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Com o advento do capitalismo e a preocupação crescente no acúmulo de bens & capital, o inconsciente coletivo da humanidade acabou por resgatar uma das imagens arquetípicas primordiais: Papai Noel.
Papai Noel, como atribuição arquetipica, é visto como um velhinho simpático, que deseja sempre o bem para os seus & retribui este bem, ou seja, as boas ações, com presentes. Deste arquétipo principal derivou-se uma egrégora universal, onde um Papai Noel mundial percorre todo o globo na noite de Natal (25 de dezembro no calendario juliano, data aceita como o dia do nascimento do deus sacrificado do catolicismo) distribuindo presentes para as crianças que se comportaram conforme os padrões morais-éticos estabelecidos na época.
Esta egrégora é alimentada pelos proprio beneficiários, ou seja, as crianças. Milhões de crianças, de varios credos, raças e idades (devido à globalização da economia) unem sua vontade numa grande evocação onde pedem, fervorosamente, que Papai Noel traga, na noite de Natal, o seu presente, a sua paga pelo bom comportamento no decorrer do ano.
Papai Noel, como egrégora, vem sido alimentado há algumas décadas. O ritual da Missa de Papai Noel (PANIELO) tem como objetivo utilizar a imagem de Papai Noel como foco mágico para a concentração da vontade e reflexo das necessidades do conjurador. Sendo assim, o ritual conjura a egrégora e apresenta o desejo que cada conjurador quer ver realizado. A energia dispendida no ritual é acumulada pela egrégora, transmutada e devolvida ao conjurador na forma de seu pedido realizado.
Preparação & Materiais
O ritual deve ser realizado em um ambiente fechado, aconchegante e familiar a todos os participantes. São preferíveis ambientes tipicamente burgueses, como a sala de uma casa de familia “respeitável”, que possua, preferencialmente, uma lareira.
Deve-se encontrar um “pinheiro” (normalmente o topo deste), que caiba dentro da sala. Este pinheiro deve ser enfeitado com bolas de cristal multicoloridas, mini-lâmpadas coloridas que piscam, pequenas imagens com motivos natalinos (i.e. embalagens imitando presentes, trenos, papai-noelzinhos, etc). Não é necessário restringir os bibelôs à arvore, sendo que toda a sala pode ser enfeitada, conforme a vontade dos participantes (mas sempre seguindo a linha de motivos natalinos). A lareira, se existir, deve ser enfeitada com um cuidado especial, e nela devem ser penduradas meias (uma para cada participante).
O enfeite da árvore é de suma importância, visto que serve como um ponto de referência ao Papai Noel, para que ele reconheça a casa onde espera-se sua visita.
Esta preparação material deve ser feita pelo menos uma semana antes da realização do ritual. A sala deve ser mantida, durante essa semana, limpa e em “ordem” (i.e. ordem simétrica). Todos os participantes devem estar presentes durante a preparação da árvore e da sala, e se mostrar dispostos a ajudar na preparação.
A egrégora atual de Papai Noel tem como imagem um homem idoso (70-80 anos), caucasiano, de cabelos brancos bem aparados, uma barba longa (que vai até o meio do peito) branca e plena, bem aparada e limpa. Seu rosto apresenta poucas rugas, sendo mais visíveis quando sorri. Dentes limpos, simétricos e brilhantes. Usa um óculos de aros redondos, de grau imperceptível. Apresenta-se como obeso (120-150 kg), mas de uma forma bem “distribuída” entre os membros do corpo. É ginecomasta e possui um abdômem proeminente. Veste-se com um tecido vermelho acetinado, com as bordas brancas. Calça e camisa compridas, com um grande macacão para proteção contra frio extremo, botas pretas fechadas até o tornozelo, luvas brancas finas e um cinto preto, com uma grande fivela dourada. Utiliza um gorro em forma de cone, do mesmo tecido da roupa, e uma bola de pêlos pende da ponta do cone. Vive em uma parte obscura do Pólo Norte, provavelmente no subterrâneo. Desloca-se com a ajuda de um grande trenó dourado, próprio para neve, puxado por seis renas “mágicas”, que têm a capacidade de voar. Papai Noel traz consigo um grande saco vermelho, onde carrega os presentes que vem entregar.
O ritual deve ser realizado durante a noite, preferencialmente à meia-noite do dia 24 de dezembro. Os conjuradores devem escolher um simbolo qualquer para representar seu pedido, podendo ser um sigilo ou qualquer outro símbolo que contenha a ideia do pedido.
No dia da conjuração os participantes devem se reunir pelo menos uma hora antes do inicio da evocação. Durante essa hora os participantes podem utilizar qualquer tipo de substância que aumente sua percepção ou leve a estados catabólicos. Neste ínterim deve-se refletir ou mesmo comentar com os colegas seu pedido ao Panielo (Papai Noel).
A Conjuração
Na hora marcada, os participantes devem se reunir ao redor da arvore e bradar, em voz alta e com extremo desprendimento, apontando com o símbolo de seu pedido para a árvore, esta conjuração:
Vem turbulento pela noite! Vem!
De PANIELO! Iô PANIELO!
Iô PANIELO! Iô PANIELO! Do mar de além
Vem do Pólo Norte! Vem!
Vem trazer meu presente! Vem!
Sem mais demora! Vem!
Cortando o céu em seu trenó! Vem!
Com as renas cavalgando as nuvens! Vem!
Trazendo meu presente! Vem!
Iô PANIELO! Iô PANIELO!
Com sua barba branca! Vem!
Vem trazer meu presente! Vem!
Eu fui um(a) bom(a) menino(a)! Vem!
Ó PANIELO! Iô PANIELO!
Iô PANIELO! Iô PANIELO! Iô PANIELO!
Deve seguir uma grande gargalhada como a de Papai Noel (Hô! Hô! Hô!). Durante toda a conjuração cada participante deve visualizar um grande trenó cruzando o globo, saindo do Pólo Norte e dirigindo-se para onde o grupo agora se encontra. Dentro do trenó, o conjurador deve visualizar Panielo e seu saco, contendo seu presente.
Logo após a gargalhada, faz-se alguns instantes de silêncio, onde reflete-se novamente sobre o pedido feito ao Panielo. Então cada um dos participantes (um de cada vez) brada, em voz alta, segurando no ar (sobre a cabeça) o símbolo do pedido, esta fórmula:
Sim, Panielo! Eu fui um(a) bom(a) menino(a)!
Traga meu presente que é [falar o pedido], sem mais demora!
Repete-se a gargalhada em coro e faz-se mais alguns instantes de silêncio. Logo após finaliza-se bradando estas palavras:
Está feito!
Panielo ouviu meu clamor!
Satisfez meu desejo!
Agora volte para o Polo Norte, Panielo!
Continuarei a ser um(a) bom(a) menino(a)!
Agora cada participante gargalha livremente, de preferência até a exaustão, com grande desprendimento e entrega.
Conclusão
Dependendo da vontade de cada um, segue-se à conjuração uma grande orgia, ou um grande festim, onde cada participante deve abandonar o simbolo de seu pedido e esquecer completamente o pedido em si.
Se todos os passos do ritual forem realizados com grande devoção e desprendimento, o pedido será realizado.
por Leghba Valys 418 em 19980427 e.v.
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