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“Se a vida te dá limões,
cheque a estratégia básica.” – LöN Plo
Como Jack Torrance deixou claro certa vez, um pouco antes de sair perseguindo sua mulher e filho com um machado pelos corredores desertos do Hotel Overlook: “Muito trabalho sem diversão faz de qualquer um, um bobão!” Assim vamos deixar os estudos e a teoria chata de lado e nos divertir um pouco.
País: Espanha.
Cidade: Alcalá de Henares – talvez.
Data: entre 29 de setembro de 1547 e 23 de Abril de 1616.
Quem?
Miguel de Cervantes Saavedra. O poeta, dramaturgo, novelista e maior gênio vivo do mundo – pelo menos de acordo com ele próprio. Cervantes como todos sabem teve uma vida muito agitada, entre uma prisão e outra geralmente estava fugindo de alguém ou sendo refém por alguém. Se você acha uma merda perder as chaves do carro, imagine o que ele achou quando, em 1571, perdeu a mão esquerda. Não que ele não a tenha visto mais, ela continuava ali, grudada no braço, só não funcionava mais. Em 1605 escreveu a primeira parte de Don Quixote, dez anos depois publicou a segunda parte da história e em 22 de abril de 1616 morreu. No dia seguinte o enterraram e acabaram marcando a data da morte como sendo o dia do enterro, um costume da época na Espanha.
Don Quixote foi uma obra fantástica, em todos os sentidos, tão grande que hoje se você pergunta para alguém “o que foi mesmo que Miguel de Cervantes escreveu?”, vão te responder: “Don Quixote” – os mais metidinhos dirão algo como Don Quixote de La Mancha ou outras variações do gênero. Isso ocorre porque Miguel de Cervantes sofria do que ficou conhecido – ou está sendo conhecido a partir de agora – como Síndrome de Camões. A Síndrome de Camões faz com que a pessoa seja escritora, perca uma parte do corpo em batalha, seja originário da Península Ibérica, tenha vivido muito tempo atrás, tenha sido constantemente preso, tenha se alistado, tenha ido para o oriente e se torne porta voz de sua língua.
Cervantes passou por tudo isso, com um bônus! Aqueles que sofrem da Síndrome de Camões também, não importam o quanto tenham escrito, ficam conhecidos por uma única obra, muitas vezes acredita-se que ele só tenha escrito essa obra. Assim como Camões não escreveu apenas os Lusiadas, Cervantes não escreveu apenas Quixote, muito pelo contrário, nas palavras do próprio:
“Minha genialidade e minha inclinação, me levam a este tipo de escrita, tanto mais que eu considero (verdadeiramente) que sou o primeiro a ter escrito novelas na língua espanhola, mesmo que até o momento muitas delas tenham surgido entre nós, todas são traduções de escritores estrangeiros. Mas estas são de minha autoria, não foram imitadas nem roubadas de ninguém; minha genialidade as engendrou, minha pena as trouxe à vida e elas estão crescendo, nos braços da prensa.”
Sendo de fato o primeiro novelista espanhol ou não, ele engendrou mesmo muitas obras. Além de Quixote ele escreveu dentre outras, Novelas Ejemplares, em 1613. Novelas ejemplares consiste de uma série de 12 contos curtos, apesar de tecnicamente poderem ser considerados contos curtos longos. Um deles nos interessa em particular: Rinconete y Cortadillo.[1]
Não há como dizer se esta história nasceu do amor que Cervantes tinha pelo jogo, ou se pelo amor que seu pai tinha pelo jogo, mas ela narra as aventuras de dois jovens trapaceiros que, vivendo em uma época de miséria em Sevilha, abandonam seus lares em busca de liberdade e aventuras sempre guiados por seu amor ao dinheiro, sendo especialistas no jogo de ventiuna. No conto, Cervantes descreve que o objetivo deste jogo é conseguir atingir 21 pontos somando-se valores atribuidos às cartas de baraja, ele também fala que o Ás vale 1 ou 11. Além de uma leitura muito agradável esse conto nos mostra que o jogo de 21 já era conhecido e praticado quase exatamente como o fazemos hoje em dia desde o século XVII; a diferença era que a baraja espanhola da época consistia do Ás, das cartas 2,3,4,5,6,7,10,11 e 12, pulando o oito e o nove e tinha o 10 como o valete. Além disso elas pareciam mais um jogo de tarô extra-awesome do que um desses maços de baralho que temos hoje.
Apesar do 21 não possuir uma origem definida, os cassinos franceses também estavam familiariazados com jogos de cartas como o “Chemin de Fer” e o “French Ferme”, e lá pelo século XVII também se tornou popular o “Vingt-et-Un”. Assim o jogo viajou pela Europa até que no século XIX chegou aos Estados Unidos, onde ficou conhecido como Twenty-One, ou Vinte Um. Para atrair mais apostadores para um jogo que não possuia o glamour do Poker muitos cassinos criaram jogadas de bônus, como por exemplo se um jogador conseguisse um Ás de espadas e um valete negro, fosse qual fosse o naipe, e ganhasse da banca, ele teria sua aposta multiplicada por dez. Essa mão em especial ficou conhecida como Black Jack (Valete Negro) e acabou re-batizando o jogo. Hoje nos Estados Unidos qualquer mão que totalize 21 composta de um Ás e qualquer carta de valor 10 é chamada de Black Jack.
Uau. Começamos com Jack Torrance e terminamos com Black Jack. Da Espanha para o Velho-Oeste, passando por alguns cabarés franceses de má reputação em alguns instantes, e nossa diversão está apenas começando.
O 21 é um jogo simples, fácil de se jogar e altamente viciante, talvez por ser bem simples e fácil de se jogar. As regras não mudaram muito desde a época de Rinconete e Cortadillo. Tecnicamente não importa quantas pessoas estejam participando do jogo, uma partida de 21 é sempre um duelo. Se houver uma pessoa na mesa ou sete, a partida será sempre entre cada indivíduo e a casa, representada pelo croupie – a pessoa que está distribuindo as cartas. Esse é um ponto importante do jogo, se lembre dele.
No jogo, que é realizado de maneira profissional com seis ou oito maços de baralho[2], cada carta tem o valor que traz estampado, a carta 2 vale dois, a carta 5 vale cinco, etc. O 10 e as cartas da corte, ou macacos como são curiosamente chamados por alguns asiáticos, valem 10 e o Ás pode valer 1 ou 11. Esse é outro ponto importante, tente se lembrar dele.
Cada jogador recebe do croupie 2 (duas) cartas, em alguns jogos as cartas são viradas para cima em outros para baixo, depende do cassino, do país, do grau de embriaguêz do croupie. O croupie então distribui duas cartas para si mesmo, uma virada para cima, outra para baixo. Esse é o ponto importante número três.
As apostas são feitas antes de você receber as cartas, e você joga antes do croupiê. Esse é o penúltimo fato importante do momento.
Em todo cassino profissional, o croupie é um robô sem vontade nenhuma. NENHUMA. Esse é o fato importante final. Agora pare para recapitular todos eles. É isso ai, chegou o momento em que você vai aprender a se tornar um campeão do 21, uma guerreira das cartas. Vai descobrir como impressionar as pessoas e ficar com tanta grana que a palavra “dinheiro” vai te enjoar. Vai aprender maneiras de ser expulso de um cassino e nunca mais poder voltar de tanto que vai ganhar. Mas antes alguns fatos:
1- Estamos no Brasil, onde esse tipo de jogo não é legalizado.
2- Esse jogo se trata de um jogo de probabilidade com memória, as cartas se lembram do que fizeram.
3- Ninguém abre um Cassino ou uma instituição semelhante por ser caridoso. Nem para ser justo com seus companheiros humanos. Quando alguém abre um Cassino ele sabe que as pessoas vão pagar dinheiro para ganhar dinheiro, ou seja, estão vendendo dinheiro e querem um lucro. Colocando isso de forma clara, quando você vai para um Cassino está indo pagar R$ 6,50 reais em uma nota de R$ 5,00 reais. E nunca pense o contrário.
4- Existe uma maneira de se contornar o sistema de forma que você peguer uma nota de R$ 5,00 reais, pague por ela R 6,50 reais e consigua um troco de R$ 23.000,00 reais; e não estou falando de roubo, trapaças ou qualquer coisa divertida do gênero. É como colocar uma cereja dentro do forno, ligar ele e tirar uma torta de cerejas quentinha de lá.
Fechem os zípere, coloquem de volta os soutiens e preparam-se para pular para dentro do abismo.
NOTA PRÉ-PULO
{Num outro dia nos aventuraremos por lugares como “Definindo uma Aposta Justa” ou “Retorno à Média” ou mesmo “Probabilidade Avançada do Caos”, mas por hora é apenas o recreio, então os termos técnicos serão quase que suprimidos e eu falarei com você como se você fosse uma criatura que sofre de algum retardo.}
Em primeiro lugar as regras básicas. Uma rodada de 21 começa com cada jogador fazendo uma aposta. O croupie então dará para cada jogador, iniciando com o primeiro à esquerda dele mesmo, e para si mesmo 2 cartas. Na grande maioria dos jogos as cartas dos jogadores ficam com os números para cima e as dos croupie sempre ficam uma à mostra e outra virada para baixo, para facilitar as coisas vamos chamar a carta que podemos ver o número como carta “Aberta” e a virada para baixo de a carta “No Buraco”. Cada jogador então pode pedir uma nova carta, pode desistir ou pode parar, de acordo com a soma dos valores mostrados. Bem simples não? Se os pontos do croupie forem mais altos do que o dos outros jogadores da mesa ele ganha.
Sempre que você ganhar dele você recebe como prêmio a mesma quantia que apostou, ou seja se você aposta R$ 10,00 e ganha, pega de volta os seus R$ 10,00 e ganha do homem mais R$10,00. Se você ganha com um 21, você tem um bônus, o prêmio geralmente é de 3 para 2, ou seja, se apostou R$10,00 e de cara tira um Ás e um Valete, por exemplo, pega seus R$10,00 de volta e recebe mais R$15,00 reais – isso se o courpie também não tiver outro Ás e uma carta 10. Alguns lugares pagam 6 para 5, sempre que virem isso saia, não vale a pena jogar nessa mesa.
Agora, como eu entendo que você tem algum tipo de retardo mental, vou te confidenciar algo que a maioria das pessoas não entende: “muita gente acha que o objetivo do jogo é chegar o mais perto de 21 sem estourar – passar de 21. BESTEIRA!!! O objetivo do jogo é simplesmente vencer do croupie, sem que para isso você ultrapasse os 21 pontos. Se você somar 18 e ele 17, você ganha. Se você somar 12 e ele estourar em 22 pontos ou mais você ganha. Lembre-se o nome do jogo engana, você pode passar uma noite vencendo não somando mais do que 12 pontos em cada mão.”
CENÁRIO MENTAL
Você está com a bunda em um banquinho incômodo. Na sua frente uma moça de uniforme distribuindo cartas. Você faz sua aposta e recebe duas cartas, um 5 e um 3. Vocêentão pede outra carta, um 6. Sua soma é de 14 pontos. Ai você pára para pensar se pede mais uma carta ou não, afinal qualquer carta com valor maior do que 7 significa que você perdeu.
FIM DO CENÁRIO MENTAL
Vamos voltar ao momento logo após ter feito sua aposta e ter recebido suas cartas. Você olha para sua mão e tem então as seguintes opções para jogar:
Parar – Se estiver satisfeito com a sua mão você pára.
Hit – Se você deseja uma nova carta, você pede, e continua pedindo até ficar satisfeito e Parar.
Dobrar – Caso você ache que com mais uma carta vai conseguir chegar a 21 ou muito próximo e resolva tirar proveito da situação, você pode dobrar sua aposta. Assim que dobrar você recebe mais uma carta e apenas uma. Isso significa que obrigatoriamente vai receber a carta. Se estiver com uma mão ótima e não quiser mais cartas não pode fazer isso. Sim a vida do jogador é injusta.
Separar – Se as suas duas primeiras cartas tiverem o mesmo valor, sejam dois 3, dois 7 ou duas cartas que valham 10, você pode separá-las e é como se estivesse jogando com duas mãos. Quando faz isso você tem que fazer uma aposta do mesmo valor que fez para começar a jogar para essa segunda mão, então se antes de jogar apostou R$50,00 e receber dois 8, pode dobrar acrescentando mais R$50,00 na banca de apostas. Você recebe duas novas cartas, uma para cada 8 que tinha e cada nova mão é compsota do 8 e de uma das duas novas cartas. Se as novas cartas formarem um novo par, por exemplo mais um ou dois 8′s, você pode dividir novamente, jogando 3 ou 4 mãos paralelas. Alguns Cassinos permitem que depois de uma separação você Dobre a aposta, outros não.
Arregar – Alguns cassinos permitem que você se acovarde e decida mostrar ao mundo como é cagão ou cagona. Nesses cassos quando desiste você acaba deixando metade da aposta que fez na mesa.
Além disso os cassinos inventaram duas coisas muito bacanas. Bacanas para eles, se chamam respectivamente Seguro (ensurance) e Dinheiro Igual (Even Money). Elas são tão legais que a única coisa que direi a respeito de tais táticas é: NUNCA CAIA NELAS. Nem perderei tempo explicando para que se algum dia você entre em um cassino e pare para pensar se eram coisas boas ou ruim. Evite, não use, ignore. Só estão lá para levar seu dinheiro, por mais que não pareça.
No final, quando você estiver satifeito e parar, se não estourar, o croupie soma os pontos dele e pára ou continua pegando novas cartas até que passe de 16 pontos ou estoure.
Agora você já conhece o básico.
Enquanto digere isso vamos falar um pouco de história.
Em 1956 quatro técnicos do exército americano, Roger Baldwin, Wilbert Cantey, Herbert Maisel e James McDermott publicaram um artigo no Journal of tha American Statistical Association. O artigo foi entitulado The optimum strategy in Blackjack[3] – A melhor estratégia em Blackjack – e se iniciava da seguinte forma:
“Este artigo discute o jogo de cartas Blackjack como ele é jogado nos cassinos de Las Vegas. As regras básicas do jogo são descritas em detalhes. Os problemas estratégicos são analizados com o objetivo de se encontrar uma estratégia que maximize suas expectativas matemáticas.”
Isso pode ser traduzido como: vamos ensinar você a não ter que pensar para jogar bem este jogo!
Com o tempo esta “melhor estratégia” ficou conhecida como Estratégia Básica – E.B.. Algo que você vai descobrir é que matemáticos tem uma atração doentia quase perversa para jogos de azar, e vário costumam devotar muito tempo de estudo se maravilhando com conjuntos de dados, gráficos estatísticos de resultados, fórmulas para calcular probabilidades e muito mais. Este talvez não tenha sido exatamente o caso dos quatro matemáticos acima, já que sua “curiosidade matemática” fez com que no ano seguinte, em 1957, publicassem o livro Playing Blackjack to Win – Jogando Blackjack para Vencer. Este livro até hoje é um clássico entre apostadores e estudiosos, mesmo que seus métodos tenham se tornado um pouco defasados e hoje existam técnicas mais precisas. Um de seus pontos altos é o capítulo sobre “partial casing” – cobertura parcial – que eu considero como sendo a primeira publicação de um sistema de contagem de cartas válido, mais para frente veremos um certo Sr. Thorp, que acabou ficando famoso como o inventor da contagem de cartas no 21, mas o quarteto que ficou conhecido como os Quatro Cavaleiros, fez um trabalho muito bom.
Este primeiro artigo e livro desenvolveram uma idéia muito interessante, eles traziam métodos não apenas para se apostar, mas para se jogar de maneira consciente, não apenas apostando na sorte. Claro que sempre houve maneiras de se trapacear, como o Pastposting[4], mas este material mostrava como se criar uma estratégia que se seguida poderia render algum lucro para o jogador, ou ao menos remediar um grande mal criado pelos cassinos.
Como dissemos acima, ninguém abre um cassino por caridade, e para aqueles que desejam simplesmente jogar dinheiro fora a opção de prostitutas viciadas em crack sempre parece mais divertida, assim ao entrar em um cassino saiba que cada nota de dinheiro que você tem, automaticamente perde parte do valor.
“Como assim?” você, minha doce criança com algum tipo de retardo, me pergunta com a saliva escorrendo pelo queixo?
O jogo de 21 foi projetado, por exemplo, para que a casa tenha uma vantagem imediata de que varia entre aproximadamente 2% e 5% sobre cada aposta feita. Isso significa que ao se sentar em uma mesa de Blackjack, cada nota de 1 dólar que você colocar na mesa vale, instantaneamente 98 ou 95 centavos de dólar. Parece mágica não? Por isso vou falar isso de um jeito diferente e me movendo bem devagar.
Um cassino normal costuma ter uma margem de lucro sobre qualquer quantia apostada de mais ou menos 5%. Esse lucro é uma média, cada jogo tem uma margem diferente de lucro mas todos tem algo em comum, essa margem de lucro é para o cassino, nunca para você. Claro que isso não significa que se você apostar 1 dólar vai receber 95 centavos de volta, e ai está a magia da matemática: se você aposta 1 dolar ou você perde 1 dólar inteiro, ou ganha mais dólares inteiros. Como acontece então esse ganho do cassino?
Imagine a seguinte cena:
Meu nome é Bond, Jeimesh Bond!
Sir Mr. Bond entra no Cassino de Monte Carlo com 100.000 euros em notas de 100. Ele as troca por fichas e joga a noite toda. Ele joga com calma, calculando cada movimento, flertando com as mulheres, bebendo martinis e na manhã seguinte sai quebrado de lá, sem um puto no bolso.
Se você estava no Cassino, não importa quanto o Sir Mr. Bond tenha ganho ou perdido durante a noite, você sai com a ilusão de que ele perdeu 100% do dinheiro. Que merda de papo é esse de lucro só de 5% pro cassino?
Essa ilusão de ganhar ou perder 100% do dinheiro apostado acontece porque a margem de lucro da casa tem a ver com a quantidade de dinheiro APOSTADA, não a quantidade de dinheiro que VOCÊ LEVOU PARA O CASSINO. Imagine agora que depois de assistir a Mr. Bond jogar você toma o lugar dele. Você tem 100 euros no bolso e resolve apostar 5 euros por partida de roleta. Um giro de roleta costuma levar mais ou menos 2 minutos, o que significa que em uma hora você apostou aproximadamente 150 euros, isso mesmo que você tenha levado apenas 100 euros com você, sabe por que? Porque eventualmente você ganha algumas partidas – ganhando ou recuperando algum dinheiro – e você torna a apostar esse dinheiro – que poderia ser originalmente seu ou não – na mesa. Suas apostas então são compostas dos 100 que você levou mais o dinheiro que você eventualmente ganha. Assim depois de 13 horas jogando direto – se você não quebrar antes -, você apostou 1950 euros (150 euros por hora x 13 horas de jogo), isso não significa que você ganhou esse dinheiro, e sim que suas apostas somam esse valor. Agora pegue a calculadora e calcule 5% de 1950. O resultado será 97.50. Que são quase os seus 100 euros iniciais. Ainda não entendeu? Vou tentar ser mais simples.
Ao invés de chegar e jogar todos os seus 100 euros no 17 e esperar a roda da fortuna parar, você vai apostando 5 euros ou na cor preta ou na vermelha – sim roletas tem essa opção. A chance da bolinha cair na cor preta é exatamente a de cair na cor vermelha, que é quase 50%, se você não esquecer que existe a opção de cair no 0, que é verde. Assim, mesmo que ignoremos o 0, as chances seriam de 50% de você ganhar e 50% de você perder. Durante uma noite de apostas, apostando-se de forma consciente, o seu dinheiro segue a probabilidade do jogo (de você ganhar 50% das vezes), se jogar por muito tempo seus ganhos e perdas vão tender a se enquadrar na probabilidade que é de você ganhar metade das vezes e perder metade das vezes. Claro que se você jogar uma moeda para o alto 4 vezes, não significa que vão cair duas caras e duas coroas, mas se você jogar uma moeda para o ar 4.000.000 de vezes vai ver que com o tempo, mesmo que consiga 38 coroas seguidas, a tendência é que a probabilidade de 50/50 fale mais alto e o resultado chegue muito próximo de 2.000.000 de caras e 2.000.000 de coroas. No cassino, isso significa que se você jogar muito no jogo que possa simplesmente escolher entre preto e vermelho, no fim de muitas partidas vai ter o dinheiro relativo ao prêmio de 50% de vitórias MENOS a taxa de 5% do cassino.
Ou seja, essa vantagem do cassino não vem de jogares individuais, mas de todo o dinheiro sendo apostado naquele momento. ou seja, esses 1950 euros apostados não querem dizer que você esteja com 1950 na carteira, você pode apostar esse valor e sair com 110 euros na carteira, assim, mesmo apostando quase 2000 euros, o seu lucro líquido foi o de 10 euros. Se da mesma forma apostar e sair da mesa com 90 euros, quer dizer que lidou, naquela noite, com quase 2000 euros e perdeu 10 para o cassino.
Assim, voltamos ao 21.
Antes de prosseguir vamos determinar uma pequena regra de comunicação: existem várias combinações de cartas que somam 21 pontos. Mas existe apenas uma que dá uma vantagem: uma carta valor 10 + Ás. Essa combinação de 21 com apenas 2 cartas recebe muitos nomes: “Blackjack”, “Natural”, “Vinte Um do Cacete”, etc. Para não haver confusões mais adiante, sempre que falarmos de um 21 desse tipo, o chamarei de “Natural“.
Se você tiver muito dinheiro e muito tempo, pode fazer um teste. Faça uma aposta constante na mesa, digamos U$10,00 dólares, e jogue umas 100.000 partidas. No final dos anos que gastar jogando, vai ver que somando o dinheiro que ganhou e subtraindo o que perdeu vai acabar se aproximando de uma perda de 2%. Se tiver U$1.000.000,00 de dólares para realizar a experiência, vai notar que após 100.000 jogadas estará com aproximadamente U$980.000,00 na conta, ou seja, depois de meses e anos jogando você acaba perdendo aproximadamente a margem de lucro do cassino.
O material desenvolvido por Baldwin & Cia mostravam como reduzir essa margem de ganho do cassino. Um jogador imbecil, que senta na mesa e sai apostando esperando a sorte lhe sorrir, em uma partida de 21, estará enfrentando uma margem que varia entre 6% e 5% a favor da casa. Um jogador que jogue a sério mas de maneira cega, usando apenas o bom senso, estará enfrentando uma margem de lucro a favor da casa de aproximadamente 2%. Agora caso você aplique a E.B. de forma correta consegue diminuir a margem de lucro da casa de 2% para 0,5%. E isso já é uma grande vantagem para o apostador, mas uma vantagem para minimizar suas perdas, ou de brecar a desvalorização instantânea do seu dinheiro.
Voltemos à história.
Alguns anos depois da publicação do livro de Baldiwn o professor Edward Oakley Thorp – lembra-se do nome? – resolveu dar uma olhada na estratégia básica descrita ali. Se utilizando de um IBM 704 e do critério de Kelly[4] ele investiu um tempo em aprender a programar em Fortran e passou a desenvolver equações que formassem um modelo teórico básico de pesquisa para probabilidades de se vencer no jogo de 21. Sua pesquisa foi cuidadosa e extensa e com o tempo ele chegou a uma conclusão lógica: se você apenas reduz sua margem de perda não quer dizer que ganhe algo, além de uma estratégia boa você precisa de uma vantagem que a casa não tenha. Ele começou a desenvolver então métodos de contagem de cartas que afetariam as chances do jogador lhe dando essa vantagem.
Lembra-se quando disse que os 4 Cavaleiros eram responsáveis por um primeiro sistema de contagem de cartas? Isso é porque como disse lá para trás, o 21 é um jogo com memória. Quando você joga uma moeda a chance de cair cara é de 50%, ou seja probabilisticamente falando, a cada duas jogadas a chance é de se ter uma cara e uma coroa. Mas vimos que na prática isso não funciona assim, isso é por causa da aleatoriedade. Mas a aleatoriedade influencia a probabilidade de um evento? Não. Se por algum motivo maluco, depois de passar a tarde jogando uma moeda você conseguir tirar 72 caras consecutivas, sabe qual a chance da sua septuagésima terceira jogada ser outra cara? Exatos 50% Isso porque a moeda não sabe que já caiu 72 vezes com a cara pra cima, ela não escolheu sair com a cara virada para cima. Assim a próxima jogada pode ser tanto cara quanto coroa. A moeda não tem memória. Mas no jogo de 21 isso muda. Muda porque o croupie pega todas as cartas, embaralha, as coloca no sapato [5] e começa a tirar carta por carta, sem parar para embaralhar tudo de novo quando acaba a partida. Assim se na primeira distribuição de cartas sai um Valete, um 7, um 5, um 8, um 9, um 4, um 2, um 8, um 3, essas cartas não voltam para o baralho. Elas não tem como voltar para a sua mão. O jogo “se lembra” das cartas que saíram. Assim, se você souber que uma carta já saiu, sabe que ela não pode sair novamente, se sabe que o jogo conta com apenas um maço de cartas e que já saíram 4 Áses, sabe que não é possível que ninguém mais faça um natural, nem você, nem o croupie. E isso dá ao jogador uma vantagem, como veremos mais para frente.
Assim, depois de muito labutar, Thorp decidiu que era hora de por a teoria em prática e munido de U$10.000,00 dólares que ganhou como investimento por parte de dois amigos milhonários, partiu para Reno para visitar os cassinos. Em um fim de semana conseguiu ganhar U$11.000,00 dólares e
não… ele não chegou com dez mil e saiu com onze mil. Ele chegou com dez mil e saiu com vinte e um mil dólares. Bem… como eu dizia
resolveu partir para outros cassinos. Em 1962 ele praticamente não podia jogar mais, os cassinos conheciam ele e não deixava que se aproximasse das mesas de 21, porque ele sempre ganhava. Como ninguém sabia como ele ganhava apenas o proibiam de jogar, e o intimidavam um pouco no processo, assim ele decidiu publicar o livro Beat the Dealer[6] – Vença o Croupie – revelendo seus métodos e sistemas. Com esse livro, o jogador não apenas reduziria a margem de lucro da casa – se utilizando das estratégias básicas – como inverteria o jogo, dando ao apostador uma margem de lucro. E assim em apenas 6 anos, 5 matemáticos literalmente foderam com os cassinos. Como se não bastasse, um ex funcionário da IBM desenvolveu um programa utilizando o mainframe da própria IBM para rodá-lo, com a única função simular cenários de E.B.; assim Julian Brown desenvolveu novas estratégias tanto para a E.B. quanto para a contagem de cartas, seu trabalho foi publicado na segunda edição do Beat the Dealer[6].
Logo após a publicação do livro de Thorp os cassinos tiveram que mudar as regras do 21 e desenvolveram métodos para dificultar a contagem de cartas. A idéia era diminiur qualquer oportunidade que o jogador tivesse de ter alguma vantagem e devolver a margem de lucro para a casa, foi nessa época que as máquinas de embaralhar automáticas entraram em cena, assim como os primeiros jogos eletrônicos de 21.
Vamos deixar de história um pouco e voltar para a matemática. O que esses primeiros “pioneiros” em tentar vencer o sistema através de estatísticas fizeram foi, de forma resumida, provar que em um jogo de 21, quando o baralho tem muitas cartas baixas – 2′s, 3′s, 4′s, 5′s, 6′s – o jogo favorece o cassino. Quando o baralho tem muitas cartas altas – Ases e cartas que valem 10 pontos – o jogo favorece o apostador. Tanto a E.B. e a contagem de cartas lidam com isso. Quando os cassinos ficaram sabendo dessas vantagens que o apostador poderia desenvolver começaram a usar mais de um maço de baralho em cada mesa, hoje variam geralmente entre 6 e 8 maços, a começaram a embaralhar as cartas antes delas chegarem no final, muitos também mudaram o pagamento, em caso de vitória do jogador com um Natural ao invés de pagarem 3 para 2, começaram a pagar 5 para 6. Além disso regras como começar a apostar em um jogo já começado era proibido, além de outras coisas.
O que torna o jogo vantajoso para a casa é o fato de você apostar antes de saber o que tem na mão e pedir cartas antes de saber que jogo o croupie tem. A mágica está ai. Agora você tem que se lembrar que o objetivo do jogo não é fazer 21 pontos e sim fazer mais pontos do que o croupie sem ultrapassar 21. Outra coisa que você deveria saber já, como ordenei lá em ciama que o fizesse, é que o corupiê não é um ser humano. Ele pode suar, ter seios, ter aquele volume nas calças justas que te fazem querer acreditar que ele tem um salame dentro da cueca. Ele conversa, xinga, chora… mas não é humano, é um robô super-avançado e qualquer imbecil hoje sabe que robôs normais agem de acordo com 3 leis bem definidas, conhecidas como as Três Leis da Robótica:
1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.
Um croupie, por ser super-avançado, age de acordo com 5 leis bem definidas, as Três Leis da Robótica e mais duas leis conhecidas como as Leis do Cassino para Croupies de BlackJack:
4ª lei: O Crupie pede mais cartas no 16.
5ª lei: O Crupie pára no 17.
Isso significa que se, ao se virar a carta Do Buraco, a soma dos valores for igual OU INFERIOR a 16 o croupie VAI PEDIR MAIS CARTAS até chegar a 17 ou passar. Da mesma forma se a soma das duas cartas for igual ou superior a 17 ele NUNCA VAI PEGAR MAIS CARTAS.
Na prática o croupie sempre sabe contra qual número está jogando. Você não. Se você chegar a 15 pontos e parar, o croupie vai virar cartas até ter mais do que 16 ou chegar a 17. Suponha que você está com um 7 e um 8. O croupie tinha um 3 Aberto e um Ás no Buraco. Se o baralho tiver uma sequência de cartas pequenas ele pode ir tirando cartas até passar o seu total. Por outro lado, se o baralho tiver só cartas altas, ele tem um 3 para cima e um 10 no Buraco, ele obrigatoriamente vai virar outra carta. Se for um outro 10 ele perde. Sacou a idéia geral? Imagine diferente: você tem duas cartas, um 2 e um 6, e por algum motivo secreto decide não pedir nenhuma. O croupie tem um 9 Aberto e assim que abre a carta do Buraco descobre um 6. Ele já tem mais pontos do que você, mas é obrigado a seguir a regra da casa, e VAI tirar mais uma carta. Suponha que no baralho só restaram cartas de valor 10, o que acontece assim que ele virar a próxima, MESMO JÁ TENDO UM JOGO MAIOR QUE O SEU? Eu não sei quanto a você, mas no meu livro 25 é muito além de 21, o que significa que ele estourou e perdeu. Você ganhou com um 8.
A E.B. trabalha de forma a você saber se deve pedir mais cartas, parar, dobrar o jogo, separar jogos ou mesmo arregar baseando-se nas regras da casa (quantos maços estão sendo usados, se o croupie pára em qualquer 17 ou se apenas em 17′s engessados – veremos o que é isso – se você pode dobrar depois de separar o jogo, se o Natural paga 3:2 ou 5:6, etc.), nas suas cartas e na carta Aberta do croupie. Isso faz com que você reduza a margem de lucro do cassino. A contagem de cartas faz com que você saiba qual as cartas que ainda restam no baralho. Isso combinado com um simples bom senso faz com que o jogo de 21 se transforme em um Lapdance para você.
Aposte uma mesma quantia sempre e depois de um tempo a sua perda ou ganho tende a atingir a média prevista. Se um sistema te dá uma chance de ganhar de 5% sobre a casa, isso significa que em 100.000 jogadas você pode tranformar U$10.000,00 dólares em U$10.500,00. Obvio que isso não parece muito, e na prática não é mesmo. É por isso que além da E.B. e da contagem de cartas você precisa da tática de guerrilha. Se você joga com a E.B. fazendo seu dinheiro não desvalorizar tanto e conta cartas, quando perceber que o baralho ficou favorável para você, você aposta alto, muito alto, descaradamente alto. Quando percebe que o baralho “esfriou” novamente, você volta a apostar baixo. Outro detalhe é que quanto mais no final das cartas você estiver quando a contagem ficar “Quente” melhor para você, já que uma contagem alto muito no começo do maço tende a diminuir mais para o fim, e você não tem como saber naquele momento a ordem das cartas altas e baixas, assim mesmo estando Quente, o baralho pode te dar cartas de valor baixo.
Claro que os cassinos não são bobos, nós já vimos que quando o livro do Thorp saiu ele se adaptaram tornando o 21 praticamente inganhável. E assim que perceberam que pessoas podiam contar cartas eles estudaram como elas faziam isso (afinal havia um livro publicado sobre o assunto) e passaram então a estudar os padrões de apostas dos apostadores. Se alguém só aposta alto quando ganha e aposta baixo quando perde eles sacam que você está contando cartas e te chutam para fora – contar cartas não é ilegal nem trapaça, mas como cassinos são propriedades particulares eles podem te expulsar quando você começa a ganhar muito dinheiro, isso porque eles não gostam que você ganhe muito dinheiro.
De fato a vida de um apostador realmente não é justa.
Bem, agora nossa brincadeira muda, e eu vou usar a E.B. e contagem de cartas para pessoas com algum retardo mental para te tranformar num autista que faria Dustin Hofman chorar e cagar nas cuecas boxer que ele comprava no Wallmart. Tudo o que você precisa é de pelo menos quatro maços de cartas de baralho, pode ser do bem barato, desses de 3 reais que vende em padaria da marca 1001. Se quiser investir pesado compre 8 maços, mas para começo de conversa quatro bastarão.
Antes de começar, mais uma tecnicalidade, mãos “engessadas” são as que não tem Ases, mãos “suaves” são as que contém um Ás – isso porque o Ás dá uma certa liberdade de você não estourar mais de 21 pontos de cara, um Ás e um 9 podem tanto valer 10 quanto 20.
Hoje, décadas depois das publicações de Playing Blackjack to Win e Beat the Dealer, existem centenas de tabelas com informações sobre a E.B., aparentemente qualquer pessoa que saiba usar uma calculadora descobre um E.B. que deixa todas as outras para trás; mas para facilitar no começo eu reduzi todas a três conjuntos de regra. Você deve ir para casa e durante uma hora jogar 21 com seu maço. Jogue primeiro sozinho/a, e sinta o jogo, tire duas cartas para você e então tire mais duas, uma virada para baixo e outra para cima, primeiro jogue com as suas cartas e então com as cartas do “croupie”, use feijões como fichas de aposta para notar seu desenvolvimento, no início não use qualquer estratégia básica, e se lembre que como croupie deve ir comprando sempre que tiver menos do que 16 pontos e parar sempre que tiver ou chegar a 17 ou mais. Então durante 21 dias, sem trocadilhos, pratique uma hora por dia o seguinte conjunto de regras.
1- E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. – Mão Engessada
Caso nenhuma de suas duas cartas seja um Ás, siga esta E.B.
Primeiro Passo
Olhe para a carta Aberta do Croupie.
Segundo Passo
Olhe para as suas duas cartas.
Terceiro Passo
Se você tiver 8 ou menos, SEMPRE peça outra carta.
Quarto Passo
Se VOCÊ tiver 9 e o cropie de 3 a 6 (na carta Aberta, ou seja um 3, um 4, um 5 ou um 6), Dobre.
Se VOCÊ tiver 9 e o cropie qualquer outro número (Ás, 2 ou de 7 Abertos), peça outra carta.
Quinto Passo
Se VOCÊ tiver 10 e o cropie de 2 a 9 (na carta Aberta), Dobre.
Se VOCÊ tiver 10 e o cropie qualquer outro número (Ás ou qualquer carta 10), peça outra carta.
Sexto Passo
Se VOCÊ tiver 11 e o croupie qualquer carta menos um ÁS (de 2 a 10) Dobre.
Se VOCÊ tiver 11 e o croupie um Ás, peça outra carta.
Sétimo Passo
Se VOCÊ tiver 12 e o croupie 4 a 6, Pare.
Se VOCÊ tiver 12 e o croupie tiver qualquer outra carta (Ás, 2 ou 3 e de 7 Abertos) peça outra carta.
Oitavo Passo
Se VOCÊ tem de 13 a 16 pontos e o croupie tem um 2 ou um 3, Pare.
Se VOCÊ tem de 13 a 16 pontos e o croupie tem um Ás ou de 7 para cima, peça outra carta.
Nono Passo
Se VOCÊ tem de 17 a 21, SEMPRE pare.
Dicas:
- Lembre-se que nos casos de dobrar você ganhará mais 1 carta.
- Se não for possível Dobrar, apenas peça mais uma carta e pare.
- Não dê ouvidos para palpites, seus ou de quem for, siga as regras, haja como alguém que tem algum tipo de retardo.
- Quando estiver jogando com mais pessoas, cague e ande para a maneira como jogam.
- Repare que os passos começam com o seu valor para a carta. Nos casos em que você não dobra (e tem que parar obrigatoriamente) trate cada nova pontuação como a estratégia manda. Se você tem 10, por exemplo, e a carta Aberta é um 10, peça outra, caso a nova seja um 2, haja como a estratégia manda para 12 pontos.
2- E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. – Mão Suave
Caso uma de suas duas cartas seja um Ás, siga esta E.B.
Primeiro Passo
Olhe para a carta Aberta do Croupie.
Segundo Passo
Olhe para a sua mão que tem pelo menos um Ás.
Terceiro Passo
Se você tiver um Ás/2 ou um Ás/3: Dobre caso o croupie tenha um 5 ou um 6, se não tiver, peça outra carta.
Quarto Passo
Se você tiver um Ás/4 ou um Ás/5: Dobre caso o croupie tenha de 4 a 6, se não tiver, peça outra carta.
Quinto Passo
Se você tiver um Ás/6: Dobre caso o croupie tenha de 3 a 6, se não tiver, peça outra carta.
Sexto Passo
Se você tiver um Ás/7: Pare caso o croupie tenha um 2, um 7 ou um 8; Dobre caso ele tenha de 3 a 6, se tiver um Ás ou de 9 Abertos, peça outra carta.
Sétimo Passo
Se VOCÊ tem Ás/8 ou Ás/9, SEMPRE pare.
Dicas:
- Jogue mãos Suaves até que se tornem mãos Engessadas, lembre-se que se estourar com um Ás ele passa a valer 1, então volte para as regras de Mão Engessada e as siga.
- Com Mãos Suaves ou Engessadas, você só pode dobrar sua aposta quando tem duas cartas, lembrando-se que isso significa que irá ganhar uma terceira.
- Se tiver um Ás/10 você fez 21, se tiver Ás/Ás espere chegar na nossa E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. 3, que lida com pares.
- Se não puder Dobrar, peça mais uma carta.
3- E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. – Pares
Lembre-se que sempre que tiver duas cartas iguais pode tranformar o seu jogo em dois jogos e assim em diante. Vejamos como agir nestes casos.
Primeiro Passo
Olhe para a carta Aberta do Croupie.
Segundo Passo
Olhe para o par na sua mão.
Terceiro Passo
Se VOCÊ tiver um par de Ases ou 8′s, SEMPRE divida.
Quarto Passo
Se VOCÊ tiver um par de 2′s ou 3′s, Divida se o croupie tiver de 2 a 7, se não tiver, peça outra carta.
Quinto Passo
Se VOCÊ tiver um par de 4′s, Divida se o croupie tiver um 4 ou um 5, se não tiver, peça outra carta.
Sexto Passo
Se VOCÊ tiver um par de 5′s, Divida se o croupie tiver de 2 a 9, se não tiver, peça outra carta.
Sétimo Passo
Se VOCÊ tiver um par de 6′s, Divida se o croupie tiver de 2 a 6, se não tiver, peça outra carta.
Oitavo Passo
Se VOCÊ tiver um par de 7′s, Divida se o croupie tiver de 2 a 7, se não tiver, peça outra carta.
Nono Passo
Se VOCÊ tiver um par de 9′s, Divida se o croupie tiver de 2 a 6 ou um 8 ou um 9, Pare se o croupie tiver um 7, um 10 ou um Ás.
Décimo Passo
Se VOCÊ tiver um par de 10′s (ou cartas que valem 10), SEMPRE pare.
Dicas:
- Sempre que dividir, siga a E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. 1.
- Alguns cassinos permitem que se Dobre depois de se Dividir, outros não, preste atenção e aplique a E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. adequada para as novas combinações que fizer com suas novas cartas.
Então vamos recapitular, pegue seus 4 ou mais maços de baralho e jogue sozinho/a. Pratique muito sem usar a E.B., use algo como feijões, botões, fichas, moedas, o que for, para apostar. Para tornar tudo mais interessante adote uma unidade (um feijão, uma ficha, uma moeda, etc.) como unidade de aposta mínima, e 20 unidades como aposta máxima, não pode apostar mais do que a máxima.
Depois pratique uma hora por dia cada uma dessas estratégias, uma semana cada. Caso esteja na primeira semana e tenha um Ás na mão trate-o como 1.
Em algum tempo você conseguirá se familiarizar com a E.B. e verá que de fato não precisa mais pensar para jogar. Quando isso acontecer começa a fase 2.
Dica:
Uma pessoa que se dedique mesmo a algumas horas todos os dias com a E.B. apresentada aqui, em uma semana pode estar muito confortável com a jogada. Tire notas de quanto ganha e perde sem usar a E.B. e depois a utilizando. Lembre-se que até este ponto seu objetivo é conseguir jogar por reflexo, sem ter que pensar, apenas reagindo a suas cartas e à carta Aberta do croupie.
FASE 2
Cassinos possuem regras: eles não gostam de perder. Então você nunca demonstra que está contando cartas. Este é “O” pecado capital.
. – Charlie Bobbit
Se você já assistiu Rain Man, Quebrando a Banca, Se Beber Não Case ou Jurastic Park então sabe como entreterimento barato e idiota pode abrir os olhos de nossa mente para um universo de possibilidades. Por exemplo, os três primeiros citados filmes nos mostram como pessoas desesperadas por dinheiro descobrem uma farta mina de ouro para garimpar apenas para terminar sem os seus ganhos. Outra coisa que os três filmes nos mostram é a como contar cartas. E como contar cartas por te deixar Filthy Ritch – nas palavras do professor Micky “Spacey” Rosa. Jurastic Park nos mostra que velociraptors são criaturas matreiras na hora de caçar, uma te distrai enquanto outras chegam pelos lados e te atacam sem dó.
A primeira impressão que você pode ter ao assistir esses filmes é que dinossauros são malvados pra cacete e que contar cartas é algo ao mesmo tempo fácil e impossível. Deixando os dinossauros de lado por um instante a impressão que temos é de que basta ler um livro, ser autista ou ter memória matemática fotográfica e você está feito em Vegas. Na vida real a coisa é exatamente o oposto: contar cartas é bem difícil, mas facilmente realizável. Você não precisa ser um gênio da matemática, não precisa ter memória fotográfica, nem precisa ser autista, basta saber contar até 20 e conseguir somar 1 e subtrair 1. Qualquer zé mané dedicado – de qualquer sexo – consegue se tornar um bom contador de cartas. Está se sentindo mané?
Bem, até agora, você deve ter aprendido a estratégia básica, ou pelo menos deveria estar estudando ela ou se preparando para estudá-la. Mesmo que ainda não tenha tido tempo de começar a trabalhar com ela deve, ou deveria, ter notado que ela se baseia nas cartas de valor 10. Para entender o porque disso agora vamos fazer um exercício.
EXERCÍCIO 1
Imagine agora uma pessoa que tenha um apelo sexual ao qual você jamais conseguiria resistir. Pense em cada detalhe. Trabalhe no sexo dessa pessoa, na aparência, nas proporções e na depravação, ou não, que você gostaria que ela tivesse. Pronto?
Agora imagine mais 51 variantes dessa pessoa. Podem ser de raças, tamanhos e cores diferentes. Podem ter gostos ou especialidades diferentes, podem inclusive ter sexos diferentes, a única constante é que olhando para qualquer uma dessas 52 pessoas (a primeira e essas 51 novas) você tenha um impulso irresistível de devorar ou se devorado/devorada por cada uma delas.
Vamos às regras do exercício.
O grupo todo está dividido aleatóriamente em 2 tipos de personalidade: as pessoas “saidinhas” e as “conservadoras”. Imagine que em uma semana você fique preso/a em uma ilha deserta com esse exército sedutor e sensual. A idéia é: você pode chegar para qualquer uma das pessoas e perguntar se ela quer se imiscuir com você. Se a pessoa escolhida for do tipo “saidinha”, ela vai realizar cada desejo seu por quanto tempo você aguentar. Se ela for do tipo “conservadora” ela vai sorrir para você e quebrar um dos seus dedos.
Você toparia brincar com elas? Tenha em mente que sempre que perguntar para uma se ela quer ir para as trincheiras com você, depois de ou cair de cara ou de quebrar um dos seus dedos, ela sai da ilha, deixando uma a menos.
Você toparia brincar com ela?
E se eu disser que pela proporção de personalidades, a média é de que a cada 3 pessoas que recebam o seu pedido, ao menos 1 será “saidinha”? É garantido!
Toparia brincar agora?
Se masturbe pensando nisso.
FIM DO EXERCÍCIO
Agora veja, um baralho normal, por alguma coincidência bizarra, tem o mesmo número de cartas do que haviam de pessoas na sua ilha fictícia, cinquenta e duas cartas. Essas cartas estão divididas em quatro naipes. Cada naipe tem exatamente 13 cartas: Ás, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, V(alete), D(ama) e R(ei). No jogo de 21, 4 dessas cartas tem valor 10. Façamos as contas:
13 cartas/4 cartas”10″ = 3.25
Isso significa que se você pegar um maço de baralho de 52 cartas, 16 serão cartas “10″.
52/16= 3.25
Não é louco isso? O mesmo resultado da porcentagem de 10′s que aparece em apenas um naipe! Curiasamente isso implica que a cada 3 cartas que você tire, uma será uma carta “10″! Eu sei! Por coincidência a mesma chance de uma das pessoas da sua Ilha da Perversão não quebrar um dedo seu, a menos que você peça.
Aprenda: quando trabalhamos com matemática estamos entrando em um mundo onde parcialmente tudo o que descobrirmos é uma coincidência.
Voltemos para a EB. Como um terço do baralho é compostos de 10′s, a chance de sair um 10 é maior do que a de sair qualquer outra carta. Com isso em mente basta parar para pensar: como eu jogaria sabendo que a próxima carta que eu pedir pode ser um 10 e como eu jogaria assumindo que a carta do Buraco do croupie é um 10? A partir dai a coisa fica fácil, siga a tabela e verá que ela segue esta lógica e de quebra o seu dinheiro desvalorizará apenas modestos 0,5% – o que significa que se jogar muito, MUITO tempo, você perderá apenas 0,5% do dinheiro que tinha originalmente.
Claro que isso pode fazer uma pessoa conservadora se questionar: se eu sei que vou perder, pouco, mas ainda assim perder, porque eu pararia para jogar 21?
Aqui vão as respostas:
1- Porque essa perda apenas se concretiza ao longo de um tempo longo, ou seja. Até que você atinja uma quantidade desumana de partidas essa espectativa de perda varia. E varia para os dois lados. Sabendo apostar você pode capitalizar uma maré de “sorte” e ganhar uma boa grana, e então parar de jogar. Isso fará com que você não sofra o retorno à média e perca o dinheiro de volta para casa. É como chamar alguém para brincar de “dar o murro mais forte”, e logo depois de você dar o murro falar que tem que sair e encerrar a brincadeira, isso pode parecer sacanagem, mas não existem regras que te obriguem a jogar uma certa quantidade de vezes depois de ter começado. Tire vantagem disso.
2- Porque diminuindo a margem de lucro da casa, você pode jogar por mais tempo e, dependendo de quanto estiver apostando, vai gastar menos em uma mesa de 21 em 2 horas do que gataria indo ver um filme chato e depois comendo em um restaurante sem graça, e teria muito mais emoção.
3- Porque se você souber quantas cartas de valor 10 ainda existem no baralho você pode virar o jogo e fazer a margem de lucro passar do cassino para você, e combinando isso a uma estratégia de apostas agressiva pode encher o seu cú de fichas de cassino, que mais tarde podem ser trocadas por dinheiro.
Sim, eu sei que lá atrás eu falei que por causa do livro do Thorp os cassinos mudaram as regras de forma a tornar quase impossível que você conseguisse tirar qualquer vantagem no jogo. Isso de fato aconteceu, muitos disseram que Thorp foi um retardado de publicar o livro, e como Kirk Lazarus já disse:
“Todo mundo sabe que você nunca pode ficar completamente retardado. É só dar uma olhada por ai. Dustin Hoffman, ‘Rain Man’, parecia um retardado, agia como um retardado, mas não era retardado. Contava palitos, trapaceava no jogo de cartas. Autismo puro, não um retardado. Você conhece ‘Forrest Gump’ com o Tom Hanks. Devagar, de fato. Retardado? Talvez. Aparelho nas pernas. Mas ele encantou o presidente Nixon e ganhou um campeonato de ping-pong. Isso não é retardado. ‘Muito além do Jardim’ com Peter Sellers. Infantil? Sim. Retardado? Não. […] Você não pode ficar completamente retardado. Não acredita? Pergunta pro Sean Penn. Em 2001 fez ‘Uma Lição de Amor’, se lembra? Ele ficou completamente retardado, voltou pra casa de mãos vazias…”
Exato! Ouça sempre o que Kirk tem a dizer. Você não pode NUNCA ficar completamente retardado, se não fica de mãos vazias. Quando os cassinos mudaram as regras eles ficaram completamente retardados, e as pessoas pararam de jogar, já que não conseguiam ganhar. Então Las Vegas pos os rabos entre as pernas e desfez as mudanças, ao menos a grande maioria delas, deixando apenas algumas modificações como usar de 6 a 8 maços por partida. Usar embaralhadores automáticos, embaralhar mais vezes sem deixar que o sapato chegue no fim e outras coisinhas não importantes agora.
Assim, voltando ao que eu dizia, se você souber quantos 10 já saíram e quantos estão para sair, você pode dar um belo prejuízo ao cassino. E para saber quantos 10 já saíram e quantos ainda estão no sapato você só precisa contar as cartas.
Meditemos.
Contar cartas é algo que qualquer criança não autista de 7 anos consegue fazer, e agora você conseguirá também.
Abra todas as cartas do baralho na sua frente – ou na sua mente – e as divida em três conjuntos. O primeiro tem as cartas 2,3,4,5 e 6. O segundo as cartas 7,8 e 9. O terceiro as cartas “10″ (10,V,D e R) e o Ás. Cada carta do primeiro grupo vale exatamente +1. Cada carta do segundo grupo vale 0. Cada carta do terceiro grupo vale exatamente -1. A idéia então é: assim que o croupie embaralha as cartas e vai começar a distribuir, o sapato tem um valor inicial 0. Conte o valor de cada carta que ele for distribuindo para todos na mesa e para ele mesmo.
EXEMPLO:
Existem 4 pessoas jogando, contanto com você, mais o croupie.
Pessoa 1: recebe um 3 e um 5.
Pessoa 2: recebe um 7 e uma Dama.
Você: recebe um 3 e um 9.
Pessoa 4: recebe dois 7′s.
Croupie: tem um 2 aberto e uma carta no buraco.
Até agora as cartas que sairam foram:
3, 5, 7, D, 3, 9, 7, 7, 2, !?
A contagem então está em:
+1 +1 +0 -1 +1 +0 +0 +0 +1 ?! = +3 ou um 3 positivo.
Os jogadores então começarão a jogar, pedir cartas, talvez dividir os 7′s, etc. e no final o croupie fará o jogo dele. Da mesma forma que você contou a primeira vez conte essa segunda rodada e veja o resultado. Duas coisas que neste momento você deve ter em mente:
1- Das 52 cartas de baralho:
20 valem +1
12 valem 0
20 valem -1
Então quando contar um maço inteiro, o resultado tem que ser 0. Quando contar 8 maços inteiros o resultado tem que ser 0. Isso é bom porque quando você estiver praticando se o resultado final for positivo ou negativo, você se enganou na conta.
2- De acordo com a nossa E.B.P.P.C.A.T.D.R.M. – para jogos com a mão engessada, sétimo passo, se você tem um total de 12 e o croupiê tem uma carta aberta 2, você pede mais cartas.
Treinando a contagem de cartas você pode ver se um sapato está quente ou fria, quente quanto tem uma pontuação muito alta, como 8 ou 9 positivos, ou mesmo pelando, quando está com 15 ou 16 positivos. Isso significa que saíram mais cartas baixas e que existem muitos 10 ainda para sair. Isso mostra também que quanto maior a pontuação perto do fim do sapato melhor para você, isso acontece porque se o croupie acabou de embaralhar os maços e saem 12 cartas de valor +1, a contagem está alta, mas existem ainda muito mais cartas baixas lá. Se o sapato está no fim e a contagem é alta, a chance de ainda haverem cartas baixas de valor +1 é muito pouca. Caso queira parecer inteligente e usar isso em uma conversa de bar para tentar conseguir uma “troca de óleo” – eu estou falando de sexo com alguém – use o termo correto: PENETRAÇÃO! – não, não estou falando de sexo com alguém.
A PENETRAÇÃO é o quanto o croupiê usa do baralho antes de embaralhá-lo novamente. Se dos 8 maços ele joga com 7 antes de embaralhar dizemos que a mesa tem uma PENETRAÇÃO muito boa. Se com 8 maços ele embaralha a cada rodada, então ele não tem PENETRAÇÃO. E sem penetração você não consegue contar cartas. Mas a maioria dos cassinos permite um número grandes de mãos antes do re-embaralho. Vide que hoje em dia, em um jogo com 6 maços, os contadores de cartas consideram uma boa PENETRAÇÃO se apenas 1.25 maço é deixado sem uso (depois de sete maços distribuídos o croupie re-embaralha as cartas), uma PENETRAÇÃO meia boca se 1.5 maço é deixado sem uso, e uma PENETRAÇÃO de merda de dois ou mais maços são deixados sem uso.
Claro que você não pode ser completamente retardado ou retardada de decidir contar cartas em um jogo já começado. Tem SEMPRE que esperar o croupie embaralhar todas as cartas e começar a contar do começo. E também, é claro, existe uma pegadinha.
Imagine que você está contando cartas, e consegue um 17 positivo. De cara parece que só sobraram 10′s no baralho. Você aposta alto e se fode. Mas se fode e a contagem aumento, de 17 positivo, pula para 22 positivo. Você aposta ainda mais alto e se fode. Por que isso? Porque se você estiver jogando com 4, 6 ou 8 maços, toda a contagem que conseguir será uma contagem “geral”, para se ter a contagem “REAL”, você deve dividir o número pela quantidade de maços usados. Assim em um jogo com 6 maços o seu 22 positivo se torna um 3 lambão positivo. o que é uma contagem baixa ainda.
Então se prepare. Assim que estiver com a estratégia básica decorada. Pegue um maço de baralho e comece a virar as cartas para cima em uma mesa, e vá contando 0, +1, +1, -1, -1, 0, 0, -1, -1, 0, +1, +1, etc… quando chegar ao fim das cartas o resultado deve ser zero.
Quando terminar faça de novo.
Quando terminar faça de novo.
Quando terminar faça de novo.
Quando terminar faça de novo.
Quando terminar faça de novo.
Quando terminar faça de novo.
Como eu disse, contar cartas não é impossível, e a teoria é simples, mas você tem que praticar. MUITO.
Assim que estiver contando porcamente, acesse ou alugue, ou ache em algum canal de tv a cabo, um filme pornô. Tente contar cartas assistindo ao filme. Quando estiver contando porcamente, dividindo a atenção com um filme pornô, escolha uma música qualquer que você goste ou não e comece a contar ouvindo a música repetidamente. Quando estiver contando porcamente enquanto consegue cantar a música junto você estára pronto/a para parar de contar porcamente e começar a contar cartas.
Em um cassino, existem centenas de distrações. E cassinos não gostam de contadores de cartas. E para ser um bom contador você tem que lidar com todas as distrações sem parecer que está contando. Tem que conseguir conversar com alguém sem perder a conta. Tem que ser capaz de interagir com o mundo sem parecer que está contando. Quando conseguir isso você pode se considerar um contador, ou contadora de cartas.
Ai basta procurar algum site de 21 na internet, de preferência algum que te deixe jogar com dinheiro de mentirinha e comece a praticar.
E antes que me esqueça. Existem os velociraptors, não vamos nos esquecer de Jurrassic Park.
Este texto é um exercício para se aprender Estratégia Básica e a contar cartas, isso porque esses dois dons serão muito úteis mais para frente em nossa caminhada matemática. Mas claro que haverão aqueles que decidirão usar este poder para o mal. E isso é perfeitamente compreensível e louvável. Muitos ainda sonham em ser Robin Hoods modernos, tirando o dinheiro de cassinos e distribuindo para mães solteiras que tem que viver fazendo strip tease em clubes de quinta categoria mundo afora. Se esse for o seu caso lembre-se, a jogatina não é liberada no Brasil, mas em muitos países próximos ela é.
Existem cassinos na Argentina, no Perú, em Cuba, etc… e o melhor é que em alguns casos, como Argentina e Perú, você nem precisa de um passaporte para viajar, é possível entrar nesses países apenas com um r.g. nacional.
Então trace o seu plano, procure pela internet os cassinos mais próximos, e descubra de ante-mão que regras eles tem, se jogam com um maço ou oito, se pagam 3:2 no caso de um natural ou 6:5. Quando for jogar tenha em mente que a porcentagem de ganho ou perda tem a ver com as quantias apostadas e não com quanto você leva, por isso mesmo com margens baixas você pode perder todo o seu dinheiro.
Apenas decorando a estratégia básica você já jogará, automaticamente, melhor do que 80% dos jogadores da mesa. Isso é um fato. Contando cartas você pode conseguir uma margem de lucro generosa para você. Para isso você tem que ter um caixa fundo, geralmente 100x o valor da aposta que pretende fazer. Se pretende ficar na aposta mínima de 10 pesos argentinos, leve pelo menos 1000 pesos para o cassino. Com a Argentina em crise isso não é difícil, a última vez que chequei com R$400,00 reais você poderia comprar mais de 1000 pesos argentinos, mas para calcular, descubra quais as apostas mínimas nesses cassinos.
E ai, se lembre dos arqueólogos.
A grande parte dos livros de estratégia de se vencer no 21 dedicam uma parte do texto a explicar como cassinos ficam PUTOS com contadores de cartas. A estratégia básica é conhecida e aceita numa boa por eles, você pode inclusive levar impresso a sua tabelinha e ir consultando abertamente na mesa, desde que não diminua o ritmo do jogo. Mas contar cartas, apesar de não ser trapaça nem ilegal, deixa eles putos, muito putos. Assim as dicas são para aprender a se contar cartas da maneira mais casual o possível, nunca fazer apostas loucas quando o sapato está quente e voltar a apostas baixas antes das cartas baixas voltarem a sair. Uma dica é: com um baralho quente, só aumente o valor da sua aposta depois de ganhar uma mão, e só diminua depois de perder uma mão. Finja que é um ser humano normal que não entende do jogo. As apostas de um jogador refletem o que ele sabe, suas apostas indicam que você está contando ou não cartas, e você pode ser expulso do cassino. Por isso saiba procurar os velociraptors, ao entrar no lugar tente encontrar os funcionários do cassino responsáveis pela sessão onde você vai jogar. Além de jogar a estratégia básica e contar cartas de forma casual você deve ficar de olho na movimentação desse pessoal. Quando surgem pessoas muito sortudas ele tendem a começar a rodeá-las e a analisá-las por câmeras, estudando as jogadas e as apostas e então tendem a partir para o ataque. Geralmente quando um deles chega e pede para conversar com você é porque outros dois estão vindo, um de cada lado, para te cercar enquanto você está tentando se explicar com o chefão.
Nesse caso, se notar que está chamando a atenção, caia fora do cassino, troque suas fichas, troque de roupa, e parta para o cassino mais próximo, planeje com antecedência um roteiro para tirar o maior proveito do maior número de cassinos que conseguir.
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Notas
[1] Para aqueles que gostam de literatura, ou estão entendiados no escritório ou faculdade, o texto original em espanhol pode ser baixado aqui.
[2] Na verdade existem muitas formas nas quais é praticado de maneira “profissional”. Depois dos livros que começaram a surgir a partir da década de 1950, os cassinos começaram a praticar o jogo com mais maços. Hoje os jogos com apenas um maço pagam o prêmio de 6:5, o que é, estatísticamente uma merda. Evite a todo custo jogos que pagam 6:5. O mais comum é que se encontre jogos com 6 ou 8 maços inteiros de baralho.
[3] Caso tenha alguma curiosidade ou nostalgia em relação a isso, você pode baixar aqui o texto original em formato PDF.
[4] Past posting é também conhecido como “aposta tardia”, e se resume em fazer uma aposta quando as apostas não podem mais ser feitas. O nome past posting se originou nos hipódromos, quando uma sirene soava para chamar todos para os “postos” – call to the post. A sirene também dizia que nenhuma aposta poderia ser feita, já que a corrida iria começar. Qualquer aposta feita depois disso era uma aposta tardia, past posting. Claro que esse tipo de aposta é uma trapaça, já que as apostas são encerradas antes de qualquer informação que indique o resultado do evento apostado possa ser adquirida. Se você espera a corrida começar para ver quais os cavalos que estão na frente, tem uma vantagem enorme sobre todas as apostas feitas sem essa informação.
Em outras modalidades de apostas, o past posting segue o mesmo princípio. Suponha que você vá apostar em um jogo de roleta. Quando o girador de roleta diz que as apostas encerraram e solta a bolinha, todos tem a mesma informação sobr eo resultado, ou seja, um palpite. Se você espera a bolinha cair em um número e então aposta você apostou com a informação do resultado. Claro que isso é trapaça, mas entre os trapaceiros essa é uma ferramenta muito popular, e exige muita prática, prática que deixaria muitos mágicos de palco com inveja.
No caso do 21, suponha que você aposta U$50,00 dólares e pede as cartas, ao perceber que tem um 21 você casualmente empurra mais U$150,00 dólares em fichas para a mesa, o croupie que não fica memorizando cada aposta feita em cada mão jogada simplesmente conta as fichas e paga o prêmio proporcional de U$225,00 dólares. Claro que se pegam a pessoa fazendo isso vão sodomizar o karma dela até ela chorar pelos buracos novos que vão abrir no corpo dela.
[5] John Larry Kelly, Jr. foi um cientista que trabalhou no Bell Labs nas décadas de 1940 e 1950. Durante sua vida ele fez duas grandes contribuições para o mundo que acabaram por imortalizá-lo.
Em 1956, publicou em uma edição do The Bell SYstem Technical Journal o seu Critério de Kelly, um algorítimo criado para calcular a melhor maneira de se investir dinheiro. Logo que foi anunciado tanto investidores quanto apostadores começaram a testar o critério que, de forma simplificada, funciona da seguinte maneira para uma aposta simples com 2 possibilidades:
F* = (B x Q – Q)/ B
onde:
F* – % do seu dinheiro sendo apostado
B – quota da aposta
P – probabilidade de ganhar
Q – probabilidade de perder (ou seja, 1-P)
Assim, mediante o montante da banca em cada momento, basta usar a determinação da probabilidade para calcular o valor ótimo para a aposta.
Colocando em prática:
Saldo – R$50,00 Reais
caso: apostar na cor vencedora da roleta paga 1.90 por acerto.
Probabilidade: existem três opções, preto, vermelho e o verde (0 e 00), para simplificar vamos definir que a probabilidade é de 50% descartado o verde.
Assim:
F* = (1.90 x 0,5 -0,5) / 1.90 = 0,236842… (vamos arredondar para 0,24)
Ou seja, valor ótimo para se apostar são seus R$50,00 reais vezes o Fator descoberto, 0,24, que totaliza R$12,00 reais.
Para o uso correto do Fator de Kelly é crucial que se saiba calcular com precisão a probabilidade de ganhar, já que o restante do trabalho é feito pela fórmula. Neste caso eu aproximei de forma tosca a probabilidade da roleta, pois deixei o verde de fora.
Caso queira estudar o Critério você pode baixar aqui o PDF no original em inglês.
A outra contribuição de Kelly para o mundo ocorreu em 1962, quando usando um computador IBM 704, o mesmo usado por Thorp para fazer os cálculos que originaram o sue livro Beat The Dealer, criou o primeiro sintetizador de voz, e para testar o aparelho ele fez a máquina recriar a música Dasy Bell. Graças a um capricho da Deusa Arthur C. Clarke decidiu ir visitar um de seus amigos e colegas, John Pierce no Bell Labs em Murray Hill, e calhou de assistir à demonstração de Kelly. Ele ficou tão desconcertado com o que presenciou que transformou o sintetizador de fala de Kelly nisto!
[6] Um sapato de cartas ou o sapato do croupie é, ao contrário do que possa parecer, um aparato de jogatina, e não algo que se ponha no pé. Seu propósito é o de segurar múltiplos maços de cartas, permitindo que mais mãos sejam jogadas acelerando o ritmo do jogo.
Antes de 1961 todos os jogos de 21 jogados em Las Vegas eram jogos de apenas um maço de cartas, foi quando um sujeito de nome John Scarne, se dirigiu para o Departamento de Controle de Jogo de Nevada com uma sugestão interessante: passarem uma lei que depterminasse que todos os jogos de carta, como o 21 por exemplo, obrigatoriamente usassem um sapato de onde as cartas seriam distribuídas.
A proposta de John era interessante por vários motivos: primeiro ele era um mágico que adorava jogos de carta, e por ser um mágico ele adorava manipular cartas, então ele tinha conhecimento de causa de sugerir um aparato que dificultasse que outros jogadores, ou o croupie, trapaceassem. Além disso, ele sabia que cassinos que usassem mais de um maço em jogos como o de 21 aumentariam a seu favor a margem de lucro e um sapato poderia segurar múltiplos maços. E talvez o mais interessante é que ele tenha sido o inventor da engenhoca.
A lei em si nunca foi aprovada, mas a grande parte dos cassinos de Vegas passaram a distribuir as cartas em seus jogos de um sapato com multiplos maços. Como Scarne se tornou o conselheiro de jogos no Havana Hilto, ele também conseguiu introduzir o sapato nos cassinos de Porto Rico e Cuba.
A engenhoca foi batizada de sapato porque suas primeiras versões eram muito parecidas com um sapato feminino de salto alto, e vinha em duas cores vermelho e preto.
É comum que uma carta plástica em branco de cores vivas, seja introduzida pelo croupie em algum ponto do baralho, isso serve para dizer que assim que a carta colorida surge, este é o último jogo antes do baralho ser embaralhado. Lembre-se disso quando pensar em PENETRAÇÃO. O objetivo disso, obviamente, é complicar a vida de contadores de carta, já que uma porção do baralho não vai ser usada no jogo.
Por LöN Plo
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