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Manuscrito Voynich – Análises e Estudos do Manuscrito

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Todas essas questões levantam pontos interessantes sobre a possível história do Manuscrito e a data em que ele teria sido escrito. De fato, quanto mais nos afastamos dos dias atuais, mais a sua história parece ser feita de lacunas. Os dois principais dados que ajudariam a datar o texto, seu autor e a língua em que está escrito, permanecem um mistério, nem mesmo o alfabeto utilizado é conhecido ou foi identificado. Assim a primeira forma que utilizaram para se datar o livro foi estudar suas ilustrações, em especial as roupas, cortes de cabelo e arquitetura dos castelos retratados em suas páginas. Todos estes detalhes apontam para a Europa como berço de origem do material e, tendo isso em mente, grande parte dos especialistas dataram o texto do período entre os anos de 1450 e 1520. Em 2009 a universidade do Arizona realisou um processo de datação por radiocarbono no pergaminho utilizado para compor o manuscrito. Quatro amostras de diferentes lugares do códice foram testadas individualmente e as curvas de probabilidade dos resíduos de carbono-14 foram extremamente consistentes umas com as outras, chegando a uma data provável  o período entre os anos de 1404 e 1438, com uma probabilidade de acerto de 95%.

Outros exames revelaram que o manuscrito é composto de fato por pergaminho mas não do tipo ‘velino’, peles de bezerros ou cordeiros que eram mais caras e sofisticadas por produzirem um material mais fino, claro e macio. A capa foi adicionada muito depois da finalização do manuscrito, um detalhe que chama a atenção é a primeira página estar muito mais gasta do que todas as outras, dai talvez o dono do tomo tenha visto a necessidade de uma encadernação para a proteção do volume, a data provável desta capa é o século XVI. O pergaminho é de boa qualidade, mas nada do tipo excepcional  que seria usado em livros caros feitos para clientes ricos. Pergaminho era um material caro, mas velinos eram extremamente mais caros. Estudos realizados com microsópios em janeiro e outubro de 2009 por especialistas de Yale e McCrone concluíram que o pergaminho não mostra nenhum sinal de arranhões, que indicaria que algo ali havia sido apagado, apontando que o material estava sendo usado pela primeira vez. Na mesma época o institudo McCrone analisou as tintas e pigmentos usados tanto na escrita como na pintura das imagens, os resultados detalhados das análises feitas ainda não estão disponíveis para o público, mas o instituto afirmou que existem apenas pequenas variações na composição da tinta em todo o manuscrito, e foi usada tinta ferrogálica[1] em todo o documento. Os pigmentos tem como base minerais de alta qualidade, o que leva à suposição de serem materiais caros na época. Nenhum componente usado é incompatível com a datação por rádio carbono do pergaminho.

Tudo isso aponta para a origem do pergaminho no fim da idade média, entre o ano 1400 e 1450, a primeira metade do século XV, e dificilmente o pergaminho ficaria guardadopor muito tempo sem ser usado, apesar de não podermos descartar essa possibilidade, e os materiais usados na escrita e ilustrações não seria acessível para a maior parte das pessoas comuns, mas estavam a baixo da qualidade de materiais utilizados caso o livro fosse comissionado por algum cliente rico.

Quanto ao processo de criação do manuscrito existe muito debate e especulações, mas alguns pontos são aceitos por grande parte dos pesquisadores. Existe pouca ou nenhuma dúvida de que em relação às ilustrações a arte final (contorno do desenho) foi feito antes de serem acrescidos os textos e as cores. Na grande maioria o texto evita a área das imagens, mas existem alguns casos em que os textos interagem com as imagens como por exemplo onde palavras são colocadas no espaço exato entre o espaços dos galhos de determianda imagem, cada palavra tem o tamanho certo da área livre. Algumas pessoas apontam este fato como evidência de que os textos são meros preenchimentos sem sentido, apenas uma extensão da arte, outras já afirmam que isto prova que este manuscrito foi copiado de um rascunho, resultado de testes e estudos de diagramação, pré-existente. Agora é impossível dizer se os quatro desenhos de um fólio foram feitos antes do texto ou se cada página foi feita individualmente.

Em relação às pinturas das ilustrações todos concordam que foram realizadas após à conclusão to tomo, existem lugares onde o pigmento claramente se sobrepõe à arte final das plantas, e algumas vezes invade a área dos textos. Algumas pessoas chegam a sugerir que esse trabalho de colorização foi realizado em vários estágios e como as pinturas tem uma qualidade muito baixa alguns pesquisadores dizem que ela pode ter sido feita por uma criança. Também não está claro se a pintura foi realizada nos bifólios individuais ou se depois que os cadernos haviam sido montados e costurados; esta questão pode ser respondida caso se realize uma análise compreensiva do uso das cores no manuscrito, presntando atenção especial aos tons das cores e à tranferência das cores resultantes do contato entre os fólios. Este estudo foi realizado de forma muito superficial e quase que exclusivamente pelo pesquisador Nick Pelling, os resultados conseguidos por ele ainda são alvos de muitos debates.

Os resultados obtidos por esses estudos sobre a aplicação das ilustrações e do texto são a razão para se acreditar que o manuscrito foi produzido bifólio por bifólio já que caraceterísticas semelhantes são consistentes em cada bifólio. E esta questão está intimamente ligada à provável ordem das páginas do manuscrito, se a ordem atual é a ordem que foi originalmente criada pelo autor[2]. Como já vimos os fólios e os cadernos do códice estão numerados, mas pesquisadores como Mary D’Imperio, matemática que trabalhou com a Agência de Segurança Nacional americana, e Nick Pelling notaram que as numerações dos fólios tem estilo diferente da numeração dos cadernos, John Manly sugeriu que o estilo dos números dos cadernos pertencem ao século XV enquanto os números dos fólios parecem ser do século XVI ou mesmo XVII, De Ricci aponta o século XVI e Manly século XVII, baseado no estilo da caligrafia. A numeração dos cadernos e dos fólios foi definitivamente feita por pessoas diferentes em diferentes épocas. Enquanto os números dos cadernos podem ter sido feitos logo após a finalização do manuscrito os fólios devem ter sido enumerados muito tempo depois, mas é muito importante notar que ambas as numerações são consistentes entre si, sempre que há números de fólios faltando, existe a evidência de fólios faltantes, e os dois cadernos ausentes coincidem com a lacuna na foliação, 2 fólios faltando em cada caso.

Existem várias razões que apontam para a possibilidade da ordem das páginas encontrada atualmente no manuscrito não ter sido a originalmente planejada pelo autor, ou então das páginas terem sido manipuladas depois do códice ter sido finalizado e antes de ter sido enumerado. Muitas delas apontam para fatos quase indiscutíveis, mas até que o texto seja compreendido e possa ser lido elas não podem ser provadas.

– Após uma longa seção botânica existe uma seção atronômica, uma seção cosmológica e uma seção biológica, seguidas novamente por uma série de páginas botânicas que não apresentam grandes diferenças das primeiras. Elas parecem estar fora de ordem, como se pertencessem à primeira seção.

– Na primeira seção botânica existe um número de bifólios escritos com uma caligrafia diferente e com estatísticas textuais diferentes. Eles parecem ter sido misturados arbitrariamente, de forma não intencional.

– Na seção biológica o bifólio formado pelos fólios 78v e 81r formam juntos um desenho integrado com água fluindo de um fólio para outro, este desenho só poderia ser visível em sua forma completa se este bifólio estivesse no centro do caderno, mas não está.

– Glen Claston observou que a seção biológica poderia ser dividida em dois tópicos diferentes e deveriam ter sido divididos em dois cadernos diferentes ao invés de apenas um.

– Mes mo já tendo sido notado que a marcação do caderno 9 não está no lugar onde normalmente seria colocada, John Grove notou o que aparentemente eram furos feitos por agulha em um dos fólios com multi dobras, indicando que ele já havia sido costurado antes, a costura foi desfeita e então refeita. Se assumirmos que esses furos marcam a encadernação original, então a marcação do caderno fica no lugar correto, onde deve ter sido feita originalmente.

Graças a essas observações podemos deduzir algumas suposições em relação à formatação e posicionamento das páginas no manuscrito, já que a numeração dos cadernos apresenta ordem crescente do primeiro para o último, e existem algumas evidências de mudança de ordem nas páginas e de falta de harmonia sequencial entre os assuntos qualquer mudança de ordem de bifólios ou mesmo de cadernos, deve ter sido feita antes da numeração. Como já foi indicado que a numeração dos cadernos apresenta o estilo do sécuo XV, qualquer re-ordenação deve ter ocorrido num período imediatamente posterior à finalização do manuscrito e, como se as coisas não fossem confusas o suficiente, Nick Pelling ainda afirmou que a caligrafia da numeração é diferente, o que indicaria que pessoas diferentes enumeraram partes diferente do manuscrito.

Quanto ao estudos das ilustrações como forma de se datar ou localizar a origem do códice várias conclusões e hipóteses foram levantadas. Talvez a imagem mais importante para se descobrir a origem do manuscrito seja o pequeno castelo que faz parte das páginas com rosetas, no caderno 17. Ele possuia ameias e merlões típicos das fortificações existentes ao norte da Itália, assim mesmo que esse tipo de arquitetura seja encontrada em outro lugares da Itália e Europa Central ela está intimamente associada com as Scaligeros da região que cerca Verona, existentes desde o século XIV. Quase todos os manuscritos com desenhos de castelos e outros edifícios com essas características arquitetônicas se originaram desta região. Na alemanha a arquitetura dos desenhos é bem característica e diferente desta, presente no códice. Além deste castelo em especial, existem outras ilustrações de construções, mas não existe ainda um estudo realizado contendo uma análize arquitetônica completa de todos eles.

Outra ilustração que recebeu a atenção dos pesquisadores é o Sagitário na sessão zodiacal. A imagem mostra um centauro segurando um arco, vestido com roupas tipicamente alemãs, um centauro vestido com roupas similares pode ser observado em um manuscrito de Konstanz, datado do século XV e Elmar Vogt identificou em um túmulo de um guerreiro alemão, sepultado em Würzburgo, uma ilustraçào que mostra uma pessoa, provavelmente o guerreiro morto, vestindo roupas similares.

O historiador de botânica Sergio Toresella identificou o estilo dos desenhos de plantas com o estilo existente no norte da Itália no período da década de 1460. Tanto ele como J. Parez, o arquivista da biblioteca Strahov de Praga, acreditam que os desenhos e o texto trazem características humanistas. Parez aponta que que a última página do manuscrito, que traz textos em latim, alemão e voynichês tem uma aparência típica da Europa central e parece datar de antes de 1550.

Com tantas influências alemãs e italianas muitos apontam uma origem alpina para o códice e assim muitos apontam para o Tiro como uma região onde essas influencias estariam presentes, mas isso também não passa de especulação. Mas é interessante notar que nesta região, que hoje compreende Tirol, Süd-Tirol e Trentino, possuem as fontes quentes de Vetriolo, ricas em arsênico, cobre e outros minerais ferrosos que dão às águas uma cor esverdeada e que já eram conhecidas na idade média. Será que essas fontes foram representadas na seção biológica do manuscrito?

Podemos criar um lista de prováveis locais de origem baseada na opinião de alguns estudiosos do manuscrito da seguinte forma:

– Voynich e Newbold acreditam que o manuscrito foi criado na Inglaterra. Essa hipótese também foi abraçada posteriormente por Feely e L.C. Strong.
– Levitov apontou a origem no sul da França.
– Jacques Guy e posteriormente Jorge Stofi acreditam que o manuscrito se originou no oriente, já que a estrutura do texto exibe padrões de uma linguagem oriental.
– Nick Pelling aponta para Milão.

Até agora foi apresentado um estudo forense do manuscrito para evitar apenas comentários vagos como “as páginas parecem estar em uma ordem diferente”, “a capa é mais recente”, etc. Todos esses dados e especulações serviram para tentar chegar a um ponto em comum sobre quem criou o códice, com que objetivo, para quem, etc., mas o único ponto em que todos chegaram a concordar foi o período em que foi escrito. Um dos principais mistérios, que seria o objetivo do tomo, permanece um mistério completo, e vai continuar assim até que consigam decifrar o texto, se é que existe algo para ser decifrado. O alfabeto usado permanece desconhecido caso se trate de uma cifra o trabalho se torna uma monstruosidade ainda maior, já que um código deste porte necessita do texto claro original, uma chave de encriptação e uma transcrição da nova cifra, mas o texto aparece de forma fluida nas páginas, algo que indica que se as páginas estiverem cobertas por um código o escriba era extremamente fluente nele, combine a isso a diagramação e os arranjos de textos com as imagens e temos um trabalho Hercúleo de se disfarçar um texto, e isso levanta ainda outras questões como por exemplo, o que poderia ser tão secreto ou mesmo proibido que merecesse este trabalho? Como vimos, na época em que supostamente o manuscrito foi composto, a criptografia e a esteganografia atraiam muitos entusiastas, o próprio Tritemius escreveu um livro dividido em três volumes que aparentemente se tratava de um grimório de magia quando na verdade era um livro sobre códigos, este livro chegou a ser condenado pela Igreja, mas depois de decifrado se mostra uma obra/exemplo sobre o assunto. Já o manuscrito Voynich não, sem ser decifrado não há como apontar com certeza para que foi escrito, com qual objetivo. Manuscritos sobre Botânica ou farmacologia e astronomia eram comuns no fim da idade média e muitos deles não incomodavam a igreja, assim o assunto por si só não deveria ser encriptado, a não ser que seu conteúdo fosse de fato algo considerado uma heresia suprema ou algo extremamente revolucionário que fosse combatido pela sociedade da época. Livros de evocações, demonologia e magia começaram a surgir de forma clara a partir do século XVI e por todo o século XVII e eles já eram procurados por muitos, eram escritos claramente em italiano, francês e inglês. Isso pode nos apontar para os tratados alquímicos. Os alquimistas lidavam com um conhecimento considerado sagrado e era tão poderoso que eles buscavam escondê-lo utilizando cifras e desenhos intrincados que apenas outros alquimistas experientes seriam capazes de interpretar, a idéia era que algumas coisas, se caíssem em mãos vulgares, quase que certamente seriam utilizadas para princípios mesquinhos e como forma de controle da população, assim eram escondidos. Essa idéia de que um conhecimento muito avançado e poderoso poderia estar escondido nessas páginas foi levantado por muitos pesquisadores, que afirmam que isso justificaria a criação de uma cifra ou de uma esteganografia deste porte.

Mas a julgar pelas sessões que se tornam claras pelos desenhos que as compõe e pela forma que o texto está distribuido, surge a impressão de que o Manuscrito Voynich pode ter sido criado com o intúito de ser usado como uma Pharmacopoeia[3] ou como guia de referência de assuntos relacionados à medicina. Mas nos deparamos com um mistério neste ponto.

A primeira seção do livro é certamente botânica (lembre-se que sempre que falamos deste manuscrito, quando lemos “certamente” ou “com certeza”, devemos entender “quase certamente” ou “muito provavelmente”), os problemas começam a aparecer quando se iniciaram as tentativas de se identificar as plantas desenhadas nele. Mesmo quando comparadas com outros desenhos estilizados de tratados botânicos contemporâneos, as plantas do Manuscrito não podem ser identificadas. Apenas algumas delas, como é o caso da violeta tricolor e da avenca, podem ser apontadas com algum grau de certeza. Os desenhos que aparecem na seção de farmacologia parecem ser cópias diretas destes desenhos com a diferença de que partes que não estão presentes aqui foram acrescidas na outra seção como detalhes de aparência muito estranha. De fato a maior parte dos desenhos da sessão de botânica parecem ser combinações compostas de raízes de uma planta, combinadas com folhas de outra e flores de uma terceira.

Como vimos, alguns estudiosos do manuscrito acreditam que uma ilustração mostra um girassol do Novo Mundo. Se isso for verdade este fato seria de grande ajuda para se datar a sua criação e abriria uma séria de possibilidades intrigantes para sua origem. Infelizmente a semelhança é muito superficial, especialmente se compararmos o desenho com os espécimes selvagens da planta, e como não existe referência à escala em que o desenho foi feito a planta mostrada poderia ser qualquer outro membro da mesma família do girassol, como a margarida e a camomila por exemplo.

Os canais e tubos na seção de biologia podem indicar uma conexão entre o conteúdo e práticas alquímicas, o que também seria relevante caso o livro tenha sido escrito como um guia para se preparar compostos médicos. O problema é quando comparamos, novamente, esta seção do livro com tratados de alquimia da época. Livros de alquimia compartilham uma linguagem pictórica bem específica, onde os processos e os materiais utilizados são representados por imagens específicas (como uma águia, um sapo, um homem num túmulo, um casal na cama, etc.) ou símbolos textuais padrões (como um círculo com uma cruz dentro), e nenhum desses símnolos aparecem de forma clara e certa nas páginas do Manuscrito Voynich.

Não eram incomuns textos da época, que trouxessem práticas médicas como descrições de ervas ou sangrias, estarem repletos de menções astrológicas, como são exemplos os livros de Nicholas Culpeper, mas a parte dos símbolos zodiacais conhecidos e um diagrama que possivelmente mostra os panetas clássicos, ninguém até hoje foi capaz de interpretar as ilustrações se utilizando das tradições astrológicas conhecidas, sejam européias ou de qualquer outra região. Um desenho circular na seção astronônica mostra um objeto de forma irregular com quatro braços curvos que já foi interpretado como a imagem de uma galáxia que só poderia ter sido conseguida com observações através de um telescópio construído a primeira vez em 1608, muitas pessoas acreditam que os textos falam da nebulosa de Andrômeda e das Pleíades também, da mesma maneira outras imagens foram interpretadas como células que só poderia ser observadas através de um microscópio, criado apenas em 1590.

As ninfas nuas e semi nuas que aparecem por grande parte do documento possuem pelo menos um paralelo histórico conhecido como Vaticanus graecus 1291. O manuscrito, uma cópia de um trabalho de Ptolemeu, é um codex que contém entre outras coisas tabelas astronomicas que trazem pequenas mulheres desenhadas, mutio semelhantes às do manuscrito Voynich, e traz uma inscrição em um de deus fólios, feitas por um de seus donos, datada do mês de setembro de 1465.

Além disso existem algumas ilustrações que parecem não ter conexão com nenhuma outra no manuscrito como um dragão comendo em uma folha no fólio 25v. Duas cobras ou vermes enrolados entre as raízes de uma planta no fólio 49r. Vários animais no fólio 79v, que podem ser peixes, salamandras e mesmo um leão, e um animal desconhecido. Pássaros fazendo ninhos e voando no fólio 86v3, e uma criatura semelhante a um sapo e um dos fólios da seção faraceutica. E uma ilustração no fólio 79v que mostra claramente um mulher segurando um crucifixo e é iluminada por uma luz que se projeta do alto iluminando para baixo.

 

notas:

[1] Da Idade Média até o fim do século XIX a maioria dos documentos eram escritos com um mesmo tipo de tinta: a tinta ferrogálica. Para produzi-la era necessário se combinar noz de gales, sulfato ferroso e goma arábica, que dava origem a uma tintura púrpura que ia enegrecendo com o tempo conforme o sulfato ferroso ia se oxidando, era a tinta padrão usada na Europa no período compreendido entre o século XII e XIX.

[2] Neste texto sempre que a origem do manuscrito for suscitada, será usado o termo autor no singular, mesmo que existam hipóteses que apontem para múltiplos autores, apenas como comodidade.

[3] Pharmacopoeia ou pharmacopeia são livros que contém instruções para se identificar ou se preparar compostos médicos. A palavra se deriva do grego antigo φαρμακοποιεια (pharmakopoieia), de φαρμακο- (pharmako-) ‘droga’, deguido pela raiz do verbo ποιε- (poie-) ‘fazer’ e termina com o pronome abstrato -ια (-ia).

por Obito


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