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“Não é uma aranha, não exatamente, desta vez sua forma não foi tirada de nossas mentes; ela é apenas o mais próximo que nossas mentes podem chegar do que quer a coisa realmente seja.”
– Stephen King, IT
Assim como com a tristeza e a risada a maneira mais certa de aumentar o medo é reprimi-lo. O medo é parte da natureza humana e tem a função positiva de nos proteger e nos dar respostas rápidas em um mundo ameaçador. Ele só é de fato um problema quando deixa de ser um mensageiro. Em outras palavras quando em vez de ser a aranha que anda pela teia nos tornamos às moscas presos nela. Nos casos mais graves o casulo se fecha nos tornamos prisioneiros de nosso próprio terror.
Quando o medo vira fobia e a ajuda médica torna necessária. É saudável o medo de um um rottweiler bravo, solto e desconhecido, mas é doentio o medo de um amigável beagle na coleira. A aracnofobia, o medo irracional de aranhas é entre os transtornos do medo um dos mais antigos e universais e isso faz de Avoosl o arquétipo perfeito para ser trabalhado nestas ocasiões.
(Segundo Michael Aquino, fundador do Temple of Set, a figura de Avoosal foi criada por Anton LaVey como um nome em comum para todos os deuses e deusas aranhas. Seu nome foi tirado de um conto de Clark Ashton Smith “O Estranhamento de Avoosl Wuthoqquan”, publicado na Weird Tales de junho de 1932 no qual uma aranha gigante devora um ladrão. )
Avoosal é o nome a Rainha Aranha que tradicionalmente habita as cavernas escuras do interior da terra. As aranhas domésticas e do campo – assim como todos os insetos rastejantes são súditos de Avoosal e matá-los uma ofensa para ela, pois estas criaturas em geral inofensivas são rejeitadas e banidas para a corte do diabo simplesmente por serem consideradas feias e assustadoras.
O Rainha-Aranha vive em cavernas escuras nas quais guarda com zelo seus tesouros. É a versão de oito patas e muitos olhos do nórdico Fafnir e por isso talvez os ciganos digam que sonhar com aranhas é sinal de riqueza. Ela devora e se alimenta dos ladrões, mas por outro lado conquistar a simpatia de Avools é ter livre acesso a sua câmara dos tesouros. Quando Avools é respeitada se torna uma grande contadora de história como é na forma de Anansi, seu expressão entre os povos africanos.
O ritual a seguir é uma adaptação da Cerimônia de Avools tal como usada na Church of satan mas enriquecido com técnicas mais avançadas de programação neurolinguística e consiste em gradual e repetidamente expor a si mesmo diante do medo de uma forma segura e controlada com o objetivo de superá-lo.
Requisitos do ritual
A câmara ritual é enfeitada com representações aracnídeas e teias de aranha decorativas.
Deve ser preparado também um temporizador desses que marcam de cinco minutos a huma hora.
A preparação seguinte é por si mesma é uma espécie de ritual e consiste em buscar um mensageiro de Avoosl. Isso deve ser feito obrigatoriamente sozinho, em local ermo e de preferência em contato com a natureza. Deve-se buscar um inseto e colocá-lo dentro de um vidro de bom tamanho. O animal deve ser tratado com todo respeito e de forma alguma ferido.
O súdito de Avoosl é imediatamente levado até a câmara ritual é colocado no altar e em seguida a cerimônia começa.
O Ritual
1- Tocar nove vezes o sino e dizer:
In nomine Magni Dei Nostri Satanas. Introibo ad altare Domini Inferi.
2 – Olhando para o recipiente contendo o inseto deve dizer:
“Meu pequeno amigo, queira chamar o grande rei.”
3 – Em seguida deve programar a cega o temporizador e senta-se de frente para o altar de olhos fechados. Enquanto aguarda a chegada de Avoosl deve permanecer de olhos fechados e respirar apenas pela boca e superficialmente.
4 – Quando o temporizador tocar deve-se abrir os olhos imaginando uma enorme aranha ocupando a câmara. Voltando a respiração normal deve dizer:
““Avoosl! Avoosal! Anansi! Aracne, grande Avó Aranha, Senhora de todos os pavores.
Ouça-me! Em nome de Satã e Belial, me escute oh arquiteta do Inferno.
Seu povo já andava sobre a terra eras antes do surgimento da humanidade. Quem quer que em arrogância roube seus tesouros será provado por seus pedipalpos. Quem ignora suas teias será preso por elas.
Mas eu sou um contigo e me coloco fraternalmente em sua presença. Eu honro seu nome pois somos o mesmo.”
5 – Em seguida deve-se transmitir para Avoosl a forma do seu medo. Faz-se isso lembrando com o máximo de detalhes possíveis alguma memória traumática, ou seja a primeira e mais importante lembrança relacionada e este medo
6 – Em seguida diga
“Avoosl eu lhe peço que capture este medo em sua teia.”
Em seguida a cena é repassada na tela mental, mas desta vez não como participante ativo e sim dentro de uma esfera ou tela na qual você a Aranha Monarca assistem como observadores externos.
6 – Ao término dizer:
“Jogue suas teias Avoosl, não sobre mim mas sobre este medo.”
Após isso a cena é visitada mais uma vez, mas desta vez em branco e preto.
7 – Ao término dizer:
“Mais uma vez Avoosl jogue suas teias.”
A cena é então assistia mais uma vez mas mais embaçada.
8 – Diga então: “Leve este medo embora, que seja alimento para os seus súditos que rastejam.”
A esfera então é imaginada sendo colocada dentro do recipiente onde imediatamente começa a nutrir o inseto em seu interior.
9 – Por fim diga:
“Mostre-me agora mestre dos pavores, qual tesouro estava guardando para mim.”
Agora o celebrante deve imaginar da forma mais realista possível como será sua vida agora que o medo foi levado embora. Deve participar da cena, sentir os gostos, sons e cores envolvidas. Deve também sentir a aprovação de Avools nesta realização. A Deus Aranha foi agradada.
Neste sentimento de satisfação e gratidão deve se despedir:
“Obrigado Avools, que eu seja sempre digno sua amizade.”
10 – Tocar o sino e então encerrar com as palavras “Assim está feito”
A criatura capturada deve ser devolvida ao seu ambiente original com todo respeito que merece..
Morbitvs Vividvs é autor de Lex Satanicus: O Manual do Satanista e outros livros sobre satanismo.
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