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Espiritos

A Constante de Boltzman

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Marcelo Del Debbio

Excerto de O Grande Computador Celeste (edição Rafael Arrais)

No último artigo, aprendemos que matéria é energia e que o que chamamos de “realidade” na verdade é apenas o que conseguimos compreender em um universo de 3 dimensões físicas e 1 temporal da projeção de vibrações de múltiplas dimensões, cuja maioria nossos cientistas ainda não conseguem mesurar.

Neste texto, vamos tentar explicar alguns destes planos. Para isto, temos de recorrer à sabedoria dos antigos hindus, que já conheciam estes planos de consciência em 5.000 a.C.

O ser humano, os demais seres e tudo quanto existe são constituídos de uma infinidade de combinações de matéria-energia, de todos os graus de densidade e complexidade. Cada uma dessas combinações ou graus de matéria-energia representam um nível particular da “Consciência-Energia” em escala cósmica, presente em toda manifestação universal.

A tradição oriental fornece uma visão ordenada e simplificada deste fato, apresentando os diversos níveis de consciência estratificados em camadas. Dessa forma, situa-se o plano mais denso (o físico-material- sólido) em um extremo da escala, caracterizado pela máxima diferenciação de formas, densidade e Ignorância (imersão da Consciência na Matéria); e, no outro extremo, o plano divino, o plano da unidade, caracterizado pela máxima sutilização da matéria- energia, indistinção de formas e máxima plenitude de Ser (emersão da Consciência na Matéria).

Do nível mais denso, diferenciado, para o mais sutil, temos:

  • Plano físico (sólido, líquido, gasoso, a 4o. etérico) – este é o plano mais palpável, onde vive a “ciência ortodoxa”.
  • Plano astral (vital ou emocional, das energias nervosas e emocionais)
  • Plano mental ou Manásico (das energias de pensamento ou mentais)
  • Plano intuicional ou Búdico (das energias psíquicas ou de alma)
  • Plano espiritual ou Átmico (onde se manifestam as essências espirituais)
  • Plano monádico ou Anupadaka (onde se manifestam as mônadas, redutos últimos das individualidades espirituais)
  • Plano divino ou Adi

Embora todos os fenômenos envolvam processos simultâneos nos diversos planos ou níveis de matéria-energia, cada plano pode ser visto como possuidor de um determinado conjunto de leis ou princípios de operação envolvendo em “seu espaço” todas as realidades energéticas desse plano.

Ok, ok, eu sei que compliquei agora. Estou pensando em como explicar isto sem simplificar demais (para não parecer que estou tirando da cartola estas informações) e ao mesmo tempo sem falar grego (ou hindu).

Tentando em uma linguagem mais simples… É a mesma coisa que dizer que existem 7 planos físicos dimensionais sobrepostos, como camadas em uma imagem editada em photoshop, cada um mais sutil que o anterior. E quando se mexe em uma delas, acaba-se afetando a imagem nas outras camadas.

E o homem está imerso nestas sete dimensões. Diz-se, portanto, que o homem possui 7 corpos correspondentes aos respectivos planos de consciência/energia. A Personalidade do homem (“eu inferior” ou EGO) é constituída pelas energias dos planos físico, duplo-etérico (onde ficam os chakras, que fazem a ligação entre o físico e o astral), o vital (ou astral) e mental inferior. Em contrapartida, os planos mental superior, intuicional (ou búdico) e espiritual (ou átmico) fornecem as energias e materiais constitutivos da Tríade Espiritual (que chamaremos “eu superior”).

As bonecas russas chamadas MATRIOSKA possuíam tradicionalmente 7 “corpos” e eram originalmente utilizadas para explicar este conceito nas Escolas de ocultismo, antes de se tornar um brinquedo popular na Rússia.

Esta parte é mais complicada, porque cada tradição dá nomes diferentes e divide estes corpos agrupando-os de maneira ligeiramente diferente. Para facilitar a compreensão pelos espíritas que acompanham a coluna, o “corpo físico” engloba o físico e o mental inferior (o mental objetivo); entre o físico e o astral temos os chakras fazendo a conexão entre eles e em seguida o “perispírito” (que inclui o astral, conectado ao físico pelo “cordão de prata”) e finalmente o “espírito” (que inclui o mental superior, intuicional e átmico).

Ok. Até aqui eu entendi… São sete corpos sobrepostos. E daí?

De cara, isto explica facilmente algo “inexplicável” que o [Kentaro] Mori mencionou no artigo dele desta semana [o Kentaro Mori também tem um coluna no Sedentário & Hiperativo, onde fala sobre ciência e ceticismo]: Quando alguém decide realizar algum movimento, o seu EU (Atmã) toma uma decisão, esta decisão é passada para seus sentidos subjetivos, depois para seus sentidos objetivos e em seguida para o corpo físico que você está pilotando.

E, pelas medidas, a passagem da consciência objetiva (detectada pelos instrumentos) para o corpo físico demora entre 200 a 350 ms. É o caso de uma experiência científica comprovando algo ocultista que ainda não pode ser detectado pelos instrumentos atuais.

Claro, isso não prova o que estou dizendo, mas demonstra que EXISTE algo que causa este atraso. E como eu disse anteriormente, é uma questão de tempo até os cientistas ortodoxos descobrirem o que os ocultistas conhecem há séculos.

Projetando seus pensamentos

Da mesma maneira que podemos interagir com o mundo físico através dos nossos sentidos objetivos (segurando uma caneta com nossas mãos), todos nós somos capazes de interagir e realizar ações nos outros planos (astral, mental, etc.).

Vamos fazer um exercício simples de visualização: Imagine uma maçã repousando ao lado do teclado. Mas não “pense” na maçã… “visualize” uma maçã… relaxe… respire calmamente, concentre sua mente e veja todos os detalhes da textura dela, a cor, o brilho, se ela está lustrosa, vívida, imagine o cheiro dela… afaste todos os outros pensamentos e concentre-se apenas nessa maçã.

Dê uma mordida imaginária nela e sinta o gosto dela na sua boca, a textura esfarelando enquanto o suco preenche sua boca e o cheiro invade suas narinas… se você fez direitinho, pode até mesmo estar com água na boca neste momento. E, durante um curto espaço de tempo, você acaba de criar uma forma-pensamento.

Esta maçã que você acaba de criar é tão sólida quanto qualquer objeto real, apenas existe em outra dimensão e, portanto, a princípio, não interage com o plano físico.

Da mesma forma que se você soltar uma caneta ela cai no chão, se você parar de pensar nesta maçã, ela deixa de receber seus estímulos e, com o tempo, esta forma-pensamento se dissolverá sozinha no plano mental. Se você colocar emoção neste exercício, a maçã permanecerá por mais tempo e com maior intensidade. Fazendo uma junção do mental com o emocional, conseguiremos trazer esta projeção do plano mental para o plano astral sem grandes dificuldades. Basta colocar “sentimento” na sua visualização.

Ok, o exemplo da maçã é simples, mas entender a relação entre emoção e visualização será necessário quando explicarmos qual a razão dos famosos “sacrifícios” na magia negra ou do “ectoplasma” que faz com que entidades do astral possam ser vistas no físico, poltergeists, de “círculos de proteção”, da THELEMA (vontade) e todas as coisas que envolvem passagens de matéria-energia de um plano vibratório para o outro.

O grande mago Aleister Crowley dizia que “a magia é a soma da imaginação com a vontade”. Mais para frente veremos como ele estava certo.

O ruído mental e a concentração

Pois bem… Quando você “pensa que está pensando”, a voz que ecoa na sua mente nada mais é do que uma projeção dos seus pensamentos reais (do seu EU superior) entrando em ressonância com o seu corpo físico (seu cérebro de carne, cheio de SINAPSES que fazem esta conexão entre o plano mental e o físico).

Apesar do seu corpo mental subjetivo e do seu Atmã possuírem todo o conhecimento acumulado de todas as suas vidas passadas, a conexão entre o seu corpo superior e o EGO (corpo inferior) é falha e está rompida desde a “queda”.

[Não vou falar sobre isto agora, mas para vocês meditarem um pouco… Nosso corpo inferior e nosso corpo superior estão atualmente separados. A origem da palavra “religião” vem do latim “Religare”, que é o ato de reconectar o nosso “eu inferior” ou mundano com o nosso “eu superior”, devolvendo ao ser humano a essência divina que todos possuímos e que perdemos um dia – como vocês podem deduzir, religiosidade não tem NADA a ver com ficar rezando e obedecendo o que o pastor/padre diz, muito pelo contrário…Tem a ver com a descoberta do deus dentro de cada um de nós – “conhece- te a ti mesmo”].

Algumas pessoas possuem esta conexão mais entrosada. São os tais “GÊNIOS” que compõem sinfonias com 5 anos de idade, falam 50 línguas, pintam ou tocam maravilhosamente bem. Na verdade, não há nenhum segredo “inexplicável” da ciência nisso: eles conseguem recuperar as informações que seus Atmãs já possuíam de vidas passadas. O mesmo ocorre com alguns autistas.

Nossa intuição, palpites ou o tal do “sexto sentido” são fagulhas desta conexão entre o superior e o mundano atuando. Oráculos como o Tarot ou Runas também fazem a “ponte” entre estes dois estados de consciência. O Beethoven também é um ótimo exemplo disso (e, para não perder o costume, Beethoven era maçom, já que teve um sujeito que afirmou que eu “dou autoridade para as pessoas que cito no meu texto só porque elas eram maçons ou rosacruzes, mas isso não significa que elas sejam boas no que faziam”).

Ao contrário da mente subjetiva, que é direta e inspirada pelo seu “eu superior”, a mente objetiva gosta de divagar e flutuar entre diversos pensamentos fúteis e egóicos…

Vamos fazer outro exercício: experimente relaxar e “não pensar em nada” e verá como isso é difícil… tente “esvaziar a sua mente” e não pensar em nada… em segundos, sua cabeça estará cheia de pensamentos caóticos e desordenados, misturando-se lembranças, imagens, sons, frases repetidas várias vezes… tudo se torna rapidamente um caos. Ainda mais se você estiver com algum problema ou algo que envolva seu emocional (como dissemos, as emoções intensificam as formas-pensamento).

Se você pudesse visualizar o plano Mental, nesta situação veria que, ao redor do seu ser está se formando um verdadeiro “depósito de lixo” mental. Estas imagens vão se desfazendo com o tempo, claro, mas dependendo da situação, permanecem (é de onde vem a expressão “ambiente carregado”) e, dependendo de que tipo de emoções estão associadas a estes pensamentos, estas formas começam a atrair certos seres no plano astral… Falaremos mais sobre isso em outros artigos.

O plano astral

O plano astral é um pouco mais denso do que o plano mental. Nesta faixa de vibração sutil estão todos os chamados “fantasmas”, as projeções astrais, os succubi e incubi (ou Anima e Animus), os corpos projetados das pessoas que estão dormindo, os Cascões Astrais, etc.

Absolutamente todas as pessoas possuem a habilidade de se projetar no astral e o fazem durante a noite, enquanto o corpo físico dorme. Infelizmente, a maior parte da população atual (que eu chamo carinhosamente de “gado”, quando não estou perto dos ouvidos sensíveis dos politicamente corretos) está tão adormecida que geralmente mantém seus corpos astrais “repousando” ao lado do corpo físico, inertes.

O maior problema é justamente fazer a conexão entre o nosso plano astral e a lembrança no cérebro. Estima-se que 89% das pessoas está com a mente tão pobre e sem treinamento que não consegue sequer lembrar de suas projeções (são os que “não sonham”), cerca de 8% retém alguma lembrança (projeção sem lucidez, chamada de sonho), e finalmente, 2% conseguem manter uma projeção completamente lúcida. O REM [rapid eye movements] e os ciclos nada mais são do que meros reflexos no plano físico do que está acontecendo no plano astral/mental.

Quando as pessoas se projetam, as ligações do duplo-etérico entre o corpo físico e astral formam o que se convencionou chamar de “cordão de prata”. Este cordão conecta o seu corpo astral ao físico e só existe em pessoas que estejam vivas/encarnadas (“fantasmas” não possuem cordões de prata, pois não estão ligados a nenhum corpo físico).

Conhecendo os mecanismos que regem o plano astral, fica simples de explicar todo tipo de fenômeno envolvendo “fantasmas”. Eles são consciências que trafegam nestas faixas vibratórias que não detectamos.

Como os “fantasmas dos mortos” e os vivos (durante o sono) convivem no mesmo plano, podemos explicar toda a cultura dos povos antigos (orientais, celtas, astecas, maias, incas, hindus, índios, etc.) em relação aos “Espíritos Ancestrais”, pois é literalmente isso que acontece: os ancestrais de um clã se mantém por perto no “outro mundo”, auxiliando aquele grupo.

Isto também explica os incontáveis relatos de pessoas que sonham com entes queridos que acabaram de falecer e dezenas de milhares de outros casos de encontros entre os vivos e os mortos.

Existe uma documentação gigantesca sobre estes fenômenos mediúnicos. E também uma quantidade astronômica de charlatões e uma igual quantidade de mentiras forjadas de má-fé (como por exemplo, a farsa que DAVID NASSER montou no jornal “O Cruzeiro” contra Chico Xavier, que até hoje alguns céticos- ignorantes tomam por verdadeira).

Isso é muito triste, pois além de ter de lidar com a ignorância cética e religiosa generalizada, os médiuns ainda precisam aguentar os embusteiros (sejam por dinheiro ou por má fé das próprias Igrejas caça-níqueis, que fabricam ex-pais-de-encosto, ex-bruxos e ex- macumbeiros a torto e a direito para propositadamente minar a credibilidade dos sérios).

Influências do material no astral

Sons (música, mantras), odores, cores e alguns materiais conseguem afetar diretamente estas construções astrais. Como eu expliquei no artigo passado, quando se coloca uma determinada música em um ambiente, as ondas sonoras que varrem o plano físico também possuem uma contraparte que se espalha pelo astral e mental, higienizando o ambiente em uma vibração que se deseja.

Os MANTRAS e cantos gregorianos ou o atabaque da umbanda/candomblé possuem frequências específicas para ativar certos chakras para certas atividades.

O elemento Ar também afeta o astral. Incensos espalham suas fragrâncias pelo plano físico e possuem sua contraparte mental e astral. Claro que existem incensos e incensos – que variam desde varetas inócuas que ajudam apenas a tornar o ambiente mais agradável até os incensos preparados pelos alquimistas para seus rituais.

Certas drogas também atuam no desligamento do corpo astral/mental do físico, especialmente o LSD e outros ácidos relacionados, muito comuns na década de 70 nos movimentos de contracultura. O chá do Santo Daime também funciona, assim como o peyote e outras ervas fumadas no “cachimbo da paz” dos índios.

O bafo do dragão (ópio), chá de cogumelo e o haxixe também funcionam bem. De todas as drogas, apenas a cocaína (não o chá de folhas de coca, a droga industrializada) e as anfetaminas (balas, doces, speed, etc.) fazem o caminho oposto (travam a conexão com o “eu superior”).

Cores    afetam    diretamente    o    plano    mental/emocional/astral. Existem diversos estudos psicológicos e de semiótica a respeito de como as cores nos influenciam. Vocês já devem ter visto aquelas imagens onde se coloca um prato de comida sobre um fundo (azul, vermelho, amarelo, etc.), e a cada fundo nossa impressão a respeito do prato muda. Fica a sugestão para o [Kentaro] Mori fazer uma matéria sobre como as cores influenciam nosso psicológico. Há um campo muito vasto e legal para discutir.

E, finalmente, alguns materiais como a prata, sal, água e a pólvora afetam diretamente o astral, de onde, por exemplo, surgiram as lendas sobre “matar lobisomens” com prata…

Lobisomens nada mais são do que projeções astrais zoomórficas, que podem ser rompidas com contato com a prata – nos campos, ou sob influência de Linhas de Ley, estas criaturas astrais podem ser avistadas no plano físico, o que deu origem a estas histórias.

Bruxas voando em vassouras, bichos-papões, elementais (fadas, gnomos, ondinas e salamandras), vampiros, fantasmas, monstros do lago Ness (talvez até OVNIs) surgiram destas faíscas de contato do mundo invisível com o visível.

Os egípcios

Apenas para retomarmos ao tema principal da coluna, que é a História das Sociedades secretas, vamos falar um pouco da relação disto tudo com os egípcios.

Nas iniciações egípcias, uma das primeiras etapas consistia em colocar o candidato a iniciação dentro de um sarcófago e deixá-lo “morto” durante três dias.

Neste tempo, os mestres se reuniriam ao redor do sarcófago e, utilizando-se de mantras e rituais que, em conjunto com as estruturas geométricas das pirâmides, providenciavam uma projeção astral consciente do iniciado, de modo que ele pudesse ver seu próprio corpo deitado no sarcófago e entender que, na realidade, ele não era um “corpo vivendo uma experiência espiritual”, mas seu verdadeiro EU é um “espírito que usa as vestes de carne”.

O nome desta parte do ritual de iniciação ficou conhecido como “Barca de Ísis”, porque a sensação que você tem quando se é projetado para o astral desta forma é a de o deslizar de um barco, e os sacerdotes no astral revestiam seus corpos astrais com formas dos deuses conhecidos e os instruíam nas etapas finais do mistério, antes do batismo e renascimento pelas águas.

Mais tarde, nos mistérios Elêusis (gregos), a Barca de Ísis foi substituída pelo “Barqueiro Caronte”, e nos ritos judaicos foi substituído pela “Arca da Aliança” e pela “Escada de Jacob”. O ritual de ser enterrado ou morto simbolicamente para renascer (notem a beleza da lenda da FÊNIX – origem grega, certo? Hmmm…) existe até hoje em praticamente todas as tradições ocultistas, às vezes disfarçado de “câmara das reflexões”.

Após este período, o iniciado “renascia” quando um dos mestres chegava até o sarcófago onde ele estava “morto” e dizia “Levanta-te e saia”. Na bíblia, existe até uma passagem onde um grande mestre faz esta iniciação com o irmão de sua esposa.

Ok, acabamos nos empolgando de novo e não falamos nem de chakras nem da Arca da Aliança (na verdade falamos sim, para quem conseguiu ler nas entrelinhas)… Em breve: chakras, mantras, e como colocar abaixo as muralhas de Jericó tocando trombetas.


Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.

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