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Magia do Caos

Necromanseixas

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O seguinte ritual foi feito com base nas anotações sobre Necromancia de Eliphas Levi em Dogma e Ritual da Alta Magia e respeita o método tradicional de evocação dos mortos da magia cerimonial. Foi adaptado para servir especificamente bem a tarefa de trazer dos mortos por um curto período a personalidade do cantor e thelemita, Raul Seixas.

Deve separar uma sala que será usada na operação… Cubra todos os espelhos com panos pretos e mantenha as janelas fechadas durante todos os dias em que se dedicar ao feito. A eficácia do ritual poderá ser muitíssimo elevada caso no quarto dos mortos, haja um item que tenha genuinamente pertencido a Raul Seixas. Algo do gênero, Como um lenço, um óculos ou faixa que pode ser conseguido com relativo esforço entre os fãs mais fervorosos.

Em uma mesa no centro deste quarto deve ser posto um disco de Raul, de preferência “Eu Nasci a Dez mil anos atrás” em LP de modo que seja sustentado para que fique de pé e que deve permanecer coberto por um pano branco. Essa mesa deve além disso estar enfeitada com flores brancas que serão renovadas todos os dias durante a operação. Além disso o quarto deve ser previamente consagrado ao trabalho mágico por meio de algum ritual de banimento.

O quarto deve estar pronto e preparado onze dias antes da data de comemoração de
aniversário da encarnação de Raul Seixas, quando então será feita a evocação final, ou seja, tudo começa dia 17 de Junho. Durante este tempo será preciso afinar o corpo e a mente com os planos mais sutis, evitando comer carne, fazendo apenas uma refeição por dia, não falando muito e de preferência vivendo em retiro completo.

Todos os dias, às 10 horas (horário de nascimento de Raul) será preciso fechar-se no quarto com a luz de uma única vela. Ao entrar no mesmo deve cumprimentar o morto como se já estivesse presente. A pessoa então descobrirá o álbum e deverá tocar a primeira  música do álbum, “Canto para minha Morte” enquanto com a luz atrás de si observará a capa em silêncio. Com o final da música deve ainda contemplar em silêncio a foto da capa por mais meia hora.

No dia seguinte fará o mesmo com a segunda música do disco, etc.. Depois de escutar cada uma dela, perfumará o quarto com um pouco de incenso, se despedirá carinhosamente enquanto trocará as flores e sairá dele recuando de costas para porta, que ficará fechada o resto do dia.

No dia 28 de junho será preciso preparar-se desde cedo como para uma festa; não ser o primeiro a dirigir a palavra a ninguém e só fazer uma refeição composta de pão, vinho e raízes ou frutas. De volta ao quarto, que deverá constar de uma mesa, a pessoa colocará uma toalha branca e arrumará a mesa para uma refeição de duas pessoas. Cortará uma parte do pão que deverá ser servido inteiro nos dois pratos e porá algumas gotas de vinho no corpo destinado a Raul. Essa refeição deve ser feita em silêncio, no quarto das evocações, em presença do álbum coberto.

Depois a pessoa tirará tudo o que serviu exceto o copo do defunto e a sua parte do pão que serão deixados diante do retrato. As 10 horas do dia 28 a pessoa retornará ao quarto em silêncio; acenderá um incenso agradável pronunciando o nome “Raul Santos Seixas”, lenta e docemente como que o chamando sete vezes. Neste dia não descobrirá o álbum.

Quando o incenso se apagar fará a seguinte invocação à Nuit. Será preciso ao fazer esta prece  identificar-se ao mesmo tempo com Nuit, e com Raul. Falar como falaria um ponto astral que é ambos ao mesmo tempo. Acreditando ser de algum modo eles mesmos em união íntima:

Eu, Eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria
Amo a guerra, adoro o fogo
Elemento natural do jogo, senhores:
Jamais me revelarei! Jamais me revelarei!

Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria
E quão longa é a noite. A noite eterna do tempo
Se comparado ao curto sonho da vida
Chega enfeitando de azul a grande amante dos homens
Guardando do sol, seu beijo incomum.

Seja bom ou o que não presta
Acendo as luzes para nossa festa, senhores:
Eu sou o mistério do sol! Eu sou o mistério do sol!

Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria!
Mas é com o sol que eu divido toda a minha energia
Eu sou a noite do tempo. Ele é o dia da vida
Ele é a luz que não morre quando chego e anoiteço

O sol dos dois horizontes a mais perfeita harmonia
Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu’ela queria.

Após um quarto de hora em silêncio fale com Raul como se estivesse já presente, com afeição pedindo que se revele a você. Renove a invocação acima mentalmente e cubra os olhos com as mãos. Depois de chamar três vezes em voz alta agradável e afetuosa abra lentamente os olhos.

Não vendo nada será preciso renovar esta experiência no ano seguinte e assim até três vezes. É certo que ao menos na terceira vez obterá uma aparição visível. No entanto não é necessária uma aparição material para obter comunicação, que pode ser feita com os métodos mediúnicos e divinatórios tradicionais.

Ritual de Evocação dos Mortos dedicado a Raul Seixas


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