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Por David Sterne, baseado principalmente em Shem miShmuel.
Quando comemos alimentos kosher, e com uma bênção, elevamos as centelhas divinas de volta à sua fonte espiritual.
A Parashat Ekev contém esta famosa declaração: “… não somente de pão o homem vive, mas de tudo que vem da boca de D’us.” (Deuteronômio 8:3)
O Ari (Isaac Luria) explica que este versículo significa que não pelo alimento físico, mas pela espiritualidade no alimento, o homem subsiste. A espiritualidade na comida é a combinação de letras hebraicas com as quais D’us criou a comida (conforme relatado na Parashat Bereshit), e é isso que nos dá força vital quando a consumimos.
Rabi Shneur Zalman de Liadi, o primeiro Rebe de Lubavitch-Chabad, leva essa ideia um passo adiante. Dizer que o homem vive pela espiritualidade dentro da comida não nos dá informações suficientes para realmente entender o versículo, diz ele, acrescentando que o Ari realmente insinuou algo muito mais profundo em seu comentário.
O Alter Rebe pergunta: Como é que o homem, que está no auge da criação, deve ser nutrido e dependente de criaturas inferiores a ele na escala criativa (mineral, vegetal e animal)?
A resposta está, diz ele, não apenas nos dez enunciados criativos da criação (encontrados na Parashat Bereshit), mas em outro processo criativo, conhecido como shevirat hakelim (“quebra dos vasos”).
D’us inicialmente trouxe um nível muito alto de revelação de Si mesmo e de espiritualidade ao mundo. Ele queria nos tornar beneficiários de uma tremenda iluminação e revelação espiritual. Aconteceu, porém, que Sua criação simplesmente não estava pronta para recebê-la. O resultado foi como derramar água quente em um copo frio – o copo quebra. A criação não aguentou.
A luz espiritual da criação, por assim dizer, quebrou, caindo em lugares onde não pertencia. As categorias mais elevadas da criação caíram mais longe nas garras das forças não espirituais que realmente escondem, em vez de revelar, a Divindade no mundo. As categorias mais elevadas da criação caíram na kelipa, a concha que esconde a Divindade.
Quando comemos esses alimentos de uma maneira que a Torá considera apropriada – ou seja, se eles são kosher, e os comemos com uma bênção – nós os tiramos de sua armadilha em lugares profanos e os devolvemos à sua fonte espiritual. Uma vez que essa fonte está espiritualmente acima da humanidade, obtemos um “elevador” espiritual da comida, além da nutrição física. As faíscas Divinas que estavam na comida transmitem a energia espiritual de sua fonte, e obtemos uma elevação espiritual e física.
Assim, “não só de pão vive o homem, mas pelo mundo de D’us aprisionado no pão…” Isto é, não apenas pela comida em si, mas pelas faíscas Divinas dentro da comida, nós viver. O ser humano, mesmo sendo superior ao alimento que comemos, vive da espiritualidade do alimento, quando este é devolvido à sua fonte acima de nós.
[De “Inner Lights from Jerusalem” baseado no Shem miShmuel e outras fontes chassídicas e cabalísticas, traduzido e apresentado pelo rabino David Sterne].
Por David Sterne, baseado principalmente em Shem miShmuel.
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Fonte:
Not by Bread Alone – When we eat foods that are kosher, and with a blessing, we elevate divine sparks back to their spiritual source. Intermediate, by David Sterne, based primarily on Shem miShmuel.
https://www.chabad.org/kabbala
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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