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por Arthur Moros
As duas primeiras seções deste livro trataram do culto saturnino em um nível amplamente teórico. O autor espera sinceramente que, mesmo um leitor não praticante, possa extrair algum benefício desses capítulos, ainda que apenas em termos acadêmicos. No entanto, esta parte final é dedicado àqueles leitores que estão interessados em iniciar-se por conta própria e desenvolver o culto saturnino de forma independente.
Esta seção descreve diversos feitiços e práticas mencionados anteriormente no livro, bem como ações devocionais que, tradicionalmente, agradam muito a Saturno.
Parece necessário incluir uma advertência. Quaisquer que sejam as crenças do leitor, culturas inteiras, por milênios, sustentaram a convicção de que Saturno é uma divindade perigosa com a qual se deve ter cautela.
Sua influência, mesmo para Seus amigos e devotos, pode causar danos e adversidades. Se alguém leu este estudo e sentiu uma ressonância genuína com o caráter do Cubo Negro, então as práticas aqui descritas serão, de fato, úteis para construir uma relação com a divindade. Se, por outro lado, alguém acredita que as divindades são meramente arquétipos ou símbolos dotados de significado apenas através da cultura, o autor recomenda que essa pessoa procure outro grimório com o qual experimentar. O culto moderno da autodeificação ou autoengrandecimento é incompatível com o culto saturnino.
A tradição deixa claro que Saturno exige que seus estudantes e acólitos comecem a partir de uma posição de humildade, até mesmo de humilhação.
Participar do culto de Saturno requer abrir mão do ego, pois apenas quando o ego é posto de lado Saturno se digna a compartilhar sua gnose negra. Por fim, Saturno não é um símbolo nem um arquétipo. O autor sustenta que Saturno é totalmente real, e Seu poder jamais deve ser invocado levianamente. Se alguém deseja iniciar essas práticas, é bom ter em mente que essa divindade, em todas as tradições, é tão vingativa quanto poderosa.
Dito isso, se após ter lido até aqui você sentir o impulso de celebrar os mistérios saturninos, esta terceiro parte é especialmente para você.
O Culto do Cubo Negro
Há duas seções principais aqui: “Devoção Saturnina” e “Magia Saturnina”. A devoção consiste nas práticas tradicionais associadas a Saturno, e são pensadas e recomendadas para agradar à entidade que habita o Cubo Negro. A magia saturnina consiste nos rituais e cerimônias encontrados em diversos textos antigos e medievais, bem como em seus detalhes específicos, como incensos recomendados, defumações, cores e outros elementos cerimoniais.
Este livro, ao contrário dos grimórios antigos dos quais se inspira, busca apresentar e compreender a divindade saturnina como uma força que transcende qualquer cultura em particular. Diversas culturas desenvolveram seus próprios cultos e práticas únicos em torno do deus do Cubo Negro e, como vimos, há considerável sobreposição entre elas. No entanto, este grimório pertence ao século XXI, e está escrito em inglês para um público contemporâneo. Assim, é necessário equilibrar a preservação da tradição com adaptações pontuais.
Não somos os primeiros a fazer isso – nos séculos passados, por exemplo, os ingredientes da defumação usada para invocar Saturno em árabe foram adaptados para o espanhol e o latim. Isso não é uma questão ou erro de tradução – foi feito porque os magos envolvidos no culto fizeram as adaptações necessárias com base nas plantas e minerais disponíveis na Espanha, que provavelmente não eram nativos de Harran.
Correntes esotéricas podem se adaptar e ainda assim serem tradicionais, desde que permaneçam fiéis ao espírito da tradição, e não apenas às suas aparências externas. Em outras palavras, este grimório apresentará as práticas devocionais e cerimoniais não como se pertencessem a quatro ou cinco divindades separadas, mas como práticas que emergem de diferentes regiões de um único culto. A premissa central desta obra é que a divindade saturnina é uma entidade única que se manifesta em diferentes épocas e lugares, mas cuja essência fundamental permanece a mesma; por isso, as práticas de veneração e súplica são igualmente válidas, onde e quando forem realizadas.
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