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Sobre aqueles que moram do outro lado do véu

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Síntese do seminário à distância, elaborado e ministrado, em março de 2024, pelo mestre Rômulo Angélico.

Para além do plano físico mais denso com o qual a maioria das pessoas está habituada a lidar, existem outros níveis de consciência e existência – que com este plano tridimensional estão interligados.

São tais planos, conforme a terminologia oculta: o Plano Etérico – considerado, por muitos esoteristas, praticamente uma cópia do nível mais denso da matéria, porém, composto por partículas e agregados energéticos mais sutis; o Plano Astral (subdividido em Astral Inferior e Astral Superior) – correspondente às nossas emoções e desejos; o Plano Mental (organizado em Mental Concreto e Mental Abstrato, de acordo com os tipos de ideias que permeiam nossa psiquê); e o Plano Espiritual – esse sim, de fato, imaterial e muito difícil de ser minimamente compreendido devido à nossa limitada capacidade de análise

Em cada um desses planos, assim como envolvendo mais de um desses níveis, existem seres inteligentes com os quais podemos estabelecer contato; além de formas e agregados energéticos não raciocinantes, com os quais também podemos interagir. Contudo, algumas dessas formas e inteligências devem ser evitadas, uma vez que podem estar transmitindo algum tipo de peçonha emocional ou psíquica.

Ultrapassar a programação mental e cultural ordinária (a qual estamos, desde milhares de anos, submetidos) no que tange às questões relacionada à vida para além do corpo e da matéria grosseira, equivale, simbolicamente, a “levantar o véu dos mistérios”. Levantando uma ponta do Véu de Ísis conseguimos ter uma ideia consideravelmente positiva de algumas categorias de entidades e energias com as quais interagimos quase sempre de modo imperceptível e inconsciente.

Uma primeira categoria de entidades com as quais podemos lidar, seja através de tradições e ritos xamânicos, tribais ou cabalísticos, são os chamados ESPÍRITOS ELEMENTAIS. Habitam, tais entidades, o suplemento astral-psíquico (algo análogo à Quarta Dimensão dos parapsicólogos) que envolve a Natureza – estando intimamente ligados ao éter circundante de cada um dos quatro elementos que compõem a constituição planetária. São eles cabalisticamente chamados GNOMOS E DUENDES, os que vibram no elemento Terra; as ONDINAS presentes no elemento Água; as SALAMANDRAS no Fogo e os SILFOS no Ar. É importante reconhecer que em Tradições diferentes encontramos nomes distintos para cada uma dessas categorias de seres.

Oriundos dos Reinos da Mãe Natureza, encontramos, além dos entes dos quatro elementos, aqueles que Tradições como o Catimbó-Jurema chamam de ENCANTADOS. São, em linhas gerais, inteligências compostas de espíritos e corpos sutis cujas partículas, por vibrarem muito mais rapidamente que as partes que compõem os corpos dos homens e mulheres encarnados neste plano de três dimensões, muito dificilmente são perceptíveis à visão ordinária. Encantados são entidades não-humanas (seres de árvores e plantas, Guardiões de espécies animais, protetores da Floresta de modo geral), possuidoras de outros arranjos e configurações energéticos; assim como podem ser entes humanos que, ainda enquanto encarnados ou após o desencarne, ingressaram no que chamamos ENCANTO – um Plano Paralelo a este em que caminhamos e que nos envolve, considerado pelos juremeiros um Reino que recebe, como um de seus nomes, JUREMAL.

No que se refere às entidades e agregados energéticos de origem humana, que comumente vêm à existência após a morte, podemos citar: CADÁVERES e CASCÕES (ou CASCARÕES) ASTRAIS: assim como o corpo mais denso de um indivíduo, após a morte, apodrece sob o solo e tem sua estrutura desarranjada, diluída e realocada no Todo, ao longo do tempo; nos planos sutis, os corpos etérico, astral e mental, também se transformam até terem todas as suas partículas reordenadas à Natureza. Todavia, dependendo de como tenha sido a vida de um falecido neste mundo, seus corpos sutis podem levar um tempo maior ou menor na conclusão de seus processos de dissolução. De acordo com doutrinas da Alta Magia, indivíduos desapegados (livres de vícios físicos e morais), após a morte, têm esses corpos muito rapidamente dissolvidos – seus ESPÍRITOS, as Centelhas de Luz que é o que realmente são, rapidamente entram em liberdade e migram às outras etapas evolutivas; enquanto pessoas dependentes e moralmente decadentes levariam um tempo maior, aprisionadas, em seus corpos sutis densificados. Assim como o corpo físico, enterrado, apodrece; os restos mortais astrais e mentais também entram em putrefação, cada um em seu respectivo plano.

Chamamos CADÁVER ASTRAL aos restos dos corpos emocional e mental de um indivíduo – restos nos quais pode habitar um espírito (“egum sofredor”) ou podem estar “vazios”, sem qualquer Centelha Espiritual, compostos exclusivamente de restos de ideias e sensações outrora pertencentes ao desencarnado. CASCÃO ASTRAL é literalmente o resto do resto, uma forma praticamente inconsciente, em estado final de diluição. Espiritualistas devem estar atentos para o fato de que tanto uma quanto outra dessas formas podem ser momentaneamente reanimadas, energizadas – seja por uma corrente mediúnica, seja por um mago ou feiticeiro, por um parente desesperado ou ainda por uma entidade espiritual que tenha malícia e ciência suficiente para movimentar e dirigir o espectro.

Teosoficamente falando, chamamos LOBISOMEM a um tipo de ser humano muito raro atualmente. Alguém que, em sua vida, pratica o mal pelo mal e se compraz em realizar a maldade, quando dormindo (estando desdobrado) ou após sua morte, no Plano Astral assume uma forma grotesca que nos lembra uma criatura monstruosa ou bestial. Seus corpos sutis são densos o suficiente para fazê-lo perceptível a determinadas pessoas sensíveis – e essas pessoas sempre verá tal entidade como uma configuração medonha. Já o VAMPIRO tanto pode ser um ente encarnado quanto um desencarnado. Determinados indivíduos possuem uma configuração energética a tal ponte absorvente que sua simples presença em determinados ambientes pode deixar algumas pessoas muito cansadas – isso ocorre porque ele está, inconsciente ou conscientemente, absorvendo a Força Vital de pessoas vulneráveis. Ademais, certos Iniciados do passado, que se dedicaram às práticas de malefício mágico, cientes de que, após o desencarne, inevitavelmente viriam a sofrer a experiência que chamamos “segunda morte” (momento muito sofrível em que os corpos sutis, densificados, são finalmente consumidos), tentaram protelá-la por tempo indeterminado mediante artifícios ocultos. Alimentavam seus cadáveres astrais com a vitalidade de terceiros – ora servindo outros feiticeiros e deles recebendo o “alimento”; fosse assimilando, por si mesmos, a vitalidade de outras pessoas.

Dentro da categoria “vampiros” podemos citar uma outra ordem de seres, tradicionalmente chamados, no Ocidente, ÍNCUBOS e SÚCUBOS – não sendo, essas entidades, necessariamente entes humanos, mas criaturas que podemos considerar “demoníacas”. Esses seres são nutridos pela Força Vital humana de um modo muito singular: alimentam-se da Energia Sexual de homens e mulheres, para tanto costumando provocar sonhos de cunho erótico nos entes humanos. Aos masculinos, a Tradição chama “íncubo” e aos que se manifestam como mulheres, o termo utilizado é “súcubo” – havendo, como sabemos, vampiros sexuais híbridos que em um momento podem agir como entes femininos e em outro como entidades masculinas.

Este é, em linhas gerais, um resumo do estudo supracitado. Faço votos de que esta pesquisa lhes seja útil em vossas jornadas! Gratidão pelo apoio e até breve! Grande abraço! Que Deus e a Jurema Santa e Sagrada sigam nos abençoando imensamente!


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