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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares[1]
Afrodito ou Afroditos (em grego: Ἀφρόδιτος, Aphróditos) era uma Afrodite masculina originária de Amathus na ilha de Chipre e celebrada em Atenas.
Afrodito era retratada como tendo uma forma feminina e roupas como as de Afrodite, mas também um falo, e, portanto, um nome masculino. Esta divindade teria chegado à Atenas de Chipre no século 4 a.C. No século 5 a.C., no entanto, existiam as hermas de Afrodito, ou estátuas fálicas com cabeça feminina.
Afrodito é o mesmo que o deus posterior Hermafrodito, cujo nome deriva de ser considerado filho de Afrodite e Hermes. Hermafrodito apareceu pela primeira vez nos Personagens de Teofrasto. Fócio também explicou que Afrodito era Hermafrodito e citou fragmentos de comédias áticas que mencionavam a divindade.
Uma das primeiras imagens sobreviventes de Atenas é um fragmento (final do século IV a.C.), encontrado na ágora ateniense, de um molde de barro para uma estatueta de terracota. A estatueta teria cerca de 30 cm de altura, representada em um estilo conhecido como ἀνασυρόμενος (anasyromenos), que retrata uma mulher levantando o vestido para revelar os órgãos genitais masculinos, um gesto que se acreditava ter qualidades apotropaicas (isto é, qualidades da magia de proteção), que evitava más influências e concedia boa sorte.
Essa combinação do masculino e feminino em uma divindade e sendo associada à Lua, ambos considerados como tendo poderes fertilizantes, era considerada como tendo influência sobre toda a criação animal e vegetal.
ETIMOLOGIA:
Afrodito (Ἀφρόδιτος) parece ser a versão masculina de Afrodite (Ἀφροδίτη), com a desinência temática feminina -ē (-η) trocada pela desinência temática masculina -os (-ος), como paralelo, por exemplo. em Cleópatra/Cleópatro ou Andrômaca/Andrômaco.
ORIGENS:
Adoração:
Segundo Macróbio, que menciona a deusa em sua Saturnália, Filócoro, em seu Átis (referido por Macróbio), identifica essa divindade com a Lua e diz que em seus sacrifícios homens e mulheres trocavam de roupas entre si. Filóstrato, ao descrever os rituais envolvidos nas festas, disse que a imagem ou o imitador do deus era acompanhado por um grande grupo de seguidores em que as mulheres se misturavam aos homens porque as festas permitiam que “as mulheres fizessem o papel dos homens, e os homens a vestirem roupas de mulher e a agirem como mulheres”.
LITERATURA:
Teofrasto (c. 371 – c. 287 a.C.), Personagens 16.10:
“No quarto e sétimo dias de cada mês, ele manda preparar o vinho quente, e vai ele mesmo comprar coroas de mirto, incenso e convólvulos; ele volta para passar o dia adorando a estátua de Hermafrodito.”
Filócoro (c. 337–283 a.C.), Átis.
Pausânias (c. 110 – c. 180 AD), Descrição da Grécia 1.19.2:
“Em relação ao distrito chamado Os Jardins, e o templo de Afrodite, não há história que seja contada por eles, nem ainda sobre a Afrodite que fica perto do templo. Agora a forma dela é quadrada, como a do Herma (Hermafrodito), e a inscrição declara que a Afrodite Celestial é a mais antiga daquelas chamadas Parcas. Mas a estátua de Afrodite nos Jardins é obra de Alcamenes, e uma das coisas mais dignas de nota em Atenas.”
Alcífron (c. 125 – depois de 180 d.C.), Epístolas 3,37:
“Em posse de uma guirlanda de flores, dirigi-me ao templo de Hermafrodito, para fixá-lo ali, em homenagem ao meu falecido marido Fedria: mas fui apanhado ali por Mósquion e seus companheiros. Ele estava me provocando para me casar com ele; mas recusei, em parte por compaixão por meus filhos pequenos; e também porque meu querido Fedria está sempre em meus pensamentos.”
Filóstrato (c. 190 – c. 230 d.C.), Imagens 1.2:
“As tochas dão uma luz fraca, suficiente para os foliões verem o que está perto deles, mas não o suficiente para nós os vermos. Risadas se elevam, e as mulheres correm junto com os homens, usando sandálias masculinas e roupas cingidas em moda estranha; pois a festa permite que as mulheres se disfarcem de homens e que os homens “vistam roupas femininas” e simulem o andar das mulheres”.
Macróbio (c. 400 d.C.), Saturnália 3.8.2:
“Há também uma estátua de Vênus em Chipre, que é barbada, em forma e vestida como uma mulher, com cetro e genitais masculinos, e eles a concebem como homem e mulher. Aristófanes a chama de Afrodito, e Lévio diz: Adorando, portanto, a deusa Vênus, aquela que nutre, seja ela masculina ou feminina, assim como a Lua é uma deusa nutridora. Em seu Átis, Filócoro, também, afirma que ela é a Lua e que os homens sacrificam a ela em roupas femininas, mulheres em roupas masculinas, pois ela é considerada masculina e feminina”.
Icaro Aron Soares, é colaborador fixo do projeto Morte Súbita, bem como do site PanDaemonAeon e da Conhecimentos Proibidos. Siga ele no Instagram em @icaroaronsoares e @conhecimentosproibidos.
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