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Moshe Wisnefsky
Sepher Yetzira, um dos primeiros livros judaicos jamais escritos, revela os segredos da Astrologia Judaica. Por toda a Torá, Talmud e Código da Lei Judaica existem descrições fascinantes de como D-us canaliza Sua força de vida em nosso mundo, através de corpos celestiais. Ao mesmo tempo, quando alguém está conectado à Torá e cumpre seus mandamentos, ele ou ela está diretamente plugado com o Sobrenatural, suplantando as influências das forças astrológicas.
Os filhos de Yaacov, que se tornaram as Doze Tribos de Israel, são na verdade 12 raízes de alma diferentes, das quais descende o povo judeu. Estas raízes correspondem aos 12 signos do Zodíaco, os doze meses judaicos e às 12 letras do alfabeto hebraico.
Temos a capacidade de nos aperfeiçoar a qualquer tempo, mas a Cabalá delineia algumas épocas mais auspiciosas para se trabalhar em determinados atributos. Por exemplo, os dias festivos judaicos não apenas comemoram eventos históricos, como são o resultado de forças e energias celestiais. No mês de Nissan, quando celebramos Pêssach, o atributo da fala está em evidência — concedendo-nos a força adicional para refinar nosso atributo da comunicação.
Segundo o mapa astrológico, o mês em que você nasceu indica uma força oculta que você deve desenvolver, ou uma fraqueza que pode superar; entretanto, você não está trancado na “personalidade” do seu mês. Cada um de nós recebe estas forças e fraquezas. Podemos refiná-las, uma a uma, durante o ciclo do ano judaico, assim como nos esforçamos por uma vida onde o físico, o mental e o emocional estejam integrados com o espiritual.
Áries (Nissan)
Este primeiro mês do Zodíaco Judaico é governado pela letra hê (h), o sopro da fala, a partir da qual evoluem todos os outros sons. Os seres humanos distinguem-se das outras criaturas pelo poder da fala, sua capacidade de comunicar seus pensamentos aos outros. Assim, “falar corretamente” é o início do crescimento espiritual. A celebração deste mês é Pêssach. Durante a refeição de Pêssach, empregamos nosso poder da fala para seu propósito mais elevado: comunicarmos a nossos filhos (e à criança que existe dentro de nós) a experiência da miraculosa presença de D-us em nossa vida e nossa história. A tribo deste mês é Yehudá, o líder real, do qual descendem os monarcas judeus. O sacrifício de Pêssach no Templo foi um cordeiro, o que reflete o signo de Áries.
Touro (Iyar)
Iyar é o mês entre nosso renascimento espiritual em Nissan e nossa nova maturidade — que atingimos ao receber a Torá — em Sivan. Da mesma forma, a letra deste mês, vav (v), representa a linha reta da verdade. O signo de Touro, representado pelo animal do mesmo nome, significa a individualidade e a teimosa devoção a esta verdade, o pré-requisito para a maturidade. Iyar é, portanto o mês do “pensamento correto”, o atributo no qual nos concentramos em preparação para receber a Torá. A tribo deste mês, Yissachar, destacava-se pela sua amorosa devoção ao estudo de Torá.
Gêmeos (Sivan)
Este é o mês do “movimento correto”, de aprender como caminhar nas trilhas da Torá que recebemos novamente em Shavuot. A Torá é nossa arma contra o mal; este mês é governado pela letra zayin (z), que significa “arma”. Andar nos caminhos da Torá é sintetizado pela tribo deste mês, Zevulum, a tribo de navegadores que apoiou a tribo Yissachar em seu estudo de Torá. Estes dois irmãos tinham carreiras diferentes, mas trabalhavam juntos, simbolizados pelo signo astrológico de Gêmeos. O conceito de gêmeos também evoca a imagem das duas tábuas no Monte Sinai, e a associação de D-us e o povo judeu na Torá.
Câncer (Tamuz)
O mês é governado pela letra chet (ch), que significa “temor”. Câncer, o caranguejo, é uma criatura passiva que tende a correr e esconder-se. O desafio dos meses do verão é usar nossas faculdades de pensamento, fala e ação de forma temente a D-us, e afastarmo-nos de situações que obstruam nossa consciência Divina. A conseqüência por negar nossa consciência Divina é a triste recordação da destruição do Templo neste mês e no próximo. A tribo deste mês é Reuven, cujo nome origina-se da palavra para “visão”, a faculdade que aperfeiçoamos neste mês. “Enxergar erradamente” leva à destruição e ao luto; através da “visão correta” aumentamos a santidade do mundo, concentrando-nos naquilo que é positivo.
Leão (Av)
Neste mês, cultivamos a “audição correta”, mencionada no nome da tribo deste mês, Shimeon, que vem da palavra para “audição”. Em Nove de Av, pranteamos o Templo Sagrado, destruído por nações, Babilônia e Roma, que se assemelhavam a leões — daí a associação com o signo de leão. A letra que governa este mês, tet (t) tem o significado negativo de “areia movediça”, mas é também a primeira letra da palavra “bom” (tov), pois podemos atingir os níveis mais elevados transformando os níveis mais baixos no bem.
Virgem (Elul)
Corrigir os atributos dos meses anteriores nos leva ao mês do retorno, Elul, quando nos concentramos na “ação correta”. Fazemos um inventário e nos preparamos espiritualmente para as Grandes Festas. O desejo de atingir uma nova inocência em nosso relacionamento com D-us é expresso pelo signo deste mês, Virgem. A letra regente deste mês, yud (y), significa “mão”, lembrando-nos que nosso sincero arrependimento por nossas falhas e resoluções para o futuro devem se refletir em nossas ações. A tribo deste mês, Gad, era formada de arqueiros que aperfeiçoaram a faculdade da ação, desafiando as forças do mal e conquistando a Terra de Israel.
Libra (Tishrei)
Neste mês do “sentimento correto”, D-us pesa e avalia nossas ações passadas, determinando como Ele distribuirá as bênçãos da vida no ano vindouro. Isto está refletido pelo signo Libra, as balanças. A nova inocência, que introduzimos em nosso relacionamento com D-us durante o mês precedente de Elul, é agora realizada através de uma sucessão de dias festivos, começando com Rosh Hashaná. Tishrei é, portanto, o mês da união conjugal entre D-us e Israel. Este mês do “sentimento correto” é governado pela letra hebraica lamed (l), a primeira letra da palavra “coração” (lev). O nome da tribo deste mês, Efraim, significa “frutífero”, expressando que nossa união com D-us tem repercussões positivas por todo o ano vindouro.
Escorpião (Cheshvan)
Em Cheshvan, integramos a inspiração de Tishrei à vida real. Não há dias festivos somente a vida do dia-a-dia. O valor numérico da letra hebraica deste mês – nun (n) – é 50, indicando os 50 níveis de consciência Divina que podemos atingir quando estamos espiritualmente ativos, e os 50 níveis de impureza nos quais podemos afundar se deixarmos que a vida “simplesmente passe”. O veneno do escorpião é frio, simbolizando o perigo de abordar a vida sem paixão. O nome da tribo deste mês, Menashe, também soletra “sopro” (neshimá), conectando-o ao sentido que refinamos neste mês, o olfato. O olfato é considerado o mais espiritual dos sentidos, indicando o potencial deste mês para um elevado senso de espiritualidade.
Sagitário (Kislev)
Durante este mês, trabalhamos em “correto relaxamento” ou sono, que resulta de nossa dedicação à “ação correta” durante nossas horas de atividade. O nome da letra deste mês, samech (s), significa “confiança”. Nossa confiança verdadeira em D-us nos dá a certeza de afirmar nossa santidade e resistir àqueles que a desafiam. Isso está refletido na celebração de Chanucá, e o signo astrológico de Sagitário, o arqueiro. “Relaxamento correto”, usando o descanso como um meio para a ação adequada, nos ajuda a canalizar nossos esforços (“mirando” nosso arco) na direção correta. Da mesma forma, a tribo deste mês, Binyamin. possuía valentes guerreiros. Seu território continha o local do Templo Sagrado, aonde nossas preces e sonhos são dirigidos.
Capricórnio (Tevet)
Este mês cultivamos “a ira correta”. O Talmud nos diz para sempre considerarmos os outros favoravelmente, e que a ira é algo que quase sempre deve ser evitada. Mas existe também uma ira positiva, o senso de o que rejeitar. O nome da tribo deste mês, Dan, significa “julgar”. A letra deste mês, ayin, significa “olho”. Temos dois olhos para discernir constantemente o que aceitar na vida, e o que rejeitar. A capacidade de constantemente rejeitar o negativo é simbolizada por Capricórnio, a cabra, conhecida por sua tenacidade.
Aquário (Shevat)
A festa deste mês, Tu Bishvat, é celebrada comendo-se frutos da árvore, refletindo o atributo deste mês, “alimentar-se corretamente”. A letra deste mês, tsadic (ts), significa “justo”, lembrando-nos do versículo “os justos alimentam-se para nutrir a alma”. O verdadeiro teste de nossa espiritualidade é se tornamos a alimentação (e todas as nossas outras atividades mundanas) uma experiência espiritual, ou se nos rendemos à gratificação sensorial. Purificando nossas atitudes quanto à materialidade, tornamo-nos conduítes para distribuir a benevolência de D-us ao mundo. Isso está refletido no signo de Aquário, o distribuidor de água. O território de Asher, a tribo deste mês, produzia alimentos em abundância.
Peixes (Adar)
Os peixes vivem nos recessos ocultos do mar. A Festa principal deste mês é Purim, que celebra a mão oculta de D-us na história. A letra deste mês, cuf (c), significa “macaco”. Reconhecemos que D-us está oculto ao fazermos máscaras em Purim, imitando (macaqueando) qualquer pessoa que quisermos. A celebração de Purim derruba as inibições que ocultam nossa essência interior. Normalmente, transformar o mal em santidade é um processo metódico. Entretanto, nossos Sábios ensinam que “o júbilo derruba todas as fronteiras”. Através do “riso correto”, atributo deste mês, transformamos obstáculos em oportunidades, um decreto para a destruição em um dia de celebração. Efetuamos esta transformação com a velocidade da tribo deste mês, Naftali, o mais rápido dos filhos de Yaacov.
* Moshe Wisnefsky escreveu este artigo que foi originalmente publicado em português no website do Movimento Chabad – www.chabad.org.br
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