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Sir Mortimer Wheeler, célebre arqueologista inglês, teria escrito: “A arqueologia não é uma ciência, mas uma vindicta”.
Em nenhuma parte, tal afirmação foi tão verdadeira como no domínio da arqueologia egípcia, onde se afrontam, ferozmente, os arqueologistas românticos e os arqueologistas clássicos. Para os arqueologistas clássicos, a arqueologia egípcia não apresenta nenhum problema e pode perceber-se nela uma passagem contínua do neolítico a uma forma de civilização mais avançada, passagem que se efetuou da maneira mais natural. Para os arqueologistas românticos, ao contrário, e para os investigadores independentes que não participam do clã da arqueologia oficial, a Antigüidade do Egito é muito mais importante, e os problemas sem resolução muito mais numerosos do que se possa imaginar. Entre esses adversários da arqueologia clássica egípcia, cito dois nomes: René Schwaller de Lubicz e C. Daly King. O primeiro nasceu em 1891 e morreu em 1961, escreveu Aor, Adam, O Homem Vermelho (1925); A chamada de fogo; Aor, sua vida, sua obra (1963); O rei da teocracia faraônica (1961); O milagre egípcio (1963); O templo do homem Apet do Sul em Luxor (1957, 3 vol.); Estudo sobre esoterismo e simbolismo (1960) e diversos artigos nos Cahiers du Sud, em Marselha, notadamente no número 358. Foi primeiro pintor, aluno de Matisse. Durante a Grande Guerra foi químico do Exército, e a química conduziu-o à alquimia. Formou, então, um grupo batizado com o nome de Fraternidade dos Vigias. Fazia parte, notadamente, deste grupo, Henri de Régnier, Paul Fort, André Spire, Henri Barbusse, Vincent d’Indy, Antoine Bourdel, Fernand Léger e Georges Polti.
No interior desse grupo, um círculo esotérico fechado, os Irmãos da Ordem Mística da Ressurreição, estudavam um certo número de problemas, entre eles o das civilizações desaparecidas. Schwaller de Lubicz, morando em Saint-Moritz e depois em Palma de Maiorca, e finalmente em Luxor, estudou os segredos egípcios.
Um certo número de egiptólogos, como Alexandre Varille, reuniu-se a seu ponto de vista; outros, ao contrário, opuseram-se a ele, violentamente, e uma vindicta surgiu, que dura até hoje.
Quanto a C. Daly King, é um sábio inserido na linha mais oficial, psicólogo materialista, autor de 3 tratados clássicos utilizados nas escolas dos países anglo-saxões. C. Daly King apresentou em 1946, em Yale, uma tese de doutorado em física sobre fenômenos eletromagnéticos que aparecem durante o sono. Depois, estudou os estados superiores da consciência, estados que estão sempre mais despertos que quando se está acordado normalmente, apresentando esse trabalho em outro livro clássico, The states of human consciousness (1963).
Morreu quando corrigia as provas desse livro, e quando preparava uma importante obra sobre as ciências do espírito do antigo Egito.
O único ponto em comum, talvez, entre Schwaller de Lubicz e C. Daly King, é o nível elevado de seus conhecimentos científicos. Ora, esses dois espíritos tão diferentes se juntam em duas conclusões essenciais. Primeiro, a considerável Antigüidade da civilização egípcia, mais ou menos 20.000 anos, talvez 40.000; por outro lado, o estado avançado dos conhecimentos do Egito antigo, tanto no que concerne ao universo exterior quanto ao espírito humano. Confrontemos esse ponto de vista com o da arqueologia oficial. De acordo com esta, há 6.000 anos os egípcios eram ainda membros de tribos selvagens. Um intérprete sério e reconhecido pelos arqueólogos oficiais, Leonard Cottrell, no livro “The Penguin Book of Lost Words”, pág. 18, escreveu: “Alguma coisa aconteceu que, em tempo notadamente curto, transformou esse aglomerado de tribos semi-árabes que viviam às margens do Nilo, num estado civilizado que durou 3.000 anos. Quanto à natureza daquilo que teria ocorrido, não podemos senão tentar adivinhar. Mas as provas arqueológicas nos fornecem indícios vários e podemos esperar que descobertas futuras preencham tais lacunas.”
Os arqueólogos românticos e os arqueólogos dissidentes vão contra isso, dizendo que essa transformação brutal nunca se deu. Segundo eles, a civilização egípcia nada tem a ver com os primitivos que foram seus contemporâneos, como os da Nova Guiné são, hoje, nossos contemporâneos. Segundo eles, as origens da civilização egípcia estão em alguma outra parte e não foram ali ainda encontradas.
A maior parte dos arqueólogos da África livre são dessa opinião, e alguns dentre eles pensam mesmo que os antigos egípcios eram negros, e que é preciso buscar na África as origens secretas do Egito.
É a partir dessa hipótese de uma civilização pré-egípcia muito antiga que é preciso colocar-se para examinar o problema do Livro de Toth.
Toth é um personagem mitológico, mais deus que homem que, por todos os documentos egípcios que possuímos, precedeu o Egito. No instante do nascimento da civilização egípcia, os sacerdotes e os faraós tinham em seu poder o Livro de Toth, constituído, provavelmente, de um rolo manuscrito ou de uma série de folhas que continham os segredos de diversos mundos e que davam poderes consideráveis aos seus detentores.
Em 2.500 a.C., os egípcios já escreviam e faziam livros. Esses livros eram escritos em papiro. A palavra bíblia, que quer dizer livro, deriva do nome do porto de Biblos, no Líbano, que era o principal porto de exportação de rolos de papiro. Na literatura egípcia de 2.500 a.C., já se encontram tratados científicos de medicina, textos religiosos, manuais e mesmo obras de ficção científica!
Em particular, a história das aventuras do faraó Snofru, pai de Quéops, é um verdadeiro romance de antecipação de invenções extraordinárias, de monstros e máquinas. Poderia ser publicado em nossos dias.
O Livro de Toth devia, pois, ser um papiro muito antigo, recopiado secretamente muitas vezes e cuja Antigüidade remontaria a 10.000 ou talvez 20.000 anos. Mas um objeto material não é de modo algum um símbolo.
Objeto material que se pode facilmente destruir no fogo. Vamos ver que foi exatamente isso que se deu.
Fixemo-nos primeiro no próprio Toth. É representado como um ser humano tendo a cabeça de um pássaro íbis. Tem na mão uma pluma e um palheta dessa tinta que se usa para escrever sobre pergaminho. Seus dois outros símbolos são a Lua e o macaco. De acordo com a tradição mais antiga, ele inventou a escrita e serviu de secretário a todas as reuniões dos deuses.
Está associado à cidade de Hermópolis, da qual se sabe pouca coisa, e aos domínios subterrâneos dos quais se sabe menos ainda. Daqui por diante Toth será identificado com Hermes.
Transmitiu à humanidade a escrita, e escreveu um livro fundamental, esse famoso Livro de Toth, livro mais antigo entre os antigos, e que continha o segredo do poder ilimitado.
Uma primeira alusão a esse livro apareceu no papiro de Turis, decifrado e publicado em Paris, em 1868. Esse papiro descreve uma conspiração mágica contra o faraó, conspiração que visava destruí-lo através de feitiçarias, a ele e a seus principais conselheiros, por meio de estátuas de cera feitas de acordo com a imagem de cada um. A repressão foi atroz. Quarenta oficiais e seis altas damas de Corte foram condenados à morte e executados. Outros se suicidaram. O livro maldito de Toth foi queimado pela primeira vez.
Esse livro apareceu mais tarde na história do Egito, entre as mãos de Khanuas, filho de Ramsés II. Ele tinha o exemplar original escrito pelo próprio Toth e não por um escriba. De acordo com os documentos, este livro permitia ver o Sol face a face. Dava o poder sobre a Terra, o oceano, os corpos celestes. Dava o poder de interpretar os meios secretos usados pelos animais para se comunicarem entre si. Permitia ressuscitar os mortos e agir à distância. Tudo isto nos é relatado nos livros egípcios da época.
Seguramente, um tal livro é um perigo insuportável. Khanuas queimou o original ou pretendeu fazê-lo. O mesmo texto, dizendo que esse livro foi destruído no fogo mas é indestrutível pois foi escrito com fogo, é contraditório. Mas essa “desaparição” não é senão provisória, se aconteceu. O livro reapareceu em inscrições sobre o monólito de Metternich, monumento que tem esse nome, pois foi oferta de Mohamad Ali Pacha a Metternich. Foi descoberto em 1828 e data de 360 a.C. Na escala da história egípcia é um documento moderno. Parece que ele protege contra mordidas de escorpião, virtude dificilmente verificável, pois os escorpiões são raros na Áustria. Esse monumento representa, em todo caso, mais de trezentos deuses, e entre eles os deuses dos planetas ao redor de estrelas – não invento nada, a maior parte dos decifradores modernos do monumento de Metternich diz que ele interessaria a autores de ficção científica.
Toth, ele mesmo, anunciou sobre esse monumento, que queimou seu livro e que caçou o demônio Seth e os sete senhores do mal.
Desta vez, a questão parece regulada. No ano de 360 a.C., o Livro de Toth foi solenemente destruído. Mas, entretanto, a história somente começou. A partir de 300 a.C., viu-se o aparecimento de Toth identificado desta vez com Hermes Trismegisto, o fundador da alquimia. Todo mágico que se respeite, em particular na Alexandria, pretende possuir o Livro de Toth, mas nunca se viu aparecer o próprio livro: cada vez que um mago gloria-se de possuí-lo, um acidente interrompe sua carreira.
Entre o começo do século I a.C. e o fim do século II d.C., numerosos livros apareceram e constituíram juntos o “Corpus Hermeticum”. A partir do século V, tais textos são colecionados e se encontram aí referências ao Livro de Toth, mas nenhuma indicação precisa para encontrá-lo. Os textos mais célebres dessa série chamam-se: Asclépio, Kore Kosmou e Poimandres. Todos se referem ao Livro de Toth, mas nenhum o cita diretamente nem dá meios de consultá-lo.
O Asclépio fornece, entretanto, estranhas imagens de poder das civilizações desaparecidas:
“Nossos ancestrais descobriram a arte de criar os deuses. Fabricaram estátuas e como não soubessem criar as almas, chamaram os espíritos dos demônios e dos anjos e os introduziram graças ao mistério sagrado nas imagens dos deuses, de maneira que essas estátuas receberam o poder de exercer o bem e o mal.”
Os deuses egípcios e o próprio Toth teriam sido, assim, criados.
Criados por quem? Isto não é dito. Pela grande civilização que precedeu o Egito.
Segundo o Asclépio, esses deuses estavam presentes e ativos, ainda, no tempo de Cristo: “Eles vivem numa grande cidade nas montanhas da Líbia, mas não direi mais nada”.
Esse conjunto de escritos herméticos pode ser encontrado, publicado por Nock e Festugière, no Corpus Hermeticum. Mesmo considerados mais próprios da ficção científica, tais textos excitam a imaginação. Santo Agostinho e numerosos outros teólogos e filósofos por eles se interessaram.
Certamente são esses textos que propagaram o Livro de Toth. Este reapareceu com tanta freqüência do século V da era cristã até nossos dias, que podemos perguntar como foi reproduzido antes da invenção da imprensa e da fotografia. A inquisição queimou-o pelo menos umas trinta vezes e seria preciso um livro para enumerar os acidentes bizarros que acontecem àqueles que pretendem possuir o Livro de Toth.
Seja como for, nunca o vimos impresso ou reproduzido de qualquer maneira. Uma lenda estranha começou a circular desde o século XV. Segundo ela, a sociedade secreta que possuía o Livro de Toth vulgarizou um resumo dele, uma espécie de fichário acessível a todos. Esse fichário não é outro senão o famoso jogo de cartas. Encontramos tal idéia pela primeira vez, expressa com todas as letras, num livro de Antoine Court de Gébelin: “Le Monde Primitif”. Court de Gébelin, homem de ciência, membro da Academia Real de La Rochelle, publicou essa obra em nove volumes, de 1773 a 1783. Pretendeu ter tido acesso a um antigo livro egípcio que teria escapado da destruição de Alexandria, e declarou a propósito desse livro: “Ele contém ensinos perfeitamente conservados sobre os assuntos mais interessantes. Esse livro do antigo Egito é o jogo de cartas – nós o temos nas cartas do baralho.”
Essa passagem não me parece clara. O autor diz que já havia um jogo de cartas na biblioteca de Alexandria? Ou diz que um livro egípcio, escapado ao desastre de Alexandria, afirmava que o jogo de cartas era um fichário, um resumo dos ensinamentos do Livro de Toth?
Não sei. É certo que o jogo de cartas tem sido objeto, na época moderna em particular, de estudos interessantes, entre eles aquele que ficou infelizmente inédito, o do pintor contemporâneo Baskine.
Para ficarmos no domínio dos fatos, podemos notar que aparece o jogo de cartas mais ou menos, em 1100. Compreendia, e compreende ainda hoje, 78 cartas, e diz-se comumente que o jogo de 52 cartas para jogar e o jogo que serve para ler a sorte derivam dele. É uma idéia recebida, falsa como a maior parte da idéias recebidas.
Na origem, essas cartas se chamavam nabi, palavra italiana que quer dizer profeta. Não se sabe a origem da palavra “tarot”.
Pode-se manifestar o maior ceticismo diante da hipótese segundo a qual “tarô”, pronúncia francesa da palavra “tarot”, seria anagrama de orta ou “ordem do templo”. Com os anagramas chega-se a não importa onde. É possível que os templários tenham possuído e recebido cartas de jogo, mas nada prova que eles as tenham propagado à volta deles. O bibliotecário de Instrução Pública, sob Napoleão III, Christian Pitois, disse em sua História da Magia, surgida em 1876, que os mais importantes segredos científicos do Egito, antes da destruição de sua civilização, estão gravados nas cartas, e que o essencial do Livro de Toth aí se encontra.
Aceito-o, mas gostaria de dados mais precisos, mais convincentes. Nos símbolos bastante vagos como as cartas, pode encontrar-se e efetivamente se encontra, não importa o quê. Até nova ordem, pois esta história do Livro de Toth resumido pelas cartas me parece legendária.
No século XVIII, qualquer charlatão que se preza diz possuir o Livro de Toth. Nenhum o reproduziu e muitos foram mortos nas fogueiras da Inquisição por isto, até 1825; em 1825, com efeito, a Inquisição queimava ainda na Espanha.
No século XIX, como no XX, não faltaram charlatães que pretenderam, igualmente, possuir o papiro ou o Livro de Toth (que acabou intervindo no célebre romance de Gaston Leroux, “A poltrona mal-assombrada”).
Mas ninguém ousaria publicá-lo, pois os acidentes acontecidos a esses possuidores foram numerosos.
Se existe, como creio e como este livro tenta prová-lo, uma associação internacional de Homens de Preto, ela deve ser contemporânea de mais antiga no Egito, e exercer suas atividades desde então. Encontram-se referências sobre esse assunto em autores sérios como C. Daly King, que fez alusão a grupos contemporâneos possuidores e utilizadores dos segredos do Livro de Toth. C. Daly King pretendeu que Orage e Gurdjieff fazem parte de tais grupos. Não conheci Orage, mas conheci Gurdjieff que era um farsante.
Nesse ponto, em particular, a boa fé de C. Daly King pôde ser enganada. Escreveu, entretanto, que não se pode chegar à consciência superior, segundo o método egípcio, somente pelo trabalho pessoal e, segundo ele, efetuar uma tentativa dessa natureza sem estar dirigido é extremamente perigoso. Isto pode ter as conseqüências mais graves, principalmente causar ferimentos.
Sempre, segundo ele, “somente uma organização de pessoas qualificadas e eficientes pode ensinar essa técnica, é somente no interior de uma tal organização que a disciplina apropriada pode ser aplicada. Eu advirto o leitor de maneira a mais séria para não tentar sozinho tais experiências. Entretanto, essa técnica constitui um meio prático para ativar a consciência humana.”
Se uma tal organização existe, ela deve, necessariamente, possuir o Livro de Toth ou que o que resta dele. E se os egípcios aplicaram ao papiro as mesmas técnicas de conservação das múmias, não será absurdo pensar que um papiro tenha podido subsistir até o século XIX, quando então poderia ser fotografado. A menos que a organização em questão tenha conhecido a fotografia bem antes do século XIX, o que não é possível.
Thurloe, o cunhado de Cromwell e chefe de sua polícia secreta, parece ter empregado em sua câmara escura uma técnica análoga à fotografia.
Pode-se decifrar esse texto? Voltamos à querela dos egiptólogos. Sax Rohmer escreveu a propósito dos egiptólogos oficiais: “Se puséssemos todos eles a ferver e se fosse destilado o líquido assim obtido, não se extrairia nem um micrograma de imaginação”. Isto parece verdadeiro. Parece que houve, por volta de 1920, arqueólogos não-oficiais capazes, realmente, de traduzir hieróglifos. Schwaller de Lubicz teria recebido ensinamentos de tais especialistas. Se bem que, a priori, não se possa rejeitar a existência de um pequeno grupo, tão esperto em 1971 d.C. quanto o fora em 1971 a.C., que possuiria alguns elementos da ciência secreta.
Eis, segundo C. Daly King, um exemplo dessa ciência secreta: “No Egito, existiam verdadeiras escolas e a Grande Escola, a que ensinava nas pirâmides, era realmente séria. Sua especialidade era o conhecimento objetivo, real, do universo real. E uma das possibilidades dada aos estudantes era a de, com o auxílio de um curso cuidadosamente estudado, utilizar as funções naturais mais insuspeitáveis de seu próprio corpo, para transformá-los, de seres sub-humanos que somos, em seres verdadeiros.
A Grande Escola chegara a uma ciência que não possuímos: era a ciência da óptica psicológica. Tal ciência permitia estudar espelhos que não refletiam senão o que era mau num rosto que lhe era apresentado. Um tal espelho se chamava ankh-em-maat, espelho da verdade. O candidato admitido na Grande Escola não via mais nada no espelho pois tinha-se purificado até a eliminação de tudo o que era mau nele. Um tal candidato chamava-se Senhor do Espelho Puro.”
Tudo isto mostra um saber avançado. Mas é compreensível que alguns pensem que a humanidade não está pronta a receber estes conhecimentos, e que uma organização de Homens de Preto faça tudo para impedir a publicação do Livro de Toth.
Até hoje parece que ela o conseguiu plenamente.
Como não sei o que esse livro contém, é-me difícil emitir uma opinião, receia-se que existam segredos realmente muito perigosos para serem conhecidos, e o da “óptica psicológica” me parece, realmente, fazer parte deles. Mas existem também supersticiosos e fanáticos.
Desses supersticiosos, e entre parênteses, assinalemos que foi feita uma estatística exata da duração média da vida de todos aqueles que participaram da abertura do túmulo de Tout Ankh Amon; em média, suas vidas foram mais longas que a de seus contemporâneos. Não admitamos sem verificação todas as histórias de túmulo maldito e de maldição do faraó. Mas o túmulo de Tout Ankh Amon foi inteiramente aberto.
De outro lado, um certo papiro egípcio que anuncia “o conhecimento de todos os segredos do céu e da terra”, não descreve mais que a resolução de equações de primeiro grau… É possível que os adversários do Livro de Toth dramatizem por demais a situação.
É possível, igualmente, que eles tenham razão.
O que é certo é que, se existisse uma tradução do Livro de Toth, com provas e fotografia do texto original, qualquer editor hesitaria, sem dúvida, antes de publicá-lo. Mesmo eu.
por Jacques Bergier
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