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do Livro de São Cipriano
Matar um gato preto, enterrar no quintal, colocar uma fava em cada olho, outra debaixo da cauda e outra em cada ouvido, Depois de tudo isso feito, o cobrir de terra e regá-lo todas as noites ao dar meia-noite, com muito pouca água, até que as favas, que devem ter rebentado, estejam maduras, e quando estiverem realmente, cortá-las pelos pés.
Depois de cortadas, levá-las para casa e colocá-las uma a uma na boca. Quando, porém, parecer-lhe que vai se tornar invisível, é porque a fava que está na boça é a que tem a força da mágica, E assim, uma vez escolhida a fava, quando quiser entrar em qualquer parte sem que ninguém o veja, basta pôr a dita fava na boca.
Isto se da por uma virtude oculta, sem ser necessário fazer pacto com o demônio, como fazem as bruxas. Convém ficar atento para quando se vai regar as favas: hão de aparecer muitos fantasmas, com o fim de lhe dar sustos para que não consiga o seu propósito. A razão é muito simples: é que o demônio tem inveja de quem vai usar desta mágica, sem que antes se entregue a ele de corpo e alma, como normalmente fazem as bruxas. É bom não se assustar, pois nada lhe fará mal algum, basta que se faça o sinal da cruz.
Outra mágica do gato preto para ficar invisível
Fazer ferver uma panela d’água com flores de videira, usando lenha de salgueiro, Logo que a água esteja a ferver, colocar dentro um gato e deixar cozer até que se lhe separem os ossos da carne. Depois de tudo feito, deve- se coar todos os ossos em pano de linho e se colocar diante de um espelho; pôr depois um osso de cada vez na boca, não sendo necessário introduzi-lo todo, mas pô-lo só entre os dentes, de maneira que quando a sua imagem desaparecer do espelho, deve guardar o osso que está entre os dentes, porque é esse que tem a mágica. Quando você quiser ir para qualquer parte sem ser notado, basta pôr o citado osso na boca e dizer:
“Quero já estar em tal parte pelo poder da mágica preta que libera”.
Outros Segredos
Feiticeiras e bruxos se esforçam em conseguir com maior empenho a invisibilidade. É a suprema aquisição para eles, a maior prova de perícia e conhecimento dos segredos mais obscuros de sua arte.
A capacidade de desaparecer em forma de neblina e então, como por passe de mágica, reaparecer, é tida por muitos em mais alta conta do que a habilidade de evocar demônios e espíritos, de obter a complacência de homens e mulheres e mesmo da comunicação com os mortos. É exigida a devoção mais escrupulosa ao mal, a observação mais cuidadosa dos detalhes do ritual e — mais importante que tudo — prover os feiticeiros e feiticeiras com o poder mais terrível que poderiam possuir. Um vizinho rancoroso e vingativo — mesmo um adepto da arte secreta — deve pensar duas vezes antes de incorrer no desagrado de um homem que pode se vingar a qualquer tempo e nem mesmo seria visto executando isto!
Várias fórmulas para invisibilidade foram e são largamente usadas pelos seguidores das artes diabólicas de Cipriano. Manuscritos remotos revelam os mais antigos segredos da Magia Negra. Como não podia deixar de ser, os costumeiros rituais repelentes, como estes, por exemplo:
Colha cinco favas negras. Comece o ritual numa quarta-feira antes do sol nascer. Então tome a cabeça de um homem morto e ponha uma das favas negras em sua boca, duas em seus olhos e duas em seus ouvidos. Então faça em sua cabeça estes símbolos.
Quando tiver feito isto, enterre a cabeça com o rosto para cima; durante nove dias, antes do nascer do sol, molhe o rosto com uísque de boa qualidade.
Na nona manhã, quando voltar, encontrará as vagens germinadas.
Tome-as, coloque-as em sua própria boca e olhe-se no espelho. Se nada puder ver, está certo. Faça com outras pessoas da mesma maneira. Aqueles que não confirmarem a invisibilidade estão destinados a ser enterrados como a cabeça acima referida.
Muito mais charlatão, o fajuto feiticeiro deste final de século XX devia voltar às raízes, aos ensinamentos dos grandes mestres discípulos competentes do incomparável Cipriano. Duzentos anos atrás, o famoso mágico e alquimista Cornelius Agrippa produziu este cerimonial de resultado eficaz:
Para se tornar invisível, pegue um pedaço de chumbo e escreva sobre ele: Athatos, Stivos, Thern, Pantocraton, e coloque em seu sapato esquerdo. Então pode sair por aí sem ser visto (invisível).
O segredo mais simples da invisibilidade a ser levado a efeito é a declamação da seguinte oração enquanto se está dentro do círculo mágico devidamente consagrado. É nos mesmos moldes de certas práticas de Magia Negra nas quais ameaça-se o diabinho trambiqueiro com punição por ELE
— em outras palavras, o Deus cristão — a menos que o amaldiçoado anjo do inferno obedeça à ordem:
“Athal, Bathel, Nothe, Jhoram, Asey, Cleyungit, Gabellin, Semeney, Mencheno, Bal, Labenenten, Nero, Meclap, Helateroy, Placin, Timgimiel, Piegas, Peneme, Fruora, Hean, Ha, Ararna, Avira, Ayla, Seye Peremies, Seney Levesso, Huay, Baruchalu, Acuth, Tural, Buchard, Caratim, per misericordiam abibit ergo mortale perfide que hoc opus ut invisibiliter ire possim. 0 tu Pontation, Magister invisibilitaris cum Magistris tuis, Tenem, Musach, Motagren, Bries vel Brys, Domedis, Ugemal, Abdita, Patribisib, Tangadentet, Ciclap, Cliente, Z, Succentat, Colleig, Bereith et Plintia, Gastaril, Olete/. Conjuro te Pontation, et ipsos Ministros invisibilitatis per ilium qui contremere facit orben per Coelum et terram, Cherubim et Seraphim et per ilium qui generare facit in vergine et Deus est cum homine, ut hoc experimentum perfectae perficiam, est in quaecumquae hora voluero, sim invisibilis; lterum conjuro te et tuos Ministros, pro Stabuches et Mechaerom, Esey, Enitgiga, Bellis, Semonei, ul Statim venais cum dictis ministras tuas et pedidas hoc opus sicut scitis, et hoc experimentum me invisibilem facit, ut nemo me videat. Amém”.
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