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Magia do Caos

Habilidades Mentais

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Peter J. Carroll, Excerto de Liber Kaos & The Psychonomicon

A mente consciente é mestra em pensamentos passageiros, imagens, sensações, sentimentos, desejos conflitantes e dúvidas; insuficientemente capaz de confinar sua atenção à um único objetivo claro por um micro-segundo antes de que pensamentos secundários comecem a adulterá-lo e ainda provocar discussões mentais adicionais. Se você não acredita nisto, então tente confinar sua atenção consciente ao ponto no final desta frase sem envolver-se em qualquer outra forma de raciocínio, incluindo pensamentos sobre o ponto.

As Habilidades Mentais significam utilizar os pensamentos mais estáveis, sentimentos, sensações e imagens guardadas nas partes subconsciente ou inconsciente da mente para emanar ou receber padrões etéricos. Truques precisam ser utilizados aqui, porque se aquelas coisas no subconsciente forem trazidas para dentro do foco do consciente, elas não serão magicamente efetivas. Por outro lado, elas tem de ser liberadas ou ativadas de alguma maneira em um nível abaixo da consciência desperta, pois em seu reservatório da memória geral, que é um código abstrato, elas não são magicamente efetivas.

Desta forma, o magista tem ocupado sua mente consciente com algo que de alguma maneira ativa seu intento em sua mente subconsciente sem recordá-lo conscientemente do que é. Esta é a Habilidade Mental básica. Embora isto pareça paradoxal ou impossível, há muitos truques no reino da magia que tornam isso mais fácil na prática. Algumas considerações serão feitas em relação às Habilidades Mentais em cada uma das cinco classes de operações mágicas.

Habilidades Mentais em Encantamentos:

Muitos feitiços mágicos tradicionais demandam que o operador confine sua atenção à alguma representação abstrata ou análoga do que ele quer alcançar. Por exemplo, para causar desavenças entre os seus inimigos, a pessoa pode nomear um número de pedras com seus nomes, ou melhor ainda, com alguma forma abstrata de seus nomes, e então enquanto irrita-se histericamente, bate as pedras juntas. As funções do ódio histérico, bloqueia parcialmente os pensamentos conscientes e adiciona força ao desejo subconsciente. O que muitos textos convencionais falham em mencionar, é que durante o ato mágico a pessoa deve evitar pensar conscientemente ou fantasiar sobre o resultado desejado. Assim, o ódio deve ser estimulado por algum outro meio além de pensar sobre os inimigos da pessoa, e se a pessoa deseja gritar algo enquanto bate as pedras, o grito deve ser uma declaração conscientemente ininteligível. Até mesmo a declaração do desejo lida de trás para frente pode ser suficiente. É possível utilizar um meio mais inibitório do que extático de prevenir pensamentos e canalizar o poder ao subconsciente. Neste caso, o magista tenta limitar inteiramente sua atenção consciente à performance do encantamento através de exercícios de yoga e privação sensorial para acalmar a mente. Esta é normalmente uma aproximação mais difícil de encantamentos para muitos magistas.

Se, no exemplo acima, as pedras batidas forem subseqüentemente colocadas em um saquinho como um talismã para reforçar o feitiço original, então o magista deve evitar também o pensamento consciente sobre o quê ele representa sempre que ele subseqüentemente tentar “recarregá-lo” novamente.

Todos os feitiços que funcionam são variantes desta técnica básica e trabalham pelo mesmo mecanismo básico. Os sistemas barrocos de símbolos e correspondências são geralmente desnecessários. Feitiços efetivos podem ser criados simplesmente pela modificação de representações escritas, desenhadas, modeladas ou faladas do desejo até ele tornar-se conscientemente ininteligível. A vontade subconsciente, obviamente, sempre sabe qual é o objetivo do sigilo, diagrama, artefato ou mantra resultante. Resultados excelentes são freqüentemente obtidos por magistas que fazem uma coleção de feitiços durante um período e então performam-lhes em uma data posterior tendo conscientemente esquecido o que eles representavam.

Habilidades Mentais em Divinação:

Há três elementos à serem considerados em divinação: o alvo, os meios de obter informação sobre ele e a interpretação da informação . É essencial que o alvo não entre no campo de atuação da mente consciente durante a obtenção de informação sobre ele, ou o resultado consistirá meramente de pensamentos ordinários, fantasias e suposições. Similarmente, o método de obter informação deve impedir a interferência do pensamento consciente. Há dois métodos básicos para alcançá-lo: sortilégio e alucinação.

Os procedimentos do sortilégio envolvem jogo de cartas, lançamento de dados, ossos, pedaços de madeira ou moedas e métodos similares. O princípio aqui é que movimentos minúsculos iniciados pelo subconsciente proverão um mecanismo pelo qual o subconsciente pode comunicar seu conhecimento psíquico. Métodos alucinatórios trabalham em uma fachada similar, o operador focalizará sua visão, por exemplo, em um espelho negro ou uma taça de água e aguardará seu subconsciente revelar o seu psíquico por meio de alucinações óticas. Outros sentidos podem também ser utilizados. Por exemplo, uma mistura dos quatro sabores básicos pode ser degustada para ver qual dos sabores predomina para determinada questão, havendo uma prévia atribuição de, por exemplo, doce para sim, sal para provavelmente, azedo para provavelmente não e amargo para não, tendo sida anteriormente estabelecida. Seja qual for o método utilizado, é importante que o subconsciente seja completamente informado do alvo e que nenhuma deliberação consciente tenha lugar durante a divinação. Uma técnica alucinatória efetiva é escrever o nome do alvo, ou melhor ainda desenhar um sigilo representando-o, sobre a parte de trás de um espelho negro. Qualquer visão experimentada enquanto contempla-o inexpressivamente deve ser gravada por um gravador ou um escrevente auxiliar. A interpretação pode então seguramente ser feita com a consciência totalmente desperta, assim como um feitiço é planejado deliberadamente de antemão.

A observação atenta confirmará que virtualmente todos os eventos parapsicológicos espontâneos ocorrem através de alguma forma de habilidade mental. é algo que está invariavelmente pairando abaixo do umbral da consciência que inicia um evento anormal ou dá à pessoa um curioso sentimento sobre o que vai acontecer antes do mesmo ocorrer. O magista procura explorar este efeito deliberadamente, mas agindo assim, ele deve evitar fazê-lo deliberadamente. A luta consciente por resultado destrói o efeito mágico, assim, a astúcia deve ser empregada para anulá-la e ativar o subconsciente.

Há perigos inerentes ao desenvolvimento das técnicas de habilidades mentais para o encantamento e divinação. É fácil tornar-se obsedado com o que pode ou não estar espreitando somente abaixo do umbral da consciência aguardando ser ativado por um pensamento análogo vagante. Assim, um sentimento de onipotência pode começar à desenvolver-se, particularmente se o magista começar a interpretar mal a divinação assim como os encantamentos e vir à sentir que tudo que gira ao seu redor é o resultado dos desejos de seu subconsciente. A loucura final começa quando a pessoa começa à interpretar até mesmos desastres que acontecem como expressões do que a pessoa deve realmente ter desejado. A paranóia pode também tornar-se uma espiral viciosa decrescente. Aqueles que alimentam medos inconscientes de que coisas darão errado, ou voltar-se-ão contra eles, acharão notavelmente fácil fazer com que as coisas dêem errado para si mesmo, com até mesmo um pequeno grau de perícia nas habilidades mentais. A única defesa contra armadilhas é aderir às técnicas formais de encantamento e divinação, ignorar resultados aleatórios onde possível ou aceitá-los com humor, e com um princípio geral de pensamento positivo em todos os momentos, pois tais pensamentos infiltrar-seão até o subconsciente.

Habilidades Mentais em Evocação:

Há três elementos envolvidos na evocação: a implantação da entidade no subconsciente, a habilitação da entidade e o direcionamento da entidade para várias tarefas. A implantação pode ser efetivada ou por um grande esforço de imaginação e fantasia ou por uma forma mais ritual em que a entidade é visualizada exercendo as categorias gerais de poder que o magista deseja que ela possua. A habilitação, que pode formar o clímax do ritual, consiste de o magista confinar sua atenção à base material da entidade, ou algum sigilo, mantra, glifo ou outra representação abstrata ou análoga dela, enquanto em completa gnose. A gnose sexual sendo freqüentemente utilizada aqui como o simbolismo da criação de um ser, embora não-material, é particularmente apropriada; embora, por razões à serem discutidas na seção sobre magia sexual, é geralmente imprudente habilitar entidades com capacidades destrutivas desta maneira. Quando direcionar uma entidade para performar uma tarefa particular, é normalmente mais efetivo utilizar técnicas de habilidades mentais mais do que comandos conscientemente significativos. Por exemplo, o magista pode realizar o comando desejado em um mantra ou sigilo e recitar ou visualizar estes sobre uma base material ou imagem visualizada da entidade.

Entidades evocadas nunca devem ser permitidas à exceder os poderes que o magista influiu nelas, nem deve o magista tentar adicionar capacidades extras às já existentes da entidade, sem atenta consideração das conseqüências. As entidades evocadas são os servidores do magista, ele é seu mestre, se ele começar à aceitar advertências delas os resultados podem ser desastrosos. Quatro entidades são normalmente suficientes. Uma para a execução de encantamentos complexos, uma divinações onde simples técnicas podem não ser suficientes, uma para defesa mágica e ataque se necessário e talvez uma quarta para trabalhos de Magia Octarina.

Habilidades Mentais em Invocação:

A invocação é dividida em três estágios processuais. Primeiramente o magista identifica-se conscientemente com o que é chamado de forma-divina. Uma invocação afortunada significa nada menos do que uma “possessão” completa pela forma-divina. Com prática, o primeiro estágio de identificação consciente pode ser grandemente abreviado até o ponto onde seja necessário apenas concentrar-se momentaneamente em uma forma-divina normalmente utilizada. As formas-divina podem proveitosamente ser pensamentos de como as manifestações arquetípicas dos impulsos humanos básicos apresentam-se em todos os indivíduos e disponíveis via ressonância etérica à partir dos atos e pensamentos de todos os outros seres humanos. Os pagãos foram sensatos o suficiente para estruturar o conjunto das psicologia humana em muitos de seus panteões, e desenvolver imagens arquetípicas para representar tudo dos vários selfs de que o organismo humano é composto. É por esta razão, que o simbolismo pagão clássico é tão freqüentemente utilizado pelos magistas. Entretanto, sempre há uma quantidade perfeitamente adequada de sexo, violência, amor, brilho intelectual, morte e muitas outras coisas no mundo à qualquer momento, para o magista estabelecer uma ressonância etérica com elas, se ele desejar trabalhar de uma forma mais livre.

Basicamente, duas formas de atividade subconsciente devem ser postas em jogo simultaneamente para uma invocação afortunada. As emoções devem ser despertadas seletamente para aumentar o poder. Isto inicia-se conscientemente através de um esforço de simulação deliberada durante a fase de identificação consciente e então formam uma parte vital da fase da gnose, mas deve-se desenvolver seu próprio impulso durante a fase de possessão quando o consciente deixa o subconsciente tomar lugar. A outra faculdade subconsciente requerida, parece estar localizada no hemisfério cerebral direito, que normalmente está “calado”. Este, deve ser induzido para canalizar o genius de tudo que foi invocado e dar-lhe forma e expressão. A única técnica certa aqui é preparar atentamente um ritual de forma que todos os materiais físicos necessários, idéias e crenças mentais estejam disponíveis, e então lança-se completa e profundamente no ritual com um supremo esforço do método de ação. Finja-o até fazê-lo, tão compreensivamente quanto possível, até que você adquira mais do que “dá” de si mesmo. Eu não me satisfaço com uma invocação à menos que eu me surpreenda com os resultados obtidos. A pessoa está, basicamente, invocando os deuses, as forças arquetípicas, para o exterior de si mesmo e do éter coletivo da raça humana; apenas se as expectativas da pessoa forem excedidas, a operação pode ser considerada um sucesso. Uma das mais importantes habilidades em invocação depende do curiosos relacionamento entre ritual e crença. Meus irmãos, é meu infausto dever mostrar que nós temos grande propensão em acreditar no que fazemos, do que fazer o que acreditamos. Toda filosofia é uma biografia; force alguém à performar rituais religiosos ou militares, e eles virão à acreditar que eles são soldados ou devotos religiosos. Nossas crenças são largamente formadas pelo que nós nos encontramos realizando. O magista, porém, explora este mecanismo para sua vantagem. Ele começa com uma idéia do que ele quer acreditar e então seleciona um ritual e uma forma-divina em que ele atua como se tais convicções fossem verdade. Pela realização dos mesmos, ele altera sua crença deliberadamente. Talvez seja melhor dizer que ele provê à si mesmo com um grupo de crenças que ele pode invocar seletivamente para capacitá-lo conforme demandarem as circunstâncias. Ele deve ser capaz de ações que originam-se de suas crenças de que ele é um magnífico amante, um guerreiro corajoso e eficiente, um gênio intelectual, um brilhante homem de negócios, é supremamente agradável e carismático, e qualquer outra coisa que possa ser útil.

A maestria das habilidades mentais em invocação traz consigo alguns perigos. A principal coisa, é evitar uma identificação excessiva com qualquer forma particular que pareça trazer bons resultados. Se uma forma particular invocada parece estar dominando inteiramente a existência de um magista, é essencial que seja tentada qualquer outra coisa, preferivelmente algo bem diferente, como uma alternativa. Caso contrário, ele enfrentará, à longo prazo, um estreitamento de sua humanidade que pode provar-se efetivo à curto prazo, mas que o levará inexoravelmente à esterilidade e à falha. O magista deve também estar consciente das formas-divina que começam à exceder os propósitos para os quais elas foram invocadas. Há muitos selfs dentro de nós, e todos somos casos de múltiplas personalidades embora geralmente não sejamos afligidos com a amnésia, que é a marca registrada de manifestações clínicas desta condição. A sanidade é um estado no qual nossos selfs componentes amam e confiam um nos outros e estão preparados para deixar que cada um dos outros assumam o controle à medida que as circunstâncias demandarem. Se um self particular, fortalecido pela invocação, começar a invadir seriamente as funções dos outros selfs, isto é um sinal de que algo está errado, o auto-amor básico que mantêm os selfs unidos é derrubado e demônios surgirão como o resultado. Um demônio é um deus agindo fora de controle.

 

Habilidades Mentais em Iluminação:

Apenas aquelas formas de iluminação que levam à mudanças úteis de personalidade merecem ser reconhecidas como tal. Quando escuto a palavra “espiritualidade”, eu tendo à cair em um bordão adulterado. Muitas pessoas espirituais profissionalmente são vis e indignas de confiança quando longe ddo dever profissional, simplesmente porque suas crenças conflitam com os impulsos básicos e apenas conseguem modificar seus comportamentos naturais temporariamente. Os demônios então gritam e surgem do porão em momentos inesperados.

Quando selecionar objetivos para iluminação, o magista deve escolher formas de auto-aperfeiçoamento que possam ser especificadas precisamente, medidas e realizem mudanças comportamentais em toda a sua existência. A invocação é a principal ferramenta na iluminação, embora encantamentos onde feitiços são lançados sobre si mesmo e divinação para procurar objetivos para iluminação podem também encontrar alguma aplicação. A evocação pode algumas vezes ser útil com cuidado, mas não há nenhum ponto na criação de uma entidade que seja simplesmente o repositório do que a pessoa desejava que fosse real para si mesmo em geral. Este é um erro freqüente em religião. Formas de adoração que criam apenas entidades no subconsciente são inferiores para adorações mais dedicadas, que, em seu melhor aspecto, é pura invocação. A “Imitação de Cristo” dos Jesuítas é mais efetiva do que meramente orar à Jesus por exemplo.

A iluminação procede da mesma maneira geral que a invocação, exceto que o magista está esforçando-se para realizar mudanças específicas para seu comportamento diário, mais do que criar um aumento de facilidades que podem ser geradas para propósitos particulares. A técnica básica permanece a mesma, as crenças necessárias são identificadas e então implantadas no subconsciente através de um ritual ou outros atos. Tais atos forçam forçam a aquisição subconsciente das crenças que eles implicam.

Objetivos modestos e realísticos são preferíveis à esquemas grandiosos em iluminação. A pessoa modifica o comportamento e as crenças de outras pessoas começando apenas com demandas triviais. O mesmo aplica-se à própria pessoa. O magista deve precaver-se de implantar crenças que a expressão não possa ser sustentada pelo corpo humano ou o ambiente ao seu redor. Por exemplo, é possível implantar a crença de que voar pode ser possível sem um aeronave. Porém raramente demonstrou-se possível implantar esta convicção profundamente o bastante para assegurar que tais vôos não seriam de duração sumamente pequena. Não obstante, tais efeitos como andar sobre brasas e indiferença à dores extremas são algumas vezes alcançados através deste mecanismo.

A habilidade mental que implanta crenças através de ações rituais são mais poderosas do que qualquer outra arma que a humanidade possui, sua influência ainda é tão penetrante que nós nem lhe notamos. Ela faz possível a criação de religiões, guerras cultos e culturas. Matou incontáveis milhões e criou nossas realidades pessoais e sociais. Aqueles que entendam como utilizá-la sobre outras pessoas pode ser messias ou ditadores, dependendo de seu grau de “miopia” pessoal. Aqueles que entendem como aplicá-la para si mesmos, possuem uma jóia sem preço se utilizarem-na sabiamente, do contrário eles tendem à invocar rapidamente suas próprias Némesis com ela.

Habilidades Mentais em Demonologia.

Um complemento extra: “Liber Boomerang”

Um deus ignorado é um demônio nascido.

Você pensa em hipertrofiar alguns selfs às custas de outros?

Aquilo que é negado ganha poder, e procura estranhas e inesperadas formas de manifestação.

Negue a Morte e outras formas de Suicídio surgirão.

Negue o Sexo e formas bizarras de sua expressão atormentarão você.

Negue o Amor e sentimentalidades absurdas o incapacitarão.

Negue a Agressão apenas para fitar eventualmente à Faca ensangüentada em sua mão tremente.

Negue o Medo honesto e o Desejo apenas para criar neuroses sem sentido e avareza.

Negue o Riso e o mundo rirá de você.

Negue a Magia apenas para tornar-se um robô confuso, inexplicável até mesmo para você.

 

 


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