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“Se alguém deseja me seguir na Ciência das coisas das quais escrevo, que sigam os vôos de minha alma e não os de minha caneta.”
— Jacob Boehme
Este texto, surgiu tal como este mundo, do acaso. É por isto mesmo, a resposta cósmica de dúvidas eventuais. Não quero lançar a certeza, mas a dúvida.
Tal qual os homens, os deuses dos vencidos, dos conquistados, dos escravizados, são agora demônios pois a história, só conhece os vencedores.
No debate em questão é apresentado que Belzebu era o “Senhor da África”… Espantoso, mas até certo ponto, previsível desta rasa associação. Como gosto de entender o maquinário do pensamento do outro, trago este ensaio para que tentemos entender —Ou não— o porquê de Belzebuth ser o Senhor da África.
Belzebu originou-se da deturpação de duas deidades médio-arábicas – mitologias filistéia e Cananéia – Baal + zebub, e literalmente era conhecido como “O senhor das coisas que voam”.
Entendido isto podemos destrinchar ainda mais o porquê foi conhecido como “O senhor das moscas”, fly em inglês significa tanto voar quanto mosca, é claro que seria mais interessante para os fascinados em demonologia associar esta entidade a moscas e coisas podres do que a pássaros.
70% dos demônios cristão foram de deuses cujo os povos foram vencidos, conquistados ou escravizados.
Isto é importante deixar registrado.
Analisado isto, podemos começar a ver a ligação Belzebu – África. Na África, muitos sacrifícios são feitos ao ar livre, e deixa-se o àse por dias até quando se faz a limpeza, ou realiza-se o ‘Ose’; O clima tropical ajuda a proliferação de moscas. Por análise e consequência , em mais uma tentativa rabiscada de conquistar, associa-se uma deidade que vem do oriente médio, que na verdade não é uma mas duas, a um continente que do seu nome, não se conhece nem o ofício.
De onde vêm as 72 criaturas infernais então? Não há na Bíblia menção a esses 72 demônios. O que haveria na verdade seria os 72 nomes pelo qual YHWH ou Javé era conhecido, por simbiose, a mesma proporção de luz, deveria ter um inverso, uma dualidade, criou-se então 72 espíritos infernais, alguns autênticos, outros cópia.
Ainda que em desabono, não podemos negar a eficiência de sistemas mágicos cujo o veículo é a demonologia, são pouco mais de 2000 anos dessa egrégora alimentada por temores de quase 1 bilhão de pessoas em dados atuais de cristãos espalhados pelo mundo.
Só devemos ter zeloso cuidado, O astaroth que n’alguns círculos se conhece Astoreth não é mais há 2000 anos a deusa astarte, já são deidades e energias distintas cultuadas e formatadas em abismo abissal de diferença.
Por isto mesmo, quero encerrar-me sem mais delongas que, embora sedutor, esta prática ou exercício deve ser levada com extrema seriedade e principalmente racionalidade, sistemas mágicos que tiveram influência de métodos kabalisticos tal qual a goecia/teurgia são deveras complexos e erros podem levar com sorte, a morte. —Digo com sorte pois há destinos piores.
In lumine lumem,
Lucas Salgado
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