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Fátima “Azzahrá” nasceu em Mecca “Al-Mukarrama” no dia 20 do mês lunar árabe de Jamád Al-Tháni, cinco anos após a Missão (Al-Baatha) Profética, correspondente ao ano de 615 d.C. Ela era filha de Mohammad Ben Abdulláh, Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e Concludente dos Profetas, o qual foi escolhido por Deus Supremo para a pregação da doutrina islâmica, em sinal de misericórdia para com a humanidade, fazendo com que ele recebesse os Versículos do Alcorão Sagrado; sendo o guia e comunicador para todas as pessoas. Já sua mãe foi Khadija Bent Khuailed, “Senhora de Coraich” e “Mãe dos Crentes”, a qual era considerada a mais nobre dentre a sua gente, de cultura e inteligência admiráveis; e que tendo uma grande fortuna, destinou em prol do Islam. Khadija foi a primeira mulher do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), a qual se casara com ele antes do advento do Islam, sendo-lhe a esposa exemplar e a mãe afetuosa de seus filhos, mas também foi a defensora da doutrina de Deus, vivendo com o Mensageiro (S.A.A.S.) aproximadamente entre vinte e cinco e vinte oito longos anos, sempre colaborando com ele (S.A.A.S.) na divulgação e difusão da Mensagem Divina, própria da religião islâmica.
O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) a elogiava em várias ocasiões dizendo: “A minha religião só se construiu através da fortuna de Khadija e da espada de Ali Ben Abi Táleb!”.
Em outras circunstâncias, ele (S.A.A.S.) falava: “O Paraíso anseia por quatro mulheres: Mariam Ben Imrán (a mãe do Messias); Assia Bent Mazáhem (esposa do Faraó); Khadija Bent Khuailed e Fátima Bent Mohammad!”.
Ressalta-se que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) não se casou com outra mulher durante a sua convivência com Khadija, em consideração a ela, por causa de seu prestígio e posição junto dele.
A INFLUÊNCIA DE FÁTIMA (A.S.):
Fátima “Azzahrá” se distinguiu pela grandiosa influência e elevadas particularidades, e ninguém se compara a ela, sendo ela a “Senhora de todas as Mulheres do Mundo”, e a filha abençoada que estendeu a descendência de seu pai, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), o qual dizia: “Toda prole tem sua ligação com o próprio pai, exceto a prole de Fátima, por ser eu o pai e a ligação da prole dela!”.
E falava inclusive: “Deus fez a descendência de cada Profeta de sua própria força, porém, Ele fez a minha da força deste homem!”. Aludindo a Ali Ben Abi Táleb (as), esposo de sua filha Fátima. Fátima “Azzahrá” foi a mulher do “Senhor dos Recomendados”, o Imam Ali Ben Abi Táleb, e mãe do Imam Al-Hassan e do Imam Al-Hussein, ambos denominados por “Senhores dos Jovens do Paraíso”, sendo que os nove Imames Infalíveis procederam da descendência de Al-Hussein.
Fátima “Azzahrá” era a predileta do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e, o crente que a amar, tem a proteção dela nas horas difíceis e desesperadoras, principalmente na hora da morte, no túmulo e no equilíbrio da prestação de contas, pois ela é também “Senhora dos habitantes do Paraíso”, destacando-se sobre as doces ninfas (hurias) da morada dos bem-aventurados.
O 6° Imam Jaafar “Assadeq” (A.S.) disse: “Deus Poderoso e Majestoso denomina Fátima com mais oito cognomes: a Amiga (Açadíqa); a Abençoada (Al-Mubáracat); a Pura (Attáherat); a Impecável (Azzakiat); a Aceita (Arradíya); a Satisfatória (Al-Murdiyat); a Confidente (Al-Muhaddethat) e a Iluminada (Azzahrá); e chamou-se por Fátima, porque é “futemat” e foi afastada do mal e do vício. E não fosse Ali Ben Abi Táleb, seu marido, ela não teria o devido merecimento aqui na Terra”.
Por seu lado, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falou: “… porém, a minha filha Fátima é a Senhora de todas as mulheres do mundo, desde a primeira até a última que vier, pois ela é parte de mim e é a luz dos meus olhos, o fruto do meu coração, a minha alma que me acompanha, e é a terna “haurá”, que quando ora em seu nicho deixa atrás de si uma luminosidade, irradiada aos anjos do céu, tal qual se iluminam as estrelas para os habitantes da Terra!”.
Certo dia, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse à sua filha: “Ó Fátima! Deus Protetor e Majestoso se irrita por causa de tua ira e se contenta diante da tua satisfação!”.
Em outra ocasião, ele (S.A.A.S.) falou: “Fátima é um pedaço de mim, e aquele que a irritar estará irritando a mim!”.
O 5° Imam Mohammad “Al-Báquer” disse: “Quando perguntaram ao Mensageiro (S.A.A.S.) sobre o apelido ‘Azzahrá’, dado à sua filha Fátima, ele (S.A.A.S.) respondeu: É porque Deus a fez nascer da luz de Sua Grandeza, e quando Fátima veio ao mundo, iluminaram-se os céus a Terra!”.
O Alcorão Sagrado a menciona em seus Versículos privilegiando-a entre as demais mulheres da casa do Profeta (S.A.A.S.), incluindo-a entre os componentes dos “Ahlul Bait”, ou seja, “Gente de Casa”.
1) Eis que mencionamos o Versículo da Purificação (Attat-hír): “… porque Deus só deseja afastar de vós a abominação e purificar-vos integralmente, ó Linhagem da Casa Profética” – Surat Al-Ahzáb – C. 33, V. 33.
Este Versículo foi revelado em prestígio dos “Ahlul Bait” (A.S.), os quais certo dia, o Mensageiro (S.A.A.S.) reuniu em casa cobrindo-os com uma coberta, e exclamou: “Deus nosso! Estes são a gente da minha casa! Afasta deles a impureza e purifique-os integralmente!”.
O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) costumava permanecer na casa de Fátima, às vezes por seis meses seguidos, e quando ele (S.A.A.S.) saía para a oração da manhã (Salát Al-Fajr), dizia-lhes: “À oração ó habitantes da Casa de Mohammad, pois Deus só deseja afastar de vós a abominação e purificar-vos integralmente!”.
2) No Versículo da Polêmica (Al-Mobáhala): “Se alguém contestar contigo nesta questão, depois de haver-te chegado em conhecimento, dize-lhes: Vinde e convoquemos os nossos filhos e os vossos filhos e nossas mulheres e vossas mulheres e nós mesmos para depreciar a fim de que a maldição de Deus caia sobre os embusteiros” – Surat Ále Imrán – C. 3, V. 61.
Isto ocorreu quando o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) convocou os cristãos de Nedjrán para o Islam, porém, diante da recusa deles, ele (S.A.A.S.) os chamou para uma polêmica (Al-Mobáhala), ou seja, a convocação do suplício para os embusteiros. Os Bani Nedjrán aceitaram a proposta, e o Profeta (S.A.A.S.) foi ao local do encontro com a “Gente da Casa”, carregando em um braço o pequenino Al-Hussein, e no outro segurava o pequeno Al-Hassan, enquanto Fátima seguia atrás deles e Ali atrás de sua mulher e de seu sogro. Ao se aproximarem do grupo cristão, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falou a seus familiares: “Se eu convoquei, digam apenas Amém”.
O Bispo de Bani Nedjrán, Líder dos cristãos, exclamou para sua gente: “Ó cristãos! Vejo rostos tão iluminados que, se Deus quisesse, moveria por eles uma montanha de seu lugar e, certamente que o faria!!! Não discutis, pois perecereis e não permanecerá na face da Terra um cristão sequer!…” – E dirigindo-se ao Profeta (S.A.A.S.), prosseguiu: – “Nós achamos por bem não discutirmos, ó Mensageiro de Deus!”.
Enfim, se o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) chamou Fátima para acompanhá-lo nesta ocorrência foi porque ele (S.A.A.S.) a considerava em alto prestígio e absolutamente prioritária às demais mulheres da nação.
3) No Versículo dos Parentes (Al-Qoraba): “… e dize-lhes: Não vos questionarei recompensa alguma senão a afeição dos que me são parentes próximos…” – Surat Achoura – C. 42, V. 23. E então, perguntaram ao Mensageiro (S.A.A.S.): “Quem seriam estes parentes próximos a ti ó Mensageiro de Deus, que tu nos revelaste pela afeição deles?”. E ele (S.A.A.S.) lhes respondeu: “São Ali, Fátima e os filhos deles”.
4) No Versículo da Promessa e da Alimentação (Annazre e Al-Ittaám): “Eles cumprem a promessa e temem o Dia em que a Sua ira se alastrar, e alimentam, por amor a Deus, o indigente, o órfão e o cativo dizendo-lhes: Nós vos alimentamos por causa de Deus. Não queremos de vós recompensa ou gratidão” – C. 76, V. 7 a 9.
Certa vez, o Imam Ali e sua esposa Fátima “Azzahrá” (A.S.) jejuaram por três dias, em razão de uma promessa feita a Deus Supremo, quando Lhe pediram que curasse o filho bastante adoecido. E quando foram atendidos, cumpriram a promessa feita, porém, no primeiro dia do desjejum, eis que surge diante deles um pedinte faminto. Sem hesitar, eles lhe deram os únicos pedaços de pão de cevada que possuíam, ficando eles sem alimento nenhum. E assim ocorreu sucessivamente durante todo o período dos três dias de jejum. Por isso, Deus os privilegiou com o Versículo acima mencionado, pela grandeza de suas almas e a generosidade e prática da caridade para com seus semelhantes.
FÁTIMA E A VIDA TERRENA:
Fátima “Azzahrá” viveu com seu pai, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), em Mecca, participando com ele das difíceis circunstâncias e preocupações do período de convocação a Deus. Ainda muito pequenina, ela perdeu sua querida mãezinha, Khadija Bent Khuailed, a qual era o braço direito do Profeta (S.A.A.S.), sendo sua grande colaboradora; e desde então, e apesar da pouca idade, Fátima cuidava com muito amor e dedicação de seu pai, tal qual uma mãe carinhosa que zela pelo seu filho. E isto, fazia com que o Profeta de Deus (S.A.A.S.) a amasse profundamente, retribuindo-lhe e devotando-lhe todo o carinho e o afeto paternal de um modo que nenhum ser humano possa imaginar! Tanto é, o Profeta (S.A.A.S.) a denominava por vezes de “Fátima, a mãe de seu pai”, porque realmente, ela agia com ele mais como mãe do que como filha.
O amor do Mensageiro (S.A.A.S.) por sua filha era tão grande, que ele a tratava com muito respeito; e quando chegava de fora, ele (S.A.A.S.) a beijava na testa e a fazia sentar-se ao seu lado e se confidenciava com ela. Quando ele (S.A.A.S.) viajava, se despedia dela por último, e quando retornava, ela era a primeira a cumprimentá-lo; e depois que Fátima se casou, o Profeta (S.A.A.S.) procedia da mesma forma, e quando voltava ia diretamente à casa dela e a saudava, fazendo-o declaradamente, a fim de voltar os olhares da nação islâmica à importância e à grandeza de Fátima “Azzahrá” e sua elevada posição diante de Deus Supremo.
E, ao mesmo tempo em que Fátima correspondia ao amor filial e ao respeito com seu pai, ela o acatava cegamente e jamais discutia suas ordens, obedecendo-o à risca, sendo que, muitas vezes ela abria mão de seus pertences particulares, apesar de precisar e necessitar deles, só para obedecê-lo, não só porque ele era o seu genitor, mas também por ser o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.).
Enfim, o relacionamento entre Fátima e seu pai, era extraordinário.
O CASAMENTO DE FÁTIMA:
Fátima “Azzahrá” se casou com o primo de seu pai, Ali Ben Abi Táleb, por ordem de Deus Altíssimo, pois Ali foi o primeiro homem a aderir ao Islam, sendo o mais fervoroso em sua fé; e desde pequeno, sempre acompanhou o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) onde ele fosse, pois foi com o Mensageiro de Deus que Ali adquiriu a melhor educação e instrução, principalmente os mais profundos conhecimentos islâmicos. O Mensageiro de Deus dizia sempre: “Eu sou a metrópole do conhecimento e Ali é seu portal!”.
O Imam Ali Ben Abi Táleb (A.S.) era maior defensor do Islam e o maior protetor de seu primo, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.), lutando ao seu lado com bravura e coragem contra os idólatras e os inimigos do Islam e de Deus Onipotente; e o Profeta (S.A.A.S.) aludiu a ele em muitos relatos, como o Alcorão Sagrado o menciona em diversos Versículos, devido ao seu prestígio, grandeza e posição.
Fátima “Azzahrá” viveu com seu marido, o Imam Ali (A.S.), uma vida cheia de afeto, lealdade, renúncia e franqueza, jamais contrariando-o em nada. Pelo contrário, amenizava lhe suas dores e abrandava lhe suas preocupações, sempre correndo em seu auxílio nas tarefas culturais e religiosas, incentivando-o em sua militância, fazendo com que Ali acabasse se referindo a ela dessa forma: “Era só olhar para ela e meus problemas se dissipavam e minhas tristezas se dispersavam!”.
Fátima suportou firme a responsabilidade grandiosa na criação e educação de seus filhos, servindo-os em consideração pela aprovação de Deus Supremo, aguentando as vicissitudes da vida, sem reclamar e sem exigir algo de seu marido que ultrapassasse as possibilidades dele, e em contrapeso, Ali lhe era totalmente fiel e leal, enaltecendo a posição dela com seu respeito e dedicação, fazendo-a sua única esposa enquanto ela vivia, dizendo: “Por Deus, que eu jamais a irritei nem a desgostei em nada, até que Deus a levou para junto d’Ele; e por seu lado, ela nunca me irritou nem me desacatou!”.
Fátima “Azzahrá” teve quatro filhos, sendo os dois primeiros do sexo masculino: Al-Hassan e Al-Hussein, e duas filhas: Zeinab, a mais velha e Omm Colçúm, a caçula.
A DEVOÇÃO DE FÁTIMA:
Fátima “Azzahrá” era extremamente devota, sempre voltada às recitações do Alcorão Sagrado, preces e súplicas a Deus Supremo, e constantemente O mencionava, em todas as ocasiões. Seu filho, o Imam Al-Hassan (A.S.) dizia: “Não existe alguém no mundo tão devoto quanto Fátima, minha mãe! Ela orava e se ajoelhava até suas pernas incharem”.
O Mensageiro de Deus (S.A.A.S) falava: “O coração e as feridas de minha filha Fátima se encheram de tanta fé, que ela dedicou-se inteiramente à obediência de Deus!”.
O Imam Al-Hassan (A.S.) falou: “Certa noite de uma sexta-feira, vi Fátima orando em seu nicho, realizando a genuflexão e se ajoelhando até o raiar do Sol, enquanto eu a ouvia pedindo graça, intercedendo pelos crentes, e mencionando o nome de cada um deles, sem pedir nada para ela. Quando terminou a sua oração, perguntei-lhe: ‘Ó minha mãe! Por que tu não pedes para ti mesma como pedes pelos outros, intercedendo por eles junto a Deus?’ e ela me respondeu: ‘Primeiro o vizinho, depois o lar, meu filho…’”.
A glorificação que Fátima fazia é famosa, e é um dever fazê-la depois de cada obrigação, e foi o seu pai, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), quem a ensinou, sendo 34 vezes “Allahu Akbar” e 33 vezes “Al-Hamdu Lelláh” e 33 vezes “Sobhán Allah!”.
O 6° Imam Jaafar “Assádeq” (A.S.) disse: “A recitação da glorificação que Fátima fazia, após cada obrigação, me é de maior recompensa do que uma oração de mil genuflexões diariamente!”.
O 5° Imam Mohammad “Al-Báquer” (A.S.) falou: “Não há glorificação maior do que a glorificação que Fátima dedicava a Deus, e não fosse isso, o Profeta não a teria ensinado à Fátima!”.
Em outra ocasião, “Al-Báquer” (A.S.) disse: “Aquele que pronunciar a glorificação que Fátima fazia, e depois pedir a remissão a Deus, será perdoado imediatamente, pois se o expressar por cem vezes, será atendido por mil em equilíbrio, e Satã expulsar-se-á e o Misericordioso satisfazer-se-á!”.
SEU EMPENHO:
Fátima “Azzahrá” cresceu e se desenvolveu em tempos difíceis, já que seu pai, na qualidade de Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), se ocupava na formação de uma sociedade islâmica, constituída sobre os alicerces da justiça, dos direitos humanos e da convicção na Unicidade (de Deus), mas as forças inimigas e os gananciosos se opunham contra ele, enfrentando-o com suas armas e suas artimanhas, e com isso, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e seus Companheiros sofriam muito ao depararem com todo tipo de revezes, oposições, severidade e sofrimentos, enquanto Fátima “Azzahrá” dava a seu pai todo o apoio moral e a força psicológica da mulher, amenizando suas preocupações e suas dores com seu infinito amor filial e seu carinho maternal, tal como o fazia com seu marido, o Imam Ali Ben Abi Táleb (A.S.), sempre pronta em seu auxílio, sendo-lhe o esteio na defesa da religião de Deus e no triunfo dos direitos e da verdade, destacando-se mais o empenho e a diligência dela, depois da morte de seu amado genitor, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), quando viu a nação se desviando de sua verdadeira estrada, por causa da trajetória da sucessão e do Governo na ocasião, o qual lhe tirou o que lhe cabia por direito, e que foi o legado que seu pai deu a ela em vida, e que eram as terras de Fadac, uma aldeia no Hidjáz, cujas fontes cristalinas e verdes tamareiras, as quais tinham sido oferecidas pelos judeus ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.), quando firmaram com ele (S.A.A.S.) o acordo de paz em troca de sua proteção sob o Governo Islâmico, o que fez o Mensageiro (S.A.A.S.) destinar os lucros da produção daquelas terras aos pobres e necessitados, quando recebeu a Revelação:“… e dê aos familiares os seus direitos…” – C. 17, V. 26.
Portanto, em obediência a Deus, ele (S.A.A.S.) legou em vida estas terras à sua filha Fátima, dizendo-lhe: “Ó minha filha, Deus agraciou o teu pai com as terras de Fadac, beneficiando-o com elas sem a participação dos muçulmanos, tendo eu o livre arbítrio sobre elas, e o teu pai devia um dote à tua mãe Khadija; e na falta dela, dou as terras de Fadac para ti, assim como tu farás o mesmo, legando-as aos teus filhos”.
Depois ordenou que Ali registrasse o legado por escrito, fazendo-o assinar o documento na qualidade de testemunha, tal como o fez também Omm Aiman, uma das mulheres crentes muçulmanas, e as terras de Fadac tornaram-se propriedade legal de Fátima Bent Mohammad “Azzahrá” a partir do ano 7 hijrita (628 d.C.). Entretanto, os usurpadores do califado e seus assessores desapropriaram ilegalmente Fátima “Azzahrá” de suas terras em Fadac, porém, ela não se intimidou e recorreu aos seus direitos legais, reivindicando o que possuía por direito e utilizando todos os meios legítimos, defendendo-se diante das autoridades, lembrando-os, através das recitações dos versículos do Alcorão Sagrado, de que ela estava com razão e eram dela os direitos, pelos documentos que comprovavam isto, alertando-os contra os resultados nocivos e injustos e as grandes perversões que ordenar-se-ão por causa da contradição dos direitos e das verdades que ela mencionou.
Infelizmente tudo foi em vão! Mesmo assim, Fátima não esmoreceu e tomou outra tática para defender seus direitos; e então, reuniu um grupo das mulheres crentes muçulmanas e se dirigiu com elas para a mesquita “Massjed Rassúl Alláh”, onde iniciou o debate com o Califa Abu Bakr, com um discurso grandioso e eloquente diante de grande número de muçulmanos ali presentes, dentre eles os Aliados (Al-Ansár) e os Emigrantes (Al-Muhágerín), expondo-lhes com bastante clareza seus direitos sobre as terras em Fadac. Aliás, a história nos registrou este infalível discurso de Fátima “Azzahrá”, a qual o pronunciou com toda a segurança, orgulho, força e glória, explanando tudo que diz respeito às questões do Islam e dos muçulmanos, colocando em pauta a responsabilidade deles pelo Alcorão Sagrado e os familiares do Profeta, nos quais o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) os recomendara por várias vezes, antes de morrer.
Se durante a existência terrena do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) a vida de Fátima era difícil, depois de sua morte ela passou a viver os piores momentos imagináveis, devido a grandes distúrbios no sistema governamental e pelos incidentes motivados por nomeações a cargos e adulterações.
SOB O AMPARO DA ETERNIDADE:
Enfim, os direitos de Fátima “Azzahrá” não foram respeitados, e a página de sua vida dobrou-se quando ela se transferiu para o Mundo da Eternidade, onde finalmente encontrou a felicidade perpétua e a satisfação de Deus, permanecendo ao lado de seu pai, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), na Morada do Paraíso, enquanto em vida, ela apelava e rogava a Deus e ao Seu Mensageiro, por causa do sofrimento e da injustiça em que se encontrava, por ter sido oprimida por aqueles que a prejudicaram e pisotearam em seus direitos, passando por cima deles sem consciência e nem compaixão.
A jovem Fátima “Azzahrá”, foi enterrada após a sua morte, ao lado de seu pai, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), na cidade de Medina “Al-Munawara”, deixando atrás de si um legado precioso à todas as mulheres que creem no Deus Uno e Único. E este legado, é o bom exemplo no comportamento, no caráter, nas atitudes e no apego às Legislações de Deus Supremo, pois ela mesmo foi o modelo da perfeição que toda mulher temente a Deus deve seguir em qualquer tempo e em qualquer época.
E que a paz esteja com Fátima filha de Mohammad (S.A.A.S.), Senhora de todas as mulheres do mundo! A paz esteja com sua grandiosa mãe Khadidja, Mãe dos crentes! A paz esteja com todas as mulheres que seguem o método de Fátima e saúdam a sua memória, e se cobrem com o véu da virtude, e se vestem com a sobriedade de mulher virtuosa que ela foi! Saudamos a sua abençoada memória pela Mensagem eterna que ela portava, tal como saudamos todas as muçulmanas que seguem o exemplo de Fátima “Azzahrá” pela sua virtude por ter suportado as dores e os infortúnios, e pela sua perseverança e firme convicção em Deus!
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Fonte: FÁTIMA AZZAHRÁ (A.S.)
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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