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Muitos textos sugerem que o dilúvio teria como função acabar com os Nefelin, entretanto, a presença de textos narrando a aparição de nefelins após esta data sugere que pelo menos alguns sobreviveram (ou ouve uma Segunda queda dos anjos após aquela data…)
O livro de Números fala da presença de Nefelins em Canãa – em época bem posterior ao dilúvio. No relato, depois de vagar 40 anos no deserto os Israelitas fizeram uma breve parada em Cades, o principal oásis do norte do Sinai, 75 km a sudoeste de Bersabéia. Então Moisés enviou um príncipe de cada tribo presente ao deserto de Farã para explorar a terra prometida: “Subi ao Negueb, e em seguida escalai a montanha. Vede como é a terra; como é o povo que a habita (…) Sede corajosos. Trazei produtos da terra.” (Números 13:17-20) Então eles subiram desde o deserto de Sin até Roob, a Entrada de Emat no extremo norte da terra prometida. Subiram pelo Negueb e chegaram a Hebrom, onde se achavam Aimã, Sesai e Tolmai, os enacim; e chegaram ao vale de Escol. Lá cortaram um ramo de videiras com um cacho de uvas que levaram sobre uma vara, transportada por dois homens; levaram também romãs e figos. (Números 13:21-24) Após 40 dias voltaram da exploração do lugar trazendo os produtos da terra e relatando o seguinte: “Fomos à terra à qual nos enviaste. Na verdade é terra onde mana leite e mel; eis os seus produtos. Contudo, o povo que a habita é poderoso; as cidades são fortificadas, muito grandes; também vimos ali os filhos de Enac. Os amalecitas ocupam a região do Negueb; os heteus, os amorreus e os jebuseus, a montanha; os caneneus, a orla marítima e ao longo do Jordão.” (Números 13:25-29) Então Caleb, príncipe da tribo de Judá, animou-se e disse ao povo reunido diante de Moisés: “Devemos marchar e conquistar essa terra: realmente podemos fazer isso.” Mas os outros príncipes que o haviam acompanhado se opuseram: “Não podemos marchar contra esse povo, visto que é mais forte do que nós (…) A terra que fomos explorar é terra que devora os seus habitantes. Todos aqueles que lá vimos são homens de grande estatura. Lá também vimos Nefelins -os filhos de Enac são descendência de Nefilim -. Tínhamos a impressão de sermos gafanhotos diante deles e assim também lhes parecíamos.” (Números 13:31-33) Mas os príncipes Josué e Caleb reanimaram a comunidade: “Não tenhais medo do povo daquela terra, pois os devoraremos como um bocado de pão. A sua sombra protetora lhes foi retirada, ao passo que Iahweh está conosco” (Números 14:9)
No Deuteronômio 2:11, os gigantes enacim – descendentes dos nefilim – também são chamados de rafaim, um termo mais geral para os habitantes de Canãa, citados em Números:
«Cruzamos o território de nossos irmãos, os filhos de Esaú que habitam em Seir (Édom), e passamos pelo caminho da Arabá, de Elat e de Asiongaber. Depois viramo-nos, tomando o caminho do deserto de Moab. Disse-me então Iahweh: “Não ataques Moab e não o provoques à luta, pois nada te darei da sua região. Eu dei Ar como propriedade aos filhos de Ló. – Outrora os emim aí habitavam; eram considerados como rafaim, assim como os enacim; os moabitas, porém, chamam-nos de emim. Em Seir habitavam outrora os horreus; os filhos de Esaú, porém, os desalojados e exterminaram, habitação no seu lugar, assim como Israel fez para se apossar da terra que Iahweh lhe dera. – E agora, levantai acampamento e atravessai o ribeiro de Zared!”» (Deuteronômio 2:8-13)
Mais adiante, a narração continua: «Ouve, ó Israel: hoje estás atravessando o Jordão para ires conquistar nações mais numerosas e poderosas do que tu, cidades grandes e fortificadas até o céu. Os enacim são um povo grande e de alta estatura. Tu os conheces, pois ouviste dizer: “Quem poderia resistir aos filhos de Enac?” Portanto, saberás hoje que Iahweh teu Deus vai atravessar à tua frente, como um fogo devorador; é ele quem os exterminará e é ele quem os submeterá a ti. Tu, então, os desalojarás e, rapidamente, os farás perecer (…) é por causa da perversidade dessas nações que Iahweh irá expulsa-las da tua frente (…) e também para cumprir a palavra que ele jurou a teus pais, Abraão, Isaac e Jacó.» (Deuteronômio 9:1-5)
Dois dos mais conhecidos entre os rafaim são o rei Og, de Basã, e o gigante Golias, descrito como descendente de Rafá em Gate (2 Samuel 21,19ss). Segundo o Deuteronômio, o imenso leito de ferro de Og ainda podia ser visto em Rabá: «Pois somente Og, rei de Basã, sobreviverá dos remanescentes dos rafaim; seu leito é o leito de ferro que está em Rabá dos filhos de Amon: tem nove côvados de comprimento e quatro côvados de largura, em côvado comum.» (Deuteronômio 3:11) Note que os gigantescos habitantes nativos de Édom-Seir, Amon e Gaza também são totalmente aniquilados em geral por Iahweh (ver Deuteronômio 20:2-3):
«Mas eu destruíra diante deles o amorreu,
cuja altura era como a altura dos cedros,
e que era forte como os carvalhos!
Destruí seu fruto por cima,
E suas raízes por baixo!» (Amós 2-3)
Os nefilin, portanto, parecem ter sido uma raça de heróis que viveu antes do Dilúvio e também em Canãa, quando os israelitas ainda não haviam conquistado a Terra Prometida. Por esse tempo, os nefilim acabam, como o nome sugere, como “os mortos”. Diz-se que os refaim e enacim foram exterminados por Josué (Josué 11:21-22), Moisés (Josué 12,4-6) e Caleb (Josué 15:14; Juizes 1:20), embora restassem alguns desgarrados, que seriam mortos por Davi e seus homens (2 Samuel 21, 18-22; 1 Crônicas 20:4-8). Josué 11,22 nos diz que: “Nenhum dos enacim sobreviveu na terra de Israel, somente em Gaza, em Gate e em Asdode alguns sobreviveram”.
Segundo Ronal S. Hendel, «a função dos nefilim-rafaim-enacim, (…) é constante em todas essas tradições. Eles existem para serem aniquilados: pelo Dilúvio, por Moisés, por Davi e outros. Na tradição israelita, os nefilim tem uma função: morrer.» Contudo, sempre acaba sobrando algum para ter filhos e continuar a histórias…
Por Shirley Massapust
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