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A cada uma das quatro raízes ou elementos em que os gregos haviam dividido a matéria correspondeu depois um espírito. Na obra de Paracelso, alquimista e médico suíço do século XVI, figuram quatro espíritos elementares: os gnomos da terra, as ninfas da água, as salamandras do fogo e os silfos ou sílfides do ar. Essas palavras são de origem grega. Littré procurou a etimologia de “silfo” nas línguas célticas, mas é totalmente inverossímil que Paracelso conhecesse ou sequer suspeitasse da existência dessas línguas.
Agora ninguém crê nas silfos; mas a locução “figura de sílfide” continua sendo aplicada às mulheres esbeltas, como elogio trivial. Os silfos ocupam um lugar intermediário entre os seres materiais e os imateriais. A poesia romântica e o balé nas os desdenharam.
Fonte: O Livros dos Seres Imaginários – Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero
Quando os sábios dizem que a quarta classe de Elementais, os Silfos, vivem no Elemento Ar, pretendem fazer significar não o ar atmosférico terreno, físico, mas o invisível, intangível, meio ambiente etérico, substância, porém, muito mais sutil [que a atmosfera feita de oxigênio, hidrogênio, gás carbônico, hélio etc.]. Em seu último discurso, Sócrates, tal como foi preservado por Platão em Phædo, comenta sobre os Elementais:
Embora a crença mais difundida seja a de que os silfos vivem entre as nuvens e nas correntes de ar, seu verdadeiro lar é o topo das montanhas. Em suas notas editoriais, na obra Occult Sciences de Salverte, Anthony Todd Thomson escreve:
As fadas são, evidentemente, de origem escandinava ainda que a palavra fairy seja, supostamente derivada ou modificada do persa peri, um ser imaginário, benevolente, cuja ocupação é guardar os Homens dos malefícios dos espíritos maus; é provável, também, que o termo se refira ao gótico Fagur, como o termo Elfo, de Alfa, denominação geral para toda uma tribo ou categorial de Elementais.
Se esta última origem da palavra Fada-Fairy é admitida, é possível datar o início da crença popular britânica em fadas no período da conquista alemã [saxã/saxões]. Fairies era o diminutivo para se referir a seres aéreos, belos, cheios de vida e benéficos em seu intercurso com os mortais, habitando uma região chamada Fairy Land [Terra das Fadas]. Aparecem na terra [no mundo visível ao homem] periodicamente, quando deixam sinais de sua visita em magníficos anéis verdes no orvalho fresco sobre a grama pisada em suas danças nas noites de luar.
E sobre a terra além dos animais e dos Homens… outros há [elementais] habitando o ar e o mar; outros, ainda, em ilhas que flutuam no ar, próximos ao continente; em uma palavra, o ar é usado por eles como a água é usada por nós e o ether é, para eles, o que o ar é para nós [Paracelso discute estes pontos]. Os ares de suas estações [climáticas] é de tal modo especial que tais seres não adoecem e vivem muito mais do que nós.
Têm visão, audição, olfato e outros sentidos muito apurados, reproduzem-se e seu ambiente e de grande perfeição; o ar é mais puro que a água e o ether é mais puro que o ar. Também possuem templos e lugares sagrados nos quais os deuses realmente habitam, e suas vozes [dos deuses] podem ser ouvidas, pois respondem e aqueles Seres [Elementais] estão conscientes dos deuses e têm conversas com eles; eles [os Elementais] vêem o sol, a lua e as estrelas como elas realmente são…
Segundo os antigos, o trabalho dos silfos é modelar os cristais de gelo, formar os flocos de neve, reunir as nuvens. Nestas tarefas, são auxiliados pelas Ondinas, que complementam os compostos. Os ventos são considerados pelos antigos como os próprios Espíritos do Ar em ação. Os silfos são os Elementais mais elevados porque seu elemento nativo é o que possui a mais elevada freqüência de vibração. Vivem centenas de anos, até mil anos, e jamais desenvolvem sinais de velhice. O rei dos silfos chama-se Paralda; ele mora na mais alta montanha da Terra. As fêmeas dos Silfos são denominadas Sílfides [sylphids].
Acredita-se que Silfos, Salamandras e Ninfas têm íntima relação com os antigos oráculos; que eram deles as vozes muitas vezes vindas do céu ou das profundezas da terra. Eventualmente, os Silfos assumem forma humana, porém, por breves períodos de tempo. O tamanho varia mas, na maioria dos casos, os Espíritos do Ar não são maiores que um ser humano; freqüentemente, são menores.
Ha relatos de que os Silfos já aceitaram seres humanos em suas comunidades permitindo que vivessem ali por tempo considerável; Paracelso escreve sobre um incidente como este mas, naturalmente, isso não pode ocorrer com um ser humano em seu corpo físico.
Para alguns, as Musas Gregas poderiam ser Silfos, que se aproximam da mente durante o sono de poetas e artistas, inspirando-os com o seu profundo conhecimento das belezas e prodígios da Natureza. Os Silfos são regentes do Leste. Seu temperamento é alegre, volúvel e excêntrico. As qualidades peculiares aos homens de gênio são, supostamente, resultado da cooperação dos Silfos. No organismo humano, agem sobre os gases e o sistema nervoso, onde sua instabilidade pode se tornar um traço predominante. Eles não têm morada fixa, vagueiam de lugar em lugar, elementais nômades, invisíveis mas sempre presentes na atividade inteligente do Universo.
Manly P. Hall, 1928. Trad. adapt. & pesquisa: Ligia Cabús do Nascimento
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