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Al-Husayn ibn Mansur al-Hallaj (857-922), foi o polêmico e precoce sufi lembrado por sua proclamação: “Eu sou a Verdade” e pelo martírio que sofreu nas mãos das autoridades muçulmanas em Bagdá.
Nascido na região dos Fars no sul do Irã, Al-Hallaj se mudou com sua família para Wasit, uma cidade no centro do Iraque.
Seu pai provavelmente trabalhou na indústria têxtil (hallaj é a palavra árabe para uma pessoa que trabalha na profissão da carda do algodão ou da lã).
Em sua juventude, Al-Hallaj memorizou o Alcorão e estudou sufismo com Sahl al-Tustari (m. 896), mas ele não foi iniciado como sufi até os vinte anos de idade.
O casamento não o influenciou na sua busca espiritual e, viajando entre o Irã, o Iraque e a Meca, ele teria ganhado um seguimento de quatrocentos discípulos.
Também foi dito que ele visitou a Índia, a Ásia Central e o túmulo de Jesus em Jerusalém.
Depois de realizar o Hajj a Meca pela terceira vez, ele voltou para sua família em Bagdá e criou um modelo da Caaba em sua casa.
As afiliações de Al-Hallaj com rebeldes, xiitas e não-muçulmanos eventualmente despertaram as suspeitas dos sunitas conservadores e das autoridades políticas.
Alguns de seus antigos associados sufi até acusaram-no de magia e bruxaria.
Além disso, enquanto estava engajado em sua busca espiritual por Deus, ele fez sermões e declarações públicas que enfureceram os seus opositores.
Em um deles, ele disse que os muçulmanos poderiam cumprir o dever do Hajj, realizando circum-ambulações em seus corações e dando caridade aos pobres em casa.
Sua afirmação mais famosa foi, “Eu sou a Verdade”, que seus inimigos interpretaram como uma afirmação de sua própria divindade.
Na visão do mundo islâmico, a Verdade (haqq) era considerada como um atributo de Deus.
Os sufis fizeram tais declarações (sha-thiyyat) enquanto estavam em estado de êxtase, implicando que eles estavam falando na voz de Deus, não na sua própria voz.
Al-Hallaj logo se envolveu nas intrigas religiosas e políticas da Bagdá do século X, e ficou preso por nove anos.
Finalmente, em 922, Al-Hallaj foi acusado de blasfêmia, espancado e crucificado.
Seus restos mortais foram queimados e jogados no rio Tigre, impedindo assim que a sua família e os seus amigos de darem a ele o devido enterro muçulmano ou de venerá-lo como santo.
Al-Hallaj tem consequentemente um legado misto, lembrado por alguns como um herege e por outros como um santo martirizado.
Seus ditos foram escritos e coletados por seus seguidores.
A ele também é atribuído ter escrito o Kitab al-Tawasin, um conjunto de meditações sobre Muhammad, a Viagem Noturna e a Ascensão do Profeta, e os diálogos de Satã com Deus e Moisés.
Leitura adicional:
– Louis Massignon, The Passion of al-Hallaj: Mystic and Martyr of Islam, 4 vols. Traduzido por Herbert Mason (Princeton, N.J.: Princeton UniversityPress, 1982);
– Michael Sells, Early Islamic Mysticism:Sufi, Quran, Miraj, Poetic and Theological Writings (NewYork: Paulist Press, 1996), 266-280.
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Fonte:
Encyclopedia of Islam
Copyright © 2009 by Juan E. Campo
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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