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por Marcelo Coimbra Régis
Apesar da palavra Parapsicologia ter sido proposta pela primeira vez em 1889 por Max Dessoir, coube a J.B. Rhine a consagração da mesma como o estudo científico das capacidades extrasensoriais. Graças ao extraordinário trabalho de Rhine a Parapsicologia hoje é considerada mais um campo científico e possui diversos laboratórios e departamentos de estudos e pesquisas dentro das mais respeitadas universidades do mundo.
Coube a Rhine a façanha de colocar o fenômeno paranormal, as ciências do espírito dentro das Universidades e no âmbito da ciência oficial.
Joseph Banks Rhine nasceu em Waterloo, Pensilvania, em 1895. Conforme seus próprios relatos não era incomum entre os habitantes de sua cidade a crença em presságios, advertências ou mensagens procedentes de meios invisíveis. Assim, desde menino Rhine conhecia as histórias paranormais. Porém seu pai – inteiramente cético – ensinou-o a desprezar àquelas crença e histórias. Apesar disso o interesse de Rhine pelas pesquisas psíquicas permaneceu forte durante toda a sua vida. Conforme suas próprias palavras: “Meu interesse pelas pesquisas psíquicas originaram-se do desejo comum – penso- a milhares de pessoas, de descobrir um a satisfatória filosofia da vida, uma filosofia que pudesse ser considerada cientificamente sólida e, mais, que pudesse apresentar solução a urgentes questões relativas à natureza do homem e a seu lugar no mundo” (Rhine, J.B. “Novas Fronteiras da Mente”. IBRASA. S. Paulo, 1965 – pág. 34).
Afirmando não serem satisfatórias a respostas dadas pelas religiões nem pelo materialismo, Rhine empreendeu-se na busca de qualquer fato desafiador que pudesse facilitar a compreensão da pessoa humana e de suas relações com o universo. Seu total engajamento as pesquisas psíquicas foi em muito incentivado pelo contato com os trabalhos sobre telepatia de Sir Oliver Lodge.
É interessante também transcrever as impressões de Rhine sobre uma conferência de Sir Arthur Conan Doyle sobre o Espiritismo: “Fui com o espírito bastante prevenido, quase disposto a escarnecer, e saí com a mesma disposição. Mas, a despeito de minhas dúvidas, trouxe a impressão, que ainda guardo, do que a crença de Sir Arthur lhe fizera. Fizera-o supremamente feliz. Banira-lhe as dúvidas religiosas e fizera-o um cruzado, pronto a fazer-se de tolo, se necessário, a favor do que acreditava ser um grande princípio”. (Rhine, J.B. “Novas Fronteiras da Mente”. IBRASA. S. Paulo, 1965 – pág. 36).
Após completar seu doutorado em Biologia pela Universidade de Chicago e já casado com a Dra. Louisa Ella Rhine, Rhine foi convidado pelo prof. William McDougall (psicólogo altamente interessado nos fenômenos paranormais) para integrar a equipe do Departamento de Psicologia da Universidade de Duke (Durham, Carolina do Norte). Rhine iniciou suas investigações tentando estabelecer evidências da sobrevivência depois da morte utilizando as faculdades da médium Eileen Garett.
Encontrando muitas dificuldades em estabelecer cientificamente e irrefutavelmente a veracidade das comunicações mediúnicas, Rhine pouco a pouco derivou seus esforços para a comprovação da existência das capacidades extrasensoriais dos seres humanos. Sua tese era que, uma vez aceita a existência de tais capacidades, seria mais fácil adentrar em outros campos mais espinhosos como a sobrevivência da alma, comunicação com os mortos etc. Assim entre 1928 e 1934 Rhine, juntamente com sua esposa Louise Rhine, o Dr. J. Gaither Pratt, o Dr. Helge Lundholm e o Dr. Karl E. Zener, realizou centena de milhares de experimentos logrando a comprovação estatística da existência de capacidades extrasensoriais no ser humano.
Em 1934, depois de cinquenta anos de pesquisa Rhine publica sua monografia Extrasensory Perception que provocou uma intensa reação no público, tanto no sentido de incentivar novas pesquisas e outros grupos de pesquisas quanto pressões para que a universidade encerrasse seu patrocínio as pesquisas de Rhine. Assim nasceu o Duke Parapsychology Laboratory independente da Universidade de Duke porém com todo o acervo e histórico de pesquisas parapsicológicas.
Apenas como uma amostra do grande trabalho de Rhine vale destacar que entre os anos de 1930 e 1940 foram realizados 2.966.348 ensaios de telepatia, 129.775 ensaios de clarividência. A coroação dos esforços de Rhine veio por etapas: em 1937 o Congresso Anual do American Institute for Mathematical Statistics conclui que as técnicas e métodos estatísticos utilizados por Rhine são totalmente corretos. Em 1938 o Congresso Anual da American Psychological Association declara como legitimamente científica e pertencente ao campo da psicologia a investigação da ESP.
Em 1965 Rhine deixa a Duke University na qualidade de professor jubilado e se integra totalmente a Foundation for Research on the Nature of Man (FRNM), instituição que havia estabelecido em 30 de junho de 1962. É criado então, dentro da FRNM o Intitute of Parapsychology que substituiu o Duke Parapsychology Laboratory e recebeu todos seus equipamentos e arquivos. Porém, o reconhecimento definitivo da Parapsicologia e de todo o grande trabalho de Rhine só chegou em 30 de dezembro de 1969 quando a American Association for the Advancement of Science aceita a filiação da Parapsychological Association em seus quadros reconhecendo formalmente a parapsicologia como matéria cientifica e a função PSI como um dos elementos constituintes da natureza humana.
Rhine veio a falecer em 20 de fevereiro de 1980, aos 84 anos, após uma vida inteira dedicada às pesquisas parapsicológicas. Com certeza, o Dr. Joseph Banks Rhine tem lugar de destaque entre as personalidades que alavancaram as ciências do espírito neste século.
1895-1980
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