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Texto de G. B. Marian.
Traduzido por Caio Ferreira Peres
Um exemplo de ritual de execração, um procedimento para banir e/ou afastar energias negativas.
Todos apareceram em nossa casa por volta das 17h00 de Sábado, e cada pessoa recebeu um pequeno pote de cerâmica e um pequeno marcador preto Sharpie. Eu os instrui a escrever e/ou desenhar qualquer coisa que quisessem em seus potes. O que eles escreviam ou desenhavam representavam coisas negativas que os incomodavam e que eles queriam banir de suas vidas. Foram vinte minutos silenciosos e solenes enquanto todos meditavam nos demônios que os assombravam, despejando toda aquela energia triste e assustadora em seus desenhos.
Quando todos terminaram de decorar os seus potes qliphóticos, implorei a eles que não tocassem nos potes dos outros (ou que deixassem alguém tocar nos seus). Tínhamos acabado de criar o equivalente mágico de produtos de resíduos biológicos perigosos, e era vital que ninguém fosse “infectado” pelas vibrações ruins dos outros.
Então todos nós fomos ao quintal, onde Blackwyn e eu preparamos um pequeno altar para Set (completo com Sua estátua e uma enorme lanterna vermelha). Também colocamos alguns azulejos de jardim nos quais todos os nossos potes qliphóticos podiam ser esmagados.
Um de nossos amigos trouxe sua filha de 2 anos de idade, e a pequena garota trouxe seu porquinho de brinquedo. Enquanto nos preparávamos para recitar a invocação de abertura, a pequena garota se aproximou do altar e encarou a estátua do Grande Vermelho. Ficamos um pouco preocupados de que precisaríamos intervir, mas ela apenas ficou ali, quieta e respeitosamente olhando para o homem com cabeça de animal engraçada. Então ela colocou o seu brinquedo de porquinho ao lado da estátua e disse “Assim está melhor”—como se ela soubesse que os porcos são um dos bichinhos favoritos de Set. Enquanto a criança voltava à sua mãe, todos os presentes sentiram um forte arrepio, inclusive aqueles que não eram crentes convictos.
Era evidente que Set já estava presente, mas eu O invoquei para nossa cerimônia mesmo assim:
Salve, filho de Nut! Você diante de quem o céu treme! Ouça-nos, ó Senhor das Terras Desertas! Ó estrangeiro divino! Ó portador dos ventos! Ó Salvador do Sol! Ao percorrer o Deserto entre os Mundos, ao ferir o Maligno repetidas vezes, olhe para nós e endireite nossas espinhas! Abra nossas bocas para proferir grandes palavras de poder! Somos Seus soldados nesta Terra; coloque-nos em Seu trabalho!
Agora era hora de conjurar a Serpente do Caos e matá-la juntos como uma tribo – como uma constelação reunida por Set de toda a Terra:
Que o tormento caia sobre você, Apep! Seu inimigo de Set, de todos os deuses e de todas as criaturas! Os Companheiros de Set prevalecem sobre você, pois você é apenas a sujeira de passados não nascidos! Concha amaldiçoada e vazia, a Besta Tifoniana o rasgará e o despedaçará e espalhará sua carne como confete aos ventos! Saboreie sua morte, Apep! Para trás e recue, ó inimigo de Set! Caia, seja repelido, volte e se retire! Pois o olho de Set está sobre você, perfurando-o como uma lança! É o exército dele que o faz recuar com todo o nosso trovão e metal! Ó corrupção vil e insípida, NÓS O TRANSFORMAMOS EM NADA!
Então nós respiramos profundamente…e então jogamos os nossos potes qliphóticos contra os azulejos de quintal com a maior força possível, todos ao mesmo tempo.Ninguém esperava que o estrondo dos potes fosse tão alto quanto foi; ele ecoou por toda a vizinhança como um trovão. Os cacos voaram com mais violência do que havíamos previsto, mas ninguém se machucou. Ficamos um pouco abalados com a visão e barulho do que tínhamos feito, mas também sentimos uma clara e poderosa sensação de libertação, como um músculo atado derretendo em manteiga.
Em seguida, encerrei o nosso feitiço:
Para trás, demônio! Um fim para você! Set lançou trovões e relâmpagos contra você! Set o fez para ser destruído, e Set o condenou ao mal! Um fim, um fim para você! Prove sua morte! Um fim para você! Você NUNCA engolirá a aurora! Você NUNCA vencerá a noite!
Nossa maldição foi lançada e nossos demônios estavam fugindo. Os outros foram para dentro para se descomprimir dessa experiência, e Blackwyn e eu fomos varrer os detritos de nossos potes qliphóticos.
Então, como se fosse a hora certa, começou a chover.
Decidimos deixar de lado os potes de qliphóticos, para que o Grande Vermelho pudesse mijar no cadáver da Serpente do Caos por um feitiço.
“Erga-se”
Fonte: https://desertofset.com/2020/06/24/execration/
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