Categorias
Bruxaria e Paganismo

Tiamat e Abzu – A Deusa Dragão na Mitologia Babilônica

Leia em 4 minutos.

Este texto foi lambido por 354 almas esse mês

QUEM É TIAMAT, A DEUSA-DRAGÃO DO MAR BABILÔNICA NA MITOLOGIA:

Tiamat, na mitologia mesopotâmica (babilônica-acadiana), era uma deusa-dragão do mar babilônica. Era originária do monstro sumério Labbu, sendo gerada por ele, Labbu foi morto por Enlil.

O Enuma Elish descreve os eventos no universo antes da criação de uma nova ordem mundial por Marduk.

Inicialmente havia:

. as águas misturadas de Abzu,

. o abismo de água doce,

. Tiamat,

. o oceano de água salgada,

. e Mammu, as brumas pairando sobre suas superfícies.

Abzu e Tiamat eram dragões malignos na antiga mesopotâmia, os pais dos primeiros deuses, Lahmu e Lahamu.

Seus filhos foram Ansar e Kisar, e os netos foram Enu e Ea. Toda a comoção feita pelas jovens divindades irritou Abzu e Tiamat. Eles, a conselho de Mammu, os destruiriam.

Quando Ea soube de sua trama, ele usou seus poderes mágicos para frustrá-la, e talvez até tenha matado Abzu. A libertação final dos novos deuses, no entanto, foi alcançada através do filho de Ea, Marduk.

A LENDA E O MITO DE TIAMAT:

De acordo com a lenda, antes dessa libertação dos novos deuses ocorreu uma guerra cósmica entre os novos deuses e Tiamat. Tiamat ficou triste com a morte de Abzu e enfurecida.

A notícia chegou aos outros deuses de que ela estava fazendo temíveis preparativos de guerra. A princípio, essa notícia os desanimou. Junto com seu segundo marido Kingu, e um exército de seres que tinham formas de dragão e serpente, Tiamat, a mãe dos deuses, visava a destruição universal.

O caos tomou conta do mundo. Em uma tentativa de neutralizar a terrível ameaça de Tiamat, Anser propôs que Marduk fosse nomeado o campeão dos novos deuses e que ele fosse armado com ‘armas incomparáveis’ para a terrível batalha. Isso foi acordado, bem como a insistência de Marduk de que ele fosse reconhecido como o líder entre os novos deuses. Com arco, tridente, clava, rede, e o domínio dos ventos, Marduk montou sua carruagem para a conflito com Tiamat.

Quando a deusa dragão Tiamat abriu as mandíbulas para engolí-lo, Marduk lançou um vento poderoso direto em sua boca. Aproveitando que Tiamat ela não conseguia fechar a boca devido ao vento poderoso, Marduk atirou uma flecha em seu estômago e a matou. Ele capturou seus seguidores e prendeu em seu próprio peito as Tábuas do Destino – o presente de casamento de Tiamat para Kingu.

Então ele cortou a carcaça de Tiamat em duas metades; de uma fez o céu, da outra formou a terra. Na terra, ele formou a humanidade do sangue de Kingu antes de retornar ao seu templo na Babilônia.

TIAMAT, A DEUSA DO MAR DA CRIAÇÃO:

Em outra versão desta lenda, Tiamat é descrita como uma deusa primordial do mar da criação. É o poder das águas do oceano que gera onze monstros.

Ela fica furiosa com a morte de seu primeiro marido, agora chamado Apsu, a água doce subterrânea. Ele fora morto por Enki que cooperou com os deuses sob a liderança de Marduk. Nesta versão Tiamat criou uma réplica exata do Apsu, o Esarra. A batalha cósmica também é travada e Marduk derrota Tiamat.

Ele então a divide em duas. Uma metade se torna a abóbada do céu. Seus olhos se tornam as fontes dos rios Tigre e Eufrates com montanhas subindo acima de sua cabeça.

Outros imaginaram Tiamat como uma criatura composta. Era parte animal, parte serpente, parte pássaro, de aparência repugnante e terrível de raiva. Ela era má: uma deusa-dragão.

Eles alegaram que ela perdeu todos os atributos de uma deusa mãe.

Este mito do dragão da África Ocidental está em desacordo com a ordem da criação. Foi encontrado em sua plenitude no conflito entre Marduk e Tiamat.

TIAMAT COMO UMA DEUSA-DRAGÃO PROTÓTIPO DE SATÃ:

Alguns pensam que Tiamat é um protótipo de Satã. Neste caso, pode-se especular que aqueles que pensam isso podem ser influenciados por uma formação cristã.

Este comentário surge por causa de outro final desse mito. Este é um mito paradoxal da criação, embora o monstro do caos tenha sido morto e desmembrado.

Ela permaneceu sendo o corpo do universo e se manifestou através de seus filhos, os deuses e deusas de quem Bel-Marduk recebeu homenagem. Dentro deste final ocorre uma transformação do mal em bem.

Tiamat não é despojada de seus atributos bons, mas eles se manifestam em seus filhos. Talvez seja por isso que, para alguns, Marduk é um senhor da magia.

VISÃO EVOLUTIVA DE TIAMAT:

Em uma visão evolucionária de Tiamat, aqueles que favorecem a visão satânica arquetípica dessa divindade primordial podem estar mais corretos.

Inicialmente seu furor começou com o assassinato de Apsu e cresceu alimentado pelo desejo de vingança. Como ela era deusa-dragão marinha e criadora, seus atributos sobreviventes seriam herdados por seus filhos e suas filhas. Mesmo que as divindades prestassem homenagem a Marduk depois que ele a derrotou em sua batalha cósmica, as gerações futuras poderiam não prestar tal homenagem a ele e seus sucessores.

O instinto de sobrevivência de sua avó paterna reside dentro deles. Juntamente com isso está a crença de que o sangue de seu segundo marido, Kingu, foi usado na criação da humanidade.

Assim, suas características de sobrevivência também sobrevivem na humanidade e continuarão reaparecendo. Isso se também se mostra em Lilith e seus filhos, bem como em Kali e em Hécate.

Tais filhas e filhos, através das formas de súcubos e íncubos, teriam relações sexuais com a humanidade. Gerariam aqueles de “verdadeiro” livre-arbítrio, autodeterminação e autocontrole. Aqueles que dançariam a sua própria música, os rebeldes da História.

A.G.H.

Fontes:

Cotterell, Arthur, A Dictionary of World Mythology, New York, G. P. Putman’s Sons, 1980. pp. 51-52

Jordan, Michael, Encyclopedia of Gods, New York, Facts On File, Inc. 1993, pp. 260-261

***

Fonte:

Tiamat and Abzu – Dragon Goddess in Babylonian mythology, by A.G.H.

https://www.themystica.com/tiamat/

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.


Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.

Deixe um comentário


Apoie. Faça parte do Problema.