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Semelhante ao Ceifador na cultura ocidental o Shinigami é uma entidade presente na cultura japonesa. Seu trabalho é “levar” a alma dos humanos para o outro mundo.
No budismo, o Mertiu-mara (ou morte) surge como a personificação da tentação, que é várias vezes associada ao demónio Mara. Uma entidade espiritual que provoca a morte dos homens, causando a intenção por detrás do suicídio. Segundo a crença, quem é possuído por esse demónio, e em desamparo, seria subitamente incitado a cometer suicídio. O shinigami surge, portanto, como uma explicação para o brusco ato intencional de matar a si mesmo. No yogacarabhumi-sastra, uma escritura de yogacara, o shinigami caracterizava o demónio que determinava o tempo da morte de cada pessoa. O Yama, rei do submundo, assim como os Oni Niu Tou e Ma Mian (牛頭馬頭 lit. Cabeça de Boi e Cara de Cavalo’?), são também considerados como um tipo de shinigami
No xintoísmo, em mitologia japonesa, Izanami concedeu a morte aos homens, sendo portanto vista como um shinigami. Não obstante, Izanami e Yama são também acreditados como diferentes dos deuses da morte presentes na mitologia ocidental,e desde que o ateísmo foi alevantado no budismo, o conceito de que os deuses da morte não existem ficou bem esclarecido. Embora Kijin e Onryō na crença budista dos japoneses sejam responsáveis por tirar várias vidas humanas, a opinião de que não existe um “deus da morte” que simplesmente conduz as pessoas ao mundo dos mortos, é compartilhada pela maior parte da sociedade japonesa.
Em finais do período Edo, o ensaio “Shōzan Chomon Kishū” de Kaei 3 (1850) pelo ensaísta Miyoshi Shōzan, intitulada de “a possessão de um shinigami torna-se difícil de falar, e mais fácil de dizer mentiras” foi uma história onde uma prostituta possuída por um shinigami convida um homem a cometer duplo suicídio, e no kabuki Mekuranagaya Umega Kagatobi de Kawatake Mokuami de Meiji XIX (1886) um shinigami entra nos pensamentos das pessoas, fazendo-as pensar sobre coisas más que tenham feito querendo por isso morrer Estes são, ao invés de deuses, mais parecidos com yūki (que significa “fantasma” e yūrei), ou demónios.
No rakugo clássico de San’yūtei Enchō, havia um programa intitulado “Shinigami” que, apesar de tudo, não se tratava de uma criação independente do Japão, mas teria antes sido algo criado a partir de adaptações da ópera italiana de Crispino e la comare e Contos de Grimm “A Madrinha Morte”.
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