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Lobsang Rampa

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Natalia Maraani

Em novembro de 1956 um livro intitulado “O Terceiro Olho” começou a chamar atenção no Reino Unido. ele foi escrito por  Tuesday Lobsang Rampa e trazia um detalhado relato de suas experiência no Lamastério de Chakpori no Tibete. O título do livro é derivado de uma operação descrita no livro, algo similar trepanação na qual Rampa alega ter passado na qual um pequeno furo foi feito em sua testa e tratado com ervas especiais dando-lhe assim o dom da clarividência.

“O instrumento penetrou no osso. Uma lasca de madeira muito dura e limpa tinha sido tratada com fogo e ervas e deslizando para baixo simplesmente fez um buraco em minha cabeça. Senti uma sensação de formigamento e cócegas na ponta do meu nariz. Ela diminuiu e eu percebi cheiros sutis que não conseguia identificar. De repente, houve um clarão ofuscante. Por um momento a dor foi intensa. Ele diminuiu, morreu e foi substituído por espirais de cor. Enquanto a lasca projetada estava sendo amarrada no lugar de modo que não pudesse se mover, o Lama Mingyar Dondup se virou para mim e disse: “Você agora é um de nós, Lobsang. Pelo resto da sua vida, você verá as pessoas como são e não como eles fingem ser. “

É engraçado o trecho falar sobre o que as pessoas fingem ser, pois um detalhe muito importante é que na verdade Tuesday Lobsang Rampa é o nome de mais de vinte livros escritos por Cyril Henry Hoskin, um encanador da cidade de Plympton em Devon, inglaterra. Quando questionado publicamente pelo detetive particular Clifford Burgess, Cyril não negou seu nome de batismo mas também não negou a autoria de Lobsang Rampa.

Segundo ele seu corpo agora está sendo ocupado e guiado pelo espírito de Lobsang Rampa. A história é contata em seu terceiro livro The Rampa Story, no qual ele relata ter caído de uma árvore no jardim de Thames Ditton enquanto tentava fotografar uma coruja. Na queda ele bateu a cabeça e quando voltou a si viu um mong budista andando até  ele. O monge falou com ele que seus dias na terra realmente estavam terminados, mas com sua permissão Rampa poderia assumir seu corpo para uma missão especial naquela terra uma vez que seu corpo original do Tibet já estava fraco e envelhecido. Ele manteve esta história a vida toda e em 1948 mudou seu nome legalmente para Lobsang Rampa.

Apesar da origem controversa dos livros as obras de Lobsang Rampa possuem um fascínio próprio e um detalhamento difícil de ser explicado se a versão contada acima não for verdadeira e um evidente o conhecimento que o autor sobre os temas abordados em suas obras.

Donald S. Lopez, Jr., em Prisoners of Shangri-La (1998) apontou que “O Terceiro Olho” é ainda hoje um livro respeitado por tibetologistas e que seus textos, apresentados a turmas da University of Michigan são considerados criveis e realistas do que outras obras sobre o Tibete.

Lobsang Rampa foi um apoiador da causa Tibetana. In 1972 o editor Alain Stanké escreveu para o Dalai Lama pedindo sua opinião sobre a identidade de Rampa. A resposta veio por meio de sue secretario “Eu desejo informar que nós não validamos as credenciais dos livros escritos por T. Lobsang Rampa. Seus trabalhos são altamente imaginativos e de natureza ficcional.” Entretanto O Dalai Lama em outras ocasiões falou positivamente sobre o autor e agradecendo pela boa publicidade que deu ao Tibete.”

Bibliografia Comentada

A Terceira Visão (The Third Eye, 1956)

Em seu primeiro livro Lobsang Rampa conta os detalhes sobre a sua vida no Tibete – os costumes e rituais populares que resiste a ocupação chinesa -, ele descreve sua experiência mística e os dons paranormais despertados após sua iniciação religiosa aos 7 anos de idade e termina em sua partida esperançosa de Lhasa em 1927.

O Médico de Lhasa (Doctor from Lhasa, 1959)

Em sua segunda obra ele conta sobre sua preparação para tornar-se sacerdote-cirurgião sob as bênçãos do XIIIº Dalai Lama. Dá mais detalhes sobre operação especial para a abertura do seu “terceiro olho” bem como sua fantástica aprendizagem na arte de curar, suas experiências e descobertas na China ocidental e suas aventuras na Segunda Guerra Mundial quando caiu nas mãos dos japoneses e conseguiu sobreviver às torturas infligidas por seus inimigos.

Entre os Monges do Tibete (The Rampa Story, 1960)

Lobsang Rampa agora viaja pela Coréia e Rússia, depois Europa e América, terminando na Inglaterra. Ele é novamente capturado e sofre mais torturas até que ele, mais uma vez, foge dirigindo carros de luxo. Neste livro Lobsang conta a história de como sua alma migrou para o corpo de um homem inglês (Cyril Henry Hoskins) ansioso para deixar este mundo, permitindo a Lobsang continuar sua missão.

A Caverna dos Antigos (Cave of the Ancients, 1963)

Voltando para suas memórias de juventude Rampa narra agora uma visita que o marcou muito na qual, acompanhado de seus mestres conheceu uma caverna no Tibete onde estão guardados diversos objetos que pertenceram a uma civilização antiga já desaparecida.

Minha Vida com o Lama (Living with the Lama, 1964)

Este livro é especial pois escrito de forma a parecer narrado pela gata de estimação de Rampa com a qual ele dizia poder comunicar-se. Aqui ela retrata sua vida animal do nascimento até ao final dos seus dias, fazendo no percurso o leitor pensar sobre muitos dos aspectos do comportamento humano. Enquanto conta suas alegrias e tristezas estimula o pensar sobre as nossas próprias atitudes e sociedade. Uma história de grande valor moral.

Você e a Eternidade (You Forever, 1965)

Este livro é na verdade um curso intensivo de magia tibetana que originalmente seria lançado em vários fascículos, mas por questões práticas, acabou sendo lançado como  volume único. Nele, Lobsang Rampa inicia o leitor nos mistérios da lamas e passa ensinamentos e exercícios para a realização de viagens astrais. Também contem explicações sobre a visão de auras e técnicas de respiração e iniciação à pratica da Ioga. É sem dúvida seu livro mais prático.

A Sabedoria dos Lamas (Wisdom of the Ancients, 1965)

Trata-se de um dicionário sobre assuntos relacionados ao esoterismo tibetano.

O Manto Amarelo (The Saffron Robe, 1966)

Esclarecimentos adicionais sobre a vida de Lobsang dentro dentro do Lamasterio com seu nobre guia, o Grande Lama Mingyar Dondup. As são contadas as origens do budismo, com a verdadeira história sobre o príncipe Gautama, e como ele se tornou Buda e seus principais ensinamentos.

Capítulos da Vida (Chapters of Life, 1967)

Lobsang fala sobre outrasdimensões, mundos paralelos e profecias, provando ao leitor uma compreensão mais profunda de assuntos metafísicos. Lobsang também responde perguntas sobre religião e dá sua visão sobre cristianismo e assuntos ocidentais.

Além do 1o Decimo (Beyond The Tenth, 1969)

Nesta obra, Lobsang Rampa explica a visão de que o ser humano tem apenas um décimo de sua personalidade iluminada por sua consciência e os outros nove décimos por tudo que é chamado de “subconsciente”. Este livro é sobre as capacidades ocultas destes nove décimos da mente e como explorá-las.

A Chama Sagrada (Feeding the Flame, 1971)

Nesta obra Rampa faz um apanhado geral dos ensinamentos de seus primeiros dez livros. Há também bastante espaço dedicado parapPerguntas de leitores são respondidas. Ele defende a a doutrina da reencarnação e cita alguns casos interessantes explicando os eventos em detalhes.

O Eremita (The Hermit, 1971)

Rampa escreve neste livro a história que lhe foi narrada por um monge cego que conheceu em sua juventude. Este monge diz ter conhecido os “Jardineiros da Terra”, um grupo de seres de outro mundo que tem como missão espalhar a vida e cuidar das bases sociais pelo universo. Os Jardineiros mostram ao Eremita a formação da vida na Terra.

A Décima Terceira Vela (The Thirteenth Candle, 1972)

Mais da jornada de Lobsang pela vida e pela morte. Ao orientar um moribundo em sua passagem fala sobre técnicas de respiração e o Superior são explicados em maiores detalhes e o equívoco sobre Guias Espirituais é desfeito. Além de apresentar uma visão mais aprofundada sobre as viagens astrais e comentários sobre homossexualidade.

Luz de Vela (Candlelight, 1973)

Nesta obra Lobsang volta ao seu viés pratico e passa ensinamentos sobre astrologia e radiestesia. Ele também transcreve sobre um encontro anterior com jornalistas, organizado pelo seu querido amigo e editor Alain Stanke elém de responder a mais perguntas dos leitores.

Sol Poente (Twilight, 1975)

Lobsang explica os vários níveis de viagem astral, sua mudança para Calgary e uma explicação sobre a “terra oca”. Dr. Rampa explica ainda como usar corretamente pêndulos, o poder da oração e responde dúvidas sobre casamento e divórcio, bruxaria e possessão.

Foi Assim! (As It Was, 1976)

Este livro continua a história de vida de Lobsang Rampa, desde a época em que viveu no Tibete a suas viagens de aventura em todo o mundo. Dá também detalhes da vida de Cyril Henry Hoskin antes de Lobsang transmigrar para seu corpo físico, respondendo comentários ofensivos ao revelar que oDr. Rampa era ele mesmo filho de um encanador e ele próprio já trabalho em trabalhos manuais como fabricante de artigos cirúrgicos.

A Fé Que Me Guia (I Believe, 1976)

Aqui Rampa responde a uma das perguntas mais frequentes que recebeu mas que ainda não havia respondido com profundidade: o há depois da morte? Também trata de diversas questões relacionadas a morte como a questão do destino dos suicidas e o ciclos bons e maus da existência.

Três Vidas (Three Lives, 1977)

O interesse despertado pelo livro anterior levou Rampa a produzir outro volume dedicado as questões da vida após a morte. Aqui ele responde duvidas sobre o céu, o inferno, as escrituras e as religiões.

 

Todas essas são perguntas que o homem, independentemente da sua fé (ou falta dela), da sua religião, do seu grau cultural, se surpreende fazendo, mesmo dizendo que “não pensa nisso” ou que “não tem medo de morrer”.

O Sabio do Tibete (Tibetan Sage, 1980)

Estranhos equipamentos revelam o passado, o presente e o futuro para um jovem Lobsang Rampa. O leitor acompanha o Sábio do Tibete compartilhando com ele sua perplexidade diante da história oculta em uma uma viagem fascinante que desafiará suas definições do que é ou não real.

Minha Visita a Vênus (My Visit to Venus, 1988)

Este livro foi lançado postumamente e fpo desmerecido pelo autor ainda em vida. Em  “A Chama Sagrada”  ele diz:

“Outra pessoa escreve referindo-se a Minha Visita a Vênus. Mas deixem-me dizer aqui, clara e definitivamente, que não recomendo aquele “Livro”. São apenas algumas páginas contendo alguns artigos que escrevi há anos e contêm algumas ilustrações – bem, considero-as modernista – feitas por mim. Esse livro, incluindo partes de meu trabalho e de uma porção de coisas bombásticas, foi publicado sem minha autorização e contra meus desejos.”

Trata-se de compilações de artigos escritos por Rampa para uma revista inglesa em 1957 e que foram lançados informalmente como livro na época. Há uma carta do Dr. Rampa ao editor original (de 1957) em que ele cita que autorizaria a publicação desta obra, se o mesmo atendesse sua solicitação. Segue a transcrição de dita carta: “Sr. Gray Barker Caixa Postal 2228 Clarksburg West Virginia 31, outubro 1966

Caro Sr. Barker,

Este livro não deveria ter sido publicado, realmente, mas eu estou preparado para acreditar que você o publicou de boa fé, sob a suposição de que eu estava na América do Sul e não tão disponível.

Para regularizar a sua situação, sugiro isto: você faz duas alterações conforme solicitado por mim, e dar-lhe-ei permissão para publicar e vender o livro. Não receberei royalties por este livro, “Minha Visita a Vênus,” mas você pode enviar dez por cento de seus lucros para The Save A Cat League (Liga Salve um Gato) da 245 West 25th Street, Nova Iorque, porque os pobres gatos pequenos têm um tempo miserável neste mundo adverso. Você e eu tivemos um momento difícil nas mãos da ignorância, tão bombástica e maldosa, e eu NUNCA tive nenhuma oportunidade de dar a minha versão da questão. Os idiotas da imprensa são como cães raivosos no seu ódio insensato ao que eles não entendem.

Digo-te definitiva e categoricamente que todos os meus livros são verdadeiros, são as minhas próprias experiências pessoais, e eu sou quem afirmo ser.

Atenciosamente,

T. Lobsang Rampa”

Lobsang Rampa morreu em 25 de janeiro de 1981, aos 70 anos na cidade de Calgary, no Cadaná de onde adquiriu com sua esposa cidadania em 1973.


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