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Se não houver algo físico responsável pela presença do fantasma que faça que com ele deixe o lugar geralmente são realizados o que na Morte Súbita Inc. ficou conhecido como os protocolos de assepsia fantasmagórica. O que seriam esses protocolos? São regras que se observadas corretamente podem resultar na limpeza do local da presença não desejada. São conjuntos de procedimentos e técnicas que aliados a instrumentos, objetos e a um objetivo concreto podem terminar com o incômodo da presença. No passado esses protocolos eram substituídos por rituais ou cerimônias, mas estavam, invariavelmente, carregados de superstições e apegos religiosos. Os católicos, por exemplo, acreditam que fantasmas são almas presas no purgatório, que se tornam presentes para os vivos para que estes se lembrem delas e rezem por elas, para que consigam graças para ir para o Céu, desta forma missas eram, e até hoje são, encomendadas em nome das pessoas para que elas deixem de se manifestar em um local e sigam seu caminho. O problema de lidarmos com rituais e cerimônias é que eles vão contra o aspecto cético e experimental da caça a fantasmas. Nosso objetivo é lidarmos com algo real de uma forma real e não lidarmos com o desconhecido nos munindo de fé e superstição. Sem contar que para se seguir certos rituais é necessário que certas regras sejam obedecidas, para um exorcismo você precisa de um padre, para uma limpeza astral precisa de algum médium ou alguém com sensitividade psíquica, para se livrar de um encosto precisa de um sacerdote e assim em diante, a não ser que você tenha uma equipe formada por líderes religiosos ecléticos e sensitivos vai apenas perder seu tempo.
Do que se tratam esses protocolos então?
Para nos aprofundarmos neste assunto da maneira correta vamos estudar algumas situações cotidianas. Imagine as seguintes cenas:
1- você está dirigindo, quando um homem de chinelos de dedo, bermudão florido e camiseta de time de futebol faz sinal para você encostar o carro, você pararia o carro? E se parasse e ele pedisse seus documentos, você os daria para ele?
2- Você está no consultório de um médico e entra na sala uma pessoa usando roupas infantis de marinheiro, com um boné colorido e uma hélice em cima do boné, e de forma séria ela lhe diz que vai ter que operar você, qual sua reação?
3- Um homem de uniforme militar de alto patente, com medalhas no peito, boina e luvas brancas, segurando uma bengala de latão polido, cabelos engomados e barba feita te para na rua e pede um trocado para comprar pão para seus filhos em casa, que estão passando fome, o que você faz?
Se você parou para pensar quais seriam suas reações e levou mais do que alguns segundos considerando como agiria, tente imaginar as mesmas cenas, só que na cena 1 o homem está com um uniforme de policial, na cena 2 a pessoa está usando um jaleco branco e traz um estetoscópio no pescoço e na cena 3 o homem está fedido, maltrapilho e cheirando a destilaria velha. Veja se demora tanto para tentar ver como reagiria.
Isso acontece por causa do poder do símbolo.
Imagine uma nova cena: você vai sair em um encontro com um pessoa que deseja muito impressionar, separa sua melhor roupa, faz reservas no melhor restaurante, se penteia e:
A) esfrega um peixe velho no rosto e nos pulsos
B) passa perfume no rosto e nos pulsos
Sua resposta está ligada ao fato de saber que alguns estímulos são agradáveis para quem se destinam e outros extremamente repelentes.
Suponha que você seja um homem, que se sente atraído por mulheres loiras, de maneiras delicadas e um corpo magro e sem muitas curvas, está em uma festa e de longe nota um tipo como este, mas ao se aproximar percebe que é um metaleiro magro de cabelos longos. A sua reação a isso é o resultado da atração que sente por um tipo e a repulsa de ver o tipo que imaginava ter à sua frente mudar para algo completamente diferente.
Imagine agora que você vai trabalhar em um lugar novo, cheio de salas, e escolhe uma sala que lhe é agradável, com uma janela com vista, fresca e perto da porta de entrada e do bebedouro. Depois de se instalar lá comunicam a todos que por causa de um acidente da rede elétrica os computadores da sala queimaram, juntamente com as tomadas, e eles não vão comprar novas máquinas nem vão poder consertar a fiação do lugar tão cedo, se quiser permanecer na sala você terá que trazer seu próprio computador, uma extensão para ligá-lo em outra sala, além disso vão ter que fazer uma reforma do lado de fora e por isso fecharão a janela e o bebedor será removido. Você permanece naquela sala ou se muda para outra não tão agradável mas que agora apresenta vantagens óbvias?
Todos os dias nós lidamos com situações que de uma forma ou de outra se mostram uma balança de vontades, a nossa vontade de fazer algo e a vontade de outra pessoa de que façamos algo diferente. Você quer dormir até mais tarde, mas seu chefe ou professor não vai aprovar isso. Você tem vontade de se vestir de certa maneira, mas a vontade das pessoas no local aonde vai, ou de seu namorado ou namorada não permitem. Etc. Podemos dizer que existem leis e costumes a serem
seguidos, mas no fundo é uma briga de pessoas em cargo altos que tem uma visão de mundo X e pessoas abaixo dela que tem que acatar essa visão, isso é o que cria leis e costumes e não o contrário, ou você acha que há milhões de anos atrás, aquele pedaço de terra já era uma área onde era proibido se estacionar um carro. Nossa vontade é algo muito poderoso, mesmo que ela surja no dia a dia de forma sutil, a falta dela pode causar depressões que são responsáveis por inúmeros males físicos e o excesso dela pode causar manias e vícios, é por isso que falamos em força de vontade. Essa força de vontade pode se mostrar
mais forte do que a lógica ou o bom senso.
Assim, quando falamos de protocolos, estamos falando de uma série de atos que causam respostas reais, físicas e psicológicas, afinal fantasmas apresentam uma série de características físicas e tem uma psicologia própria, que causam ações e reações que podem, se feitas da maneira correta, acarretar na expulsão do fantasma não desejado.
Protocolo 1 – Criando um ambiente hostil ao fantasma
Como já falamos, uma manifestação fantasmagórica ocorre quando inúmeros fatores se tornam presentes. Desde fatores atmosféricos como temperatura, umidade do ar, atividade solar, fase da lua, até fatores locais como quantidade de aparelhos que gerem campos eletromagnéticos, presença de espelhos, etc.
Caso o diálogo seja impossível estude os fatores que se reúnem quando a manifestação fantasmagórica surge e mude-os. Mude a localização de aparelhos elétricos e eletrônicos. Mova espelhos de lugares. Muda a posição de móveis, veja o isolamento das caixas de força, computadores e televisores. Caso seja comum o uso de ventiladores ou ar-condicionado, peça para mudarem a temperatura ou a rotação do aparelho, e mude os costumes das pessoas, caso fiquem com luzes
apagadas de noite, acenda alguma, caso os aparelhos fiquem em stand-by desligue-os da tomada.
Tudo isto pode fazer com que o fantasma se sinta deslocado em relação a sua manifestação, se os fatores mudam ele pode não conseguir mais se manifestar. Acredite ou não, por mais simples que pareça uma mudança de arrumação de móveis, ela pode causar resultados muito satisfatórios.
Um lembrete é fazer uma relação de locais assombrados com a quantidade de pessoas que freqüenta o local, a presença de equipamentos elétricos ou fiação nas paredes, presença de espelhos e coisas assim. Caso os pontos mais quentes da casa sejam nesses lugares a relação entre manifestação e organização/arrumação dele é mais provável.
Protocolo 2 – Criando um ambiente desagradável para um fantasma
Um costume que surge em várias culturas é o de defumar ou incensar. A idéia é que certas ervas quando queimadas causam tal desagrado em espíritos que eles abandonam o lugar. A erva mais conhecida e mais utilizada para esta finalidade é a Sálvia, cujo próprio nome se deriva do latim salvare, que significa estar bem, ter boa saúde, salvo.
Seja qual for o princípio ou a reação causada por esta erva queimando, seu resultado é comprovado na maioria das vezes que é utilizada.
Para defumar a casa, abra ao menos uma janela em cada cômodo, caso existam janelas. Pegue um maço de sálvias secas, presas pelos galhos. Certifique-se de NÃO estar usando sálvia divinorum, esta é uma planta da familia da sálvia que apresenta efeitos psicoativos. Use a sálvia comum. Assim que tiver seu maço de folhas secas, acenda-o, tomando cuidado para que não vire uma tocha, apenas fique em brasas soltando fumaça, e passeie por todos os cômodos da casa. Não é necessário recitar nada, nem pedir para o fantasma sair nem nada do gênero. A sálvia queimada é um pesticida natural para fantasmas.
Existem outras ervas que podem ser usadas em fumigações como esta, mas a sálvia é de longe a melhor.
Algumas vezes surgem relatos do fantasma voltar ao ambiente, neste caso basta defumar o local de novo. Outros caçadores já afirmam que depois de uma defumação dessas, o fantasma pode se tornar um pouco mais aberto ao diálogo, talvez uma segunda tentativa de descobrir o que o prende ao local possa ser realizada.
Protocolo 3 – Acabe com a capacidade de um fantasma de manifestar
Existem casos onde mudanças feitas na mobília e equipamentos e mesmo a defumação não causam os resultados esperados, ainda mais em se tratando de impressões.
Esse tipo de caso é raro e muito já foi discutido a respeito. Durante os anos muitas engenhocas para se dispersar fantasmas a força foram desenvolvidas, desde complicados aparelhos que analisam os íons do local e tentam contrabalancear as cargas, até engenhocas caseiras que consistem de placas de madeiras com pregos ligados à terra para evitar a formação de cargas estáticas de eletricidade.
Como você já viu, a eletricidade é um dos fenômenos mais comuns associados a fantasmas, e muitos acreditam que ao conseguir lidar com a formação de cargas pelo menos o problema de manifestação está resolvido. Depois de muito tempo lidando com formas de interagir com campos elétricos alguns caçadores resolveram atacar o problema de outro ângulo, ao invés de lidar com campos elétricos que existem e se formam descobriram um jeito prático, e muitas vezes mais barato, de
literalmente puxar a tomada do fantasma.
Umidificadores de ar.
Quando a umidade relativa do ar aumenta, fica mais difícil se criar campos de eletricidade estática, já que a eletricidade usa a umidade para chegar à terra. Assim, uma possibilidade em caso de fantasmas muito teimosos ou impressões desagradáveis, ligue um umidificador de ar, desses que se vendem em farmácias, no cômodo e espere para ver os resultados. Alguns caçadores e caçadores afirmam que colocar fontes de umidade como fontes decorativas e objetos similares tem um mesmo efeito.
Protocolo 4 – Queda de Braço “mental”
Fantasmas possuem uma psicologia própria, mas que não é muito diferente da psicologia das pessoas. Em alguns casos ele pode ser assustador, em outros ser assustado.
Com a ajuda de equipamentos e dos dados que levantou sobre a casa, procure encontrar o fantasma e se impor a ele. Como pedidos para que deixasse a casa não tiveram resultado, vá lutando, tentando conquistar cômodo a cômodo.
Temos um registro de caçada onde o fantasma se recusava a sair de uma casa. A família se sentia incomodada, pois tinham um bebê ainda muito novo, e muitas vezes o bebê acordava chorando a noite, ou os objetos das prateleiras caiam no chão, ouviam passos e risos e estavam enervados. Uma noite o bebê acordou chorando muito forte, parecia em pânico, e três dos brinquedos dele que estavam em uma cômoda perto estavam dentro do berço. A cômoda estava próxima, mas um bebê não conseguiria vencer o metro e meio que o separava dos brinquedos para puxá-los para dentro do berço, ele mal ficava de pé. Nesta noite não
suportando mais a situação a mãe tirou a criança do berço e a abraçando começou a gritar para que quem quer que fosse que estava lá deixasse eles em paz. O pai ao ver a mãe daquela forma também começou a gritar para que quem quer que fosse partisse. Saiu abrindo portas e janelas. Os gritos não eram causados por medo, mas por raiva. Ficaram fazendo isso até se esgotarem, no dia seguinte disseram ter medo dos visinhos acharem que haviam enlouquecido e chamar a polícia. Mesmo assim, na noite que chegou estavam apreensivos, esperando outra noite tensa e mal dormida, mas desta vez disseram que o ar estava mais leve,
que o ambiente parecia estar calmo, e tiveram então início a uma vida bem mais calma e sem esse tipo de incômodo. Hoje quando lembram do assunto afirmam que não acreditam que fossem fantasmas, mas estavam tão cansados que gritaram e fizeram aquele “papelão”. “Fosse o que fosse, ficamos mais calmo, acho que aquela noite foi como uma terapia para nós, e então, mais calmos todos começamos a ter mais paz”.
Possuímos mais algumas dezenas de registros desse tipo. Em todos eles, depois da explosão de raiva e insatisfação o fantasma deixou a casa. Tenha em mente que caso parta para este tipo de confronto, ele deve ser levado a diante com autoridade, não histeria, você, ou a pessoa, deve se impor, não se desesperar. Caso use o tom certo, da forma certa, pode ser capaz de espantar o fantasma e livrar-se dele de uma vez por todas.
Protocolo 5 – Engane o fantasma
Fantasmas muitas vezes se sentem atraídos a ambientes ou a indivíduos por causa da “aura” que esses lugares ou pessoas geram. E isto não é metafísico ou esotérico. Pense nos seus lugares favoritos, seja um quarto, um bar, um teatro u um parque, e pense nos tipos que te atraem, não apenas sexualmente. Existe algum tipo de padrão entre os lugares? E entre as pessoas? Pense, eles devem te atrair por algum motivo.
O mesmo acontece com fantasmas. Da mesma forma que você pode gostar de pessoas góticas e quartos pretos, ou de esportistas e uma praia, um fantasma pode gostar da sua casa e de você. Como fazer com que ele saia de perto então e perca o interesse?
Caso ele não tenha uma ligação específica com a pessoa, seja por vingança, amor ou o que quer que seja, você deve instruir que a pessoa afligida, ou a pessoa que vive no local afligido, faça uma relação do jeito de ser das pessoas, se existem muitas brigas, sexo, tristeza, depressão, etc. e uma relação do ambiente, se é clássico, novo, que tipo de estilo ele faz, etc. e sugira mudanças no modo de ser e na decoração.
Muitas vezes o que acontece com o fantasmas é o mesmo que acontece com uma pessoa que se apaixona perdidamente por outra, mas com o tempo quando a conhece melhor percebe que não tem nada a ver um com o outro, e a paixão desaparece.
Muitas vezes essa é uma atitude radical, você não pode simplesmente esperar que uma pessoa que sofra de depressão fique feliz da noite para o dia simplesmente porque você pediu ou porque acredita que assim vai se livrar do fantasma. Redecorar uma casa também não é algo barato, mas pequenas coisas podem ser feitas. Desde pintar as paredes de outra cor, começar a mudar pequenas coisas na rotina, tentar ignorar situações, combinar que sempre que uma discussão ou briga
estiver prestes a acontecer, que saiam de casa, etc.
Com o tempo essas pequenas mudanças podem causar grandes mudanças e façam o fantasma perder o interesse.
Cada protocolo desses tem seus méritos e seus resultados, nenhum tem uma garantia de resultados de 100%, mas a experiência nos ensinou que no caso de fantasmas eles tem mais resultados do que outros métodos mais populares. Nenhum desses protocolos é auto-suficiente, também, você pode combinar um com outro, ou todos, e ver como consegue os melhores resultados.
E se tudo mais falhar se lembre que você não está sozinho, existem outros caçadores por ai, e muitos deles adoram compartilhar resultados de caçadas e experiências. Com o tempo você pode criar uma rede de outras pessoas com os mesmos interesses e através dela tentar novas ugestões para resolver seus problemas.
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.