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Um fenômeno que tem sido constantemente identificado com o vampirismo por pesquisadores do oculto é o dos chamados “relâmpagos globulares”. Entretanto, como vocês podem ver, esse fenômeno tem muito pouco de vampírico – com única exceção de alguns relatos que pretendem que o duplo etéreo de um vampiro psíquico se transforma numa bola de luz quando vai atacar uma vítima à noite. Encontramos um bom exemplo disso na obra de Dion Fortune “Autodefesa Psíquica” :
“Em minha opinião, o verdadeiro vampirismo só pode ocorrer quando há força bastante para se projetar o duplo etéreo. Todos os relatos de vampirismo que possuímos referem-se a algo muito mais tangível do que uma obsessão. Na Europa ocidental as ocorrências parecem ser relativamente raras nos tempos modernos, mas na Europa oriental e nos países primitivos ela é ainda muito comum, e inúmeros casos bem autenticados figuram nos livros de viagem. O comandante Gould, em sua interessantíssima obra, Oddities, apresenta um relato de vampirismo entre os Berbelangas das ilhas Filipinas. Seu relato baseia-se num trabalho impresso no Journal of the Asiatic Society, vol. LXV, 1896. Essas pessoas desagradáveis, de acordo com o Sr. Skertchley, o autor do artigo que o comandante Gould cita, “são necrófagas e precisam ocasionalmente comer carne humana, pois, se não o fizerem morrerão. (…) Quando sentem necessidade de uma refeição de carne humana, elas vão ao pasto e, tendo cuidadosamente escondido seus corpos, seguram a respiração e caem em transe. Seus corpos astrais assim se libertam. (…) Eles voam e, penetrando numa casa, alojam-se no corpo de um dos moradores e lhes devoram as entranhas.”
“Pode-se ouvir os Berberlangs chegar, pois eles fazem um ruído de lamentos, que é forte à distância e morre num frágil gemido quando eles se aproximam. Quando estão próximos, o som de suas asas pode ser ouvido, e as luzes cintilantes de seus olhos podem ser vistas dançando como vaga-lumes na escuridão.”
O Sr. Skertchley declara que ele próprio viu e ouviu um bando de Berberlangs passar e que, ao visitar no dia seguinte a casa em que os vira entrando, encontrou o morador morto sem nenhum sinal de violência externa. Comparamos o relato do Sr. Skertchley sobre os Berberlangs que jazem no grande pasto e se lançam em transe com o relato do Sr. Muldoon sobre The Projection of the Astral Body, que deveria ser familiar a todo estudante de ocultismo, pois é indubitavelmente um clássico da literatura oculta, constituindo um relato prático das experiências ocultas com detalhadas instruções para a sua repetição.”
Outro pesquisador que tem relacionado esses fenômenos ao vampirismo é Gordon Melton. Os seguintes trechos foram retidados do Livro dos Vampiros, de sua autoria:
ASEMA: Entre os seres do folclore da América do Sul está o Asema, do Surinami. O asema era muito parecido com o loogaroo do Haiti e o sukuyan de Trinidad – todos derivados da “bruxa/vampira” da África ocidental. O asema tomava a forma de um velho ou velha que levava uma vida comunitária normal durante o dia, mas uma existência secreta bem diferente após o escurecer. À noite, tinha a habilidade de se transformar (…) e fazia isso removendo sua pele e se transformando numa bola de luz azul. Nessa forma, dizia-se que o asema voava pelas redondezas, entrava nas casas das vilas e sugava o sangue de suas vítimas. Se gostasse do sangue continuaria a sugar até que a pessoa morresse. Também como no caso do loogaroo, alho era a melhor proteção contra o asema. Ervas poderiam ser ingeridas para deixar o sangue azedo a fim de que o asema não o sugasse, uma prática adotada tanto no Haiti como na África. Proteção adicional era assegurada espalhando-se arroz ou sementes de gergelin na porta. As sementes deveriam ser misturadas com as garras de uma coruja. O asema precisava apanhar as sementes antes de entrar, mas as sementes caíam continuamente por causa das garras. Se continuasse nessa tarefa até o amanhecer a luz do sol o mataria. Os que eram suspeitos de ser um asema eram colocados em observação. Sua identidade podia ser determinada observando-os retirar sua pele. A pele era então tratada com sal e pimenta para que encolhesse e o asema, assim, não pudesse mais entrar nela.
LOOGAROO: O loogaroo era uma entidade do folclore do Haiti e outras ilhas do Caribe, incluindo Granada. A palavra loogaroo é uma corruptela da palavra francesa loup-garou (lobisomem). O loogaroo surgiu quando os escravos da África ocidental se apropriaram da demonologia francesa e a misturaram com a “vampirologia” africana. O loogaroo era bem parecido com o obayifo dos ashanti e o asiman de Dahomey.
Os loogaroos eram pessoas, geralmente mulheres idosas, que tinham feito um pacto com o Demônio. Em recompensa por certos poderes mágicos, concordavam em dar ao Demônio sangue morno todas as noites. Para levar a cabo essa tarefa, removiam suas peles, que eram escondidas na chamada árvore Jumbie, a árvore do algodão de seda. Em seguida, na forma de uma incandescente bola de luz, vagavam pelas terras em busca de sangue. Em sua forma espiritual podiam entrar em qualquer habitação. As pessoas das quais tirava, sangue despertavam numa condição de fadiga. Embora os loogaroos pudessem entrar em qualquer casa, alguma proteção era possível espalhando-se arroz ou areia na frente das portas. O loogaroo, presumia-se, tinha de parar e contar cada grão antes de continuar em seu caminho.
SUKUYAN: O sukuyan era uma entidade vampírica encontrada na ilha caribenha de Trinidad. Parecia-se com o loogaroo do Haiti, e em Trinidad os termos sukuyan e loogaroo eram muitas vezes usados intercaladamente. Parecia-se também com o asema do Surinami e provavelmente originou-se do aziman, o vampiro dos povos Fo de Dahomey, na África ocidental. Melville Herskovits registrou a história de um homem em Trinidad que foi informado que sua ex-mulher era uma sukuyan. A falecida tinha tomado não apenas o sangue do marido, mas estava visitando as casas dos visinhos. Foi encontrada certa noite drogando seu chá. Uma noite ele fingiu estar bebendo chá e:
… he went to bed, feigning to sleep. Then he heard her call
‘Kin, ‘Kin, you no know me?
‘Kin, ‘Kin you no hear what your mistress say?
‘Kin, ‘Kin, come off, come off!
Ela tirou sua pele e colocou-a atrás de uma grande tina de água. Pulou duas vezes e saiu pelo telhado. Enquanto o homem a observava, pensou com seus botões: “Minha mulher, o que fará ela?”. O céu parecia estar pegando fogo e a sala estava muito clara. Salgou o interior da pele por completo e depois colocou-a atrás da tina onde ela a tinha deixado. Quando ela voltou antes do amanhecer, tentou entrar de volta na pele, mas não conseguiu porque o sal a queimava.
‘Kin, go on.
‘Kin, ‘Kin, you no know me?
‘Kin, ‘Kin you no hear what your mistress say?
Isso foi repetido três vezes e cada linha falada três vezes. ”Skin squinch, he draw, can’t go on, he burning he.” Então a mulher tirou a pele envolveu-se em um cobertor e deitou-se sobre a cama.
O marido denunciou-a às autoridades e ela foi detida e identificada como uma sukuyan. Foi julgada, condenada à morte, executada em banho de piche e queimada.
O sukuyan era visto como um membro da comunidade que vivia durante o dia como uma pessoa normal, mas tirava sua pele à noite e, como uma bola de luz, viajava pelas redondezas à procura de sangue. As pessoas podiam se proteger de um ataque de várias maneiras. Podiam marcar suas portas e janelas com cruzes. Uma tesoura e um espelho afixados na porta da casa, do lado de dentro, também ofereciam proteção. Uma vassoura colocada de cabeça para baixo atrás da porta deixava a sukuyan sem forças para fazer seu trabalho. Se fosse pega, geralmente passava por uma transformação em um entre vários animais, e sem sua pele não poderia reassumir sua forma humana.
O relâmpago globular no folclore mundial
Em diversas culturas, tentaram explicar o fenômeno das bolas de fogo criando mitos e lendas. No Brasil temos o Boitatá que – apesar de assumir formas diferentes – originalmente tinha a aparência de uma bola de fogo. De norte a sul, do nordeste à região central, o Boitatá é um dos primeiros mitos registrados no Brasil. Como exemplo, lemos numa carta do padre José de Anchieta: “existem fantasmas que vivem junto ao mar e aos rios, chamam-se BEATATA (coisa de fogo), vê-se apenas um facho de luz correndo e matando os índios como os Curupiras, não sei o que possa ser)” Couto de Magalhães escreveu que o Boitatá também protege a caça e é “cobra de fogo”. O Boitatá é o fogo fátuo no Brasil, idêntico “aos que aparecem na França e Alemanha”, parece-se com “Jack with a lanterna” da Inglaterra, as “alminhas” de Portugal, e o “farol” dos Andes.
Muitas pessoas no Brasil afirmam queo Boitatá é uma uma alma penada, pagando seus pecados. É encontrado no Texas, Estados Unidos, com a denominação de “Will o the wisp”.
Daí já da para perceber a semelhança com o Loogaroo do Haiti, que de Loup-garou/Werewolf/Lobisomem só tem o nome.
Bolas de Fogo, e ufologia
Relatos autênticos de “ataques” de bolas de luz foram documentados pela FAB. Uma “bola de fogo” foi inclusive responsável pela queda de um avião militar.
Em revistas “fortianas” e de ufologia se encontram relatórios similares vindos de toda parte do mundo, entretanto – apesar de não conseguirem explicar o fenômeno – muitos ufólogos acreditam que não sejam naves espaciais pelo tamanho reduzido de boa parte dessas esferas. É fato que essas bolas algumas vezes acertaram pessoas provocando ferimentos graves ou mesmo a morte. Existem des de gravuras do século 18 até depoimentos de testemunhos desta década de pessoas que tiveram contato com as tais bolas.
Há uma teoria (que não chega a ser uma explicação científica definitiva, porque ainda está em fase de testes) que diz que essas esferas são feitas de plasma (a mesma matéria de que são feitas estrelas como o Sol) e podem ser geradas por uma explosão violenta, etc.
Uma foto rara:
Bola de fogo cruzando o zoológico de Blasse em 1907.
Bastões de fogo e pessoas desaparecidas no Brasil
O pesquisador e filósofo Cícero Buark recolheu diversas história contadas por caiçaras e turistas a respeito das aparições em Ilhabela – pequena ilha do litoral norte de São Paulo. Alguns desses relatos e lendas consistiam em avistamento de bolas ou bastões de fogo. Ele descreveu num artigo um fato que pode investigar pessoalmente:
“Objetos luminosos costumam também ser vistos cortando os céus sobre a mata. A queda de um objeto incandescente, com uma intensidade de luz muito forte, e parecendo-se com um meteorito, foi vista em Ilhabela, por um sem número de pessoas. Conversando com moradores da Ilhota de Búzios, estes comentaram que realmente haviam presenciado a queda de uma “grande luz” atrás da ilha, a qual permaneceu por longo tempo em combustão. Realizando uma expedição marítima pelas proximidades do local, com o auxílio de binóculos conseguimos constatar que realmente ali havia fogo, mas estranhamente estava crepitando sobre pedras, não havendo material combustível na área. Como existe um tipo de pedra inflamável na ilha, pode ser que o fogo tenha se propagado nesse tipo de pedra.”
Além deste, Cícero Buark recolheu outros relatos semelhantes. Vejamos alguns:
Em outubro de 1955, próximo à ilha das Cabras, quando o dr. Achilles Grecco e mais três amigos avistaram um “objeto” voando a pequena altura: Uma massa escura, que emitia raios luminosos a intervalos. Em certo momento, o objeto incandesceu e começou a girar em torno de si mesmo, após o que, em movimentos rápidos, submergiu, causando grande espanto. O dr. Grecco fala na “incrível maneira como o objeto desapareceu no mar, sem provocar ruídos, espumas ou chamas”
Numa noite de verão de 1976, durante cerca de 3 minutos, um objeto “em forma de disco, com uma calda semelhante à de um cometa”, permaneceu parado sobre o casal Maria Beatriz e seu marido Antonio Maciel, fato que despertou a atenção de quase 20 pessoas, no trapiche da Paria do Barreiro. Em seguida, a aparição dirigiu-se para as montanhas, deixando atrás de si um rastro luminoso, fato que assustou os pescadores. Estes, por sua vez, narraram no dia seguinte que, tomados de pânico pela intensidade da luz que o objeto refletia, abandonaram seus barcos e redes, retornando às pressas para suas casas.
Um outro fato que reconhemos diz respeito ao ocorrido com Manuel Felipe, morador há mais de 40 anos no local, e que, em uma noite escura, ao se aproximar de uma cachoeira, surpreendeu-se com a aparição de algo em forma de bastão de fogo, com 2 metros de altura. Com a aproximação do pescador, o objeto deslocou-se, iluminando toda a área com sua luz azulada. Manuel Felipe, estonteado caiu adormecido; quando acordou, o local já estava de novo calmo e solitário.
Alguma coisa “em forma de olho” é vista constantemente emergindo das águas cristalinas das cachoeiras, conforme depoimentos que pudemos colher junto a moradores. Emitindo uma luz azulada e clareando uma área em torno, quando alguém se aproxima para pega-lo desloca-se misteriosamente, deixando atrás de si uma cauda de luz.
Mapa da Baía de Castelhanos, em Ilhabela, onde ocorreram
a maioria dos fenômenos pesquisados por Cícero Buark
Sabe-se que já ocorreram mais de 100 naufrágios de pequenas e grandes embarcações ao largo de Ilhabela e alguns atribuem isso às bolas de fogo, assim como diversos casos de pessoas desaparecidas (estranhamente de cada 3 pessoas desaparecidas uma não deixa qualquer vestígio).
Relâmpagos Globulares
Se a boa observação fosse suficiente, de há muito os cientistas haveriam solucionado o problema do relâmpago globular. Existem inúmeros relatos de testemunhas oculares do fenômeno, desde muitos séculos. Segundo aqueles que já o viram, o relâmpago globular (ou relâmpago de bola) é um espetáculo apavorante. A bola luminosa aparece de repente, avança para a pessoa emitindo um forte ruído, pode às vezes queima-la, danificar objetos, e não raro desaparece após violenta explosão. Diana de Poitiers (amante de Henrique II, da França), por exemplo, teria sido queimada por uma chama que correu em volta de seu quarto, em sua noite de núpcias em 1557. Em 1596, segundo um relato, algo alarmante aconteceu enquanto o Dr. Rogers pregava seu primeiro sermão na Catedral de Wells:
“Em seu sermão, de acordo, de acordo com um texto que escolhera, e não tendo feito oração, ele começou a discutir os espíritos e suas propriedades; momentos depois, pela janela oeste da igreja entrou uma coisa escura e desproporcional, do tamanho de uma bola de futebol, que seguiu pela parede do lado do púlpito; e, de repente, ela como que se partiu, mas com não menos estrondo e terror do que cem canhões houvessem sido disparados ao mesmo tempo; e com isto caiu uma tempestade extremamente violenta, com relâmpagos e trovões, como se a igreja estivesse cheia de fogo.”
Muito impressionante, sem dúvida, mas a despeito de todas essas histórias os cientistas que posteriormente se ocuparam do fenômeno continuaram a encara-lo como um enigma: ninguém conseguia decidir-se sobre se o relâmpago globular existia ou não. É bem verdade que não houve nenhum problema antes que a “era científica” trouxesse novas descobertas sobre a natureza da eletricidade: as pessoas contentavam-se em admitir que o relâmpago em forma de bola, como o trovão ou a chuva torrencial, era apenas mais uma manifestação do universo imprevisível e não poucas vezes hostil. Já no século XIX, porém, os que estudavam a eletricidade não conseguiam conciliar seus conhecimentos com a idéia de que algo como um relâmpago pudesse existir em forma de bola, completas em si mesma. Nos laboratórios de pesquisas, eram geralmente tratadas com desdém notícias como esta, de 1892: ”… a família estava na casa, com as portas e janelas abertas, quando ma bola luminosa pareceu saltar do fio, passou pela porta aberta e uma janela, e seguiu seu curso por algumas varas através do espaço aberto por trás da casa. Um menino que estava na sala agarrou o polegar gritando: “Estou ferido”, e o Sr. Hewett sentiu, durante algum tempo, uma sensação no braço esquerdo. Uma menina pegou seu xale e saíu correndo da casa para perseguir a bola. Disse que a persegiu durante certa distância, enquanto ela se afastava saltitando, até que pareceu dissipar-se no ar sem nenhuma explosão…”
Em tempos mais recentes muitos cientistas chegaram a admitir que, afinal de contas, os relâmpagos em forma de bola talvez existam. Isto se deve, de um lado, ao desenvolvimento dos conhecimentos de meteorologia e de física do plasma, permitindo criar um quadro dentro do qual se pode examinar e principiar a compreender o problema, e, de outro lado, ao fato de que não tem diminuído o número de relatos de testemunhas oculares.
Houve, por exemplo, uma extraordinária manifestação do fenômeno na pequena estação balneária escocesa de Crail, em agosto de 1966. Na tarde em questão, a Sra. Elizabeth Radcliffe voltava para casa, andando por um caminho de concreto perto da praia.
“Ergui os olhos e vi o que julguei ser uma espécie de luz e, quase no mesmo instante, ela se transformou numa bola, de tamanho mais ou menos entre uma bola de tênis e uma bola de futebol. Cruzou o caminho e mudou ligeiramente de cor, ficando como a do chão. Depois, passou sobre a grama e ficou esverdeada e, logo, com grande rapidez, desapareceu na direção do café, onde explodiu” Dentro do café, encontrava-se a Sra. Evelyn Murdoch, que cozinhava na ocasião para os fregueses. Conta ela:
“O café estava cheio e tudo estava normal. De súbito, houve um tumulto medonho: sons horríveis de coisas estalando, aumentado o tempo todo. Olhei pela janela da cozinha e vi pessoas correndo da praia, gritando, berrando, e o barulho ficou mais forte. Repentinamente, um estalo violento. Pareceu que abalava toda a casa, e toda o cozinha se iluminou com uma luz ofuscante. Nunca vi uma coisa dessas em toda minha vida…
Os fregueses correram para a rua, e um homem com uma perna de pau, que ocupava geralmente uma mesa junto ao balcão, correu junto com o resto. Nunca vi gente fugindo com tanta rapidez em toda minha vida.”
Mais tarde, a Sra. Murdoch descobriu que a grossa coifa de ferro fundido que ficava em cima do grande fogão do café se partira de um lado a outro. A filha dela, Sra. Jean Meldrum, encontrava-se em visita ao café quando a bola de fogo caiu. Deixara seu bebê no carrinho do lado de fora e, logo que o estranho barulho aumentou, correu para ir buscá-lo. Este o momento em que viu a bola de fogo:
“Era de um alaranjado luminoso no centro e branco puro em toda a volta, e rolou pela parede do café. Foi até a janela e, quando me levantei para ver o que era aquilo, a coisa saiu pela janela, bateu no meu peito e simplesmente desapareceu.”
Num estacionamento próximo de trailers, a Sra. Kitty Cox saíra para passear com seus dois cães. Diz ela:
“De repente, houve aquele ensurdecedor estampido de trovão e, então, diretamente à nossa frente, ouvi gritos e vi crianças correndo e depois aquela bola sibilante apareceu diante de mim, arrastando o que parecia uma fita de cobre, de alguns centímetros. Meus cães entraram em pânico e eu fiquei olhando, enquanto ela passava com grande rapidez, sibilando e zumbindo, e se encaminhou para o mar.”
Da América vem a extraordinária história de Clara Greenlee e seu marido, que viram uma bola de fogo vermelho-alaranjada atravessar a parede do quintal concretado de sua casa em Crystal River, Flórida. Do tamanho de uma bola de basquetebol, ela rolou pelo chão; a Sra. Greenlee bateu nela com o mata-mosca, que por acaso tinha na mão. A bola explodiu com o som de tiro de espingarda. “isso deve Ter matado a mosca”, disse a Sra. Riggs, vizinha de Clara Greenlee.
No Camerum, África, em 1960, a Sra Joyce Casey dirigia-se para a cozinha, certa noite, quando “uma coisa parecida com um farol de carro” correu pelo corredor em sua direção. Aproximou-se dela, virou, entrou no banheiro e desapareceu pelo vaso.
Um dos mais detalhados registros feitos por um cientista é o do Professor R. C. Jennison, dos Laboratórios de Eletrônica da Universidade de Kent, que presenciou um aparecimento em circunstâncias inusitadas e alarmantes. Foi em março de 1963. Conforme escreveu ele na revista Nature, encontrava-se a bordo de um avião da Eastern Airlines, num vôo entre Nova York e Washington, sentado em uma das poltronas da frente, quando a aeronave se viu colhida por uma violenta tempestade elétrica. O avião “foi envolvido por uma súbita, ofuscante e atroadora descarga elétrica” e, alguns segundos depois, uma esfera incandescente, de uns vinte centímetros de diâmetro, emergiu da cabine do piloto e veio descendo pelo corredor, aproximadamente a meio metro de minha poltrona, mantendo a mesma altura e o mesmo curso dentro do campo de observação”.
Um aspecto desse aparecimento lança dúvida sobre uma teoria largamente aceita, a de que o relâmpago globular seria apenas uma ilusão de óptica, uma “imagem residual” ou persistente deixada na retina pelo relâmpago comum. Isso porque o Professor Jennison informou também que a bola foi vista por outra pessoa além dele, uma “apavorada aeromoça que estava sentada, com o cinto apertado, no lado oposto e mais para a parte traseira do avião. Ela viu a esfera continuar pelo corredor, até desaparecer finalmente na direção do toalete.”
Os relâmpagos globulares também já foram fotografados, embora alguns cientistas desconfiam desse elemento como prova documental, acreditando que é fácil confundir um fenômeno luminoso com outro. Mas houve alguém que não só conseguiu instantâneos (imagens fixas), como ainda um filme de 16 mm do que pode Ter sido perfeitamente um relâmpago globular. Trata-se do Professor James Tuck, nascido na Inglaterra e hoje naturalizado norte-americano. Ao longo de uma brilhante carreira científica, trabalhou como conselheiro-chefe para assuntos científicos de Lorde Cherwell, colega de gabinete de Sir Winston Churchill, e mais tarde se incorporou ao Projeto Manhattan, em Los Álamos, que produziu a bomba atômica. Tuck ainda reside em Los Álamos e foi lá que ele passou a estudar em laboratório o relâmpago globular, algo que muitos pesquisadores antes dele haviam tentado em vão.
Ouvira ele dizer que o relâmpago globular aparecia de vez em quando em submarinos como resultado de manipulação incorreta da aparelhagem e, às vezes, queimava as pernas dos tripulantes inábeis. Foram frustradas suas tentativas de estudar o fenômeno a bordo de submarinos, mas descobriu que, ali mesmo em Los Álamos, havia uma bateria de submarino de dois milhões de dólares, instalada para outro programa de pesquisas, mas naquele momento ociosa. Obteve permissão para trabalhar com ela e assim principiou uma série de experimentos “clandestinos”, com Tuck e seus colegas trabalhando no projeto durante a hora do almoço ou fora do expediente normal.
Embora produzissem descargas elétricas muito fortes com a bateria, nem ele nem seus colegas conseguiram gerar coisa alguma parecida com um relâmpago globular. Passando-se os meses, viram-se pressionados para pôr fim aos testes, a fim de que o edifício onde trabalhava com a bateria pudesse ser desocupado e demolido, abrindo espaço para outro programa de pesquisa. De repente, não houve mais tempo. Do lado de fora, os bulldozers já esperavam para iniciar a demolição. Os cientistas haviam experimentado quase tudo em que podiam pensar, sem sucesso. Numa final e desesperada tentativa de atingir seu objetivo, resolveram adicionar alguma coisa à atmosfera em torno do comutador. Confeccionaram então uma pequena caixa de celofane em torno do comutador e a encheram de metano em baixa concentração. Achavam que a quantidade de gás, por bastante pequena, não era inflamável – mas apesar disso, tiveram sorte porque estavam agachados atrás de sacos de areia quando o comutador foi acionado. Subiu uma grande labareda e ouviu-se um formidável estrondo. Mais tarde, todos eles se lembravam de como o telhado do edifício voou pelos ares.
Assim findou a experiência, mas só depois que mandaram revelar o filme, tirado por duas câmaras colocadas em ângulos diferentes, é que descobriram o que havia acontecido. Em perto de cem imagens aparecia uma bola de luz de cerca de 10 cm de diâmetro. O Professor Tuck tem certeza de que não se trata de defeito do filme ou de falha no processo de revelação. Mas também não afirma nada, salvo que pode ser algum fenômeno relacionado com o relâmpago globular.
No momento, ele tenta classificar as características do fenômeno e já isolou vários fatores potencialmente importantes. Entre eles, que ele geralmente ocorre após um relâmpago comum; a bola tem, em média, 15 cm de raio; apresenta em geral uma coloração de amarelo para vermelho; não é excessivamente quente e costuma produzir um som sibilante.
Com base nessas características, talvez venha a surgir uma teoria aceitável para a maioria dos cientistas. Tuck inclina-se para uma reação química como origem do fenômeno, mas o fato é que a literatura científica transborda de outras teorias, desde “”meteoritos de antimatéria” a variações do tema da ilusão de óptica. Atualmente, a despeito do fato de se conhecer um número crescente de características, com base em relatos de testemunhas dignas de crédito, quase nada se sabe sobre o relâmpago globular, embora os homens de ciência agora se sintam mais confiantes de que um dia poderão explicá-lo. Ainda no campo científico, o pesquisador Jacques Bergier informou na decada de 1970 sobre as bola de fogo que “o professor Kapitza reproduziu-a em seu laboratório e tirou belas fotos. A bola de fogo é um plasmoide, isto é, matéria ionizada, eletricamente carregada, mantida coesa até o presente por forças desconhecidas. Só que a bola de fogo tem uma existência máxima de 5 segundos e não ultrapassa 25 centímetros. (…) a bola de fogo é aliada a trovoadas, e é provavelmente produzida pela faísca comum. (…) Existem observações de bolas de fogo caindo na água. Uma dessas observações, na qual se pode medir com um termômetro, a elevação da temperatura de uma selha de água onde a bola caiu serviu depois de base para as estimativas de energia.”
Entretanto, como já pudemos constatar existem relatos de relâmpagos globulares maiores e de duração bem mais longa que as descritas por Jacques Bergier.
A progressiva aceitação do relâmpago globular como fenômeno verdadeiro é um fato que se tem repetido constantemente na história da ciência quando esta se defronta com os mistérios. Hoje, é com espanto que nos lembramos de que a existência dos meteoritos era outrora peremptoriamente negada, tendo sido objeto de veemente discussão na Academia de Ciências da França. Os sábios simplesmente não podiam admitir que caíssem pedras do céu, embora estivessem familiarizados com o aparecimento de meteoros e conhecessem as estranhas “pedras de raio” que haviam caído na França, não encontravam meio de estabelecer uma ligação entre os dois fenômenos, estabelecer uma ligação entre os dois fenômenos, primeiro porque não existia um registro organizado de observações, e segundo porque não havia uma teoria científica que os enquadrasse. Foi necessário que o conceituado físico Ernst Chladni postulasse a existência dos meteoritos para que os cientistas os levassem a sério e passassem a observá-los devidamente. À adoção dessa nova atitude não tardou a seguir-se a confirmação de que realmente os meteoritos caíam do céu.
Luzes Terrestres
Além dos relâmpagos globulares, há ainda o misterioso fenômeno geofísico chamado de “luzes terrestres” que superam em muito o tamanho destes outros, podendo alcançar vários metros de comprimento. Um exemplo espantoso ocorreu em Robozer, local de um mosteiro na região de Moscou, no ano 7171 da criação do mundo, pela Igreja Ortodoxa da Rússia, o que corresponde a 1663 da era cristã.
A data é 15 de agosto, um Sábado (calendário gregoriano). As autoridades eclesiásticas interrogaram imediatamente as testemunhas. Dois deles, Ivachko Rjevski e Levka Fiedorov, o primeiro trabalhador agrário, e o segundo camponês cultivador de sua própria terra, eram os menos aterrorizados que os outros e deram descrições concordantes. Segundo essas descrições, no pequeno lago de Robozer, com aproximadamente 2 km de comprimento, apareceram em pleno meio-dia chamas imensas sobre uma extensão de mais ou menos 140 metros de diâmetro. O céu estava claro e sem nuvens. As chamas eram cercadas de uma fumaça azul. Duas luzes ardentes jorravam desse fenômeno.
Este desapareceu durante uma hora, depois reapareceu a 500 metros das cercanias do local primitivo. Ainda dez minutos mais tarde, o fenômeno desapareceu novamente e tornou a reaparecer em seguida. Era acompanhado de um barulho espanto e desprendia um calor intenso, que impedia a aproximação de canoas. Numerosos peixes foram mortos, enquanto outros fugiram. Após o fenômeno, uma camada avermelhada, semelhante à ferrugem, recobria o lago. Um segundo interrogatório pelas autoridades eclesiásticas teve lugar a 30 de novembro do mesmo ano, com os mesmos resultados.
Esses interrogatórios foram publicados integralmente em 1842, por uma comissão arqueológicva, que examinou os arquivos do Mosteiro de São Cirilo de Robozer.
O segundo interrogatório nos deu a envergadura do fenômeno: 40 metros em termos modernos. Uma das testemunhas precisou que a luz era de tal forma intensa que se via o fundo do lago, tendo este local 8 metros de profundidade. Várias das testemunhas estavam sobre o pórtico do mosteiro e outras haviam procurado aproximar-se das chamas em canoas. Estes sofreram leves queimaduras.
A bola de fogo de Robozer persistiu, na sua primeira aparição, durante uma hora e meia, a água queimava, o que eqüivale a decompor-se em hidrogênio e oxigênio que se combinavam explosivamente.
As principais teorias sugerem que as luzes terrestres são o resultado das forças envolvidas nas pressões tectônicas, os processos naturais de mudanças na estrutura da crostra terrestre. Contudo, a sua mecânica exata ainda não é completamente conhecida. Além disso não se sabe qual é a composição das luzes terrestres, ainda que as suponha que poderia se tratar de um tipo de plasma (gás ionizado).
Em muitos aspectos, as luzes terrestres parecem estar relacionadas com as luzes sísmicas e as bolas luminosas, que a maioria dos cientistas aceitam como fenômenos naturais mesmo que tenham características singulares. A mais importante dessas características é que essas luzes não aparecem necessariamente após um terremoto ou uma tempestade elétrica.
Essas luzes podem durar muito mais tempo do que as bolas luminosas ou as luzes sísmicas. As luzes que inundaram o vale de Hessadalen nos anos 80, por exemplo, foram vistas e fotografadas movendo-se de um lado para o outro sobre os cumes das montanhas por cerca de duas horas.
A menção a sons estranhos também aparece em um grande número de relatos sobre luzes terrestres no mundo inteiro. Os pesquisadores especializados em luzes terrestres sugerem que elas quase sempre surgem acompanhadas de campos muito fortes de energia eletromagnética, que podem afetar a consciência humana de diversas formas.
Efeitos na mente humana
Segundo o neurologista canadense Michael Persinger, uma pessoa exposta a esses campos eletromagnéticos pode ter várias reações corporais e psíquicas. Levados ao extremo, esses efeitos poderiam incluir uma grande defasagem entre a memória e a visão, além de fortes alucinações. Inclusive poderiam provocar estados de falsos transes, nos quais os limites entre o sonho e a realidade ficam indefinidos.
A região do cérebro mais sensível às mudanças nos campos magnéticos e elétricos é o córtex temporal, situado entre a amígdala e o hipocampo. As alterações no funcionamento deste último podem alterar a memória e provocar sonhos em pleno estado de vigília, enquanto que as amígdalas estão associadas às sensações emotivas.
Michael Persinger fez muitas experiências com voluntários cujo córtex temporal foi submetido a campos magnéticos (para simular os efeitos do contato com uma luz terrestre). Os indivíduos sentam-se em uma cabine totalmente isolada de ruídos e colocam um capacete com eletrodos ligados a um computador. Com uma extraordinária precisão, Persinger projeta “vórtices” magnéticos diretamente ao córtex. Sob essas circunstâncias, algumas pessoas tem visões ou “sentem” presenças. Um dos voluntários chegou a acreditar que a cabine estava possuída pelo demônio.
Persinger chegou à conclusão de que um indivíduo submetido a várias sessões, em pouco tempo desencadeia um processo de alucinações místicas.
Em uma experiência, voluntários que usavam casacos magnéticos tinham que olhar para uma luz no escuro. Tratava-se de uma simples lâmpada elétrica, mas muitos descreveram cenas características de abduções alienígenas: seres com uma boca muito fina e pele cinza; assim como os terríveis exames médicos. Os colaboradores de Persinger também informavam que, muitas vezes, o capacete gerava cenas muito vívidas das suas infâncias.
Por Shirlei Massapust
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