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Fantasmas no Estados Unidos da América

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Os norte-americanos são, quantitativamente, ainda mais assombrados que os ingleses e todos os países da Europa ocidental juntos. No vasto território dos Estados Unidos, do Texas ao Alaska, no continente, do México ao Canadá, em toda essa região são milhares de histórias de fantasmas, tanto nas grandes metrópoles quanto nas cidade mais remotas do interior. Na América do norte, desde o período da colonização e exploração das fronteiras do Novo Mundo, reuniram-se crenças tradicionais de três culturas; anglo-saxões, indígenas nativos, negros e, ainda, o traço ibérico nos territórios que um dia foram dos espanhóis.

A conquista do oeste, a febre do ouro, a epopéia das caravanas de colonizadores e dos aventureiros solitários, deixaram inúmeras almas penadas, muitos das quais, protagonistas de sangrentos confrontos e outros episódios dramáticos. Na América, não faltam fantasmas de todas as épocas assombrando casas, apartamentos, monumentos, cemitérios, presídios, desertos, estradas, vales sinistros, cidades inteiras e, naturalmente, nos Estados Unidos, os Hotéis e mansões de Hollywood. Porque aquele país, com seu histórico de grandeza, tem também grandiosos fantasmas, verdadeiras lendas da cultura popular mundial. São VIP-ghosts…

O Fantasma de Abraham Lincoln:
fantasmas de presidentes dos Estados Unidos assombram a Casa Branca. O mais notável deles é Abraham Lincoln [1809-1865], que morreu assassinado. Outros ocupantes da Casa Branca, como Theodore Roosevelt, Herbert Hoover e Harry Truman, que disseram ter escutado pancadas inexplicáveis nas portas de seus quartos, atribuíram o fenômeno ao espectro do lendário presidente. Ele também faz aparições na janela do Salão Oval. Franklin Delano Roosevelt afirmava ter encontrado o fantasma várias vezes e sua esposa declarou que se sentia observada quando trabalhava no quarto que pertenceu ao presidente; ela usava o aposento como escritório. Uma empregada disse que viu Lincoln sentado na cama. Visitantes ilustres também encontraram o fantasma, como Winston Chruchil, durante a Segunda Guerra Mundial. Maureen Regan, filha de Ronald Regan declarou ter visto Lincoln várias vezes e o cachorro de Regan se recusava entrar a entrar no quarto dele. Lincoln também apareceu no balcão do Teatro Ford junto com o fantasma do homem que atirou nele, Jonh Wilkes Booth e costuma freqüentar o local onde está enterrado.

Nova Iorque: quase um sinônimo de modernidade, a Meca da civilização, é assombrada. Segundo o pesquisador de fenômenos paranormais Loyd Auerbach, a metrópole tem mais fantasmas que qualquer outra cidade norte-americana; espíritos habitam os velhos edifícios e lugares históricos. A Poe House, localizada na West Third Street, 83, onde morou Edgar Alan Poe, é assombrada por pelo espectro de uma mulher insana; na mesma rua, o Quantum Leap Café, abriga a alma penada de Aaron Burr, que vivia metido em duelos e morreu baleado; e no posto dos Bombeiros nº 2, existe um bombeiro suicida: traído pela mulher, não teve descanso post mortem e ocupa o quarto andar da construção centenária.

Na Water Street, 279, o Bridge Cafe, que existe desde 1794, considerado o mais antigo bar de Nova Iorque, é assombrado por piratas. No Belasco Theatre, David Belasco, que construiu o prédio, que morava em um apartamento no último andar e morreu em 1931 ainda está lá. O Manhattan Bistro [129, spring Street] abriga o espírito de Elma Sands, assassinada em 1799. No cemitério da capela de St. Paul o espírito do ator inglês George Frederick Cooke, morto em 1811, é a estrela do local: ele foi enterrado sem a cabeça, doada para pagar a conta do médico e o crânio foi usado em inúmeras montagens de Hamlet. No Central Park, nas proximidades do edifício Dakota, o fantasma de John Lennon permanece errante desde o seu assassinato, em 1980. Mark Tawain, escritor norte-americano [autor do clássico Tom Sawyer], morou um ano em Nova Iorque, entre 1900 e 1901, na 14 West 10th Street, próximo à Quinta Avenida. Hoje, assombra as escadarias do velho edifício.

Marilyn Monroe: diva do cinema dos anos de 1950 que se tornou um arquétipo global do sex appeal, morreu de forma trágica, daquelas que chocam o mundo. Morte do tipo que até hoje anda envolta naquela atmosfera de conspiração, típica do imaginário norte-americano. Teria Marilyn morrido por acidente ou o “acidente” foi providenciado por “forças ocultas” de Washington preocupadas com o rumo do romance secreto, ou mesmo triângulo amoroso, envolvendo a loura, o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy e seu irmão, senador Robert Kennedy. Na noite de 04 de agosto de 1962, Marilyn entrou em coma por overdose de pílulas para dormir. No dia seguinte, estava morta.

Este espírito reúne todas as qualidades e circunstâncias para ter se tornado um fantasma. Morte por suicídio, involuntário ou não; ou mesmo morte por assassinato, pior ainda [ou melhor ainda para esta reflexão]. Para completar, o estado de ânimo deprimido da estrela, ou seja, Marylin era, já em vida, um espírito atormentado. Morreu antes da hora e, em qualquer caso, morreu do tipo de morte que gera uma alma penada.

E assim foi e é: o fantasma de Marilyn já tem uma literatura de registro. Ela assombra, por exemplo, o Hollywood Roosevelt Hotel, no Holywood Boulevard. Ali começou sua escalada para o sucesso nacional e mundial. Ali ela encontra outro fantasma famoso, Montgomery Cliff. Também é vista flutuando sobre a própria sepultura, no Westwood Memorial Cemetery, em Los Angeles, Califórnia. Porém, o fantasma é mais “ativo” no lugar onde ela morreu, em Brentwood, Califórnia.

Elvis Presley [1935-1977]: este é outro que assombra os lugares onde viveu seus dias de glória e de crise, como a crise existencial que o levou à morte, também entupido de bolinhas [como Marilyn]. Aparece em sua casa de Memphis, no Tennesse, e suas lantejoulas brancas são vistas no Las Vegas Hilton onde se apresentou muitas vezes no começo dos anos de 1970. Assombra o prédio onde ficava o estúdio da RCA. O lugar hoje abriga um estúdio de produção de TV que produz programas relacionados à música. Diz a lenda que, nesse estúdio,  toda vez que se pronuncia o nome de Elvis, coisas estranhas acontecem: escadas caem, lâmpadas estouram e aparecem ruídos nos sistemas de som.

Rodolfo Valentino [1895-1926]: o maior ídolo romântico da época do cinema mudo, morreu aos 31 anos de complicações em uma úlcera. Logo, começou sua carreira de assombração: é um dos fantasmas mais ativos de Hollywood. Aparece muito em sua mansão, a
Falcons’ Lair, onde é visto nos corredores, em sua cama, na janela do quarto no segundo andar e no estábulo. Uma empregado, depois de ver o fantasma acariciando o cavalo que fora seu favorito, demitiu-se do emprego. Ele também visita sua casa de praia em Oxnard: ali bate nas portas ou relembra os velhos tempos reclinado na cama. Na seção de figurinos dos estúdios da Paramount, ele flutua, cintilante, usando a roupa do Sheik, seu personagem de maior sucesso [em The Sheik, 1921] e como boa assombração, freqüenta, também, o próprio túmulo, no Cathedral Mausoleum, no Hollywood Forever Memorial Park.

por Ligia Cabús


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