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Magia do Caos

Liber Turing – Os Princípios da TechnoMagia

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Obito

“Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo.”
- Ludwig Wittgenstein

Imagine uma floresta: plantas, paus, pedras, e animais. Um magista neste cenário usaria estes ítens para montar seu arsenal, afinal, que escolha ele teria? Nasce o xamanismo. Avance um pouco na história para a revolução agrícola, onde você tem o controle do que nasce da terra, não precisa mais buscar pelas florestas. Ao seu redor haverá ervas, chás, instrumentos de colheita, vassouras e caldeirões. É isso que o magista dessa época tinha em mãos. Nasce a feitiçaria. Mais alguns séculos e o mundo está rodeado de capas, espadas, taças e itens religiosos. É natural que ele use estes itens para explorar sua via oculta, nasce a Alta Magia. Corra para a renascença com seus laboratórios, ateliers e o início das experimentações empíricas. Nasce a Alquimia. Conforme os tempos mudam a magia muda também.

Agora olhe para você, o que você tem na sua frente? O Que está em sua mão? O que você tem no bolso? Um Computador? Um Tablet? Um Smartphone? Porque continuar usando só paus e pedras quando você tem acesso a um universo virtual praticamente infinito e inexplorado? Os tempos mudaram, e a magia mudou também. A exploração do uso de máquinas, em especial do computador, como ferramentas mágicas é muito profunda e as possibilidades de comunicação mente/máquina através das tecnologias baseadas na internet podem abrir portas para o mago nunca antes sonhadas e de um poder que hoje não temos sequer como começar a avaliar.

Veja. Uma varinha é uma variação do cajado, que é como os antigos realmente impunham sua Vontade sobre o rebanho. Mas qual foi a última vez que você usou uma varinha para controlar algo? Bizarro? Então deixe-me substituir a palavra “varinha” por outra um pouco mais contemporânea. Refaça o exercício mental só que agora tente se lembrar qual a última vez em que você usou um controle remoto ou joystick para controlar algo?

Não quero dizer com isso que os antigos artefatos e símbolos não tenham mais valor. Muito pelo contrário. Talvez devido à atual indústria do entretenimento os dragões, pentáculos e espadas estejam muito mais presentes em nosso imaginário e dia a dia do que nas gerações imediatamente anteriores à nossa. Entretanto conforme o tempo passa o imaginário também evolui. Antigamente espelhos eram usados, em alguns rituais, como janelas que ligavam lugares distantes, não seriam hoje as webcams substitutos muito melhores? Videntes eram famosos por usar superfícies reflexivas, como bacias com água, para procurar objetos perdidos. Pense em aparelhos com um gps dentro.

Conforme as tecnologias de Realidade Aumentada e Tecnologia Vestível se tornarem mais populares isso tudo pode ficar ainda mais interessante.

Apenas usar o ambiente virtual como complemento de magia, como os magos modernos vem fazendo desde o advento da internet é o mesmo que chupar o papel e jogar a bala fora. Até hoje, tudo o que encontrei sobre magia technológica são variações dos rituais desenvolvidos pela Ordo Saturnis, que se utilizava de máquinas elétricas no inicío do século passado e pagãos usando webcams para fazer magia “sexual” virtual. Tirando alguns praticantes de magia caótica que se utilizam de oráculos virtuais para tomada de decisões. Mas tudo isso é muito pouco, próximo de zero se paramos para analisar os potenciais da magia tecnológica.

É por isso que apresento aqui um manual para um novo formato da prática mágica que foge apenas de rituais de magias do Caos e apresenta um novo sistema inteiro baseado na tecnologia. Vejamos o que o futuro reserva para aqueles que começarem hoje a se entregar à Technomagia.

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