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Moses Cordovero

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A contribuição de Moisés Cordovero na história da cabala

Quando: Século XVI

Onde: Espanha

Livro: Pardes Rimonim (entre outras)

Importância: integração das diferentes escolas cabalistas

“Em primeiro lugar a En Soph causou o surgimento de dez emanações etéreas, Sephiroth, na forma de pensamentos que eram de sua essência, unidos com este e formando com este uma unidade. Estes Sephiroth são as almas das quais as dez Sephiroth mencionados pelo nome são as vestes. São os instrumentos da essência anterior, e estes se aplicam a justiça, a misericórdia e os outros atributos que não podem ser aplicadas ao En Soph.”

– Moses Cordovero, Or Ne’erabh, VI, 6

No século 16 a cabala definitivamente sai da sua fase mítica e entra em sua fase hitórica. Algumas pessoas neste período foram cruciais para o amadurecimento de toda a tradição. Entre vários que poderiam ser citados existem duas figuras de destaque que muitas vezes são vistas como antagônicas mas que na verdade se completam. Algo bem parecido com o que ocorreu entre Beatles e Rolling Stones nos anos 60. A primeira destas figuras foi Moses ben Jacob Cordovero, também conhecido pelo apelido carinhoso O Ramak.

O mundo já havia mudado muito desde que o Zohar foi escrito e enterrado. O Império Romano sumiu da face da terra. Grandes religiões foram fundadas e se espalharam pelo mundo. Haviam agora várias escolas cabalistas que haviam redescoberto o Zohar e cada uma o entendia de uma forma. E a partir do momento que Moises Cordovero entrou em contato com a cabala sua vida se transformou e ele não descansou até produzir uma total integração destas diferentes escolas cabalistas em um único corpo coeso e coerente com o Zohar e a Torá.

Seu trabalho resultou em volumes enciclopédicos e tornou-se central no desenvolvimento da cabala a partir de então. Seu primeiro livro Ohr Yakar (“A luz preciosa”) foi um extenso comentário do Zohar. Mas foi sua segunda obra Pardes Rimonim (“O Jardim das Romãs”) que lhe rendeu maior fama. The Pardes é conhecido como reconciliar todas as várias escolas cabalisticas existentes na época com os ensinamentos do Zohar. Outros dois livros que podemos destacar são o Tomer Devorah (“A Palmeira de Debora”), no qual utiliza os conceitos de sephirot e o Ohr Ne’erav, onde faz uma apologia do estudo cabalistico e seus métodos.

Não bastando a extensa literatura deixada, em 1550 fundou ainda a Academia de Cabala de Safed, que dirigiu por mais vinte anos até o fim de sua vida. Sua abordagem intelectual e engajamento atraiu muitos seguidores, entre eles figuras importantes como Rabbi Eliyahu di Vidas, autor de Reshit Chokhmah (“O Começo da Sabedoria”), e Rabbi Chaim Vital, que depois tornou-se o principal escriba do segundo grande nome da cabala do século 16 que veremos a seguir: Rabbi Isaac Luria.

 


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