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O sucesso implica em uma preparação um pouco não usual em expansão de consciência, mas também jogar o jogo tão calmamente e cheio de compaixão — um bom carma — pela parte do participante. Se o participante pode ver e agarrar a idéia da mente vazia tão cedo quanto o guia revelar — isso significa dizer, se ele(a) tem o poder de morrer conscientemente — e, no momento
supremo de abandonar o ego, puder reconhecer o ecstasy que vai despontar sobre ele e se tornar um com isso, então todos os laços de ilusão serão quebrados à parte imediatamente. O sonhador é acordado na realidade simultaneamente com o a poderosa realização do reconhecimento.
É melhor se o guru de quem o participante recebeu as instruções estiver presente. Mas se o guru não puder estar presente, então outra pessoa com experiência, ou uma pessoa em que o participante confia, deve estar disponível para ler esse manual sem impor nenhum de seus próprios jogos. Por esse meio vai ser colocado na mente do participante o que ele(a) previamente já ouviu da experiência.
ILUMINAÇÃO
A liberação é o sistema nervoso desprovido de redundância conceitua- mental. A mente no seu estado condicionado, limitada a palavras e jogos de ego, está continuamente em atividade de formação de pensamento. O sistema nervoso em um estado de quietude, alerta, acordada, mas não ativa, é comparável ao que os Budistas chamam de o mais elevado estado de dhyana ou meditação profunda.
O reconhecimento consciente da Luz Clara induz a uma condição de ecstasy tal qual santos e místicos do Oeste chamaram de iluminação. O primeiro sinal é o vislumbre da “Clara Luz da Realidade,” — “a mente infalível do estado místico puro” — uma percepção de transformações de energia sem nenhuma imposição de categorias mentais.
A duração do estado varia, dependendo da experiência individual, segurança, confiança, preparação e o que está em sua volta. Naqueles que têm uma pequena prática do tranqüilo estado de percepção sem jogos, esse estado pode durar de 30 minutos a várias horas. A realização do que os místicos chamam de “Última Verdade” é possível, quando a pessoa tiver feito a preparação suficiente de antemão. De outra maneira ele(a) não poderá se beneficiar agora, e deve vaguear em condições alucinatórias cada vez mais baixas até poder voltar a realidade de rotina.
ESTADO LIBERADO
É importante lembrar que a expansão da consciência é o processo reverso do nascimento, a experiência da perda do ego sendo um fim temporário do jogo da vida, uma passagem de um estado de consciência a outro. Assim como uma criança deve acordar e aprender de sua experiência a natureza desse mundo, uma pessoa deve acordar nesse novo e brilhante mundo da expansão da consciência e se tornar familiar com suas próprias condições peculiares. Naqueles muito dependentes nos jogos de ego, que se amedrontam em abandonar o controle, o estado iluminado perdura apenas por um breve segundo. Em alguns, pode durar tanto quanto o tempo necessário para se fazer uma refeição. Se o sujeito estiver preparado para diagnosticar os sintomas da perda do ego, ele(a) não precisará de ajuda externa nesse momento. A pessoa que está para desistir de seu ego deve estar apta a reconhecer o início de reação da perda do ego, ele(a) deve reclamar de sensações estranhas no corpo que mostram que ele(a) não atingiu um estado de liberação.
SENSAÇÕES COMUNS NO CORPO
1. Pressão corporal
2. Frio úmido seguido por um calor fervoroso
3. Sentimento do corpo desintegrando ou fundido em átomos
4. Pressão na cabeça e/ou ouvidos
5. Formigamento nas extremidades
6. Sentimentos do corpo derretendo ou fluindo como cera
7. Náusea
8. Estremecer, começando na região pélvica se espalhando pelo torso.
LIDANDO COM SINTOMAS DO CORPO
O guia ou amigo deve explicar que os sintomas indicam o início da ego- perda. Essas reações físicas são sinais de proclamação da transcendência — evite tratá-los como sintomas de doença. O sujeito deve saudar as mensagens estomacais como um sinal de que a consciência está movendo-se pelo corpo.
Vivencie completamente a sensação, e deixe a consciência fluir para a próxima fase. Normalmente é mais natural desviar a atenção do sujeito do estômago para a respiração ou batimento cardíaco. Se isso não libertá-lo da náusea, o guia deve mover a consciência para eventos externos — música, andar no jardim, etc..como último recurso, gorfe. Os sintomas físicos da ego-perda, reconhecidos e compreendidos, devem resultar em um atingimento da iluminação cheia de paz. A analogia de uma agulha equilibrada e acionada a rolar em um fio é usada pelos lamas para elucidar essa condição. O tempo que a agulha retiver seu equilíbrio é o tempo que estará no fio. Afinal, porém, o puxão do ego ou de estimulações externas afeta e ela cai. Na esfera da Luz Clara, de forma similar, a pessoa no estado de transcendência do ego momentaneamente aproveita uma condição de equilíbrio e unidade perfeitas. Não familiarizada com tal extasiante estado de não-ego, a consciência medíocre não tem o poder para funcionar assim. Pensamentos de personalidade, ser individualizado, amorfo, previnem a realização do nirvana — a “explosão fora da chama” do medo ou do egoísmo. Quando o viajante estiver claramente em um ecstasy ego-transcendental, o guia sensato deve permanecer em silêncio.
Timothy Leary
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