Categorias
Biografias

Jorge Adoum

Leia em 11 minutos.

Este texto foi lambido por 246 almas esse mês

Jorge Elias Adoum ou Mago Jefa, escritor e médico naturista. Nasceu em 10 de março de 1897 na propriedade agrícola de seu pai, Francisco Adoum, em Karf-Shbeil, próximo de Biblos, Líbano, e pertenceu a uma família católica maronita. Ainda no Líbano, começou seus estudos superiores (e ali começou o processo de sua Iniciação nas Escolas Ocultas), e os terminou em Lyon-França, diplomando-se em Medicina. Sofreu no Líbano os horrores da guerra de 1914 cujos relatos, em parte, encontram-se em seu livro”Adonai”.

Viveu grande parte de sua vida no Equador, onde constituiu sua família.

Percorreu quase todos os países sul-americanos dando conferências gratuitamente, editando suas obras, fazendo o bem.

Viveu muitos anos no Brasil e faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 4 de Maio de 1958, por causa de um derrame cerebral, aos 61 anos, e cumprindo sua vontade está enterrado na cidade onde o recordam como “Jefa, O Venerável” [Nota: Pelo que consta o próprio Jorge Adoum foi avisado por Issa que sua vida deveria terminar pelo coração, segundo se pode ler no livro “O Batismo da Dor”].

 

Foi uma pessoa hermética no que concerne à sua vida. Sua infância deve ter sido difícil, igual a de todos os cristãos na Europa Oriental e próximo ao Oriente, a ocupação turca revestiu com extrema crueldade, como testemunham feitos muito conhecidos, provocados pelo fanatismo otomano nos países Árabes e na Europa. As restrições impostas pelos turcos foram draconianas, ao extremo de proibir aproximar-se do mar, e quem o fizesse recebia disparos de alguns dos guardas civis que vigiavam as praias, durante a guerra não podiam sequer salgar os alimentos, já que o sal era escasso, particularmente entre os cristãos. Todavia, os Turcos não colocavam obstáculo para que seus súditos emigrassem, razão pela qual concediam passaportes e salvo-conduto para sair do império. Assim, quando as coisas ficaram difíceis entre 1900 e 1918, produziu-se a avalanche de cristãos libaneses, sírios e palestinos à América, essa é a razão pela qual se os deu, equivocadamente, o ‘gentilicio’ de Turcos, a todos os imigrantes que se identificavam com tais documentos.

 

Certa vez contou a seus filhos que durante Primeira Guerra se uniu ao Emir Faisal da Síria como seu secretário, lutando pela independência de seu país, e quando perguntaram-no por que não continuou ao seu lado, ele explicou que uma frase inoportuna sua mudou sua vida, e talvez a de seu país, agregando: “O Emir me convidou a voltar quando me situei aqui, mas já era demasiado tarde”.

 

Por volta de 1916 chegou à sua casa a noticia de que havia morrido na frente de batalha. Seu pai e seu irmão decidiram hipotecar a um usurário as terras da família e ir à América. Todavia ele não havia morrido, e ao final da guerra regressou à sua casa em busca de refúgio, perseguido, sem a proteção do Emir Faisal e com a cabeça colocada a prêmio por ser nacionalista, encontrou que o terreno já não os pertencia e que os seus familiares haviam indo ao Equador. Em seguida, abandonou o Líbano e nenhum conhecido voltou a saber dele até 1924, quando chegou ao Equador. Proveniente da França, estudando, pois quando chegou ao Equador falava e escrevia corretamente francês, língua que não se ensinava nos colégios e universidades do Líbano, senão a partir de 1918. Sabia Medicina Naturista, Hipnotismo e Sugestão, que não eram matérias das escolas de medicina da Europa daquela época, o que põe uma interrogação a mais na investigação do que pode haver feito neste lapso

 

Chegou ao Equador com a saúde fragilizada, em busca dos seus familiares, mas teve a surpresa de não encontrá-los, pois seu pai e seu irmão, um depois do outro, haviam viajado para o Brasil, onde residiram até a morte.

Os médicos recomendaram que se radicara na Serra, porque o clima de Guayaquil seria fatal para ele. O Dr. Abel Gilbert diagnosticou tuberculose e prognosticou três meses de vida. Foi assim como decidiu viajar à Ambato, onde, superados seus males, que estava longe de ser a terrível enfermidade daqueles tempos, conheceu através de um amigo, Juana Auad Barciona (que viria a ser sua esposa), libanesa, filha única, que veio ao Equador com seus pais quando tinha 5 anos de idade e que acabava de enviuvar. Com ela teve cinco filhos: Violeta, Jorge Enrique, Handel, Wagner (falecido em 1977) e Nancy.

Ambato em 1924 era uma cidade pouco apta para manifestar seu talento. Sem poder exercer a medicina que ele conhecia tratou de sobreviver com o comércio, mas descobriu que não tinha aptidão para este ramo. E de fato o resto de sua vida mostrou um total desinteresse pelo dinheiro, o que justificava seu fracasso como comerciante. Quando algum amigo acudia a ele em busca de saúde, era incapaz de cobrar pelo tratamento. Ainda, posteriormente, quando obteve autorização para exercer a medicina, considerava indigno receber honorários por curar enfermos, causando a natural irritação de sua esposa, que tinha que enfrentar os estreitezas econômicas de um lar com cinco filhos; por isso, enquanto exerceu a medicina, sempre se ateve à generosidade de seus pacientes sem pedir jamais um centavo.

 

No isolamento cultural que manteve em Ambato se dedicou à pintura com razoáveis resultados no formal e no artístico e deploráveis no econômico, mas no campo intelectual se afogava. Para combater o tédio, aprendeu a tocar música clássica no violino, traduziu e publicou “As Asas Quebradas” de Khalil Gibrán, dando a conhecer provavelmente pela primeira vez no Equador a este renomado poeta, e “A Eva Moderna” de Nicolas Haddad, outro notável escritor libanês.

 

Para o corpo Médico do Equador da década de 1930, fechado a inovações ou investigações de novas técnicas, Adoum não passava de ser um bruxo irresponsável, apesar de que, aqueles que acudiam a ele, o faziam somente quando os médicos acadêmicos os haviam desenganados.

 

Em 1935 buscou horizontes mais amplos em Quito e se mudou com sua família à capital. Ali, com melhores elementos culturais, pôde desenvolver sua capacidade ainda que sempre dentro de extremadas limitações. Publicou uma revista teosófica chamada “Eu Sou ”, cuja circulação se produzia no exterior, sendo muito limitada sua venda no país. Este ano atendeu ao Chefe Supremo Ing. Federico Paez, da grave doença que este sofria, e foi recompensado com uma autorização para poder exercer livremente a Medicina no Equador. Entre as curas importantes que realizou está a de uma senhora chamada Maria de Leon, que sofria de ataques de asma há muitos anos, havendo visitado a quantos médicos conhecia, sem resultado algum. Adoum lhe deu um tratamento de hipnose e prescreveu que às cinco da manhã ela deveria caminhar sem sapatos na grama do parque El Ejido de Quito. Maria de Leon, ao fim de poucos meses, deixou de ter ataques de asma. Em 1978 (43 anos depois) uma revista médica russa da União Soviética publicou que os médicos russos estavam experimentando para o tratamento de asma, marchas sobre a grama, na madrugada, pois durante a noite, os raios cósmicos, benefícos para os asmáticos, se acumulavam nas folhas e podem ser aproveitados pelos pacientes antes que o Sol e o trânsito reduzam sua potência. Adoum jamais revelou qual era a fonte onde aprendeu este tratamento e tampouco viveu o suficiente para poder ler o artigo mencionado. Ele jamais exerceu a medicina em outro país que não fosse o Equador.

 

Em 1943 o Líbano alcança independência, então Adoum se converte em fundador e primeiro presidente do Centro Cultural Árabe, de Quito, cujo órgão de publicidade foi a revista ‘Oasis’, da qual chegaram a sair 16 números em três anos.

 

Desde 1946 sua existência mudou totalmente e foi cheia de satisfações pessoais no campo espiritual e a admiração que seus discípulos tinham por ele excede toda ponderação. A generosidade destes fez com que as estreitezas econômicas que sofreu no Equador se superassem sem esforço; já era uma figura conhecida no continente Sul Americano, no campo esotérico.

 

Vivia indistintamente entre Chile, Argentina e Brasil. Finalmente, em 1950, decidiu estabelecer-se no Rio de Janeiro, de onde visitava outros países. A venda de seus livros se multiplicou e continuam sendo êxito de livrarias na América Latina. Nesse mesmo ano se constitui no Brasil a Comissão Divulgadora das Obras do Dr. Adoum, cuja sede esta ainda em Santos Dumont, estado de Minas Gerais.

 

1953, morre sua esposa. Em 1955 viajou a Buenos Aires, e alguém cometeu a indiscrição de deixar saber em qual hotel se alojaria. Hospedou-se tranqüilamente na noite de sua chegada e na manhã seguinte a polícia acudiu a sua habitação a pedir que deixara a cidade o mais breve possível. Resultou-lhe totalmente incompreensível esta descortês atitude, porque ainda não se havia interado que o Hall do Hotel estava cheio de gente em cadeiras de rodas, com muletas e caras demarcadas, que queriam visitar ao Dr. Adoum por razões médicas; fato que obrigou a administração a chamar a polícia.

 

Em abril de 1957 foi acometido por um distúrbio circulatório que durou 20 dias, durante os quais sua saúde era bastante crítica, passando pro experiências psíquicas excepcionais, resultando no livro “20 Dias no Mundo dos Mortos”.

 

Quanto a suas características pessoais, era alto, corpulento, muito esbelto, de caminhar imponente e cuidadoso no vestir. Seu olhar, jamais inexpressivo, era penetrante e inspirava temor ou ternura, segundo quem fosse o interlocutor. Falava muito claramente, em voz nunca alta, mas sempre claramente audível, de tom firme e seguro. Tanto em espanhol como em francês, falava quase sem sotaque, com muita propriedade. Costumava madrugar e começava o dia com seus exercícios respiratórios, dos quais formavam parte certos sons das cordas vocais, muitos deles com boca fechada, emitidos de forma tênue, muito prolongados, que variavam de tonalidade. Como dado curioso cabe também mencionar que Adoum praticava como passatempo a leitura da sorte através da cinza de cigarros e das borras de café, técnicas muito antigas no Oriente para esta classe de hobbies.

 

A ortografia com que escrevia seu apelido incluindo uma letra ‘O’ entre ‘D’ e ‘U’, provem de seu passaporte emitido por autoridades francesas, em cujo idioma é indispensável escrever ‘Adoum’, para que soe igual à ‘Adum’, em espanhol.

 

o pseudônimo de “Mago Jefa”, que consiste nas iniciais do seu nome mais o nome de batismo de seu pai segundo o costume dos Árabes (Jorge Enrique Francisco Adoum), nome que identificou sua produção literária posterior.

 

Um outro aspecto, notório quando se faz busca google com o nome de Adoum, é o aparecimento de ‘outro’ Adoum: trata-se do filho de Mago Jefa cujo nome é Jorge Enrique Adoum. Jorge Enrique Adoum é um notável poeta equatoriano, nascido em Ambato em 1926. Foi secretário do não menos notável poeta chileno, Nobel de literatura na década de 70, Pablo Neruda. Diz-se que certa vez Neruda comentando sobre J. Enrique Adoum, expressou: É a fina flor da poesia.

 

 

Mestre da FRA e da Maçonaria, o Dr. Jorge Adoum, Mago Jefa, legou-nos um precioso acervo de obras iniciáticas, que tratam das forças interiores que tem o homem, sem conhecimento de que as possui. Várias de suas obras descobrem significados ocultos nas escrituras sagradas de todas as religiões, particularmente do cristianismo. Todos os seus livros visam a predispor o homem a despertar e a ativar seus pendores superiores, dando-lhe práticas para conquistar saúde física, mental e espiritual.

 

Duas das primeiras novelas que escreveu, ‘Adonay’ e ‘O Batismo da Dor ou o que aconteceu a Adonay’ aparentemente são relatos autobiográficos de sua vida no Líbano, próxima ao Oriente e a França; não obstante, cada vez que se o perguntava se realmente podiam considerar-se como acontecimentos de sua vida, aludia sistematicamente uma resposta objetiva, dizendo que a pergunta carecia de importância, atitude que mantinha, segundo explicou a um de seus filhos, por temor a que se cultivara uma reverencia a sua pessoa, por causa da admiração que tinha e ainda tem seus discípulos.

 

 

1940 – Publicou em Quito seu primeiro livro: “Poderes ou o Livro que Diviniza”, empregando o pseudônimo de ‘Mago Jefa’. Este livro despertou grande interesse em toda América Latina e escassa atenção no país. Nesta obra ele fala das chaves do saber, do querer e do novo nascimento.

 

1941 – As Chaves do Reino Interno.

 

1942 – Adonay – Ainda não havia sequer nascido o Estado de Israel e a segunda guerra estava em todo o seu furor, pressagia os terríveis tempos que viriam para Líbano, Síria e Palestina, pela forma com que se conduzia a política desses países liberados dos turcos Em “Adonai” encontramos estas palavras: “Todo homem que procura comunicar aos demais o que sabe é um egoísta, o verdadeiro altruísta é aquele que desperta nos demais o que neles está latente”..

 

1943 – A Sarça de Horeb que é uma introdução aos grandes mistérios do corpo humano; e Reviver o Vivido

 

1946 – O Povo das Mil e uma Noites, que trata das religiões do Oriente, com um profundo conhecimento da história desses povos. Foi um homem culto e conhecia a situação do Oriente Médio.

 

 

 

 

 

Outras obras:

 

Do Sexo à Divindade – Estuda a história dos mistérios das religiões, o poder criador, a chave dos mistérios e o princípio puro das religiões.

A Magia do Verbo ou o Poder das Letras – Se ocupa do poder espiritual e científico das

palavras.

Eu Sou – É uma coleção de afirmações para lograr a auto-superação.

Cosmogênese Segundo a Memória da Natureza – Analisa a relação do espírito com a natureza.

O Gênesis Reconstruído – Trata da relação do homem com as forças cósmicas.

Como Sentir e Desfrutar a Felicidade

O Reino (ou o homem desvelado)
Rasgando Véus
O Livro sem Título de um Autor sem Nome

Vinte Dias no Mundo dos Mortos

 

Na série de livros ‘Esta é a Maçonaria’ analisa o conteúdo esotérico da maçonaria e os passos que devem se dar para lograr a superação e a maestria. Intentou escrever sobre os 33 graus, mas a morte o surpreendeu ao concluir o nono (dos quais o 6, 7 e 8 encontram-se em um mesmo livro, repartido em capítulos).

 

1 Grau do Aprendiz e seus Mistérios

2 Do Companheiro e seus Mistérios
3 Do Mestre Maçom e seus Mistérios

4 Do Mestre Secreto e seus Mistérios
5 Do Mestre Perfeito e seus Mistérios

6 Secretário Intimo, Mestre Inglês

7 Preboste ou Juiz ou Mestre Irlandês

8 Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel

9 Grau do Mestre Eleito dos Nove

 

Ficaram inéditos alguns livros do Mago Jefa tais como:

 

‘O Evangelho da Paz’,

‘Os exércitos do Mel’,

‘Rumo aos Mistérios’ e

‘O Gérmen da Vida’, e o paradeiro dos originais de outros é ignorado. Algumas de suas obras se esgotaram na primeira edição e é difícil encontrar um exemplar para fazer uma nova. Disso se ocupa atualmente a Comissão Divulgadora das Obras de Jorge Adoum.

 


Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.

Deixe um comentário


Apoie. Faça parte do Problema.