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Por Ícaro Aron Soares.
Shu (em egípcio šw, “vazio” ou “aquele que se levanta”) era um dos deuses egípcios primordiais, cônjuge e irmão da deusa Tefnut, e uma das nove divindades da Enéada da cosmogonia de Heliópolis. Ele era o deus da paz, dos leões, do ar e do vento.
FAMÍLIA:
Na teologia de Heliópolis, Atum criou o primeiro casal da Enéada, Shu e Tefnut masturbando-se ou cuspindo. Shu era o pai de Nut e Geb e avô de Osíris, Ísis, Set e Néftis. Seus bisnetos são Hórus e Anúbis.
MITOS:
Assim como o ar, Shu era considerado um ente refrescante e, portanto, calmante, influente e pacificador. Devido à associação com ar seco, calma e, portanto, Ma’at (verdade, justiça, ordem e equilíbrio), Shu era descrito como o ar/atmosfera seco entre a Terra e o céu, separando os dois reinos após o evento do Primeira Ocasião. Shu também era retratado na arte usando uma pena de avestruz. Shu era visto como tendo entre uma e quatro penas. A pena de avestruz simbolizava a leveza e o vazio. Nevoeiros e nuvens também eram elementos de Shu e eram frequentemente chamados de seus ossos. Por causa de sua posição entre o Céu e a Terra, ele também era conhecido como o vento.
Num mito muito posterior, representando um terrível desastre climático no final do Império Antigo, diz-se que Tefnut e Shu uma vez discutiram, e Tefnut trocou o Egito pela Núbia (que sempre foi mais temperada). Foi dito que Shu rapidamente decidiu que sentia falta dela, mas ela se transformou em uma gata que destruía qualquer homem ou deus que se aproximasse. Thoth, disfarçado, finalmente conseguiu convencê-la a retornar.
Os gregos associavam Shu a Atlas, o Titã primordial que sustentava as esferas celestes, já que ambos são representados sustentando o céu.
De acordo com a cosmologia de Heliópolis, Shu e Tefnut, o primeiro par de elementos cósmicos, criaram a deusa do céu, Nut, e o deus da Terra, Geb. Shu separou Nut de Geb, tendo em vista que eles estavam em ato de amor contínuo, criando assim a dualidade no mundo manifesto: acima e abaixo, luz e escuridão, bem e mal. Antes de sua separação, entretanto, Nut deu à luz os deuses Ísis, Osíris, Néftis (Hórus) e Set. Os egípcios acreditavam que se Shu não mantivesse Nut (céu) e Geb (Terra) separados, não haveria como existir vida fisicamente manifestada.
Shu é representado principalmente como um homem. Somente em sua função de lutador e defensor como o deus do sol, e às vezes ele recebe uma cabeça de leão. Ele carrega um ankh, o símbolo da vida.
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