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por Robson Belli
Você já parou pra pensar se os anjos, esses seres que nos fascinam há milênios, realmente têm livre arbítrio? Será que, como nós, eles também podem escolher seus caminhos? Ou será que toda essa ideia é um mito que estamos aceitando sem questionar? Prepare-se para uma revelação que pode mudar tudo o que você pensa sobre o livre arbítrio, e até sobre o papel dos anjos no universo! Vamos explorar juntos argumentos que derrubam a ideia de que esses seres celestiais podem decidir entre o bem e o mal. Spoiler: talvez eles não sejam tão livres assim quanto você imagina… Fica comigo até o final, porque o que eu vou te mostrar pode abalar as suas crenças!
Hoje vamos abordar um tema que gera muita curiosidade: os anjos têm ou não livre arbítrio? Vamos explorar essa questão em profundidade e refutar o argumento de que eles possuem livre arbítrio, com base em alguns pontos que a filosofia medieval, especialmente Tomás de Aquino, nos oferece.
O que é Livre Arbítrio?
Antes de mergulharmos nos argumentos, precisamos entender o que significa ter livre arbítrio. Livre arbítrio é a capacidade de escolher entre diferentes opções sem ser forçado a uma escolha específica. Imagine que você está diante de duas portas: uma leva a um lugar agradável e outra a um lugar perigoso. O livre arbítrio é essa capacidade de escolher, após refletir, qual porta você vai abrir.
Agora, vamos para os anjos. Eles conseguem “escolher” entre opções? Eles têm essa liberdade?
Argumentos Contra o Livre Arbítrio dos Anjos
A Inteligência Angélica Não Funciona Como a Nossa
O primeiro ponto importante é que a inteligência dos anjos é diferente da nossa. Nós, humanos, temos que pensar, raciocinar e ponderar entre opções. Precisamos de tempo para deliberar, para considerar o que é bom ou ruim em uma situação. Aristóteles, e depois Tomás de Aquino, afirmam que o ato de escolher envolve todo esse processo.
Mas os anjos são diferentes. Eles não precisam passar por esse processo deliberativo. Eles têm um conhecimento imediato, intuitivo, que não depende de avaliação racional como a nossa. Para eles, o conhecimento é dado diretamente, sem passar por ponderações. Se não há essa ponderação de alternativas, podemos nos perguntar: onde está o livre arbítrio se eles não escolhem entre opções? Sem a necessidade de deliberação, parece que não há espaço para o livre arbítrio.
O Conhecimento Perfeito dos Anjos
Outro argumento muito forte contra a ideia de que os anjos têm livre arbítrio é o fato de que eles possuem um conhecimento perfeito das coisas. Pense em como nós, humanos, muitas vezes nos deparamos com situações de dúvida, incerteza ou erro. É essa falta de certeza que muitas vezes nos obriga a escolher entre alternativas.
Os anjos, por outro lado, conhecem tudo de maneira perfeita. Eles sabem a verdade de forma imediata, sem erro, sem incerteza. Se eles já conhecem a verdade em sua totalidade, não há porque escolher entre várias opções, porque não há opções para eles – só existe uma única verdade a seguir. O livre arbítrio pressupõe a presença de pelo menos duas alternativas entre as quais se possa escolher. Se os anjos já conhecem o que é absolutamente correto, como poderiam estar diante de alternativas?
A Hierarquia dos Anjos
O último argumento importante está relacionado à natureza hierárquica dos anjos. Diferente dos humanos, que pertencem todos à mesma espécie, os anjos são cada um de uma espécie diferente. Essa diferenciação se dá pelo grau de perfeição: alguns anjos são mais perfeitos e, portanto, têm uma inteligência e vontade mais avançadas; outros, menos perfeitos.
A questão aqui é que o livre arbítrio, como uma característica, não pode ser algo “graduado”. Ou seja, ou ele existe, ou ele não existe. Não faz sentido falar de um livre arbítrio “maior” ou “menor”. No caso dos anjos, suas diferenças de perfeição colocam em xeque a ideia de que todos teriam a mesma capacidade de escolha. Se suas vontades e inteligências variam em graus, isso nos leva a concluir que o livre arbítrio, tal como o entendemos, não se aplica a seres que variam tanto em perfeição.
Analisando esses argumentos
Há, no entanto, um argumento que defende a existência de livre arbítrio nos anjos. Ele se baseia na ideia de que os anjos, sendo seres mais perfeitos que os humanos, também seriam mais próximos de Deus, e, por isso, teriam livre arbítrio. Afinal, o livre arbítrio está relacionado à dignidade de ser pessoa e, sendo os anjos ainda mais dignos que os humanos, eles não poderiam ser privados dessa capacidade.
Esse argumento parece forte à primeira vista, mas, quando o analisamos de perto, ele apresenta falhas. O que ele ignora é que o livre arbítrio não está apenas relacionado à dignidade, mas também à capacidade de escolha entre alternativas, algo que os anjos não possuem pelas razões que já discutimos. Além disso, sua dignidade e perfeição não estão necessariamente ligadas à capacidade de escolha entre o bem e o mal. Em vez disso, os anjos, por sua perfeição, estão mais alinhados ao que é verdadeiro e bom de forma imediata, sem a necessidade de escolher entre diferentes opções. Logo, o argumento a favor do livre arbítrio acaba sendo frágil diante da natureza dos anjos.
Embora seja tentador pensar que os anjos têm livre arbítrio porque são seres mais perfeitos que nós, os argumentos filosóficos indicam que, na verdade, eles não o possuem. Sua inteligência imediata, seu conhecimento perfeito e a hierarquia em que se encontram apontam para uma natureza que não precisa escolher entre alternativas, o que nos leva a concluir que os anjos não têm livre arbítrio da forma que entendemos.
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