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‘Dicionário Cabalístico

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As Escrituras

Torah: A lei divina, os cinco livros de Moisés. É a base de todo o conhecimento e prática judaica, incluindo ensinamentos esotéricos da Cabala, fornecendo a estrutura para a vida espiritual e ética. (Ver Zohar, Sefer Yetzirah, Sefer HaBahir)

Merkavah: A “Carruagem”, referindo-se a visões místicas e a ascensão espiritual. Tradições pré-cabalisticas focada em alcançar estados elevados de consciência e experiências diretas com o divino, através de meditação e contemplação dos mistérios da criação. (Ver Torah, Zohar)

Zohar: O Livro do Esplendor, a obra fundamental da Cabala. É uma coleção de comentários místicos sobre a Torah, explorando profundos segredos espirituais e fornecendo uma base para o estudo cabalístico. (Ver Torah, Sefer Yetzirah, Sefer HaBahir)

Sefer Yetzirah: O Livro da Formação, um dos textos mais antigos da Cabala. Descreve a criação do universo através das letras hebraicas e números, sendo uma obra chave no estudo da Cabala. (Ver Torah, Zohar, Sefer HaBahir)

Sefer HaBahir: O Livro da Claridade, outro texto essencial da Cabala. Oferece uma visão mística sobre a natureza da divindade e a estrutura do universo, enriquecendo a compreensão cabalística. (Ver Torah, Zohar, Sefer Yetzirah)

Interpretação das Escrituras

Pardes: O Jardim, representando os quatro níveis de interpretação das Escrituras. Importante porque oferece um método abrangente para entender os textos sagrados, desde o nível literal até o nível místico, proporcionando uma compreensão profunda e multifacetada.

Peshat: A interpretação literal das Escrituras. Importante porque busca entender o significado direto e óbvio dos textos bíblicos, considerando o contexto histórico e gramatical, sendo a base para outras formas de interpretação.

Remez: A interpretação alegórica ou sugestiva das Escrituras. Importante porque revela significados ocultos e simbólicos nos textos, muitas vezes através de jogos de palavras e alusões, enriquecendo a interpretação literal

Drush: A interpretação homilética ou midráshica das Escrituras. Importante porque envolve sermões e ensinamentos éticos que extraem lições práticas e espirituais dos textos bíblicos, aplicáveis à vida cotidiana.

Sod: A interpretação mística ou esotérica das Escrituras. Importante porque revela os segredos ocultos e místicos da Torah, abordando a natureza divina e os mistérios do universo, sendo essencial para o estudo profundo da Cabala.

Conceitos  Primordiais

Tzimtzum: A contração divina que permitiu a criação do espaço e do tempo. Explica como Deus “contraiu” sua luz infinita para criar um espaço onde o universo pudesse existir, possibilitando a existência independente. (Ver Shevirat HaKelim, Tikkun)

Ain: Significa “Nada” ou “Vazio”, referindo-se ao estado de inexistência absoluta antes da criação indicando a total ausência de existência e a incompreensibilidade da essência divina. Ain é a raiz de onde tudo emana, simbolizando o ponto de partida da criação divina. (Ver Ain Soph, Ain Soph Aur)

Ain Soph: O “Infinito”, a realidade suprema além da compreensão e definição, anterior à criação. Representa o princípio fundamental de que Deus é infinito e além de qualquer descrição ou compreensão humana. É a fonte de toda a existência e o objetivo final da união mística. (Ver Ain Soph Aur, Adam Kadmon)

Ain Soph Aur: A “Luz Infinita”, a primeira manifestação do Ain Soph antes da criação. Crucial na Cabala por ser a primeira expressão da vontade divina, da qual todas as coisas emanam. Esta luz é a base para a estrutura e dinâmica do universo. (Ver Ain Soph, Adam Kadmon, Ohr Ein Sof)

Adam Kadmon: O “Homem Primordial”, a primeira emanação de Ain Soph Aur, contendo em si a estrutura dos Sephiroth. Serve como o modelo arquetípico de toda a criação, representando a interconexão entre o divino e o humano. (Ver Ain Soph, Ain Soph Aur, Sephiroth)

Yehudi: Um judeu, especialmente no contexto da espiritualidade e missão cabalística. Refere-se ao papel de cada judeu em cumprir a missão espiritual e manter a conexão com os ensinamentos divinos, participando no processo de Tikkun Olam (reparação do mundo), enfatizando a responsabilidade e a conexão com a divindade. (Ver Mitsvot)

Mitsvot: Os mandamentos divinos, atos de observância religiosa. São os 613 preceitos dados por Deus na Torah, que guiam a vida espiritual e moral dos judeus, promovendo a santidade e a conexão com o divino, sendo fundamentais para a prática e ética judaica. (Ver Torah)

Estrutura da Criação

Sephiroth: As dez emanações ou atributos divinos que constituem a Árvore da Vida. Cada Sephirah representa um aspecto da manifestação divina, desde a vontade pura até a manifestação física. Essenciais porque fornecem um mapa do cosmos e da alma humana, explicando como o divino se manifesta em diferentes níveis.

    • Keter: A Coroa, o princípio divino da vontade pura. Importante porque é a fonte de todas as emanações, simbolizando o início da criação.
    • Chokmah: A Sabedoria, a força criativa dinâmica. Importante porque representa a energia criativa pura e a semente de todas as ideias.
    • Binah: O Entendimento, a força de formação e estrutura. Importante porque molda a energia criativa de Chokmah, trazendo estrutura e limites necessários.
    • Chesed: A Misericórdia, a emanação da bondade e expansão. Importante porque simboliza a expansividade do amor divino e a generosidade.
    • Geburah: A Força, a emanação do julgamento e restrição. Importante porque representa a justiça e a disciplina necessárias para a ordem.
    • Tiphereth: A Beleza, o equilíbrio entre misericórdia e julgamento. Crucial porque harmoniza todas as forças, criando um ponto de equilíbrio e compaixão.
    • Netzach: A Vitória, a força da eternidade e persistência. Importante porque simboliza a capacidade de superar desafios e a continuidade do esforço criativo.
    • Hod: A Glória, a força do esplendor e intelecto. Importante porque representa a comunicação, a lógica e a clareza intelectual.
    • Yesod: O Fundamento, a ponte entre o divino e o material. Crucial porque funciona como o canal que transfere a energia divina para o mundo físico.
    • Malkuth: O Reino, a manifestação final no mundo físico. Importante porque representa a realização e a manifestação completa das emanações divinas na terra.
  1. Daath: O conhecimento, uma não-sephirah que representa a consciência e o equilíbrio entre as emanações. Simboliza a integração e a transmissão do conhecimento oculto entre os mundos superiores e inferiores.

Os Quatro Mundos

Atziluth: O Mundo da Emanação, o primeiro dos quatro mundos, relacionado ao puro espírito. Importante porque representa o plano mais próximo do divino, onde as emanações são puras e não manifestadas.

Beriah: O Mundo da Criação, o segundo dos quatro mundos, associado à criação e inteligência. Importante porque é onde as ideias começam a tomar forma, sendo o domínio das almas e dos arcanjos.

Yetzirah: O Mundo da Formação, o terceiro dos quatro mundos, relacionado à formação e emoção. Importante porque é onde as criações são moldadas e organizadas, representando o mundo das emoções e dos anjos.

Assiah: O Mundo da Ação, o quarto mundo, associado ao mundo físico e ação. Importante porque é onde as formas tomam existência física, sendo o plano material e de ação concreta.

Processos de Criação e Correção

Shevirat HaKelim: A “Quebra dos Vasos”, o processo pelo qual as emanações divinas causaram a fragmentação e criação das Qliphoth. Importante porque representa a falha na contenção da luz divina, resultando em caos e desordem, e explicando a presença do mal no mundo.

Qliphoth: As “cascas” ou forças impuras que representam o lado oposto das Sephiroth. Importante porque simbolizam as emanações distorcidas e negativas, representando os desafios espirituais e a presença do mal.

Tikkun: A reparação ou retificação das emanações divinas e do mundo. É o processo contínuo de restaurar a harmonia e corrigir os desequilíbrios causados pela quebra dos vasos, sendo central na prática espiritual cabalística.

Gilgul: A reencarnação, o ciclo de nascimento e renascimento das almas. Descreve o processo pelo qual uma alma passa por várias vidas para completar sua correção espiritual e alcançar a perfeição, enfatizando a continuidade e a evolução espiritual.

Níveis da Alma

Chayah: O nível da alma associado à vida transcendente. Importante porque conecta o indivíduo ao plano espiritual mais elevado, representando a vitalidade e a vida divina.

Neshamah: O nível da alma associada à mente divina e intuição. Importante porque é responsável pela compreensão e percepção das verdades espirituais, sendo a alma intelectual.

Ruach: O nível da alma relacionado ao espírito e intelecto. Importante porque liga os sentimentos e pensamentos, representando a alma emocional e racional.

Nefesh: O nível da alma associada à vida física e instintos. Importante porque é a alma vital, ligada aos desejos e às funções corporais básicas, representando a base da vida humana.

Yechidah: O nível mais elevado da alma, a unidade com o divino. Importante porque representa a essência da alma e a união completa com Deus, sendo o estado mais elevado de espiritualidade.


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