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Por Walter García.
Dentro do contexto da tradição cabalística Judaica, Lilith é um dos seres mais terríveis que se pode encontrar. Ela foi a primeira esposa de Adão, o qual a baniu do Jardim do Éden. Depois ela se tornou a cônjuge do grande demônio Samael, e com ele, ela deu a luz a incontáveis demônios e monstros que ainda instila terror e medo nas almas de pessoas religiosas. Lilith fugiu do Éden por pronunciar o nome secreto de Deus, um nome tão poderoso que até mesmo em suas versões mais curtas são usados como palavras mágicas em rituais e orações. Mas, como Lilith sabe o nome secreto de Deus? Foi revelado a ela quando Deus a criou. Contudo, Lilith não é um ser passivo: ela é uma mulher rebelde que sabe que é poderosa por estar na posse do nome secreto de Deus, ela usa este poder para se libertar dos limites da Criação. Pronunciar o nome inefável de Deus, Lilith nega o Paraíso e escolhe viver no deserto, vivendo em cavernas onde ela dará a luz a incontáveis demônios. Neste sentido, Lilith tem sido comparada com a presença feminina de Deus, Shekinah, a qual, na tradição Judaica, é exilada no plano físico, sendo o trabalho do cabalista reunir este princípio feminino com a divindade. Aqui estão as chaves as quais podem permitir estabelecer um relacionamento estre o misticismo Judaico e Tântrico, mas isto vai além do alcance desta composição, tendo em posse o nome de Deus, Lilith é poderosa. Seu exílio como um ato de rebelião, e seus coitos com os demônios do deserto, a tornaram a sombra da presença de Deus no mundo.
Na Cabala Qliphotica, Lilith é comumente associada com as três Qliphoth: Lilith, Gamaliel e Satariel. Alguns trabalhos, tais como o excelente de Thomas Karlsson Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic (Qabalah, Qliphoth e Magia Goética), tem derramado um pouco de luz no relacionamento entre Lilith e a Sitra Ahra. O principal objetivo desta composição, é apresentar os resultados de minhas próprias investigações, reflexões, trabalhos e explorações sobre a figura de Lilith e suas formas diferentes. Em praticamente toda a cultura ao redor do mundo, nós podemos encontrar deusas as quais incorporam o arquétipo da Deusa Mãe, e quase sempre nós podemos encontra uma contraparte negra destas deusas. Estas deusas negras são aquelas que sabem os segredos de morte e renascimento, como Lilith na Cabala é uma delas. As diferentes dimensões na qual o poder de Lilith se manifesta são comummente relacionadas ao mistério do feminino. A mulher tem sido sempre a fonte de inspiração para os homens de todas as idades, mas também uma fonte de medo e aversão. As mulheres incorporam o mistério da criação dentro de seus corpos, e Lilith, como o lado negro deste potencial, tem também inspirado um número de correntes artísticas, mais notavelmente corrente gótica em pintura. Para homens, as mulheres têm sido sempre um mistério, e isto também é verdade para muitas mulheres no mundo de hoje, um tempo que até mesmo as mulheres têm esquecido seus poderes reais. Para redescobrir os mistérios do feminino, então os seres humanos modernos podem alcançar um estado de integridade espiritual, nós devemos ousar explorar as dimensões negras dos nossos seres. Lilith é o portão para estes mundos. Nós podemos identificar três diferentes expressões de Lilith: Lilith em Lilith como o lado negro da mãe Terra; Lilith em Gamaliel como a Iniciadora dos mistérios do Outro Lado; e Lilith em Satariel, como o arquétipo da Divina Mãe Negra.
LILITH EM LILITH
A primeira esfera da Árvore da Morte é a contraparte negra de Malkuth, o plano físico. Malkuth é associado com o símbolo de dar vida, correspondente a Eva, segunda esposa submissa de Adão, e também para Shekinah, o lado feminino de Deus preso na esfera física, longe do reino divino. O lado negro de sephira é a qlipha Lilith. Este aspecto de Lilith representa não uma mãe a dar vida, mas a uma caçadora e assassina de crianças pequenas. Se nós analisarmos este par de forças opostas, nós encontraremos que é presente implicitamente na outra. Malkuth e Eva são poderes os quais permitem vida para crescer e desenvolver, enquanto Lilith é uma assassina. Contudo, a vida que Eva dá é frágil e breve, e é condenada para o fim na morte. Era Eva, depois de tudo, quem condenou a humanidade a levar a marca do pecado original, um mal que pessoas religiosas se esforçam para reparar. Na outra mão, na morte Lilith traz a mentira do segredo da vida eterna.
É dito que nós nascemos neste mundo (Malkuth) contra nossa vontade. Lilith como o lado negro do arquétipo mãe, oferece apenas morte, mas nesta morte há também vida, uma nova vida a qual o adepto consegue despertar para ir fundo nas esferas negras da qliphoth e se tornar um deus. O poder de dar vida de Malkuth implica também no poder de dar morte, Lilith, e isto é porque é dito que Lilith está escondida dentro de Malkuth. A vida que Lilith dá requer que um deve morrer primeiro em ordem para ser capaz de ver o lado negro da existência. Na mesma maneira que nós nascemos contra nossa vontade, maioria das pessoas também morrem contra suas vontades, vivendo uma existência vazia na qual eles estão apenas esperando passivelmente pelo fim chegar. Contudo, quando um passo no Outro Lado, e no ventre estéril de Lilith, um está escolhendo ativamente em ordem para se tornar o criador de uma nova realidade. Esta é uma morte iniciática, um processo o qual transformará o adepto ao núcleo mais profundo dele ou dela.
A presença de Lilith nesta qlipha, pode também ser apreciada na forma de Naamah, a demônia é frequentemente associada com Lilith, e também é considerada ser uma forma menor dela, sua filha, ou sua irmã mais jovem. “Naamah” significa “agradável”, e é dito que ela é a demônia de beleza extraordinária. Naamah, como Lilith, é uma assassina de crianças, e ataca homens em seus sonos para procriar incontáveis entidades as quais habitam o lado negro do plano astral. De acordo com a tradição rabínica, Lilith e Naamah, assim como suas descendências demoníacas, succubo e incubo, são responsáveis pelas emissões noturnas de sêmen e de sonhos sexuais. Lilith e Naamah, juntas com Agrat bat Malat e Eishet Zenunim, são chamados de “Quatro Anjos da Prostituição Sagrada”, e são os cônjuges de Samael.
Lilith também tem sido descrevida como uma mulher com uma parte inferior do corpo serpentina, reminiscência da lâmia grega. Ela também é dita ter sido a serpente que atentou Eva com a fruta do conhecimento no Jardim de Éden. A respeito disto, ela também é a serpente de poder a qual está adormecida no corpo humano, Kundalini. Kundalini é simbolizada por uma serpente enrolada três vezes e meia dentro do chakra Muladhara. Através de práticas diferentes de yoga, o adepto tântrico consegue despertar e direccionar a Kundalini através dos sete chakras principais e atingir liberação. Há também uma similaridade interessante entre os casais Samael-Lilith e Shiva-Shakti. Em ambos casos, o princípio masculino (Samael e Shiva) são passivos, enquanto os femininos (Lilith e Shakti) são ativos. Enquanto Eva e Malkuth representam a mulher maternal, Naamah e Lilith são associadas com luxúria e morte. Elas são tentadoras que chupam a energia dos homens durantes seus sonos para procriar descendência de demônios astrais. Enquanto muitos sistemas de caminhos da Mão Direita dificilmente usarão energias sexuais, ou mesmo indo tão longe que exige absoluta abstinência, os adeptos do caminho Mão Esquerda devem aprender para ativelmente usar sexo e orgasmos como meios de alcançar transes extático e estados altos de consciência. A sociedade tem considerado sexo com um tabu por muito tempo, e o adepto do Lado Esquerdo deve se esforçar para ser livre destes conceitos e fazer muito o uso do potencial sexual dele ou dela em ordem para alcançar partes mais profundas da mente e alma dele ou dela. Naamah, e Lilith através dela, incorporam estas ideias como o lado de sombra de Malkuth, a realidade comum da esfera terrestre.
LILITH EM GAMALIEL
Gamaliel é a qlipha correspondente a esfera da Lua, e é a contraparte negra de Yesod, ambas esferas pertencem ao reino dos sonhos e fantasias. Em Yesod, a energia emana da sephiroth mais alta, pega aqui uma forma mais concreta na mente humana, como definido sonhos, fantasias, visões e ideias. Em Gamaliel, nós encontramos sonhos e visões, mas de uma natureza diferente: estes são os sonhos que nossa mente banirá do reino do subconsciente, por causa de suas naturezas reveladoras, algumas vezes tão divergente com o ego. O ego é a imagem que nós temos de nós mesmos, uma face externa construída de necessidades sociais e expectativas. Muitas pessoas tendem a identificar muito em si mesmas no pessoal, no que elas acreditam que são todas as suas personalidades. Isto é falso, como o pessoal e o ego, são, em muitos casos, manifestações de si mesmo (a esfera solar, Tipharet e Tharigion). Trabalhar para saber e aceitar estes sonhos, nós estamos trabalhando para alcançar um conhecimento mais profundo sobre nós mesmos.
Na qlipha anterior, Lilith se manifesta através de Naamah. Lilith é a demônia regente da esfera lunas, e é quem inicia o adepto nos mistérios do lado negro do plano astral. Nesta esfera é possível encontrar vampiros astrais e outras criaturas de pesadelos. Nos sonhos, Lilith revela nossas fantasias mais escondidas e os desejos que nós normalmente negaríamos. É frequente que nestes sonhos ter experiências de sensualidade e horror, dor e prazer, sexo e morte. Estes tipos de experiências também são características dos encontros sexuais que podem serem experimentados com os filhos astrais de Lilith: incubo e succubu. Estas entidades roubarão a energia do viajante astral, e o mago adepto deve usar a vontade dele ou dela, e usar estes encontros para alcançar estados mais altos de consciência. Em Yesod e Gamaliel, um começa a desvendar os mistérios por trás da sexualidade humana, e aprender a como usar este poder para avanços mágicos.
O papel de Lilith aqui é de uma iniciadora dos adeptos do caminho da Mão Esquerda. A qlipha anterior é a entrada para o lado sombrio, e aqui os primeiros mistérios são revelados. Deste nível, o mago adepto experienciará iniciações sucessivas através da Árvore da Morte, na qual ele ou ela revelará aspectos esquecidos do ser dele ou dela, para finalmente pegar o passo final fora do universo. Aqui, Lilith se revela como o poder por trás das formas bela e prazerosa de Naamah, e através de uma combinação de experiências opostas, ela guia o adepto nas profundidades de seu ventre. Esta esfera também é relacionada a bruxaria, uma tradição mágica antiga de uma natureza profunda sexual e orgiástica. A coruja, um pássaro associado com bruxas, é também associada com Lilith, mesmo de fontes anteriores da Babilônia. Os Sabás das bruxas foram celebrações de poderes da noite e as regiões selvagens ambas na natureza e no homem. Através destas cerimônias orgiásticas, na qual o uso de plantas alucinógenas e fungos são comuns, juntos com danças extáticas e cantos, os celebrantes alcançariam estados mais altos de consciência, nos quais eles seriam capazes de estabelecer contato com criaturas do Outro Lado.
O relacionamento entre a Lua e os poderes femininos é antiga, e está presente em quase toda cultura. Um consegue estabelecer contato com Lilith através de trabalho de sonho e meditação profunda, assim como as viagens astrais para Gamaliel. Esta é uma reminiscência dos contos antigos nos quais as bruxas voariam em suas vassouras no meio da noite para seus portões. Nestes, eles participariam em cerimônias orgiásticas e rituais para canalizar os poderes da fonte feminina esquecida, simbolizada por Lilith. O voo das bruxas para o Sabá, e a viagem de Tannhauser para Venusberg para adorar a deusa pagã Afrodite, são símbolos de uma busca para recuperar uma força feminina perdida: em uma mão, o Sabá das bruxas femininas como uma maneira de recuperar contato com uma força sexual reprimida e poder criativo, e na outra mão, a missão do cavaleiro pelo seu lado feminino reprimido em ordem para alcançar um conhecimento total de sua alma. É nesta esfera que o adepto começa a “lembrar” das partes esquecidas de sua alma, para eventualmente fundir na unidade funcional. Lilith é a iniciadora deste processo, a qual eventualmente guia para a apoteose do adepto em Thaumiel.
LILITH EM SATARIEL
É dito que a verdadeira morada de Lilith está em uma esfera superior (ou inferior, dependendo de como alguém o vê): Satariel, o lado de sombra da sephira Binah. Na Cabala, Binah representa o primeiro pólo negativo na Árvore da Vida, e no processo de Criação, a manifestação da luz divina, esta esfera é o poder o qual para a luz emanando de Chokmah, o pólo positivo primitivo, o princípio masculino, associado com a figura do pai celestial, e também funções como um ventre no qual o cosmos gestará antes de se manifestar nos mundos inferiores. Neste sentido, Binah é a sephira responsável pela revelação do divino nos reinos inferiores. Binah é associada com o arquétipo da mãe divina que dá luz ao mundo. Satariel, na outra mão, é a qlipha a qual esconde a luz divina. Esta esfera está além do Abismo do Outro Lado, longe da luz do dia da Criação, portanto sendo o primeiro passo do adepto para a escuridão absoluta a qual está antes do portal final em Thaumiel, no qual ele ou ela se tornará um criador de um novo universo. Isto é representado também pelo governante demoníaco de Satariel: Lucifuge. Lucifuge significa “aquele que foge da luz”, e é o oposto de Lucifer, o portador da luz. Lucifuge foge da luz divina do lado do dia para que o adepto possa começar para ver verdadeiramente nos caminhos da escuridão do reino divino no Outro Lado.
Na configuração cabalística de Partzufim, Binah é chamada de amma, ou “mãe”, enquanto Chokmah é chamada abba, ou “pai”. Estes dois pólos representam as forças primitivas opostas que trouxeram a criação da singularidade de Kether. A quarta partzuf é chamada zeir anpin ou “rosto pequeno” (a primeira corresponde ao Kether e é chamada arik anpin, “rosto maior”) e corresponde com as seis sephiroth ao redor de Tiphareth, com Tiphareth no centro, também chamada “O Filho”. A quinta e última partzuf é chamada nukvah, e corresponde a Malkuth. Nukvah é o lado feminino de zeir anpin, e é chamada de “a Noiva”. No outro lado, este arranjo pode revelar mais sobre as diferentes moradias de Lilith. Em Satariel (Amma), ela é a Mãe Negra; em Lilith (Nukvah) ela é a sedutora tentadora. Em Treatise on the Left Emanations (Tratado sobre as Emanações da Esquerda), por R. Isaac ha-Cohen, somos informados da existência de duas Liliths: uma jovem Lilith que é a cônjuge de Asmodeus, e a Lilith mais velha que é a contraparte feminina de Samael. A jovem Lilith corresponde para o partzuf da Noiva, enquanto a Lilith mais velha para o partzuf da mãe. A jovem Lilith é mais relacionada com sensualidade e luxúria carnal, e é nesta maneira que é mais relacionada a ambas esferas Terra e Lua, assim como com Naamah. A Lilith mais velha é a encarnação da escuridão primitiva da qual a jovem Lilith é uma expressão. Lilith em Satariel representa a mãe negra divina, a escuridão que está além da luz de Deus e na qual o adepto encontra a centelha divina interior.
A jovem Lilith aparece em duas esferas: Gamaliel e Lilith. Em Malkuth, ela é o poder por trás de cada tentação e pecado, e em Gamaliel ela se revela como iniciadora dos mistérios de sexo e morte. Mas a morada verdadeira de Lilith está além do Abismo do Outro Lado. Satariel, sendo a esfera da Mãe em Sitra Ahra, é a morada da mais velha, e verdadeira Lilith, e é aqui que ela abre seu ventre para dar a luz a escuridão e mal que assombra e ameaça o mundo do homem. A vida e luz que Binah faz manifestar são escondidas em Satariel, onde Lilith transforma as energias externas do universo em morte e desolação. Apenas aqueles de uma forte vontade, moldado pelas dificuldades da iniciação nos mistérios da qliphoth, pode andar os últimos passos no reino do divino. Satariel e Binah pertencem a esfera de Saturno, um planeta associado com morte e doença. Lilith é a assassina de crianças, e ela que traz nova vida através da morte. Ela também é a deusa Hindu Kali e a deusa nórdica Hel. A deusa asteca Tlazolteotl, a deusa da sujeira e excremento, também é relacionada a Lilith. Estas deusas incorporam os mistérios da vida através de morte, e nestes tempos nos quais nós somos sedados pela mídia e as comodidades da vida moderna, eles nos relembram que nós também somos mortais, mas também que, abraçando este fato, nós conseguimos viajar ao desconhecido para alcançar as partes mais profundas de nossas almas em uma viagem sem fim. Nós nascemos do ventre da terra, e quando nós morremos, nós entramos no ventre da deusa negra. Contudo, se nós escolhermos entrar no desconhecido enquanto ainda vivos, nós podemos experienciar uma iniciação nos mistérios destas deusas, um processo que nos permitirá lembrar o esquecido, destruir o antigo e construir um novo.
CONCLUSÃO – LILITH E A INICIAÇÃO MÁGICA
O papel de Lilith como Rainha de Sitra Ahra é de uma iniciadora que, através de uma descida progressiva para as profundezas da alma, é revelador aquelas partes de nós mesmos que nós temos banido em nosso inconsciente. A soma deste material negado é nossa sombra. A exploração do lado negro através do simbolismo cabalístico, é a exploração do lado negro, não apenas da própria alma, mas também da alma da humanidade, assim como o próprio cosmos. O homem, domesticado pelas comodidades da modernidade, tem esquecido a si mesmo de se tornar uma peça da grande máquina que é a sociedade moderna. O questionamento existencial é por si só uma ferramenta útil para começar a se libertar do paradigma, mas isto não é o suficiente. Ação é necessário. O existencialismo deve servir para começar um processo progressivo que termina com a maturidade do homem como criador de sua própria existência, e isto pode ser apenas alcançado através da exploração do próprio ser em todas suas dimensões. Neste processo, e por causa de muitas natureza de conhecimento próprio, o homem é transformado. Como é possível esta transformação? Através da iniciação mágica.
Sistemas de iniciação tradicionais decaíram em meros grupos especulativos, apenas discutindo os símbolos e mitos de suas tradições, sem na verdade aplicar seus conhecimentos. Magia é uma ferramenta para alcançar esta realização, mas apenas dentro de um contexto iniciático, este é, então que permite a realização de todo o potencial do indivíduo. Para fazer isto, um sistema iniciatório de magia não deve focar apenas em um aspecto do indivíduo, mas tem que se esforçar para alcançar o equilíbrio das forças e potências em ordem para alcançar um certo dinamismo permitindo a ascensão do espírito para a realização própria.
Lilith é a iniciadora dos mistérios do lado sombrio, tal como, é a mãe negra em cujo o ventre nós podemos apenas encontrar morte e desolação, mas, como eu mencionei antes, é neste ventre que nós podemos encontrar os segredos da divindade. A busca pela centelha divina interior requer sacrifícios, e o pagamento por uma nova vida a qual se torna de sua própria realidade dele ou dela, é aquele que deve destruir sua antiga vida. No outro lado, além da luz de Deus, está o poder que o homem moderno tem esquecido e banido, um poder que Lilith, como Rainha de Sitra Ahra, revela para o adepto que ousa entrar em seu ventre. O sangue de Lilith, os kalas da Lua Negra, é o veneno que mata os filhos dos homens, mas não aqueles que andam no Caminho da Mão Esquerda, este é o elixir da vida eterna.
Fonte: Lilith: A Deusa do Sitra Ahra, por Daemon Barzai.
Traduzido por Torre Negra Editoriais.
Texto enviado por Ícaro Aron Soares.
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