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Magick, a Ciência Suprema

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por Phillip Cooper

O estudo contemporâneo dos assuntos mágicos confunde tanto os iniciantes quanto os praticantes experientes, porque está repleto de regras ultrapassadas e superstições que não contribuem em nada para a arte e a ciência da Magia (NdT. Magick no original). A verdadeira Magia não é complicada; ela pertence a qualquer pessoa que deseje utilizá-la; a verdadeira Magia vem de dentro do indivíduo — não de algum iniciado ou sociedade secreta. Afinal, quem iniciou o primeiro iniciado? A Magia é um processo criativo altamente individual e pessoal e, para ser eficaz, cada um precisa formular seu próprio Templo Interior, contatar sua própria fonte de poder e praticar Magia à sua maneira. As regras e leis básicas são as mesmas para todos — e essas serão apresentadas a você agora. A partir daí, é com você. Vamos começar definindo o que é Magia — e o que ela não é.

Magia não é se vestir com túnicas coloridas, entoar encantamentos estranhos ou colecionar graus e títulos. Isso pode agradar ao ego e ter alguma utilidade em certos casos, mas não é Magia. Caminhos iniciáticos e meditação não são Magia. São ferramentas — auxílios. Então, o que é Magia? Magia, a verdadeira Magia, é a arte de usar o pensamento controlado para produzir um resultado. Se você duvida disso, pergunte a si mesmo: por que está interessado em Magia ou por que se envolve com ela?

Bom, e aí? Talvez você sinta que isso é algo certo para você. E é mesmo — mas talvez não da maneira que você imaginava.

Antes de começar qualquer trabalho mágico, precisamos entender como a Magia funciona à luz da razão. Todo pensamento produz resultados. Por pensamento, quero dizer aquele pensamento deliberado ativado pela vontade — não devaneios ou o pensamento consciente normal — que é analítico, crítico e faz comparações para avaliar. O pensamento voluntário produz resultados — resultados físicos — e usa poder para criar. Na vida cotidiana, geralmente não percebemos esse processo, mas ele acontece o tempo todo enquanto criamos ao nosso redor tudo aquilo que desejamos — ou não desejamos. Magia é a arte de saber usar esse processo criativo para produzir resultados desejáveis. Antes de prosseguirmos, vamos observar atentamente o processo mental utilizado no pensamento criativo mágico. Existem três áreas da mente que nos interessam: a consciente, a subconsciente e a vontade.

A mente subconsciente é a força motriz. Ela cria ao nosso redor tudo aquilo que acredita ser verdade, de acordo com as instruções que damos. Tudo ao seu redor neste exato momento foi criado para você pela sua mente subconsciente, e foi atraído como um ímã. É impossível interromper esse processo criativo. Mesmo após deixarmos a vida terrena, ele continuará criando para nós e nos servindo. Esse é o seu propósito: atrair tudo o que precisamos. Ela não raciocina; apenas aceita as instruções que acredita serem do nosso interesse. Para que ela mude seu padrão criativo, é necessário convencê-la de que a nova instrução é válida. É aqui que entram a vontade e a mente consciente.

A vontade precisa ultrapassar as barreiras da mente consciente. Por mais forte que seja a vontade de mudar algo, é preciso convencer a mente consciente antes que a nova instrução alcance a mente subconsciente. A mente consciente só enxerga fatos à luz dos padrões criativos subconscientes atuais — por isso algumas pessoas são incapazes de ver um fato óbvio diante delas. Ele contradiz suas crenças profundas.

Quando você era muito jovem e suas faculdades críticas estavam totalmente abertas, sua mente subconsciente estava tentando estabelecer o que sua vontade desejava. A maioria das crianças é apresentada a fatos que são aceitos sem questionar. Esses fatos são totalmente acreditados e, portanto, tornam-se verdadeiros para elas. Alguns desses fatos provavelmente eram verdadeiros; outros, provavelmente, não eram. Ainda assim, todos foram aceitos. A mente subconsciente tentará reforçar a mente consciente quando uma nova direção lhe for dada e, assim, o processo se torna um círculo. Quanto mais a vontade é exercida, mais a mente consciente procura por fatos que comprovem suas crenças anteriores. Portanto, novos resultados são impossíveis — ou, na melhor das hipóteses, extremamente lentos, pois a expressão constante da vontade eventualmente gera alguma reação da mente subconsciente, mesmo que isso leve uma vida inteira.

Como criar um novo padrão criativo? Por que se importar com isso? E o que isso tem a ver com Magia? Simples: a mente subconsciente está aqui para criar para você tudo o que você desejar. Ela não conhece limites e não é nem boa nem má. Ela simplesmente é. Dê uma instrução e ela a executará ao pé da letra. Com certeza isso merece atenção! Existem várias formas de superar crenças falsas e alcançar a mente criativa, e a Magia é a melhor forma para alguns de nós. A verdadeira Magia, livre de superstições e ideias erradas, gera resultados — e esse é o propósito deste livro: mostrar a você como fazer isso. Então, como fazer com que a mente subconsciente responda à sua vontade — seja ela qual for? Simplesmente utilizando dois fatos combinados com pensamento positivo. São eles:

  1. a suspensão da mente consciente crítica; e

  2. 2) a crença.

A Força Criativa da Crença e do Simbolismo

A ideia de combinar pensamento positivo com a suspensão da mente consciente crítica e a crença é usada na meditação e na auto-hipnose, e até dá alguns resultados. Mas, de longe, o melhor caminho é usar a imaginação controlada — ou visualização. Tudo o que for visualizado e acreditado se tornará realidade física, e quanto mais potente for a visualização, melhor será o resultado. A Magia usa uma linguagem imaginativa especial chamada simbologia. Símbolos são padrões geométricos de poder que a mente subconsciente compreende e que se combinam com outras imagens visuais, potencializando o efeito, como você verá mais adiante. Magia sem esse trabalho interno é apenas superstição e teatro. E aqueles que têm dificuldade com isso devem lembrar que não é necessário ver imagens nítidas — basta saber que a imagem está lá. Quanto mais relaxado você estiver, mais fácil será visualizar. Então, tenha isso em mente: tensão é inimiga do ritual. Qualquer símbolo mágico está ali para ser usado, não adorado. Está ali para ser usado e compreendido. Alguém realmente entende o Pentagrama? Ou ele foi aceito apenas porque outra pessoa o aceitou, achando que seria uma boa ideia incluí-lo nos rituais da ordem? Afinal, é tradicional! Ou será que é mesmo? Neste sistema, usaremos o símbolo do qual todos os outros derivam — a Cruz Encerrada em um Círculo, também conhecida como Cruz Cabalística. Vamos trabalhar com ela de um jeito que leve à compreensão do símbolo. Vamos trabalhar de forma que gere resultados. Agora vamos falar sobre crenças.

Crença e Magia são inseparáveis. Magia não funciona sem crença, e a crença é a forma mais simples de Magia. Existem, é claro, diferentes tipos de crença. Por um lado, há a crença cega em algo — geralmente sem razão. Superstição é um exemplo de crença cega, e superstição não tem lugar na Magia. A verdadeira crença é outra história. Ela é sã, lógica, resiste a qualquer teste e pode ser provada à pessoa que a possui. A verdadeira crença vem da fé em fatos verdadeiros e leis cósmicas e geralmente exige bastante autoconhecimento para ser alcançada. A melhor maneira de chegar à verdade é perguntar “por quê?” até chegar lá. Nunca aceite o pensamento de outra pessoa até que você chegue à verdade perguntando “por quê?”. Então, quando você souber o “porquê”, poderá aceitar e acreditar — ou rejeitar e descrer. Lembre-se de que a descrença também é uma forma de crença — e também pode se concretizar. Todas as crenças se tornam realidade. É por isso que superstições funcionam: porque, para alguns, elas são críveis, mesmo que para outros pareçam bobagem.

Mudar crenças aceitas cegamente exige o uso constante da vontade, das faculdades críticas e da pergunta “por quê?”. Precisamos explorar nossas crenças subconscientes porque, se não o fizermos, provavelmente viveremos uma grande confusão interna que pode nos impedir de avançar [ou nos impedir de trabalhar com a Magia]. Por exemplo, duzentos anos atrás, um magista passou informações para um neófito, e assim por diante. Com as informações mágicas também vieram modificações pessoais, superstições e equívocos. Duzentos anos depois, a linha de poder ainda pode ser válida, mas agora carrega sete (ou mais) gerações de pensamento personalizado. Assim, novos iniciados correm o risco de aceitar um monte de tolices.

Outro ponto a observar é que estudantes de assuntos esotéricos adoram entrar em sociedades secretas. Se você se deparar com linhagens e contatos do passado, chefes secretos, guias espirituais e verdades que jamais podem ser reveladas, então talvez seja prudente manter distância dessa sociedade secreta — ou você poderá se tornar como eles: com cegos guiando cegos. Crenças positivas produzem ações e resultados positivos. Se você acredita em algo, isso se tornará realidade, pois a crença ativará a vontade de forma positiva, que então contornará a mente consciente descrente. O oposto também é verdadeiro: a vontade pode ser exercida para mudar crenças antigas por crenças melhores, que gerem resultados melhores, para uma vida melhor. A Magia apresenta símbolos, via imaginação, à mente subconsciente de forma crível.

É importante usar os símbolos certos, da forma correta, com as crenças certas — livres de superstição. Infelizmente, as pessoas carregaram muitos atributos indesejáveis nas imagens visuais. Por todos os meios, tenha um cajado da chuva se ele trouxer chuva quando mais for necessário. Mas, à medida que a superstição se infiltrava, tornou-se necessário aplacar os deuses — até mesmo com sacrifícios rituais. A imagem ou símbolo acabou sendo mal compreendida, e temos tido problemas com isso desde então. Não há desculpa para se curvar e se humilhar diante de uma imagem que, afinal de contas, foi criada por humanos. Portanto, vamos manter os deuses antigos — e os novos — em perspectiva. Eles ainda têm sua utilidade, mas o bom senso deve prevalecer. A Magia é uma arte nobre e uma ciência exata — e ela funciona porque é uma ciência, além de ser seu direito divino.

Poder, Livre-Arbítrio e Responsabilidade Mágica

Todos nós estamos usando poder o tempo todo. Como estudantes de Magia, nos tornamos conscientes desse poder e o usamos à nossa vontade. Os debates mais acalorados sobre o uso da Magia envolvem a discussão sobre Magia Negra e Magia Branca. Vale a pena explorar o conceito de poder como ele se relaciona com esses dois termos, para que você entenda como usar o poder corretamente. Fomos criados para criar tudo o que quisermos, usando poder e exercendo nosso direito de livre-arbítrio. O que criamos em nossas mentes se torna real, assim que a força propulsora subconsciente aceita a ideia. Somos responsáveis por todas as nossas ações criativas, da mesma forma que somos responsáveis pelas ondas que criamos ao jogar uma pedra na água. Deus — e por Deus quero dizer a entidade criadora suprema — não aprova nem desaprova. Toda ação que tomamos é nossa escolha, e devemos viver com ela. Essa é a verdadeira ideia do karma. Somos responsáveis por tudo o que fazemos. Isso não é uma ameaça divina; é puro bom senso. Isso não significa que precisamos ser santos, puros e sofrer todas as penalidades caso cometamos um erro. O que plantamos, colhemos. Portanto, faz sentido plantar aquilo que desejamos e tentar não afetar os outros de forma negativa.

O poder não é nem positivo nem negativo, bom ou mau, nem nenhuma outra divisão que possamos imaginar. Ele simplesmente é, e é abundante e concedido livremente, para que possamos criar com liberdade — e, com sorte, com sabedoria. Ele não ajuda os que são considerados bons. Ele não castiga os que são considerados maus. Não existe tal coisa como o bem e o mal — tudo depende da atitude diante de uma situação. O que é bom para uma pessoa pode ser totalmente ruim para outra. Fomos condicionados a pensar que certas coisas são boas e outras ruins. Mas será mesmo? Talvez estejamos mais uma vez aceitando conceitos herdados do passado.

Cada um de nós precisa decidir o que é bom e ruim para si e então usar seu centro de poder para atingir esse fim. Errar é uma coisa; fazer conscientemente algo que você considera ruim ou maligno é outra bem diferente. O semelhante atrai o semelhante; toda causa tem um efeito. Se você planta o que sabe ser mau, então colherá o mal — e, para alguns, é exatamente isso que querem, por mais estranho que pareça! Os chamados magistas negros se dividem em três categorias principais:

  1. Aqueles que sentem uma espécie de prazer em serem cruéis com os outros, geralmente com a igreja, o sistema ou qualquer pessoa que discorde deles;

  2. Aqueles que se entregam ao sexo e à violência;

  3. Aqueles que supostamente usam seus poderes mágicos de forma indevida por motivos materiais.

O primeiro tipo de magista negro precisa de algum tipo de comportamento extrovertido para alimentar seu sentimento de ódio pelos outros. Isso não é Magia — é um complexo de perseguição superinflado, misturado com teatro amador. O segundo tipo é formado por pessoas saudavelmente hipersexuais que precisam de algo além dos atos sexuais bizarros usuais e acreditam que o mundo misterioso da Magia oferece esse ingrediente extra.

O terceiro tipo — o materialista — às vezes é mais desprezado pelos chamados magistas brancos, que consideram que o poder e a Magia só deveriam ser usados para evoluir. Agora, antes de tomar uma decisão, pense um pouco sobre essa história de evolução. Realmente parece plausível que a força suprema, criadora e onisciente criaria algo tão imperfeito quanto a humanidade e então nos expulsaria do paraíso, deixando pistas para que escalássemos de volta a uma escada mítica em direção à nossa origem? Deus deve ter cometido um erro na criação, ou ao menos deixado passar algo. Pode ser que algumas pessoas acreditem que Deus, de fato, cometeu um erro — mas, nesse caso, não estão lidando com Deus, e sim com sua ideia de Deus. Deus, o verdadeiro Deus, não pode cometer erros. Deus é absolutamente e completamente perfeito de todas as formas e não pode, de forma alguma, ser injusto, equivocado ou rancoroso. Qualquer coisa menos que perfeita não pode ser Deus.

Então, onde isso nos deixa? A ideia de evolução é antiga e, como tantas outras ideias antigas, está errada. Fomos criados perfeitos e ainda somos. O que acontece é que não sabemos disso; esquecemos e substituímos esse conhecimento por ideias bem estranhas. A queda ocorreu quando nos tornamos curiosos sobre coisas que poderiam nos ferir ou ferir os outros. Por causa do livre-arbítrio e do poder, nos metemos em encrenca e perdemos o contato com a realidade. Recebemos o universo físico inteiro como um paraíso para viver, recebemos poder para criar coisas físicas e o livre-arbítrio — e ainda assim conseguimos transformar tudo isso em um inferno, sozinhos. Sim, cada um de nós precisa evoluir — não subindo uma escada, mas voltando ao conhecimento de que a Terra deveria ser um paraíso, e à sabedoria do pensamento correto, com espírito de amor e unidade. Pode-se argumentar que a queda aconteceu para que aprendêssemos Magia e o mecanismo da criação — mas dá para ver o absurdo nisso? Estamos aqui, cercados de tudo, entediados porque tudo nos foi dado de bandeja. Todos precisamos de aventura e emoção, e nos foi dado o poder de criar arte, música e ciência; podemos explorar o desconhecido — há muitas formas de canalizar essa energia.

Os aspectos materiais da vida são importantes, e embora possa parecer moda fazer voto de pobreza para evoluir, é preciso colocar o lado material da vida em perspectiva. Nenhum Deus colocou todo esse potencial material aqui apenas para nos tentar. Isso seria sadismo; por que tentar sua criação principal? Os aspectos materiais têm, sim, seus problemas. Os verdadeiros materialistas são aqueles que sofrem de ganância — para eles, o material é uma fonte constante de tormento, tudo por conta de uma atitude equivocada. Posses e conforto não são nem bons nem maus. O problema, às vezes, está na nossa atitude. A abnegação sem uma razão concreta ou motivação real é tão ruim quanto a ganância. Por exemplo, é tolice jejuar apenas porque um dogma religioso exige. No entanto, jejuar com um propósito — como aumentar a percepção ou purificar o corpo — é uma boa ideia. A crença de que você pode fazer algo por outra pessoa, mas não por si mesmo, é equivocada — muito equivocada. Não há justificativa para isso além, talvez, da superstição. Se você repetir algo para si mesmo muitas vezes, acabará acreditando. E se acreditar, isso se tornará verdade.

Se você está passando por dificuldades financeiras, confuso, em busca de algo, tentando evoluir ou lidando com os intermináveis problemas da vida, lembre-se: tudo isso está acontecendo porque você está fazendo com que aconteça. Para a sua mente subconsciente, isso é exatamente o que você deseja. A maioria desses desejos foi implantada no seu subconsciente antes mesmo que você tivesse idade suficiente para resistir, mas mesmo assim, eles estão lá. Então por que não trocá-los pelas coisas que você realmente deseja? Livre-se do dogma, da superstição e do pensamento equivocado. Pergunte “por quê?”. Por quê? E “por quê?” de novo. Evolua rumo ao conhecimento de si mesmo e das suas necessidades, usando o poder criativo da Magia para esse fim.

O produto final da Magia é físico — não imaginário. Um ato mágico sem resultado físico não é Magia. Meditação e caminhos iniciáticos te fornecerão informações — não como um presente dos “Guardiões Internos dos Deuses”, mas porque você tem direito a isso. Quando receber informações, use-as para você e para os outros — mas use. O sistema de Magia que eu vou revelar vai te mostrar como manipular todos os aspectos da sua vida de acordo com as suas necessidades, e vai te ajudar a evoluir até o conhecimento do seu verdadeiro Eu. Vai te ajudar a ser você mesmo, à sua maneira, como um indivíduo ligado ao todo — separado, mas pertencente —, responsável por suas próprias ações, usando seu próprio livre-arbítrio. Os fundamentos que vou te passar, se você quiser, poderão te levar a outros sistemas, sejam eles órficos, herméticos, naturalistas ou cabalísticos. Você não está sendo limitado de forma alguma, nem está aceitando um dogma anterior.

Agora, aqui estão duas coisas importantes que eu quero que você faça. Primeiro, quero que deixe de lado tudo o que você sabe sobre Magia e então questione cada ideia, uma por uma, para ver se ela realmente é verdadeira. Segundo, quero que você pegue todos os seus livros de Magia e os guarde, só por um tempo. Se você tem um templo, limpe tudo. “Não posso fazer isso”, ouço você dizer. Por quê não? Pare e pense: por quê não? Essa única palavra — “por quê” — é, provavelmente, a única verdadeira palavra de poder que existe. Você vai conhecê-la e usá-la de maneira poderosa. Pedi que você fizesse algo e também darei razões, mas quero que descubra algo muito mais valioso do que as minhas palavras ou suas reações. Em um momento, quero que você pare de ler, pegue uma caneta e papel. Pense e, depois, escreva seus pensamentos. Primeiro: que tipo de reação você teve a essa ideia — foi positiva? Talvez mais tarde? Ou negativa? Isso não é uma pergunta armadilha. Estou, genuinamente, tentando te levar à verdade sobre si mesmo. Seu verdadeiro Eu! Faça isso agora.

Vamos expandir um pouco mais. Novamente, quero que você pare de ler em breve e escreva seus pensamentos. Se sua resposta foi “sim”, por que você concordou com isso? Foi porque achou mesmo que era uma boa ideia ou disse “sim” por algum outro motivo? Pense sobre isso e escreva. Se sua resposta foi “talvez mais tarde”, pergunte-se o que você está tentando proteger. Defina exatamente quando é esse “mais tarde”. Se sua resposta foi “não”, então dê suas razões. Talvez você não goste que outra pessoa te diga o que fazer, ou talvez esteja se protegendo? Pense nisso de verdade — faça isso agora.

Vamos continuar. Diante de você há um mundo inteiro de informações sobre si mesmo, se você conseguir enxergar. Para começar, você provavelmente se encaixa em uma de três categorias: receptivo, evasivo ou assertivo. Se você é receptivo, provavelmente faz coisas pelos outros às suas próprias custas e tende a aceitar ideias alheias sem refletir. Você precisa aprender a ser mais assertivo e a questionar. Se você é evasivo, tem muita dificuldade para tomar decisões e precisa aprender a ser mais decisivo. Se você é assertivo, é provável que esteja se protegendo demais. O que exatamente você está protegendo? Pode ser que esteja protegendo partes de si mesmo que já não têm mais utilidade. Uma declaração muito importante foi inscrita no Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo.” É valioso para você descobrir por que está sendo como está nesse momento. Provavelmente, você não está sendo verdadeiramente você mesmo. Na realidade, você acabará se tornando uma combinação das três categorias — mas em uma forma muito mais elevada, com predominância de uma delas. Antes de tomar uma decisão definitiva sobre esse “esvaziamento” que sugeri, quero que explore mais alguns conceitos sobre esse assunto — não importa em qual categoria você acha que se enquadra.

Desapego, Redefinição e Verdadeiro Potencial

Antes que a verdadeira Magia possa começar, seu estudo ou conhecimento do assunto precisa estar firme e correto — assim como a fundação de uma casa é vital para toda a estrutura. Que tipo de fundação devemos ter? Uma que seja verdadeira. O primeiro passo é, frequentemente, o mais difícil, porque envolve desapego. Ao abrir mão de tudo assim, você se desliga e passa a olhar para o conceito da Magia “de fora”, com objetividade e distância. Isso provoca outra reação, chamada desejo — e o poder do desejo é justamente o que move a Magia. Aqueles que ensinam que o desejo é errado são tolos supremos. O desejo é como um ímã. Ele atrai coisas até você — boas e ruins. Quando você se desliga assim, está numa posição única para observar seus desejos e decidir quais são valiosos e verdadeiros. No fundo, você não está realmente abrindo mão de nada; está se tornando seletivo. Você está exercendo a escolha; está decidindo — e está no controle. Agora dá para entender por que eu pedi que você deixasse de lado as coisas que te são queridas? Foi para que você pudesse ganhar ainda mais — só que, dessa vez, coisas que realmente servem para você, em vez de ideias e objetos inúteis que inevitavelmente bloqueiam seu progresso. Você precisa aprender a soltar. Pense nisso como uma equação matemática:

Desapego = Ganho.

Dar é ganhar. Isso é científico, mágico — e funciona. Quanto mais você se agarra às coisas, mais você perde, na verdade. Ao falar de “dar”, não me refiro a esbanjar ou se prejudicar sendo excessivamente generoso e imprudente. Refiro-me a um fato cósmico aplicado: dar e ganhar — essa é a lei.

Por fim, você está prestes a plantar uma semente — uma semente mágica. Na vida real, você jamais plantaria essa semente num canteiro de ervas daninhas; por que faria isso magicamente? Limpe o terreno e comece do zero. Eu te prometo que você não vai perder nada — mas vai ganhar mais do que pode imaginar agora. Limpar sua base pessoal das restrições desnecessárias permite que você busque a Magia verdadeira. O processo não é tão difícil quanto você imagina, desde que mantenha seu objetivo em vista — e esse objetivo é o seu verdadeiro potencial mágico. A vida não está tentando te negar esse sucesso. Você sempre recebe exatamente o que deseja. O problema, até agora, é que provavelmente você não sabia o que realmente queria — então recebeu outra coisa.

Antes de procurar por esse potencial mágico, seria uma boa ideia definir exatamente o que é esse potencial. Você está procurando por seu verdadeiro potencial. Em outras palavras, está procurando por um sistema de Magia que funcione sempre e que traga felicidade pessoal, sucesso e realização — nada menos que isso. Então, por favor, não se contente com menos. Vamos aprofundar isso definindo o que realmente é Magia. Daqui a pouco, quero que escreva sua própria definição de Magia. Dê sua definição. Mais uma vez, isso não é uma pergunta armadilha. Quero que você elimine as ideias falsas e as substitua pelas corretas. Faça isso agora.

Certo: vamos comparar nossas ideias. Se você escreveu uma daquelas frases prontas como “Magia é a arte de causar mudanças, e etc.”, então você não está apresentando suas ideias, mas as de outra pessoa. Tente de novo. O que importa aqui são suas opiniões. Agora, o que você escreveu que é realmente seu? Vamos ver o quão perto você chegou da verdade.

Magia é a ciência de usar e entender o poder da mente subconsciente para alcançar um resultado desejado — um resultado físico.

Vez após vez, voltaremos a essa afirmação simples, porém poderosa, e você verá o quanto ela é verdadeira. Com muita frequência, o lado físico da Magia é esquecido. Não adianta gastar horas todos os dias em profundo estado de meditação e depois encher cadernos com experiências astrais e informações interessantes se você não as usar. Medite, claro — mas com um propósito, com um produto final. Com toda Magia real, tem que haver um resultado. Cadernos cheios podem até agradar ao ego, mas não resolvem problemas — só criam mais.

A palavra criar é absolutamente vital na Magia. Toda a ideia gira em torno de criar usando poder. Direcionar o poder usando a mente de forma criativa é, de fato, Magia; qualquer coisa fora disso é pseudo-Magia. A criação, por si só, cria — e nós também, normalmente sem perceber. Ser proficiente em Magia significa que você sabe o que está criando. Você decide, exerce a escolha e aplica o poder. No fim da operação, espera-se um resultado — não mais uma anotação no caderno. Se você fizer um ritual para manifestar um Mercedes-Benz 260E, então um Mercedes-Benz 260E deve aparecer — não uma bicicleta ou qualquer outro carro, mas exatamente um 260E. Qualquer coisa menos que isso significa que há algo errado na sua técnica.

Magia não é inteiramente sobre espiritualidade. Ela trata de fatos materiais — e pensar o contrário é pura tolice. Como eu disse: se você invocar por um Mercedes-Benz 260E, então ele deve aparecer! O que quero dizer é que um ato mágico tem que ter um resultado físico. Qualquer coisa fora disso só pode ser classificada como fracasso. Magia é, verdadeira e essencialmente, sobre obter resultados. Nada menos serve. Naturalmente, surgem os gritos de “materialista”, “magista negro” e por aí vai.

Deixe-me esclarecer as coisas de uma vez por todas. Não existe Magia negra e branca. Primeiro, existe energia — que é infinita, abundante e dada livremente. Ela não é nem positiva nem negativa. Segundo, existe você, que tem o direito de usar essa energia. Terceiro, existe o livre-arbítrio para decidir como você escolhe usar essa energia. Use-a de forma destrutiva — negativamente — ou construtiva — positivamente. Ambas geram resultados. A energia se molda a padrões, e o entendimento e uso desses padrões é chamado de Magia. O que importa é a intenção. Se você usa energia conscientemente para fins destrutivos, usará a mesma energia que usaria para fins construtivos. Destruição poderia ser chamada de “negra” e construção de “branca” — mas nem isso é preciso. O que é certo para uma pessoa pode não ser para outra. A escolha é sua — e você é quem deve fazê-la. Esqueça tudo sobre preto e branco, bem e mal, e por aí vai. Pense em escolha e intenção — e deixe que esses sejam seus guias.

Seja paciente e permita que as ideias deste livro te conduzam ao que é certo para você. A Magia é feita na mente — principalmente por meio da imaginação. Não confunda visualização com imaginação. Se você consegue ver imagens com clareza na mente, ótimo. Mas a imaginação é fácil — todos nós conseguimos, como você verá. Você já deve ter ouvido falar da mente subconsciente e de como ela pode ser influenciada por hipnose e afins para alcançar resultados que seriam impossíveis em circunstâncias normais. A mente subconsciente não conhece limites e pode realizar tudo o que você desejar. O problema está em como fazer com que ela faça essas coisas. A Magia é o meio mais seguro de usar esse poder — e a imaginação é uma das chaves que abre a porta para esse poder sem limites. Releia este capítulo várias vezes. Questione e pergunte “por quê?”. A porta para o seu verdadeiro potencial mágico agora está aberta — e o processo mágico, para você, começou.


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