de dobrar colheres, muitas vezes desafiou céticos a provar que ele não tinha poderes paranormais, em vez de fornecer provas conclusivas de suas habilidades.

Tu Quoque Evitar ter que lidar com críticas ao se voltar contra o acusador – responder uma crítica com uma outra crítica. Exemplo: Quando João apontou que as previsões de Sofia não se realizaram, ela respondeu que João também fez previsões que não se concretizaram, evitando assim a crítica inicial.

Análise: Sofia usa a falácia tu quoque para desviar a crítica sobre suas previsões ao acusar João de fazer o mesmo, sem abordar a validade ou falha de suas próprias previsões. Para contra-argumentar, devemos focar na avaliação das previsões de Sofia, independentemente das ações de João, e exigir que ela forneça evidências ou justificativas para suas alegações.

Exemplo de ocultista famoso: Durante debates esotéricos, é comum ver essa falácia, como quando adversários de Aleister Crowley tentavam desqualificar suas práticas apontando suas falhas pessoais, enquanto ele respondia destacando as falhas dos outros, sem abordar as críticas originais.

Apelo à Emoção Tentar manipular uma resposta emocional ao invés de argumentar de forma válida e convincente. Exemplo: Na tentativa de convencer as pessoas a comprar seu talismã protetor, o vendedor contou histórias emocionantes de pessoas que evitaram grandes desastres graças ao uso do talismã.

Análise: O vendedor utiliza o apelo à emoção ao manipular os sentimentos das pessoas com histórias emocionantes, em vez de fornecer provas objetivas ou científicas sobre a eficácia do talismã. Para contra-argumentar, devemos pedir evidências concretas e verificáveis sobre a eficácia do talismã, em vez de depender de relatos emocionais.

Exemplo de ocultista famoso: Em muitos de seus escritos, Helena Blavatsky apelou à emoção de seus leitores ao descrever experiências espirituais e fenômenos ocultos de forma dramatizada, sem fornecer sempre provas empíricas para suas alegações.

Meio Termo Afirmar que algo é verídico pois é a média entre outras possibilidades, ou que a verdade tem que estar no exato centro entre diferentes possibilidades. Exemplo: Carlos leu que um autor esotérico afirma que a astrologia é completamente verdadeira, enquanto outro afirma que é completamente falsa. Ele então concluiu que a astrologia deve ser parcialmente verdadeira.

Análise: Carlos comete a falácia do meio termo ao presumir que a verdade está necessariamente entre as duas extremidades, sem avaliar a evidência de cada lado para chegar a uma conclusão informada. Para contra-argumentar, devemos analisar as evidências e argumentos apresentados por ambos os lados, buscando uma conclusão baseada em fatos e dados, e não apenas em um compromisso entre extremos.

Exemplo de ocultista famoso: Muitas vezes, seguidores de correntes esotéricas, como a Teosofia, tentam encontrar um meio-termo entre ciência e espiritualidade, sem sempre avaliar criticamente as evidências de ambos os lados.

Genética ou Origem Julgar algo como bom ou ruim com base na pessoa de quem isso veio ou no local de onde isso veio. Exemplo: Quando um novo método de leitura de tarô foi introduzido por uma pessoa sem tradição esotérica, muitos praticantes rejeitaram o método apenas porque a origem não era “legítima”.

Análise: A rejeição baseada na origem (falácia genética) ignora o mérito ou validade do novo método de leitura de tarô, julgando-o apenas pela falta de uma origem tradicional, em vez de avaliar sua eficácia ou inovação. Para contra-argumentar, devemos focar na avaliação objetiva do método proposto, considerando sua eficácia e aplicabilidade, independentemente da origem de quem o introduziu.

Exemplo de ocultista famoso: Aleister Crowley frequentemente desqualificava ideias e práticas baseadas em sua origem, preferindo suas próprias criações e inovações, mesmo quando outras abordagens poderiam ter mérito.

Ambiguidade Utilizar de um duplo sentido ou ambiguidade na linguagem para deturpar a verdade. Exemplo: O autor de um livro esotérico afirmou que sua técnica de canalização espiritual sempre “funciona”, e quando confrontado com falhas, disse que “funcionar” significava que havia algo a aprender com a experiência, mesmo que não ocorresse comunicação espiritual real.

Análise: O autor usa ambiguidade ao redefinir “funciona” para incluir qualquer resultado interpretado como aprendizado, desviando da falha real em produzir a comunicação espiritual prometida, tornando sua afirmação irrefutável. Para contra-argumentar, devemos insistir em definições claras e específicas, e avaliar a técnica com base em seus objetivos declarados originalmente.

Exemplo de ocultista famoso: Muitos escritos de Madame Blavatsky utilizam uma linguagem ambígua, permitindo múltiplas interpretações de suas revelações e ensinamentos espirituais, o que pode dificultar a avaliação crítica de suas alegações.

Incredulidade Pessoal Achar que alguma coisa é difícil de entender ou não sabe como funciona, então acreditar que provavelmente não deve ser verdade. Exemplo: Quando Daniel ouviu a explicação detalhada sobre como os rituais de invocação funcionam, ele rejeitou tudo dizendo que parecia complicado demais para ser real.

Análise: Daniel comete a falácia da incredulidade pessoal ao rejeitar a validade dos rituais de invocação com base na complexidade percebida, em vez de avaliar a evidência ou a lógica subjacente. Para contra-argumentar, devemos investigar e analisar a prática de forma objetiva, buscando entender os princípios e evidências por trás dela, antes de descartar sua validade.

Exemplo de ocultista famoso: Muitos críticos de Aleister Crowley rejeitaram seus rituais complexos e detalhados simplesmente porque eram difíceis de entender, sem avaliar a profundidade ou a intenção por trás das práticas.

A Falácia da Falácia Presumir que porque uma afirmação foi mal argumentada, ou uma falácia foi cometida, então a afirmação em si necessariamente está errada. Exemplo: Mariana cometeu a falácia do Apelo à Autoridade ao justificar o uso de cristais para cura, pois um famoso esotérico assim disse; Lucas então afirmou que cristais não têm nenhum efeito terapêutico, baseando-se apenas na falha argumentativa de Mariana.

Análise: Lucas comete a falácia da falácia ao concluir que os cristais não têm efeito terapêutico simplesmente porque Mariana usou um argumento falacioso. Mesmo que o argumento de Mariana seja falacioso, isso não invalida necessariamente a eficácia dos cristais; é necessário investigar e refutar a alegação com base em evidências objetivas. Para contra-argumentar, devemos examinar a eficácia dos cristais com base em estudos científicos e evidências empíricas, independentemente da falha argumentativa inicial.

Exemplo de ocultista famoso: Em debates esotéricos, é comum ver essa falácia, como quando adversários de Aleister Crowley tentavam desqualificar suas práticas apontando suas falhas pessoais, enquanto ele respondia destacando as falhas dos outros, sem abordar as críticas originais.

Todas as falácias são propositais?

Pessoas cometem falácias despropositalmente por várias razões, muitas das quais estão relacionadas à maneira como o cérebro humano processa informações e toma decisões. Aqui estão algumas das principais razões:

  1. Limitações Cognitivas: O cérebro humano tem capacidade limitada para processar informações complexas e, frequentemente, simplifica essas informações para facilitar o entendimento. Isso pode levar a conclusões errôneas ou falaciosas.
  2. Heurísticas e Atalhos Mentais: As pessoas frequentemente usam heurísticas, ou atalhos mentais, para tomar decisões rapidamente. Embora essas heurísticas possam ser úteis, elas também podem levar a erros sistemáticos, como a falácia do apostador ou a falsa dicotomia.
  3. Viés de Confirmação: As pessoas tendem a procurar, interpretar e lembrar informações que confirmem suas crenças pré-existentes. Isso pode levar a falácias como a defesa especial ou o atirador do Texas, onde apenas as informações que suportam a visão da pessoa são consideradas.
  4. Influência Emocional: Emoções fortes podem distorcer o raciocínio lógico. Por exemplo, o apelo à emoção é uma falácia onde as emoções são usadas para influenciar a aceitação de um argumento, em vez de evidências racionais.
  5. Falta de Conhecimento Crítico: Muitas pessoas não foram formalmente treinadas em lógica ou em como identificar falácias. Isso pode levar a erros não intencionais no raciocínio, como a falsa causalidade ou a ambiguidade.
  6. Pressão Social e Cultural: A pressão de conformidade social e cultural pode levar as pessoas a aceitar argumentos populares ou autoridades sem questionamento crítico, resultando em falácias como o apelo à popularidade ou o apelo à autoridade.
  7. Raciocínio Motivado: As pessoas têm motivações que influenciam seu raciocínio. Elas podem cometer falácias como o ad hominem ou a defesa especial para proteger suas identidades, grupos ou crenças de críticas.
  8. Ambiguidade Linguística: A linguagem humana é muitas vezes ambígua, e as pessoas podem cometer falácias ao interpretar ou expressar argumentos de forma vaga ou imprecisa. Isso pode levar a falácias como a ambiguidade ou a falsa dicotomia.
  9. Erros de Percepção e Memória: A maneira como as pessoas percebem e se lembram dos eventos pode ser falível. Isso pode resultar em falácias anedóticas, onde experiências pessoais isoladas são vistas como representativas de uma verdade maior.
  10. Pensamento Intuitivo vs. Analítico: Muitas decisões e julgamentos são feitos intuitivamente em vez de analiticamente. O pensamento intuitivo é rápido e automático, mas pode ser suscetível a falácias. O pensamento analítico é mais lento e deliberado, mas pode corrigir esses erros se for aplicado.

Exemplos Reais:

  • Viés de Confirmação: Alguém pode acreditar fortemente na eficácia de um remédio homeopático porque conhece várias pessoas que dizem ter se beneficiado, ignorando estudos científicos que mostram a falta de eficácia.
  • Apelo à Autoridade: Alguém pode aceitar uma prática esotérica porque foi endossada por um guru famoso, sem questionar as evidências ou a lógica por trás da prática.
  • Falsa Causalidade: Uma pessoa pode acreditar que um ritual específico trouxe boa sorte porque ocorreu logo antes de algo positivo, sem considerar outras explicações possíveis.

Livros recomendados

  • “Informal Logic: A Pragmatic Approach” por Douglas Walton. Editora: Cambridge University Press, 2ª Edição, ISBN: 978-0521659911.
  • “Logically Fallacious: The Ultimate Collection of Over 300 Logical Fallacies” por Bo Bennett. Editora: eBookIt.com, 2ª Edição, ISBN: 978-1456607371.
  • “The Art of Reasoning: An Introduction to Logic and Critical Thinking” por David Kelley. Editora: W. W. Norton & Company, 4ª Edição, ISBN: 978-0393930788.
  • “Thinking, Fast and Slow” por Daniel Kahneman. Editora: Farrar, Straus and Giroux, 1ª Edição, ISBN: 978-0374275631.
  • “A Rulebook for Arguments” por Anthony Weston. Editora: Hackett Publishing Company, 5ª Edição, ISBN: 978-1624666544.
  • “You Are Not So Smart: Why You Have Too Many Friends on Facebook, Why Your Memory Is Mostly Fiction, and 46 Other Ways You’re Deluding Yourself” por David McRaney. Editora: Gotham Books, 1ª Edição, ISBN: 978-1592407361.
  • “Bad Arguments: 100 of the Most Important Fallacies in Western Philosophy” por Robert Arp, Steven Barbone e Michael Bruce. Editora: Wiley-Blackwell, 1ª Edição, ISBN: 978-1119167907.
  • “Critical Thinking: An Introduction to the Basic Skills” por William Hughes, Jonathan Lavery e Katheryn Doran. Editora: Broadview Press, 7ª Edição, ISBN: 978-1554811977.
  • “Mistakes Were Made (But Not by Me): Why We Justify Foolish Beliefs, Bad Decisions, and Hurtful Acts” por Carol Tavris e Elliot Aronson. Editora: Mariner Books, Revisada e Atualizada, ISBN: 978-0544574786.
  • “The Demon-Haunted World: Science as a Candle in the Dark” por Carl Sagan. Editora: Ballantine Books, 1ª Edição, ISBN: 978-0345409461.

 


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