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Ritual de bruxaria correspondente ao batismo cristão
“Os cristãos, quando batizam seus filhos, o fazem em geral com a intenção de compromissá-los com o cristianismo, de preferência perpetuamente – e ao próprio ramo particular de cristianismo dos pais. Espera-se via de regra que os filhos endossarão tal compromisso, ratificando-o quando tiverem idade suficiente para aquiescer conscientemente (embora sem maturidade para discernir). Para sermos justos, esses pais – quando não estão meramente acatando uma convenção social – amiúde assim agem porque sinceramente acreditam que isso é essencial para a segurança das almas de seus filhos. Foram ensinados a crer nisso e freqüentemente mediante o medo.
Essa crença segundo a qual existe apenas um tipo de ingresso para o céu e que um bebê precisa recebê-lo com toda a rapidez para sua própria segurança é, evidentemente, estranha a Wicca. A crença de bruxas e bruxos na reencarnação a nega em todos os casos. Mas, independentemente disto, feiticeiras e feiticeiros sustentam o ponto de vista que era virtualmente universal antes da era do monoteísmo patriarcal, a saber, que todas as religiões são diferentes sendas de expressão das mesmas verdades e que a validade delas para qualquer indivíduo depende da natureza e das necessidades deste.
Uma cerimônia Wiccaning para a criança de uma família de bruxos não compromete, portanto, a criança com nenhuma senda em particular, mesmo uma pertencente a Wicca. É similar a um batizado no sentido em que invoca a proteção divina para a criança e ritualmente afirma o amor e o cuidado com os quais a família e os amigos desejam cercar o recém-chegado. Difere de um batizado no fato de especificamente reconhecer que, à medida que a criança se transforma num adulto, decidirá, e realmente terá que decidir, sobre sua própria senda.
Wicca é, acima de tudo, uma RELIGIÃO NATURAL – de modo que pais-bruxos tentarão naturalmente comunicar a seus filhos a alegria e realização que sua religião lhes proporciona, a família toda partilhando inevitavelmente do modo de vida vinculado a essa religião. Partilhar é uma coisa, impor ou ditar é outra, e longe de assegurar a “salvação” de uma criança, pode muito bem retardá-la – isto se, tal como as feiticeiras, você encarar a salvação não como uma espécie de transação instantânea, mas como um desenvolvimento ao longo de muitas existências.
Compomos nosso ritual de Wiccaning dentro desse espírito e achamos que a maioria das bruxas e bruxos concordarão com tal postura.
Sabíamos que a idéia de Ter padrinhos – amigos adultos que manterão um interesse pessoal no desenvolvimento da criança – era uma idéia justificadamente popular e sentimos que uma cerimônia de Wiccaning deveria adotá-la também. A princípio chamamos esses amigos adultos de “Patrocinadores”, a fim de evitar uma confusão com respeito à prática cristã. Mas reconsiderando o assunto posteriormente, percebemos que “patrocinador era uma palavra fria e que não havia motivo algum para que “padrinho” e “madrinha” (desde que god abarcasse goddess/ Padrinho em inglês é GODfather e madrinha GODmother) não servissem a bruxas e bruxos tanto como servem os cristãos. Afinal de contas, consideradas as diferenças de crença (e Deus sabe quanto os cristãos diferem entre si), inclusive a diferença de postura que já mencionamos, a função é a mesma.
Os padrinhos não têm de ser eles mesmos necessariamente bruxos, o que cabe aos pais decidir. Mas precisam, ao menos, simpatizar com a intenção do ritual e tê-lo lido integralmente de antemão, para assegurar que possam fazer as necessárias promessas com toda sinceridade (o mesmo se aplica, afinal, a bruxos e bruxas convidados por amigos cristãos para serem padrinhos num batismo cristão).
Se a Grã Sacerdotisa e/ou o Grão Sacerdote se prestam eles próprios a serem padrinhos, farão as promessas um ao outro nos momentos apropriados, durante o ritual.
Preparação
Se os membros do coven normalmente atuarem despidos, a decisão se assim participarão do ritual ou se farão vestidos caberá aos pais da criança. Num caso ou noutro, a Grã Sacerdotisa usará símbolos da Lua, e o Grã Sacerdote símbolos do Sol.
O círculo é marcado com flores e folhas verdes e o caldeirão colocado no centro, preenchido com as mesmas flores e folhas e talvez também de frutos. Coloca-se à disposição, no altar, óleo de consagração. Somente incenso leve deve ser usado – preferivelmente sob forma de bastão. Os presentes para a criança são postos ao lado do altar, bem como o alimento e as bebidas para uma pequena festa no círculo, depois do ritual.
Os pais devem escolher antecipadamente um “nome oculto” para a criança (isto é, em grade parte, para o próprio benefício da criança; crescendo numa família de bruxos, ele ou ela quase certamente apreciará ter um nome de bruxo ou bruxa particular tal como têm mamãe e papai – e se não for o caso, poderá ser discretamente esquecido até que e a menos que seu detentor queira usá-lo novamente).
O Ritual Para uma Menina
O Ritual de Abertura é realizado normalmente até o fim da invocação do “Grande Deus Cernunnos”, exceto pelo fato de que todos, inclusive os pais e a criança, se colocam no círculo antes do traçado, sentamos num semicírculo próximos do caldeirão e olhando para o altar – cedendo lugar à Grã Sacerdotisa, para que esta trace o círculo em torno deles. Somente a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote ficam em pé para conduzir o Ritual de Abertura.
Para reduzir movimento excessivo, que poderia amedrontar a criança, a Grã Sacerdotisa traça o círculo com seu athame, e não com a espada, e ninguém se move com ela, ou imita seus gestos quando ela invoca os Senhores das Atalaias. Ela e o Grão Sacerdote carregam os elementos em torno.
Após a invocação do Grande Cernunnos, a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote consagram o vinho. Não o experimental, mas colocam o cálice no altar.
O Grão Sacerdote, em seguida, posta-se diante do altar, encarando o caldeirão. A Grã Sacerdotisa fica pronta para entregar-lhe o óleo, o vinho e a água.
O Grão Sacerdote diz:
“Estamos reunidos neste círculo para pedir a benção do poderoso deus e da gentil deusa para ______________ (nome da menina), a filha de ______________ e ______________, de modo que ela possa crescer em beleza e força, em alegria e sabedoria. há muitas sendas, e cada um tem de encontrar a sua, e portando não buscamos ligar ______________ (nome da menina) à nenhuma senda, enquanto ela é ainda demasiadamente jovem para escolher.
Preferimos pedir ao deus e a deusa, que conhecem todas as senda e aos quais todas as senda conduzem, para abençoá-la, protegê-la e prepará-la ao longo dos anos de sua infância, de sorte que, quando finalmente for verdadeiramente adulta, saiba ela sem alimentar dúvidas ou medo qual sua senda e passe a trilhá-la com contentamento.
______________, mãe de ______________ (nome da menina), adianta-se com ela para que possa ser abençoada.”
O pai ajuda a mãe a se levantar e ambos levam a criança ao Grão Sacerdote, que a toma em seus braços. ele pergunta:
______________ , mãe de ______________ (nome da menina),possui esta tua criança também um nome oculto?
A mãe responde:
Seu nome oculto é ______________
O Grão Sacerdote, então, unta a criança na testa com óleo, fazendo a marca de um pentagrama e dizendo:
Eu unto a ti, ______________ (dizer o nome comum), com óleo e te dou o nome oculto de ______________.
Ele repete a ação com o vinho, dizendo:
Eu unto a ti, ______________ (dizer nome oculto), com vinho em nome do poderoso deus cernunnos.
Repete a ação com a água dizendo:
Eu unto a ti, ______________ (dizer nome oculto), com água em nome da gentil deusa aradia.
O grão sacerdote devolve a criança à sua mãe e, então conduz os pais e a criança a cada uma das atalaias, dizendo:
Vós senhores das atalaias leste (sul, oeste, norte), com efeito apresentamos a vós ______________ (nome comum), cujo nome oculto é ______________ (dizer nome oculto) e que foi devidamente ungida dentro do círculo de wicca. escutai, portanto, que ela se acha sob a proteção de cernunnos e aradia.
O Grão Sacerdote e a Grã Sacerdotisa tomam seus lugares voltados para o altar, com os pais e a criança entre eles. erguem seus braços e invocam cada um por sua vez:
Grão Sacerdote: poderoso Cernunnos, concede a esta criança o dom da força;
Grã Sacerdotisa: gentil Aradia, concede a esta criança o dom da beleza;
Grão Sacerdote: poderoso Cernunnos, concede a esta criança o dom da sabedoria;
Grã Sacerdotisa: gentil Aradia, concede a esta criança o dom do amor;
O Grão Sacerdote, a Grã Sacerdotisa e os pais se voltam para encarar o centro do círculo, e o grão sacerdote então pergunta:
Há duas pessoas no círculo que se apresentariam como padrinhos de ______________ ?
(obs.: se o sacerdote e a sacerdotisa estão se apresentando como padrinhos, ele perguntará, em lugar disso: há alguém no círculo que se apresentará comigo, como padrinhos de______________? e a sacerdotisa responderá: eu me juntarei a vós. em seguida eles olharão um para o outro e trocarão as perguntas e promessas).
Os padrinhos deverão se adiantar e ficar de pé, a madrinha encarando o sacerdote e o padrinho encarando a sacerdotisa.
O sacerdote pergunta para a madrinha:
Tu, ______________ prometes ser uma amiga de ______________ ao longo de sua infância, no sentido de ajudá-la e guiá-la da maneira que ela necessitar; e de acordo com seus pais por ela zelar e amá-la como se fosse de teu próprio sangue até que pela graça de cernunnos e aradia ela esteja pronta para escolher sua própria senda?
A madrinha responde:
Eu, ______________ assim prometo.
A Grã Sacerdotisa pergunta ao padrinho:
Tu, ______________ prometes ser uma amiga de ______________ ao longo de sua infância, no sentido de ajudá-la e guiá-la da maneira que ela necessitar; e de acordo com seus pais por ela zelar e amá-la como se fosse de teu próprio sangue até que pela graça de cernunnos e aradia ela esteja pronta para escolher sua própria senda?
O padrinho responde:
Eu, ______________ assim prometo.
O Grão Sacerdote diz:
O deus e a deusa a abençoaram;
Os senhores das atalaias a reconheceram;
Nós seus amigos lhe demos as boas vinda;
Portanto, ó círculo das estrelas;
Brilha em paz sobre ______________
Cujo nome oculto é ______________
Que assim seja.
Todos dizem: que assim seja!
O Grão Sacerdote diz:
Que todos se sentem dentro do círculo
Todos se sentam, exceto o sacerdote e a sacerdotisa, que experimentam e passam por todos o vinha já consagrado da maneira usual e então consagram e passam a todos os bolos da maneira usual.
A seguir, buscam os presentes, o alimento e as bebidas da festa e se sentam com os outros, daqui em diante passando-se para o informal.
O Ritual Para um Menino
A diferença básica caso a criança seja um menino é que o Grão Sacerdote e a Grã Sacerdotisa trocam suas funções. Ela realiza o enunciado de abertura e executa a unção, o Grão Sacerdote lhe entrega o óleo, o vinho e a água. Ela representa a criança às Atalaias.
A invocação a Deusa e ao deus por seus dons de força, beleza, sabedoria e amor, entretanto, é feita exatamente como a feita para a menina, e na mesma ordem.
A Grã Sacerdotisa convoca os padrinhos para que se apresentem e toma a promessa do padrinho; o Sacerdote toma então a promessa da madrinha.
A Grã Sacerdotisa pronuncia a bênção final.
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