Os Quatro Anjos da Prostituição

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Por Asenath Mason.

Estes trabalhos foram desenvolvidos para o Open Project em abril de 2016.

Nota do tradutor: Os rituais podem ser praticados e adaptados por qualquer pessoa, independentemente de gênero.

Esta série de trabalhos está centrada em Lilith, Naamah, Agrat bat Mahlat e Eisheth Zenunim – deusas-demônios da prostituição sagrada – sua gnose sexual e seu papel iniciático no caminho das Qliphoth. O objetivo deles é apresentar ao praticante o arquétipo do Feminino das Trevas como ele é revelado através da gnose de Lilith e suas irmãs demoníacas e mostrar como a sexualidade sagrada pode ser usada de forma prática no caminho do Lado Noturno. Os trabalhos envolvem o uso de sangue e fluidos sexuais, portanto, não são adequados para o público menor de 18 anos.

Os Quatro Anjos da Prostituição é um título atribuído na tradição cabalística a Lilith, Naamah, Agrat bat Mahlat e Eisheth Zenunim. Elas são descritas como súcubos, entidades demoníacas que incitam sonhos eróticos e roubam sêmen de homens adormecidos com o propósito de criar demônios e espíritos malignos. Todas elas também são consideradas parceiras de Samael, o Príncipe das Trevas e o governante do Qliphoth – o Reino das Conchas. Elas residem na fronteira do sonho e da vigília, no portal entre o mundo físico da manifestação e o plano astral, onde introduzem o viajante do Lado Noturno nos mistérios de sua gnose sexual, e é através dessa interpretação que elas são abordadas neste trabalho.

Todas as quatro deusas, no entanto, têm muitas máscaras e manifestações que podem ser trabalhadas e, de uma perspectiva mais ampla, seus ensinamentos abrangem muito mais do que apenas gnose sexual. A própria Lilith não é meramente uma súcubo, mas a poderosa Rainha das Qliphoth governando todas as Conchas do Sitra Ahra, e suas máscaras e encarnações são incontáveis, desde a Serpente no Jardim do Éden até a personificação da própria morte. Portanto, seria errado supor que conhecendo uma dessas máscaras já a conhecemos como uma deusa. Sua gnose é complexa, e neste projeto trabalharemos apenas com uma de suas muitas manifestações. As outras três deusas descritas como “anjos da prostituição” também têm outras máscaras e podem ser encontradas em toda a Árvore das Trevas (por exemplo, Eisheth Zenunim é encontrada tanto no reino de Gamaliel quanto em Satariel), mas sua natureza é menos complexa e elas são muitas vezes vistos como formas de Lilith, ao invés de seres em seu próprio direito. Nestes trabalhos, vamos abordá-las tanto como “máscaras de Lilith”, que é vista como a forma-deus vinculante de todo o projeto (personificação da Deusa das Trevas), e forças iniciáticas separadas, cada uma delas representando um aspecto diferente da gnose sexual. Pelo termo “Deusa das Trevas” nos referiremos aqui à corrente feminina das Qliphoth que no trabalho do Templo é encarnada por Lilith, que governa toda a Árvore das Trevas junto com Samael/Lúcifer, ambos atuando como as principais forças iniciáticas no Caminho do Dragão.

Dentro do paradigma “anjos da prostituição”, todas as quatro deusas são vistas como irmãs e manifestações da Deusa das Trevas. Todo o reino das Qliphoth neste sentido constitui o corpo da Deusa das Trevas, com Lilith/Malkuth sendo sua vulva, Gamaliel seu útero, e o túnel de Thantifaxath a passagem entre eles. Lá encontramos os Quatro Anjos. Naamah saúda o viajante no portal das Qliphoth, abrindo a passagem para o jardim astral de Gamaliel e iniciando o caminho da sexualidade sagrada. Agrat nos conduz pelo túnel de Thantifaxath até o corpo da Deusa das Trevas. Ela é chamada de Dançarina do Telhado, pois reside na fronteira dos mundos – físico e astral, dormindo e acordado, consciente e inconsciente – ajudando o viajante a passar pelo portal e entrar no Sitra Ahra. Eisheth Zenunim completa a passagem, deixando o viajante beber o sangue da Deusa das Trevas, “o vinho do Sabá”, de seu cálice profano, que envenena os sentidos mundanos e abre a consciência para a experiência do Outro Lado. Finalmente, Lilith é vista neste paradigma como a personificação da Deusa das Trevas e a força que preside todo o processo. Todas essas iniciações ocorrem através da gnose sexual, pois o sexo é a maneira mais natural de abordar a corrente do Feminino das Trevas.

O sexo é vida e morte, criação e destruição. No momento do orgasmo todos os processos conscientes são suspensos e experimentamos uma sensação de vazio, que é um portal através do qual podemos viajar para outros mundos e dimensões e através do qual deuses e espíritos descem de planos superiores para comungar conosco. Este é o portal de Naamah e a passagem para o Sitra Ahra. É também assim que trabalharemos aqui – usando o orgasmo como veículo de transcendência e a energia sexual como força de criação e transformação interior. Este trabalho será combinado com o direcionamento da Força Serpente/Kundalini interior para um objetivo pessoal que fica à escolha de cada praticante. Recomenda-se usar o sistema de 7 chakras (Muladhara, Svadisthana, Manipura, Anahata, Visuddha, Ajna, Sahasrara) neste trabalho. É bom que você já esteja familiarizado com este sistema, mas se não estiver, você encontrará facilmente todas as informações necessárias online. A energia sexual concentra-se principalmente nos chakras inferiores e, em nosso sistema, são eles: o chakra da raiz, o chakra sexual e o plexo solar. Empurrada através do limiar que separa Manipura de Anahata, essa energia torna-se sublimada e direcionada para objetivos mais elevados, ativando e despertando os chakras associados às faculdades psíquicas e espirituais. Aqui também trabalharemos com os três chakras inferiores, eventualmente empurrando a energia para o Terceiro Olho, que no Caminho do Dragão representa o centro da consciência desperta. Para tanto, utilizaremos o simbolismo qliphótico e as energias dos Quatro Anjos da Prostituição. Instruções detalhadas para este trabalho são fornecidas em descrições de trabalhos particulares, que juntos constituem uma operação mágica maior.

ANTES DOS TRABALHOS

Recomenda-se realizar os trabalhos em seis dias seguidos, a qualquer hora da tarde/noite. Prepare seu espaço/sala/templo ritual da maneira que achar adequado para este trabalho. Em seu altar você deve colocar as ferramentas que serão usadas nos trabalhos, mas você também pode colocar estátuas, imagens e/ou outros objetos representando Lilith e suas três irmãs.

Para o funcionamento, você precisará dos seguintes itens:

Os quatro sigilos das deusas (Eles devem ser impressos ou desenhados em papel ou outro material de sua escolha. Recomenda-se desenhá-los em preto sobre fundo vermelho ou em vermelho sobre preto. Faça-os grandes o suficiente para olhar confortavelmente, sem forçar os olhos.)

Quatro velas vermelhas (uma vela grande para Lilith e três pequenas para suas irmãs – você também pode escrever ou esculpir seus nomes nas velas.)

Incenso forte e aromático (Sangue de Dragão, Ópio, Sândalo, etc.)

Cálice cheio do Sacramento (De preferência, este deve ser vinho tinto representando o sangue lunar da Deusa das Trevas, mas se você não puder beber álcool, sinta-se à vontade para substituí-lo por outra bebida de cor vermelha e de sabor rico.)

Uma ferramenta para tirar sangue (Pode ser um punhal, faca, navalha, lanceta, etc., e basta tirar algumas gotas apenas, não são necessárias quantidades maiores. O sangue do praticante é um componente vital deste trabalho, pois abre portais internos dentro de sua consciência e serve como um ato simbólico de auto-sacrifício, deixando espaço para iniciação e transformação.
Declaração de Vontade pessoal que será utilizada como ponto focal do projeto. Pense em algo que você deseja e gostaria de manifestar em sua vida sob a influência das energias invocadas. Isso pode ser algo de valor iniciático ou um desejo relacionado à sua realidade mundana, não necessariamente ligado à sua vida íntima. Em seguida, pegue um pedaço de papel e descreva seu desejo – seja curto e direto ao ponto. Você pode ser tão criativo quanto quiser neste assunto, por exemplo, você pode escrever sua intenção, fazer um sigilo com as letras, desenhar uma imagem que reflita seu desejo e assim por diante. Você pode escrevê-lo com sangue ou tinta vermelha, assiná-lo com seu nome mágico, escrever como uma petição mencionando os nomes das deusas, etc. É bom que você tenha alguma experiência na criação de sigilos (esses procedimentos podem ser facilmente encontrados online), mas isso não é necessário e você pode simplesmente seguir sua intuição. Há muitas possibilidades aqui, e você deve torná-la tão pessoal e significativa quanto possível. Quando sua declaração de Vontade/desejo estiver pronta, coloque-a no altar, cercada pelos sigilos das quatro deusas, com Lilith acima dela e os outros três sigilos nas laterais e abaixo. Ao longo dos dias específicos da operação, você fortalecerá seu desejo, alimentando-o com seu sangue e fluidos sexuais e, assim, plantando a semente de sua Vontade no útero da Deusa das Trevas. No último dia você cortará os laços que o ligam ao mundo físico, deixando-o crescer dentro do útero astral até que esteja pronto para tomar forma e se manifestar em sua vida.

ENTRANDO NO CAMINHO DA SEXUALIDADE SAGRADA

Todo sexo é mágico, e para a maioria das pessoas é apenas uma faísca que acende e depois morre, dissipada na realidade ordinária da vida cotidiana e dos relacionamentos. Para os magos, o sexo pode ser uma forma de Magia Negra Menor em que podemos usar glamour (sedução, fascínio), artimanhas e “spin (influência)” para manipular as pessoas ou se divertir, ou pode ser verdadeiramente transformador. Sexo para magos é generativo. Ele eleva a consciência e pode até mesmo em teoria criar um ser mágico. Também pode ser perigoso, transgressor e verdadeiramente qliphóthico. Esses trabalhos são projetados para evocar tanto a vertente generativa/criativa da magia sexual quanto a vertente transgressora/destrutiva. Ambas são poderosas. Ambas podem levar a uma alegria profunda e a uma gnose surpreendente. A magia sexual envolve fluidos sexuais, tanto liberando-os quanto retendo-os à Vontade. Se você não se sente confortável fazendo isso, talvez este trabalho não seja para você.

Os Quatro Anjos foram considerados anjos da prostituição porque vieram a Adão durante sua separação de 130 anos de Eva, fizeram sexo com ele e criaram seres mágicos como resultado. Foi considerado prostituição porque era “errado”. No entanto, sabemos que em algumas culturas antigas o trabalho sexual era santificado. O trabalho sexual pode curar e ensinar, e trocar prazer e deleite. Nesses trabalhos mágicos, consideraremos a sacralidade do sexo, particularmente no ritual.

Comece com um banho ritual, ducha ou lavagem completa. Manter uma atitude de trabalho durante todo o processo. Se puder, use óleos perfumados ou incenso. Cuide do seu corpo. Sem pressa. Vista-se de vermelho, seja de uma forma que você consideraria sexualmente provocante, ou com elegância sensual, independentemente do gênero. Você também pode trabalhar nu, com acessórios vermelhos. Escolha seus melhores acessórios. Isso não é frívolo. Novamente, independentemente de gênero ou orientação sexual, você está prestes a se tornar uma prostituta sagrada.

Monte seu altar como de costume, em um lugar que você associe ao sexo ou use como um espaço sagrado para seu trabalho mágico. Sua cama é uma possibilidade, mas você também pode escolher um lugar natural ou algum lugar especial no seu passado. Coloque todos os sigilos e itens rituais em um lugar de destaque. Inclua uma vela vermelha grande e três menores. A maior é para Lilith e as três menores são para Agrat, Eisheth e Naamah. Esculpir seus nomes nas velas.

Abra o templo com algumas palavras pessoais, como você normalmente faz em seu trabalho ritual. Unte todos os sigilos com seu sangue, colocando algumas gotas na declaração de sua intenção/desejo também. Respire fundo algumas vezes, limpe sua mente e sinta a atmosfera no templo.

Então invoque os Quatro Anjos da seguinte forma:

“Em nome do Dragão, e a serviço do meu Verdadeiro Eu

Eu saúdo os Quatro Anjos da Prostituição!

Vocês que se deitaram com Adão no espírito de verdadeira afeição e prazer,

Vocês que lhe deram à luz criaturas maravilhosas, nascidas para inspirar a Luxúria Sagrada nos humanos,

Vocês que foram as companheiras de Samael e seus filhos,

Vocês que nos ensinaram a caminhar em nossas próprias trevas e encontrar êxtase ali.

Eu as chamo por seus nomes antigos: Lilith, Agrat, Eisheth, Naamah.

Eu as chamo pelas máscaras que vocês usam, ambas belas e aterrorizantes: a Mãe dos Demônios, a Dançarina do Telhado, a Devoradora de Almas, Aquela que Rasteja sobre a Terra.

Peço as vossas ajudas neste meu Trabalho Sexual.

Enquanto eu me levanto para encontrá-las em luxúria, vocês se curvam para me cumprimentar em cumprimento.”

Masturbe-se enquanto se concentra na declaração de sua Vontade/desejo. Tente retardar o orgasmo levando-se várias vezes ao ponto do orgasmo e, em seguida, parando brevemente, a cada vez elevando sua energia, desde o chakra da raiz até o Terceiro Olho. Isso tornará o orgasmo mais intenso. No momento do orgasmo, concentre-se em seu Terceiro Olho. Após o orgasmo, unte o pedaço de papel com seu desejo e os sigilos das deusas com os fluidos resultantes. Para os homens, você pode ejacular diretamente sobre eles, e para as mulheres, você pode usar sua varinha ou athame para tirar os fluidos da vagina.

Sente-se em uma posição confortável e tome a declaração de sua Vontade/desejo em suas mãos. Deixe sua mente lhe mostrar visões associadas ao prazer que você deu a si mesmo em nome dos Quatro Anjos. Quando elas desaparecerem, concentre-se suavemente no chakra sexual, que fica cerca de cinco centímetros abaixo do umbigo. Veja-o brilhar em laranja. Sinta-o pulsar ou ficar quente. Permita que seu sorriso interior apareça do lado de fora.

Agradeça aos Anjos com suas próprias palavras e encerre o trabalho do dia.

INVOCAÇÃO DE LILITH

O sigilo de Lilith.

Prepare seu templo/espaço ritual. O altar deve conter todos os itens que você usou no dia anterior, assim como o cálice cheio de vinho tinto. Fique de pé ou sente-se em uma posição confortável e pegue o sigilo de Lilith em sua mão ou coloque-o na sua frente. O sigilo foi projetado especificamente para este projeto e representa o papel da deusa como a força de ligação de todo o trabalho. Inclui duas serpentes que tipificam Lilith e Samael como as formas divinas que presidem o Sitra Ahra, o Outro Lado. Sua forma lembra tanto um cálice, que simboliza a consciência do Iniciado no caminho das Qliphoth, quanto um coração, referindo-se à gnose sexual da Deusa das Trevas. Ela abrange a entrada para o caminho (a vulva como o portal de Naamah), a passagem/subida (o reino de Agrat) e o sacramento/comunhão (o graal de Eisheth Zenunim). O olho no centro do sigilo é simbólico do Olho do Dragão, o centro da consciência e consciência desperta.

Unte o sigilo com seu sangue e concentre toda sua atenção na imagem. Visualize-o brilhando e pulsando com a energia vermelho-sangue de Lilith. Ao mesmo tempo, sinta a presença das outras participantes ao seu redor. Olhe para o sigilo até que você possa memorizar sua forma. Em seguida, feche os olhos e visualize-o dentro de sua mente interior. Pense no seu desejo que deseja manifestar através deste trabalho e peça orientação e assistência a Lilith. Por exemplo, você pode dizer: “Lilith, mostre-me o que preciso fazer para tornar meu desejo manifesto”. Mas evite declarações como: “Lilith, conceda-me a realização do meu desejo.” Lilith oferece orientação e inspiração, mas ela não é um espírito inferior que pode ser chamado para cumprir suas ordens. Sinta seu corpo sendo carregado com a energia fluindo através do sigilo, vibrando e preenchendo você com a essência sensual de sua corrente. Ao mesmo tempo, sinta como a atmosfera em seu espaço ritual se torna mais espessa. Quando você se sentir pronto para realizar o ritual, comece a seguinte invocação:

“Primeira mãe, eu desperto você de seu sono

Lilith rainha dos malditos

Da terra fria surge

Ó grande sedutora, eu estabeleci o caminho para sua chegada

Venha

De seus lábios eu bebo o néctar da morte e da transformação

Neste dia não sou mais eu

Deixe sua corrente fortalecer meu espírito

Venha Lilith entrar neste templo de além do véu

Os portais de Malkuth estão abertos

Deixe-me possuí-la assim como você me possui

Minha rainha das trevas, nossas almas queimarão em êxtase

Junto com Naamah, Eisheth e Agrat

Eu renasço das cinzas de outrora, nascido de novo

Renich viasa avage lilith lirach!”

Depois de terminar as palavras de invocação, visualize a deusa se manifestando em seu templo enquanto ela passa pelos portões do Lado Noturno. Ela tem longos cabelos ruivos e usa um vestido de seda vermelho. Em suas mãos ela está segurando um cálice, e há duas cobras enroladas em seus braços, seu veneno pingando no cálice. Imagine o cálice exatamente igual ao que você tem em seu altar. Visualize que o líquido nele é seu sangue lunar misturado com o veneno das serpentes – o elixir que envenenará sua percepção mundana e fortalecerá seus sentidos astrais, abrindo-o para a experiência do Sitra Ahra. Então beba o Sacramento e sinta como ele inflama todo o seu corpo com a essência ardente de sua corrente. Sente-se ou deite-se, feche os olhos, abra-se para as mensagens que a deusa pode ter para você e deixe-a falar com você através de sua mente interior. Os praticantes do sexo masculino podem visualizar sua união com a deusa como um ato de fazer amor. As praticantes do sexo feminino neste momento podem se imaginar como a deusa – com seu cabelo flamejante, vestido vermelho e assim por diante. Sinta-se à vontade para imaginar o que parece natural – você pode ser tão criativo quanto quiser. Você também pode fortalecer esse trabalho entrando em transe sexual, como fez no dia anterior, e oferecer seus fluidos à deusa ungindo seu sigilo e/ou sua vela – ouça sua intuição e faça o que parece certo.

Se você não experimentar nenhuma manifestação tangível ou visões concretas, simplesmente anote todos os pensamentos, emoções ou reflexões que você possa ter durante ou após o trabalho – Lilith pode não entregar suas mensagens diretamente, mas ela falará com você através de símbolos, alegorias , sentimentos intuitivos, sonhos, etc., então preste atenção em tudo o que acontece também após o ritual. Anote seus sonhos, preste atenção às coisas que você vê ao seu redor e esteja atento à presença dela em seu espaço pessoal, pois ela estará presente durante toda a operação.

INVOCAÇÃO DE NAAMAH – ABRINDO O PORTAL

O sigilo de Naamah.

Deste dia em diante, através das invocações de Naamah, Agrat e Eisheth Zenunim, você se concentrará em sua intenção pessoal, usando suas energias sexuais para fortalecer seu desejo. Mais uma vez, prepare seu templo/espaço ritual para o trabalho. Coloque todos os itens no altar. Desta vez o cálice deve estar vazio – neste e nos dois dias seguintes você o encherá com sua intenção misturada com sua essência vital – fluidos sexuais e/ou sangue.

Comece este trabalho como você fez no dia anterior. Fique de pé ou sente-se em uma posição confortável e coloque o sigilo de Naamah na sua frente. O sigilo representa o portão de Naamah como o ponto de entrada para o Sitra Ahra, a Árvore das Trevas. É a vulva da Deusa das Trevas, que nos ritos de magia draconiana é vista como uma caverna ou buraco dentro da terra, rocha, árvore, lago, etc. Este ponto de entrada existe na encruzilhada dos mundos, onde o mundano e o o físico se encontra e se entrelaça na fronteira do sonho e da vigília. No sigilo este conceito é representado por três luas crescentes, também tipificando a natureza lunar do caminho atrás do portal de Naamah.

Novamente, unte o sigilo com seu sangue, sinta a presença das outras participantes ao seu redor e concentre toda a sua atenção na imagem. Veja-o brilhar e pulsar com a energia vermelho-sangue da Deusa das Trevas. Contemple-o até que você possa memorizar sua forma e, em seguida, feche os olhos e visualize dentro de sua mente interior. Pense no desejo que deseja manifestar através deste projeto e peça orientação e assistência a Naamah em seu trabalho. Sinta a presença dela em seu templo e sinta como seu corpo vibra, carregado com a energia que flui através do sigilo. Quando você se sentir pronto para realizar o ritual, comece a seguinte invocação:

“De além da concha de Nehemoth

Naamah, rainha do desejo, eu te invoco

Entre neste templo nesta noite

Tome meu corpo como oferenda

Em troca me dê a vida

Deixe-me renascer nas águas da condenação

Desperte sua gnose proibida dentro de mim

Acenda minha luxúria, minhas paixões e meus desejos

Deixe-me provar do seu fruto pecaminoso

Oh senhora de vermelho, prostituta da besta, eu te abraço

Inicia-me em teus caminhos, ensina-me tudo o que eu deveria saber Vamos nos tornar um nesta noite

Abra seus portais para que eu possa entrar no Lado Noturno

Deixe sua presença encher este templo

Venha Naamah!

Ic zszszs lia ziatu naamah naamah ziatu!”

Depois de terminar as palavras de invocação, visualize-se no portal do Sitra Ahra, o portal de Naamah. Visualize-o como uma entrada em forma de vulva para uma caverna escura e veja a deusa de pé lá também, esperando para guiá-lo pelo portal. Visualize-a como uma mulher nua envolta em uma capa vermelha com capuz. Seu rosto está parcialmente coberto pelo capuz e você só pode ver seus lábios carmim. A entrada da caverna é cercada por crânios e ossos caídos no chão, e toda a paisagem ao seu redor é escura, sinistra e hostil. A caverna, no entanto, é quente e convidativa, cheia de incenso aromático e cheiro metálico de sangue, iluminada por uma fraca luz vermelha. Siga a deusa para dentro da caverna, mas não se aventure ainda mais. Comungue com Naamah aqui, no limiar do Sitra Ahra. Novamente, você pode visualizar essa comunhão como união sexual, ou pode visualizar a si mesmo como a deusa. Ao mesmo tempo, entre no transe sexual, levando-se lentamente ao ponto do orgasmo. Respire profundamente e sinta a energia fluindo do seu chakra raiz até a cabeça, e de volta à base da coluna – de novo e de novo – continue isso pelo tempo que puder. Aproveite o prazer da experiência e deixe-se unir com a essência da deusa. No momento do orgasmo, prenda a respiração e concentre toda a sua energia no chakra raiz, que corresponde a Malkuth/Lilith, o reino de Naamah. Sinta a energia da deusa e tudo o que ela representa – tudo o que é material, enraizado neste mundo – prazeres da carne e prazeres do mundo. Em seguida, solte a respiração, mudando seu foco para o cálice vazio no altar. Preencha-o com sua energia vital e imagine que ao mesmo tempo você o está preenchendo com sua intenção/desejo. Você pode visualizar esta energia como faíscas de fogo, ou você pode realmente colocar alguns de seus fluidos sexuais e sangue no cálice, ou você pode fazer as duas coisas – isso depende de você. Novamente, sinta-se à vontade para seguir sua intuição neste assunto.

Você pode neste momento encerrar o trabalho ou permanecer por um tempo em meditação, refletindo sobre o que viu e experimentou através da união com a deusa. É muito provável que a presença dela permaneça em seu espaço pessoal após o ritual, então preste atenção em como isso afeta seus sonhos, emoções e interações com o ambiente. Anote tudo o que parece relevante para o trabalho, ou o que parece estranho, inesperado, extraordinário em sua vida – tudo isso pode ser manifestações da presença da deusa.

INVOCAÇÃO DE AGRAT BAT MAHLAT – A PASSAGEM

O sigilo de Agrat bat Mahlat.

Comece este ritual como o anterior. Mais uma vez, deixe o cálice no altar vazio – você o preencherá com sua intenção/desejo durante o trabalho. Fique de pé ou sente-se em uma posição confortável e coloque o sigilo de Agrat à sua frente. O sigilo representa a passagem pelo portal de Naamah para o útero da Deusa das Trevas em Gamaliel. O Iniciado deixa para trás o mundo material, que é simbolizado pelo crescente invertido, e sobe através do corpo da Deusa das Trevas até o plano astral. Esta ascensão é representada por duas serpentes dançantes, que tipificam a passagem entre os mundos, assim como a gnose sexual de Agrat, a Dançarina.

Unte o sigilo com seu sangue, sinta a presença das outras participantes ao seu redor e concentre toda a sua atenção na imagem. Novamente, veja-o brilhar e pulsar com a energia vermelho-sangue da Deusa das Trevas, a luz que ilumina o túnel de Thantifaxath. Contemple-o até que você possa memorizar sua forma e, em seguida, feche os olhos e visualize dentro de sua mente interior. Pense no seu desejo e peça orientação e assistência a Agrat neste trabalho. Sinta como seu corpo vibra, carregado com a energia que flui através do sigilo, e quando você sentir a presença da deusa no templo, comece a seguinte invocação:

“Sata sata nometa icura icura tala eta

Eu invoco sua presença, Agrat Bat Mahlat

Senhora das ilusões, venha

Deixe nossas almas se abraçarem na dança da eternidade

Leve-me como seu consorte

Revele-me os segredos de suas artes das trevas

Abra bem a esfera de Thantifaxath

Deixe que as energias me devorem, me destruam e me transformem

Mãe de Asmodeus, desperte meu súcubo/íncubo interior

Inicia-me em sua gnose

Conduza-me ao seu templo profano

Seduza-me Agrat e deixe-me navegar nas ondas do seu êxtase

Nós nos tornaremos a união perfeita dentro das trevas

Koncha tolsa demura!”

Depois de terminar as palavras de invocação, visualize-se na caverna, como no dia anterior, mas desta vez vá mais longe. A caverna se estende em um corredor que leva profundamente ao corpo da Deusa das Trevas, e o próprio corredor também é sua carne viva. Enquanto o portal de Naamah é a vulva da Deusa das Trevas, o túnel de Thantifaxath representa a passagem para seu útero. Ele é iluminado por uma luz vermelho-sangue que brilha de longe, do final do corredor, e é quente e vivo, como carne viva. Há também o cheiro de fluidos sexuais femininos no ar, misturado com o cheiro de seu sangue menstrual que escorre das paredes do túnel. Nesta luz vermelho-sangue, Agrat é vista apenas como a silhueta escura de uma jovem com longos cabelos lisos, dançando e se movendo de forma lenta e sensual, convidando você a seguir e participar de seus mistérios sexuais. Mais uma vez, visualize esta comunhão como desejar – faça amor com a deusa, fundir-se com ela, tornar-se um com sua essência. Ao mesmo tempo, leve-se lentamente ao ponto do orgasmo. No momento do orgasmo, prenda novamente a respiração, mas desta vez concentre toda a sua energia no chakra sexual, que corresponde ao Thantifaxath, de onde você pode chegar ao plano astral. Não vá mais longe ainda, no entanto. Concentre-se por um tempo na energia da deusa e pense no que essa força representa – é a esfera das emoções, criatividade, imaginação, sexo como a força da criação. Em seguida, solte a respiração, mudando seu foco para o cálice vazio no altar. Como antes, encha-o com sua energia vital e imagine que ao mesmo tempo você o está preenchendo com sua intenção/desejo. Visualize essa energia como faíscas de fogo, ou coloque seus fluidos sexuais e sangue no cálice.

Proceda como sua intuição lhe diz. Em seguida, encerre o trabalho ou permaneça em meditação, refletindo sobre o que você viu e experimentou através de sua união com a deusa. Como no caso de Naamah, a energia dela provavelmente ficará com você, então preste atenção em como isso afeta seus sonhos e sua vida diária. Anote tudo o que parece importante e mantenha-o em seus registros.

INVOCAÇÃO DE EISHETH ZENUNIM – A COMUNHÃO

O sigilo de Eisheth Zenunim.

Execute este trabalho da mesma forma que as invocações de Naamah e Agrat. Prepare seu templo/espaço ritual e deixe o cálice no altar vazio. Fique de pé ou sente-se em uma posição confortável e coloque o sigilo de Eisheth Zenunim à sua frente. O sigilo representa as serpentes de Lilith e Samael entrelaçadas, formando o útero astral da Deusa das Trevas e o cálice profano de Eisheth do qual o Iniciado bebe o sangue da lua. Sua forma lembra um coração, tipificando o caráter sexual dessa gnose. A lua pingando sangue simboliza Gamaliel, o jardim astral governado pela prostituta.

Novamente, unte o sigilo com seu sangue, sinta a presença das outras participantes ao seu redor e concentre toda a sua atenção na imagem. Ao olhar para o sigilo, veja-o brilhar e pulsar com a luz vermelho-sangue de Gamaliel, e sinta a corrente sensual da deusa fluindo através dele. Quando você memorizar o sigilo, feche os olhos e visualize-o em sua mente interior. Pense em seu desejo e peça a Eisheth orientação e assistência neste trabalho. Sinta como seu corpo vibra, carregado com a energia da deusa, e quando você sentir a presença dela no templo, comece a seguinte invocação:

“Rainha do veneno negro, levante-se

Ajude-me a atravessar as águas sangrentas da criação

Envolva-me nas chamas de sua essência

Deixe-me domar e conquistar a serpente da sabedoria

Eu sou seu para devorar, inteiro e imóvel

Mate minha sede enquanto nos tornamos um

Eu permito que você se apodere de mim

Transforme-me como eu devo ser transformado

Possua-me com seu conhecimento eterno e proibido

Abra-me a porta de Gamaliel

Deixe a língua das serpentes revelar tudo o que é verdade,

Inicie-me dentro de sua corrente

Venha, devoradora de almas

Eu te invoco Eisheth Zenunim

Ó prostituta sagrada de Samael

Venha!

(Assobiando, silvando ou sussurrando estas palavras) Sala eta ist’u ist’u nometa”

Depois de terminar as palavras de invocação, visualize-se no útero da Deusa das Trevas. Você pode visualizá-lo como um templo com um altar no centro ou como a carne viva da deusa. Acima do templo há uma lua vermelho-sangue, a Lua de Gamaliel, pingando sangue em toda a cena. Este é o sangue lunar da Deusa das Trevas, cujo útero é fértil e pronto para receber a semente de sua intenção/desejo. Eisheth Zenunim/a Prostituta está esperando por você lá. Enquanto o corpo de Naamah estava coberto por uma capa e o de Agrat escondido dentro do jogo de luz e sombra, o corpo de Eisheth está nu, expondo totalmente sua sexualidade, pronto para a união sexual. Seu cabelo é feito de cobras vivas, que mordem seu amante durante o ato sexual, tornando toda a experiência uma comunhão agridoce de dor e prazer. Sinta-se à vontade para visualizar esta comunhão como desejar – faça amor com a deusa ou visualize-se como a Prostituta, fundindo-se com sua essência astral. No momento do orgasmo, prenda a respiração, desta vez focando toda a sua energia no chakra do plexo solar, que neste paradigma corresponde à comunhão de energias no plano astral. Sinta a energia da deusa e fortaleça sua intenção/desejo com a força da sua Vontade-poder, o poder de manifestação que é a essência do chakra. Em seguida, solte a respiração, mudando seu foco para o cálice vazio no altar e, como antes, preencha-o com sua energia vital e imagine que ao mesmo tempo você o está preenchendo com sua intenção/desejo. Novamente, visualize essa energia como faíscas de fogo, ou coloque seus fluidos sexuais e sangue no cálice.

Neste ponto você pode encerrar o trabalho ou permanecer em meditação, refletindo sobre o que viu e experimentou através de sua união com a deusa. Como no caso de Naamah e Agrat, a energia dela provavelmente afetará sua vida, influenciando suas emoções, sonhos, energia sexual e assim por diante. Preste atenção a tudo o que você pode observar durante e após o trabalho e anote tudo o que parece importante e relevante para o trabalho.

RITUAL DOS QUATRO ANJOS DA PROSTITUIÇÃO

Este ritual liga as energias de todas as quatro deusas em uma força que será usada para impulsionar sua intenção/desejo em direção à manifestação. Enquanto nos dias anteriores você o estava fortalecendo com sua força vital (física, energia da terra através do trabalho de Naamah; força vital criativa através do trabalho de Agrat; e a Vontade-poder através do rito de Eisheth), ao mesmo tempo abrindo os portais para o plano astral (o útero da Deusa das Trevas/Lilith), neste trabalho você plantará a semente de sua Vontade para que ela possa crescer para tomar forma e se manifestar.

Comece este trabalho como nos dias anteriores. Prepare seu templo/espaço ritual e todos os itens que você usou antes. Despeje o vinho tinto no cálice que desta vez servirá como Sacramento. Por um momento, concentre-se em sua intenção/desejo e visualize-o. Se você fez um sigilo ou desenho, imagine-o em sua mente interior. Se você anotou, veja as palavras brilhando com um brilho ardente. Você também pode simplesmente visualizar o efeito que deseja manifestar. De qualquer forma, veja e sinta-o imbuído de sua força vital, pronto para ser empurrado pelo portal de Naamah para o útero da Deusa das Trevas.

Ao mesmo tempo, sinta a presença das quatro deusas em seu templo. Se desejar, você pode visualizar Naamah, Agrat e Eisheth em pé ao seu redor, enquanto se visualiza como Lilith – a força vinculante de todo o trabalho. Receba-os em seu templo, dê-lhes a oferenda ungindo seus sigilos e/ou velas com seu sangue. Quando você se sentir pronto para realizar o ritual, comece a invocação e convide todas a entrar em sua consciência. Você pode fazê-lo de várias maneiras. Um opção é recitar as invocações dos dias anteriores – desta vez, todas juntas. Outra possibilidade é invocar as deusas com algumas palavras pessoais, de forma espontânea, sem preparação prévia. E, finalmente, você pode simplesmente escrever sua própria invocação para este trabalho.

Seja qual for o método que você escolher, depois de falar as palavras de invocação, beba o Sacramento, absorvendo toda a força que foi derramada nele nos dias anteriores do projeto, agora fortalecido pelas energias das quatro deusas. Em seguida, entre novamente no transe sexual. Desacelere e desfrute do prazer da comunhão com essas energias. Você pode visualizar essa comunhão como desejar – sinta-se à vontade para ser tão criativo e imaginativo quanto quiser. No momento do orgasmo, dirija a energia dos três chakras inferiores para o seu Terceiro Olho. Prenda a respiração e visualize sua intenção/desejo na tela negra do Vazio. Em seguida, solte a respiração, empurrando toda a energia levantada e reunida através de todo o projeto para o Vazio. Veja o sigilo/desenho/palavras representando sua intenção/desejo inflamado por esta energia, explodindo em milhões de partículas – elas serão plantadas no útero astral da Deusa das Trevas, onde crescerão para se manifestar em sua vida. Dependendo de sua intenção, essa manifestação pode acontecer imediatamente, em poucos dias, ou pode demorar mais, se as condições não forem adequadas no momento específico. Seja paciente e fique atento às mudanças em sua vida. Mantenha registros de suas observações e tudo o que acontece durante e após o projeto.

Ao final do ritual queime todos os sigilos usados no projeto, bem como a declaração de sua Vontade/desejo. Deixe as velas queimarem até o fim também. Agradeça às deusas por sua presença e assistência e, quando seu desejo se manifestar, realize um ritual especial de gratidão, encerrando assim toda a operação.

Os trabalhos foram preparados por Asenath Mason, com contribuições de Clio the Whore (“Entrando no Caminho da Sexualidade Sagrada”) e M. King (invocações nos dias seguintes).

Fonte: The Four Angels of Prostitution, by Asenath Mason.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.