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O Candelabro De Sete Braços

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“Farás um (1) candelabro de ouro puro; e o farás de ouro batido, com o seu pedestal e sua haste: seus cálices, seus botões e suas flores formarão uma só peça com ele.. Seis braços sairão dos seus lados, três de um lado e três de outro. Num braço haverá três cálices em forma de flor de amendoeira, com um botão e uma flor; noutro haverá três cálices em forma de flor de amendoeira, com um botão e uma flor; e assim por diante, para os seis braços do Candelabro. No Candelabro mesmo haverá quatro cálices em forma de flor de amendoeira, com seus botões e suas flores: um botão sob os dois primeiros braços do Candelabro, um botão sob os dois braços seguintes e um botão sobre os dois últimos; e assim será com os seis braços que saem do Candelabro. Estes botões e estes braços formarão um todo com o Candelabro, tudo formando uma só peça de ouro puro batido. Farás sete lâmpadas que serão colocadas em cima, de modo a alumiar a frente. Seus espevitadores e seus cinzeiros serão de ouro puro. Empregar-se-á um talento (2) de ouro puro, para confeccionar o Candelabro e seus acessórios”. (Êxodo, 25 – 31 a 39).

O candelabro de sete braços (em hebraico: menorá) é tão importante, na civilização hebraico-judaica, que se tornou o símbolo da religião mosaica. Ele está esculpido no Arco de Tito, em Roma, em alusão ao candelabro que as legiões romanas retiraram do último templo de Jerusalém, ao destruí-lo, no ano 70 da era atual. Hoje, o menorá é usado como brasão do Estado de Israel, estabelecido em 1948.

No Tabernáculo (em hebraico: suká = tenda, ou mishkan = santuário), templo portátil armado no deserto, durante o êxodo — saída do Egito, em direção à Palestina — segundo a metafísica aplicada ao cosmos, o menorá simboliza os sete “planetas” conhecidos na Antigüidade: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, os quais, como se percebe, não eram todos planetas, pois, nessa relação existe uma estrela, o Sol, e um satélite, a Lua. Simbolizava, também, os ventos setentrionais, que, trazendo as chuvas, vivificam as plantações.

O número sete era um número sagrado para os povos antigos, que lhe atribuíam um valor mágico e astrológico. Também entre os hebreus isso acontecia, como pode ser visto em muitas passagens bíblicas: sete foram as vacas e as espigas do sonho do faraó (Gênese, 41-26), sete dos dias dos pães ázimos, sete os dias da consagração dos sacerdotes (Êxodo, 29-35), sete os braços do candelabro, sete os planetas da Antigüidade e sétimo o dia santificado por Deus (o shabbat = sábado).

Na Cabala (em hebraico: kabalá = tradição) existem alusões ao candelabro de sete braços. Por exemplo: na avaliação numérica das palavras (guematria), que é a combinação de letras mais empregada no Sepher Yetsira (Livro da Criação), a palavra katit, que designa o óleo de oliva, usado no menorá, como combustível, é formada pelas letras kaph, tav, iôd e tav (lidas da direita para a esquerda, que é o sentido da escrita hebraica) ; as duas primeiras letras, kaph e tav, correspondem, numericamente, a 420, que é o número de anos durante os quais o menorá iluminou o segundo templo de Jerusalém; as duas últimas letras, iôd e tav, correspondem, numericamente, a 410, que é o número de anos durante os quais os menorá iluminou p primeiro templo de Jerusalém (de Salomão).

O menorá aparece, como decoração do templo, em alguns graus maçônicos.

No 4º grau do REAA, Mestre Secreto, onde toda a decoração do templo de Jerusalém é relembrada, ele tem lugar de destaque, como luminária do templo.

Notas

1. No Tabernáculo — ao qual se refere esse trecho do Êxodo — havia apenas um candelabro. No templo de Jerusalém, todavia, foram colocados dez candelabros, que, como as colunas, o mar de bronze, mesas dos perfumes e dos holocaustos, teriam sido fundidos e decorados pelo entalhador de metais Hiram Abi. É claro que o escriba bíblico incorre em algum exagero, tornando tudo muito grandioso. Como faria um povo, que sofria grandes necessidades, durante o êxodo, chegando até a passar fome, para fazer objetos de ouro puro, num local em que nada se encontrava, a não ser arbustos resistentes ao clima desértico?

2. Um talento compreendia 60 minas de 50 ciclos cada uma. O ciclo, segundo a unidade pesada, valia, aproximadamente, 16,37 gramas, e, segundo a unidade ligeira, valia cerca de 12 gramas. Um talento, portanto, equivalia a 48 kg (quarenta e oito quilos), segundo a unidade pesada, ou a 36 kg (trinta e seis quilos), segundo a unidade ligeira. Haja ouro!!!

por José Cantos


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