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Magicka nunca foi um movimento popular. Em geral é um grupo seleto, com mais frequência do que aqueles que trabalham sozinhos e em segredo que tem criado as tradições e explorado os espaços internos da consciência humana. É de pessoas como essas, não os buscadores de publicidade e personalidades extravagantes, que herdamos o legado atual da linguagem escrita.
Tentativas de popularizar o assunto tem apresentado alguns efeitos colaterais, sendo que o mais importante é a riqueza de literatura que de outra forma não veria a luz do sol e está prontamente disponível. A oportunidade de aprender pelos erros dos outros acelera muito o progresso. Uma ampla variedade de escolha de materiais também reforça a habilidade de escolha apropriada as aptidões de cada um sem necessariamente experimentar todo o método que aparecer pelo caminho.
Uma das poucas disciplinas não-mágicas que especula sobre os poderes inatos da mente é a dianética. Seu modelo mental foi criado das tentativas de se descobrir métodos para remover aberrações mas pode ser usado de maneira positiva para criar padrões mentais da mesma maneira com que é usado em terapias. Dr Christopher Evans explica este modelo da seguinte forma:
“… a causa das aberrações é interessante. Em circunstâncias normais, quando a mente analítica está completamente operacional ela registra e computa todas as entradas sensoriais e reage apropriadamente. Contudo, em momentos de inconsciência ou grande stress emocional, a mente analítica cessa de funcionar apropriadamente e a mente reativa, que dormia aninhada sem muito o que fazer, momentaneamente entra em jogo. Ela imediatamente começa a gravar detalhes da experiência – geralmente alarmante – que causaram a perda d amente analítica da consciência e os armazenam em traços mentais chamados ‘engramas’. Com o retorno da consciência. Com o retorno da consciência e do funcionamento normal da mente a mente analítica retoma seu caminho aparentemente esquecendo a recente experiência traumática que , no entanto, está firmemente armazenada no banco de dados da mente reativa. A mente reativa torna-se então um tipo especial de quarto dos fundos repleto de tranqueiras desagradáveis… e o que é pior, é um lixo que tem um poder decisivo. ” (Citação de Cults of Unreason (Panther)).
Lidar com magicka é no final das contas lidar com emoções sem a qual nenhuma força pode ser gerada. No ritual também lidamos com a inconsciência (auto-infligida e controlada) que é o objetivo de toda técnica de gnosis sem a qual magicka é ineficaz. De acordo com a teoria dianética os dois estados (grande estresse emocional e inconsciência) não apenas desligam a consciência, a mente analítica mas também permite que informações sejam aceitas e armazenadas na mente reativa, “o quartinho da bagunça” cujo conteúdo quando acidentalmente re-estimulado causa doenças e aberrações. Doenças e aberrações são, entretanto, o resultado de re-estimulos descontrolados dos engramas ou para expressa de outra maneira: um jeito acidental de criar sigilos.
EXEMPLO NEGATIVO: Um Engrama. Uma criança atravessa a rua e é atingida por um carro que fere sua cabeça. O acidente dura apenas um segundo em sua percepção. Durante este segundo ele experimenta o medo, a dor e a inconsciência de modo que toda impressão formada em sua mente é formada apenas pela mente reativa que não possui a habilidade da razão. Ela armazena todas as impressões daquele segundo em conjunto, seja a cor do carro, o barulho da rua o cheiro de pão da padaria próxima, o gosto do sangue na boca ou a textura do concreto. Quando voltar a si a criança não terá consciência da coleção de impressões e mais tarde não conseguirá ver a razão de ter fortes dores de cabeças quando experimentar uma destas impressões novamente (sem dor do acidente nem a inconsciência).
EXEMPLO POSITIVO. Um Sigilo. Um magista ergue um templo que seja seu. Ele cria um sigilo (detalhes a seguir) e cria um ambiente tão adequado quanto possível tanto no mundo concreto como em sua imaginação. Em outras palavras, qualquer recaída naquilo que ele criar será feita pelo poder de sua imaginação. O templo real que ele montar não conterá nada espúrio a sua ideia do que o templo precisa. Eu já ouvi muitos magistas afirmarem que o cenário onde o sigilo é carregado não tem importância se a concentração do mago é forte o bastante. Eu refuto essa opinião completamente. Independente de quão bom seja seu poder de concentração, quando atinge o estado de gnosis (cognato com a dor, o medo e a inconsciência do engrama) todas as impressões sensórias serão armazenadas não importa no que ele está concentrando sua atenção e todas estas impressões sensórias serão armazenadas junto do sigilo e sua intenção no mesmo canto do ‘quarto dos fundos’.
Tendo engendrado seu ambiente de forma que toda entrada sensória seja relevante (sem caixa de fósforo sobre o altar, nem papel laminado no carvão) ele eleva seu estado mental por qualquer método de gnosis que achar relevante. Pode ser rodopiar até a exaustão, bater tambor, cantar, fazer sexo, privação sensorial ou qualquer outra técnica disponível para ele. No auge da gnosis quando a mente analítica está temporariamente desligada, o sigilo e todas as outras impressões são levadas pela mente reativa para o torpor até serem re-estimuladas mais tarde. O modo como o sigilo afeta mundo é será explorado mais adiante no texto.
Um sigilo é uma imagem, um glifo fácil de visualizar e representativo de um desejo geral ou particular. é construído pelo mago usado o sistema simbólico que ele achar mais vibrante e eficaz. Os usos que podemos dar a um sigilo são inumeráveis. Em termos de grandes aspirações da humanidade seja numa ‘união com deus’ ou em uma ‘consciência cósmica’, sigilos podem ser empregados por um período para ajudar realizar estas ambições. Em empreitadas menos espirituais eles podem ajudar o mago em suas tentativas de exploração astral, exteriorizações (como nas experiências fora do corpo), e podem também ser usados para o usos práticos no plano mundano ou material.
Estes sigilos que podem ser usados para o ganho de poder, dinheiro ou amor tem levado alguns de nossos irmãos menos evoluídos a pintá-los com as tintas da “magia negra”. Deixe-me deixar isso bem claro. Sua moral e ética são assuntos seus. É você que deve resolver o que você acredita ser bom ou mal (se é que você está preocupado com tais simplificações). Este é um ponto importante. O mago não deve entrar em qualquer trabalho nem em nenhuma série de operações se tiver quaisquer dúvidas a respeito da moralidade destes já que tais dúvidas inevitavelmente militam contra o potencial de sucesso da magia, iniciando o que Austin Spare chamou de “diálogo interno”. Além disso, para entrar em um trabalho mágico achando que a operação é moralmente errada vai trazer desastres bem parecidos com aqueles que dizem que a tal lei do karma utiliza.
A ideia medieval de sigilos pertinentes a planetas e seus espíritos e inteligências ainda é útil até certo ponto, mas apenas até o ponto em que eles podem ser incorporados a sigilos pessoais criados pelo próprio mago. Não há virtude em incorporar ideias tradicionais em um sigilo se o operador considera elas ineficientes. Cada aspecto do sigilo deve ser revelante em seu ponto de vista. De outra forma ele estará gastando seu tempo e energia. É sua própria subconsciência (mente reativa) e não algum invertebrado gasoso que trará a tona os resultados.
O ciclo de ação de um sigilo segue sempre um mesmo padrão embora algumas sofisticações possam ser incluidas em trabalhos específicos. O mago reconhece um desejo, lista os símbolos apropriados e os organiza em um glifo facilmente visualizado. Usando qualquer uma das técnicas gnósticas ele trabalha o sigilo e em seguida, pela força de vontade, lança-o em seu subconsciente de onde o sigilo pode trabalhar sem as limitações criadas pelo desejo. Já que é possível alcançar vislumbres ocasionais do subconsciente em ação, é razoável supor que o subconsciente está ciente do estado de vigília. Se ele for devidamente acionado (isto é lembrado), o subconsciente é capaz de executar várias funções importantes. Sonhos, embora não no mesmo nível do desejo sigilisado, são um exemplo disso. Eles expressam, durante a aparente ausência da mente analítica, os anseios e problemas da vida cotidiana e têm em certa medida, efeitos, calmantes e mesmo educacionais.
A psicologia prestou um desserviço ao chamar esta parte de mente de subconsciênte, afinal parece ser a única parte que está acordada o tempo todo. O ‘cérebro nunca dorme’ e que resolve problemas enquanto acreditamos estar inativos é muito mais eficaz em remoldar os planos sutis que o estado de vigilia com seu constante diálogo interno.
A mente pode ser concentrada mas quão mais concentrada não pode ser uma mente sem vontades nem desejos próprios? A habilidade de ignorar a mente analítica e prestar atenção as mensagens enviadas pelo subconsciente trás a tona a qualidade que reconhecemos como gênio.
O poeta sem inspiração, que bate nas palavras como massa de pão, dá apenas leves insights de seus significados. O poeta que se rende ao seu self eleva seu leitor aos picos da emoção e do entendimento. Este é um estado mental peculiar necessário a boa sigilização. Paradoxalmente, é um estado de não-desejo – no sentido da ideia de Aleister Crowley da “sem ânsia de resultado” e da de Austin Spare de sem interesse/sem desinteresse’ ou ‘nem isso – nem isso’. Não estou sugerindo que basta ativamente não desejar algo o fará acontecer, mas que é sim que é a melhor forma de trabalhar. Estou ciente de que esse estado é um tanto obscuro, mas não consigo descrevê-lo de forma mais exata. Um amigo meu certa vez me desafiou nessa questão e tudo o que eu pude dizer a ele é que ele iria entender quando o sentimento chegasse. Três anos mais tarde ele me disse com um sorriso no rosto que sabia exatamente o que eu queria dizer. (Ele também não conseguiu encontrar uma melhor descrição melhor).
A esta altura a antiga recomendação ‘invoque com frequência’ revela sua importância.
É dito de que familiaridade gera desprezo e na sigilização isso pode ser muito útil. O magista que usa o sigilo regularmente o torna independente do desejo que o deu origem, e mantendo a certeza da sua eficácia ele obtêm o resultado. Para o mago sem nenhuma experiência em sigilos é melhor escolher primeiro desejos que não tem muita importância particular, sigilos cuja realização terá pouco efeito em inflar seu ego. Ao “invocar com frequência”, ele se tornará tão familiarizados com os processos envolvidos que pode ativar sigilo de novo e de novo sem nem lembrar o motivo original. (É importante que ele deve decidir de antemão quantas vezes uma determinada operação deve ser repetida, se é que deve).
Ao manter um registro acurado de seus trabalhos, quando estes experimentos iniciais acontecerem o mago poderá rever seus métodos e observar que parte pode ser melhorada e que parte pode ser descartada por não ter relevância. O Livro dos resultados deve ser mantido de forma mais científica possível. O magista perceberá, é claro, que nenhum experimento pode ser repetido com perfeição, já que existem circunstâncias fora de seu controle (os astros, o clima, etc.) mas tanto quanto sua preparação permitir (o dia, a hora, os acessórios, o estado mental) ele deve ser o mais preciso possível. Resultados devem ser registrados com detalhes, incluindo a hora em que se manifestaram. O cético chama este tipo de resultado de coincidência. Eu chamo de Coincidência Programada ou Mágicka.
O primeiro passo da sigilização é conhecer o desejo. O mago sabe o que é possível e o que não é possível e os limites da possibilidade são alargados mais conforme ele se torna um melhor adepto desta arte. O desejo é colocado no papel, pergaminho, cascas de árvores ou qualquer coisa em forma de símbolos que ao mesmo tempo representem e disfarcem esse desejo. Suponhamos que o mago deseja tornar-se mais atento. Ele pode estabelecer seu desejo em termos de uma das seguintes frases: Meu desejo é o olhar atento do falcão. Meu desejo é a consciência do gato que caça. Meu desejo é a natureza onisciente da câmera de segurança.
Para poupar tempo e energia ele pode arranjar um grifo simples que represente as primeiras palavras uma vez que elas são parte inerente da maior parte do sigilo (olho falcão). O restante da frase pode então ser expresso pictograficamente e resumido em um sigilo. Uma alternativa para esse método que é especialmente útil quando pictográficos são impraticáveis é utilizar as letras da própria frase. Cada letra na frase e escrita e as letras repetidas são omitidas. As letras são, então, moldada e estilizada em um simbolo facilmente visualizado. Outros alfabetos podem ser usados com bons resultados. Por esses processos é criada a base de um sigilo. Por fim, a cor pode ser introduzida tanto como um complemento ao simbolismo e como um auxílio para a visualização.
Na construção do sigilo que envolve a ideia de alguma força seria “tradicional” desenhar o glifo em laranja ou vermelho que são cores relativas aos quatro cincos do tarot, a sephirah Geburah e ao planeta Marte. Se o tipo de força que você quer lhe parece mais azul, use o azul. Não é magia de segunda classe usar os moldes tradicionais, mas é magia de primeira usar as cores que mais afetam você.
Para ajudar a visualização use cores complementares ou “piscando” de modo que se o chão é pintado na cor laranja traço está em azul. Ao concentrar-se em um projeto deste tipo, o adepto recebe uma impressão visual de piscar e, fechando os olhos, “vê” o todo em negativo. Ou seja, a laranja é agora azul e o azul é agora laranja. Há também um efeito subliminar, que não deve ser ignorado. Com um pouco de experiência esta técnica torna-se muito eficaz. Se você não tiver certeza de qual é a cor complementar do amarelo, por exemplo, pinte o amarelo em uma folha de papel, olhar para ele sob luz forte durante meio minuto e então feche os olhos. Você vai “ver” a outra cor que você precisa.
Este método, embora bastante elegante na maioria dos casos, não funciona muito bem com essa frase em particular (como visto acima). Existem alternativas. O meu tipo favorito de mantra para este tipo de trabalho é o mantra de giro, que é formado com mais facilidade a partir de línguas estrangeiras e consiste em cinco linhas de quatro sílabas cada uma, a enfase do entoar é na segunda e quarta sílaba de cada linha.
UM EXEMPLO
men barb wa bayb
sa her saha
kul ha ga nas
wi ehna nos
y thay ta ros
Mantras de giro, quando energicamente executados produzem um bom ritmo. Eles são melhor realizadas por duas pessoas que cantam linhas alternadas. Não são fáceis e exigem muita prática. Mas o tempo gasto na prática desta disciplina não é desperdiçado. O mantra, não contêm nenhum sentido original da frase de intenção, mas contêm ainda a intenção por trás dele, e amplifica esta intenção em conjunto com a concentração no sigilo. O sentido do olfato, tato e paladar também são usados de uma maneira controlada para penetrar o subconsciente por meio do sistema mnemônico que chamamos de magia. Isso será tratado do capítulo três.
Excerto de The Book Of Results por Ray Sherwin
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