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Depois que investir um tempo em um local você pode considerar sua caçada concluída. Como já vimos cada um tem um objetivo próprio para entrar neste negócio e além disso as pessoas tem seus próprios motivos para contratarem esse tipo de serviço. Se uma família ou proprietário quer confirmar se o local onde vivem é assombrado, com algumas evidências você pode comprovar isso. Caso desejem saber se é o avô ou a tia que assombra o local isso pode ser conseguido também, se o objetivo for se livrar de uma assombração, veremos no próximo capítulo como fazer. O importante é ter em mente que eventualmente a caçada terminará quando o seu objetivo for concluído.
É então que os dados devem ser guardados, organizados e arquivados. Cada caçador terá sua própria motivação para fazer o que faz. Se um local estiver oferecendo uma fonte incrível de experiências, obviamente, você dedicará a ela mais tempo do que outro local que simplesmente oferece uma eventual voz ou um arrepio em determinado quarto.
Geralmente quando uma pessoa requisita os seus serviços é porque no fim de tudo ela quer um diagnóstico do que está havendo onde mora. Assim, quando encerrar sua caçada e tiver terminado a análise de tudo o que coletou prepare para ela uma apresentação das evidências que coletou, dos sons, vídeos e imagens, além de um relatório reunindo todos os dados que ache relevante. Este relatório deve conter todas as experiências subjetivas que você e os membros de sua equipe experienciaram, coloque nele vozes, cenas ou qualquer coisa que tenham presenciado, mesmo que não haja registro delas. Os registros servem, neste ponto, para confirmar as experiências, mas caso não tenha tido sorte com eles, não significa que as experiências não ocorreram. Evite colocar no relatório experiências muito vagas como “de noite fulano sentiu um arrepio” ou “naquela noite todos sentimos como se alguém nos observasse”, este tipo de anotação não tem nenhuma utilidade prática, se concentre em experiências mais específicas: “Na noite X, no cômodo Y, fulano sentiu que passavam a mão nas costas dele”, “Na noite X, às tantas horas, fulana ouviu alguém respirando no ouvido, mas não havia mais ninguém no cômodo, ou então o fulano que estava junto também ouviu, a respiração durou alguns instantes e parou, mas não conseguimos gravar nada.” Isso tudo serve para que a pessoa saiba como que está lidando, mesmo que não tenha um diagnóstico final como:
“existe um fantasma aqui nesta casa, ele disse que o nome é William, ele foi plantador de café aqui na década de 1920 e disse que não quer causar mal a ninguém, apenas gosta de ficar aqui porque se sente em casa”.
Entregue então o material, o relatório e dê o seu diagnóstico. Muitas vezes a pessoa pede para que os caçadores voltem outras vezes para conseguir novos resultados. Outras vezes apenas ficam felizes de saber que não estão imaginando coisas, e outras ainda querem simplesmente se livrar do fantasma. Existem ainda aqueles que querem confirmações de assombrações para dar um certo charme ao lugar. Com exceção do caso de se livrar do fantasma, que será trabalhado em um capítulo posterior, todos os outros podem ser satisfeitos com o seu trabalho. É claro que existem limites para até onde você pode ajudar os proprietários e você
deve deixar isso bem claro desde o começo.
Em um caso que a Morte Súbita se envolveu em 1998, com uma família que morava no bairro do Limão, em São Paulo, os moradores ficaram aliviados em descobrir que de fato a casa onde moravam era o palco de manifestações fantasmagóricas e pediu para que a equipe de caçadores tentasse descobrir o que o fantasma queria. Durante o período da caçada foram feitos vídeo de objetos se movendo, de um dos aparelhos eletrônicos da casa se ligando e desligando repetidas vezes, além de
algumas gravações de vozes, risadas e passos. Mas por mais que os caçadores tentassem se comunicar com o fantasma não obtiveram resultados. Isso foi explicado para a família e o caso foi encerrado pela equipe. Descobrir que uma casa de fato possui um fantasma não significa que você vai conseguir se comunicar com ele, esta é outra lição para se ter em mente.
Agora, por mais empolgante que um local seja, lembre-se de que existem muitos outros a serem descobertos. Caso conheça outros caçadores e seus objetivos não sejam estritamente egoístas, você pode desenvolver uma rede de informações e troca de dados, lembrando-se sempre de proteger a identidade das pessoas e dos locais pesquisados caso seja a vontade dos moradores, ninguém quer que sua casa se transforme num ponto de peregrinação sobrenatural, e da mesmo forma que eles confiaram em você e em sua equipe, você deve respeitá-los. Mesmo assim existem outros locais abandonados, ou mesmo públicos, que podem lucrar com esse fluxo de interessados como hotéis, parques, museus, etc. Além disso a troca de experiências técnicas, como que tipo de equipamento tem os melhores resultados e que tipo de ação tem as melhores reações faz com que todos ganhem e se mantenham atualizados.
Caso todos os objetivos de uma caçada tenham sido atingidos, você pode considerar o caso encerrado e começar a se preparar para a próxima.
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